
Se tem uma coisa que admiro no texto de Hemingway é o desenrolar aparentemente sem controle da narrativa, como se o autor estivesse à mercê dos acontecimentos e, com humildade inesperada, abdicasse da condição de senhor absoluto daquele mundo feito de papel e tinta.
Talvez a economia na prosa de Hemingway cause essa suspeita, com vácuos narrativos que lembram Virgínia Woolf, mas sem arriscar-se na experimentação literária. Hemingway escreve uma literatura taurina, pé no chão.
Talvez a impressão venha dos próprios personagens, em sua boemia caótica. Talvez seja realismo. Para fãs como o Pablo.
Título: O Sol Também Se Levanta
Autor: Ernest Hemingway
Editora: Nova Cultura
Páginas: 127
Preço: R$ 34,90