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quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

Mídia Média

Belo Horizonte - O Fórum Social Mundial é uma reunião de movimentos sociais, organizações humanitárias, estudantes, artistas e ambientalistas, com reuniões temáticas, propostas e outras formas de intervenção social com vistas a um mundo melhor. Já estive no FSM e vi trabalhos dignos serem desenvolvidos, embora a imprensa liberal estanque no lugar-comum de mostrar as tribos presentes e seus protestos contra o capitalismo.

A má-fé na cobertura do evento pela Folha de São Paulo é indisfarçável: na edição de hoje, o jornal preocupa-se apenas com os gastos com o evento, esquecendo dos assuntos discutidos por ali. O importante é criticar os "esquerdinhas", a "idolatria" a Hugo Chávez e a presença de José Dirceu no evento. Nada sobre os temas fundamentais para a humanidade que estão em pauta.

Na página seguinte, o jornal mostra sua verdadeira face com matéria sobre o Fórum Econômico em Davos: "Corrupção incomoda 79 por cento dos empresários". A combinação infeliz entre a cobertura do FSM e o "manifesto cidadão" dos maiores financiadores da corrupção mundial subsiste, nas páginas do jornal, como um manifesto liberal típico dos que querem manter as coisas exatamente como estão.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2003

Fórum Social Mundial

Porto Alegre - Por motivos de for$a maior, este blog não será atualizado de Porto Alegre. Acompanharemos esta edição diante da tela, em algum ponto de São Paulo. Nossa passeata é virtual. Nosso protesto, digital. Nossas palavras de ordem, por escrito. Desejaremos um mundo melhor e sem guerras, mesmo que uns não queiram.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2003

Fórum Social Mundial

Perto Alegre - A terceira edição do Fórum Social Mundial acontece entre os dias 23 e 28, em Porto Alegre (RS). Quem já lia este blog há um ano, acompanhou updates direto do Rio Grande do Sul. Se você mora em São Paulo e vai ao Fórum este ano - será o último na América Latina -, entre em contato.

domingo, 29 de setembro de 2002

Meu mundo


São Paulo - Seiscentas pessoas que preferem um mundo com mais justiça social, meio ambiente preservado e outras utopias igualitárias foram presas em Washington porque protestavam contra a reunião do FMI, que financia um planeta poluído e desigual. Em Roma e Londres, milhares foram às ruas protestar contra a guerra ao Iraque. O Dólar disparou diante de um Lula presidente numa eleição sem segundo turno.

domingo, 3 de fevereiro de 2002

Mensagem de um hacker

Porto Alegre -

véio, naum deixa a tua senha exposta aqui na via-rs.
qualquer pessoa como eu pode entrar e bagunçar (coisa que eu naum faço)

teliga!

abração.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2002

Tempo esgotado para o uso do chat

Porto Alegre - Muita gente na fila e eu escrevendo posts feito louco, garantindo a instantaneidade que o Blog merece. As monitoras estão de olho, e uma já me deu um aviso. A outra olha feio pro lado de cá. Há uma senhora da terceira idade querendo usar o computador, argumentam, mas ninguém me tira daqui vivo. Ttem alguém segurando meu braço. Solta. Solta. Ei, pára com isso. Me larguem. Me larguem! Ok, vocês venceram. Novas informações solamente mañana.

Ágora

Porto Alegre - Um ponto em comum em algumas das pessoas com quem tenho conversado no fórum é a crítica ao... fórum, como se, pelo exercício da crítica à estrutura que lhe permite ter acesso aos contatos de que precisa para divulgar sua ideologia, estivesse a redenção da filosofia pessoal. O uruguaio Mauro e o pernambucano Rodrigo que o digam. Rodrigo é absolutamente contra a reunião, "que será comandada por um punhado de ONGs". Pretende protestar.

Sobre comida e calor

Porto Alegre - A comida está racionada. O rango é caro e tão prejudicial para as mentes e corpos dos consumidores quanto o álcool proibido, que circula livremente. Há uma expectativa de que vá chegar alimentação natural a qualquer momento, nesse acampamento da juventude. Por enquanto, Porto Alegre é um inferno de calor.

Fly on, little wing

Porto Alegre - Ontem "naveguei" entre a multidão, flanando como Leopold Bloom, encontrando um respeito impressionante às diferenças tribais. Ficava com um grupo, depois partia com alguns deles noutra direção, mudando de companhia naquele ponto e ficando por ali até encontrar novamente outra galera. Pessoas dançando, uma fogueira, punks reunidos, mulheres de vestidos longos carregando crianças, sexagenários cabeludos, duas bicicletas, pessoas cantando, pessoas conversando, pessoas. Um eremita na multidão.

Informação

Porto Alegre - Pretendo melhorar minha logística com o jornalzinho (desatualizado) que acabei de receber na recepção, mas acho que ainda vou perder muitas palestras nessa PUC-RS.

Na PUC-RS é tudo belezinha, grandes auditórios que são verdadeiros cinemas, chão brilhando, pintura nova. Um shopping-center.

Paçoquinha

Porto Alegre - Paçoquinha, que me apresentou aos punks, tem uns 17 e responde a processo por estar na rua depois da meia-noite. Vende adesivos anarquistas e foi assediado por anarquistas do movimento internacional, que buscam arregimentar anarco-punks em fóruns sociais vez em quando. Comprei-lhe uns adesivos malucos sobre o holocausto nuclear - "melhor sermos ativos hoje que radiativos amanhã" - e sobre política - "Una-te pelo fin (sic) da exploração. Vote nulo".

