sexta-feira, 25 de junho de 2010

Sobre plágio e afins

Na era da informação, a quantidade de textos plagiados, distorcidos, mutilados e atribuídos a outros autores é imensa, numa despreocupação terrível com a autoria. Os textos são republicados em blogs, twitters e outras plataformas, como se pertencessem aos publicadores ou são falsamente atribuídos a autores famosos.

Já li textos religiosos como se fossem do ateu Gabriel García-Márquez e escatologias atribuídas a Luís Fernando Veríssimo e a James Joyce. Há um texto, modificado ao longo dos anos e transformado em auto-ajuda, que acabou atribuído a Shakespeare, mas pertence a Veronica A. Shoffstall. Está reproduzido abaixo.

Em Português ficou assim:


Depois de algum tempo você aprende a diferença...
a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.
E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas.
E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas  simplesmente não se importam...
E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destrui-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida (....)



E assim por diante...

3 comentários:

Emmily Melo disse...

Sério?! Nunca iria imaginar que este texto não fosse de Shakespeare... O plágio tem sido um problema oculto...
P.S.: Gostei muito do blog ;**

Avery Veríssimo disse...

Emmily, outro dia vi esse texto reproduzido na TV, mas desconfiei que não fosse do Bardo. Descobri que fizeram um vídeo, colocaram no Youtube e de lá foi parar numa emissora de TV, onde é reproduzido (diariamente) e creditado ao poeta.

Tuca Zamagna disse...

"És teremté Isten a nagy vízi állatokat, és mindazokat a csúszó-mászó állatokat, a melyek nyüzsögnek a vizekben az õ nemök szerint, és mindenféle szárnyas repdesõt az õ neme szerint. És látá Isten, hogy jó." (Luís Fernando Shakespeare)

Guerra fria