Já
somos quase 23 milhões e estamos em crescimento. Em números exatos, 22.735.725
eleitores brasileiros resolveram não votar na última eleição. É
como se toda a população do Chile e do Paraguai decidisse não ir
às urnas.
O
crescimento da população não-votante é notável. Foram pouco mais
de 18 milhões na eleição anterior, em 2010. Até então, o índice
de abstenção chegava a 14,5 por cento. Desta vez, mais de 16,4 por
cento do eleitorado brasileiro não votou. Em São Paulo, Rio de
Janeiro e Minas Gerais o índice ultrapassou 18 por cento, enquanto
no Maranhão chegou a 19 por cento.
Em
Boa Vista, 16,72 por cento dos eleitores decidiram que não valia a
pena sair de casa para votar. Foram mais de 30 mil ausentes, o que
significa mais da metade do total de votos obtidos pela prefeita
eleita. Se alguém aí pensou em crise de representatividade, acertou
em cheio.
Alienação?
Niilismo? Farra? As explicações se acumulam, mas o recado parece
ser claro: o voto não pode mais ser obrigatório e o sistema
eleitoral precisa de regras mais transparentes. Com investimento
pesado em educação para uma melhor reflexão diante da urna, a
democracia brasileira pode chegar a algo mais que uma sociedade
anônima, fatiada entre PT, PSDB, PMDB e DEM. O povo é bobo, mas
não o tempo todo.
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