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terça-feira, 15 de novembro de 2016








Pierre-Joseph Proudhon (18091865)



"Consultei os mestres da ciência, li centenas de volumes de filosofia, de direito, de economia política e de história: e queira Deus que eu tivesse vivido num século em que tanta leitura me fosse inútil! Fiz todos os esforços para obter informações exatas, comparando as doutrinas, opondo às objeções as respostas, fazendo sem cessar equações e reduções de argumentos, pesando os milhares de silogismos à luz da lógica mais escrupulosa. Neste penoso caminho, reuni vários fatos interessantes, de que darei conhecimento a meus amigos e ao público assim que tiver tempo. Mas, é preciso que eu o diga, primeiramente julguei reconhecer que nós jamais compreendemos o sentido destas palavras tão vulgares e tão sagradas: justiça, igualdade, liberdade; que sobre cada uma destas coisas nossas ideias eram profundamente obscuras; e que enfim esta ignorância era a única causa do pauperismo que nos devora e de todas as calamidades que afligiram a espécie humana." (Pierre-Joseph Proudhon escreveu isso há duzentos anos, talvez a imaginar que a mensagem fosse compreendida no futuro. O que não imaginava era a inutilidade da leitura no século 21. Perdeu, Proudhon. Perdeu.)

terça-feira, 15 de junho de 2010

Palavras de AMP

Por favor, não venham me dizer que professor universitário não trabalha. Você, aluno, que pensa que a vida do professor é uma maré mansa sem fim: pense melhor, e pense bem se você quer isso, se deseja algo assim para si – pois eu tenho visto desejos de fama, fortuna, importância, prestígio, carro importado, e sempre muitos desejos sem fim de auto-engrandecimento, mas ainda não vi um de vocês lendo Don DeLillo pelos corredores, ou escrevendo um blog que não envergonhe a mim, que não o escrevi, que sou apenas seu leitor. Vejo, alunos, seus mil desejos escancarados, pendurados no pescoço pelos corredores, e peço a vocês apenas que trabalhem comigo e com os outros professores a partir de desejos minimamente compatíveis com esse negócio que vocês, em tese, vão fazer na Universidade. Por favor, ofereçam a este, e aos outros professores, a benesse de se defrontar casualmente com a excelência discreta e intempestiva; dêem – como um dom maussiano, sabendo que vai e volta – a seus professores a grande dádiva que será lidar com vocês sem ter de amaciar seus egos cotidianamente, ou pisar em ovos todo o tempo para não ferir suas sumamente situadas, apesar de quase universais, vaidades, ou simplesmente para nos permitir um tempo de trabalho sem que tenhamos de pensar quanto de nosso exercício é consumido no cobrar.

(Do amigo bovarista Antonio Marcos Pereira)

Guerra fria