São Paulo - Hoje visitei o inferno. Era um sonho antigo. Estive nos pavilhões 6 e 8 da Casa de Detenção, que está sendo desativada, numa pauta para o Jornal do Advogado. Percorri aquelas celas vazias sentindo uma apreensão previsível e uma energia ruim que já era esperada. Fotos, livros, documentos, cadeiras, espelhos quebrados, copos, muletas, solidão.
Percebi, entretanto, que além do cheiro de comida podre, de madeira encharcada, das manchas nas paredes infiltradas, dos grafites, das fotos de mulheres das revistas pregadas nas paredes e do miado dos gatos abandonados, que ali (ainda) reina uma atmosfera de desesperança, ódio, violência e sangue.
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