A prosa econômica de Briglia pode lembrar Graciliano Ramos e a soma de humor cáustico e bizarrices revelam influências que vão de Miguel de Cervantes a Quentim Tarantino. Mas seus contos são monolitos acabados, polidos e impermeáveis que não permitem divagações do leitor. Este será tragado para situações ora desconfortáveis ora absurdas, num crescendo de acontecimentos empolgantes que encerram o livro cedo demais. O que não ocorre por acaso e parece revelar uma obra em movimento. Romério Briglia deu início à construção de sua própria Macondo.
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sábado, 13 de março de 2021
Sobre matos e gentes
Boa Vista - Romério Briglia estreia na literatura de ficção com um série de contos ambientados na Amazônia, que apresentam a aventura humana pontuada por ganância e desalento em situações limítrofes no meio da floresta. Personagens misteriosos, destemidos, simplórios, covardes, aventureiros, esperançosos ou simplesmente loucos desfilam despidos de tempo ou consciência. Vivem em função de desejos básicos e subterrâneos, desprovidos de uma certa moralidade citadina que já não faz sentido ali, no Inferno Verde.
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