Passo Fundo Anarchy

Porto Alegre - O punk que conversa comigo diante da venda de camisetas de protesto (12 reais) é de Passo Fundo, onde o movimento atualmente ficou restrito a uma meia dúzia de pessoas. Nos anos 80 eram mais de 20, que apanhavam mesmo da polícia, mas com o passar do tempo, os brigadianos foram se acostumando com os caras e já não esquentam mais com eles. O cara fala (e cospe) um monte, o que é bem punk. Filosofia de vida. Muito respeito.

Deep Step Punks

Porto Alegre - Enfim, coisas estranhas acontecem, como a palestra "Amazônia, a revolução vivida hoje", que mudou de andar. Enquanto isso, descubro que, pela quantidade de índios do lado de fora, jamais vou conseguir assistir à oficina "Terras Indígenas: Demarcação, lutas", um estudo regional feito em Passo Fundo (RS). Falsar em Passo Fundo, descubro que há punks por lá. Seriamo os Deep Step Punks?

Chomsky

Porto Alegre - Asssisto a palestra de Chomsky lotadíssima. Ele diz coisas que queremos ouvir.

"A tecnologia em geral é totalmente neutra: um martelo pode ser utilizado por um carpinteiro para construir uma casa ou por um torturador para esmagar a cabeça de alguém; o martelo não se importa", por exemplo.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2002

Malditos ladrões!

Porto Alegre - Deixei minha toalha de bobeira no varal coletivo e agora preciso de uma nova. Fui roubado. Que falta de respeito. Me disseram que toda a marginália de Porto Alegre se misturou aos particpantes do Fórum Vou até a Loja das Noivas e compro toalha nova, gastando uma grana que poderia ser melhor aproveitada. Humpf.

Caminho contrário

Porto Alegre - Epnogoha fica agradavelmente surpreso ao saber que vim "da floresta" e que meu trabalho tem a ver com os problemas indígenas. Gosto de saber que esse cara, que largou a cidade para virar brujo e cuida, junto com o mexicano Oscar da fogueira mística, pensa de forma semelhante a este blogueiro (pesquisador de ciberativismo, caçador de respostas para essa desorganização mundial, prescrutador dos dominios virtuais em busca de cidadania planetária, teoórico do ativismo digital) que é, ao mesmo tempo, pesquisador e objeto num tal modelo de investigação participante.

Ideólogos de todo o mundo, uni-vos

Porto Alegre - A organização procura atender os visitantes com comida natural de baixo custo e muitos sorrisos. Toco violão com uruguaios e discuto a eficácia do fórum com o Rodrigo, da UFPE, que é contra a nomeação de um punhado de delegados ligados a um punhado de ONGs. Brada contra o evento e contra seus financiadores - Fundação Ford, etc. -, mas admite que o estabelecimento de contatos e o intercâmbio com outros movimentos são fatores positivos.

Cidade da Juventude Carlo Giuliani

Porto Alegre - O acampamento lembra um show de rock n'roll, mas é uma aposta ideológica. Gente que quer mudar o sistema, que sabe que do jeito que as coisas estão, podemos nos inviabilizar enquanto seres humanos. Há pouca gente quando instalo minha barraca à sobra de uma árvore, próximo da barraca do MST e de uns chilenos. Os canadeneses (digo, quebequenses) estão aí já há algum tempo, ao lado de uns franceses radicais.

Parece evento de consumo, mas é anti-consumo. E se foi montada uma estrutura de consumo é porque não é possível suportar a chegada de 60 mil pessoas sem um mínimo de estrutura física, de alimentação e de logística.

Ou estou enganado ou esse é um som de um instrumento aborígine vindo daquele cara junto à fogueira. Descobrirei mais tarde que não. Trata-se de um brujo mexicano Oscar veio a pé para o Fórum. Partiu em maio do ano passado, conforme havia previsto durante o primeiro fórum. Ao seu lado, Epnogoha, que já chamou-se Sílvio, um gaúcho que descobriu-se feiticeiro durante um trabalho de preparação que durou três anos e três meses no alto da serra.

Software livre

Porto Alegre - O horário é restrito e o tempo é curto, mas o serviço de chat do Fórum Social Mundial funciona. Uma fila querendo usar o computador atrás de mim. Os softwares originais instalados nessa rede, conflituam com os slogans das camisetas propondo o Software Livre.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2002

Rumo ao Sul

Registro - Parti para o Terminal Rodoviário do Tietê em trânsito e calor horrendos. Não vai dar tempo de receber o dinheiro do Jornal da OAB. Chego na Sé às 13h20, na esperança de pegar o ônibus para Porto Alegre, mas ainda preciso comprar o bilhete do metrô. Os guichês estão cheios. Filas. Vou até a máquina. Fila. Faltam três. Faltam dois. Falta um, mas o cara insiste em inserir a nota dobrada, que volta repetidamente. Troco a nota para ele, que agradece e sai. No relógio, 13h23 e a máquina recusa uma moeda de 50 centavos. Depois de tentar duas vezes, coloco outra nota de 1 Real, aperto o botão do troco e espero uma eternidade. Corro para o metrô, sentido Tucuruvi, atropelando pessoas com uma mochila pesada e um violão que peguei com o Paulo Bauer. Chego à Tietê exatamente às 13h30 e torço para que o ônibus atrase. Vou até a plataforma 25, onde há três ônibus. Pergunto qual deles vai para Porto Alegre e quase entro o ônibus errado. Alguém olha pro meu bilhete e diz que tenho que pegar o que vai para Santana do Livramento, que está ali, de saída. Faço sinais. A porta abre. Porto Alegre, here i go.

Guerra fria