domingo, 21 de julho de 2002

Falling Stones

São Paulo - O maior granizo já encontrado media 20 centímetros de diâmetro e pesava 700 gramas. Soube agora, pela TV Cultura.

O Campeão

São Paulo - Não é recalque não, mas se Ayrton Senna estivesse vivo, Michael Schumacher estaria lutando pelo seu segundo, quem sabe primeiro campeonato.

A conquista do quinto título na Fórmula 1 tem muitas explicações técnicas, para as quais gente mais especializada que eu pode falar com tranqüilidade. Prefiro, recolhendo-me à insignifcante condição de telespectador, a dizer, com todas as letras, que não há emoção numa vitória de Schumacher.

Em toda a sua carreira, raramente o alemão surpreendeu. Em cada vitória fica aquela sensação de Autorama, de um carro guiado por controle remoto, sem erros, sem... emoção. E agora vencer o campeonato em julho!

O único carro - porque são os carros, e não mais os pilotos - que teria condições de competir com Schummy seria o de Barrichello, o eterno segundo piloto. Esqueçam a Fórmula 1. Essa categoria acabou em 1995. O que vocês têm aos domingos, na Rede Globo, é um programa de TV com final previsível.

Chegar ao quinto título e igualar-se a Juan Manuel Fangio em julho! Façam-me o favor...

quinta-feira, 18 de julho de 2002

Back to the old house

São Paulo - Meu primeiro blog chamava-se As Luzes, e existiu, nos idos de 1997 na Fotunecity. Claro que nessa época, de velocidades 14400 bpm, as anotações pessoais não tinham esse nomezinho simpático.

Pensando bem, não foi o primeiro, mas segundo. O primeiro era uma home page brega que hospedei na Tripod um ano antes. Perdi a senha e nunca mais consegui atualizar. Acho que nem existe mais.

Pois bem, "As Luzes" continua a ser divulgado (pelo que somos agradecidos) por sites como este.

quarta-feira, 17 de julho de 2002

Mário Juruna, Deputado Federal

São Paulo - O cacique Juruna morreu. Soube agora pela TV.

Lembro de seus discursos, ridicularizados no jornalismo da Globo. Juruna foi um cara à frente do seu tempo. Alguém que acreditava na possibilidade de melhorar a relacão entre índios e brancos. Não conseguiu e foi abandonado por todos.

Morreu diabético e só em Brasília.

"O brasileiro tem uma cabeça pequena, pensamento curto. Prefere idéias importadas do que pensar".

terça-feira, 16 de julho de 2002

Livros

São Paulo - O segundo trimestre de 2002 rendeu pouco. Li pouco. Escrevi pouco. Saí pouco. Ganhei pouco. Pouco is beatiful.

Leio Regresso ao Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley) - Vinte e sete anos depois, o velho Huxley revisita seu livro mais controvertido e, diferente de gente como eu e você, que pode detestar tudo o que escreveu há um ano, faz uma análise precisa dos acontecimentos presentes e seus desdobramentos futuros.

Leio O Médico de Lhassa (Lobsang Rampa) - Continuação das loucas aventuras de um monge tibetano pela China. Leia com atenção as descrições cruas das torturas japonesas.

Leio A Hora dos Ruminantes (José J. Veiga) - Pavorosa história do sinistro J. Veiga, sobre figuras estranhas que acampam do outro lado do rio, deixando os moradores da pacata Manarairema em estado de pânico.

Leio A Morte Feliz (Albert Camus) - Camus, neste que foi um dos seus últimos escritos (embora tenha sido preparado na mesma época que O Estrangeiro) fala de amor de forma existencial e niilista, como sempre. Mas envolto num lirismo inesperado. Quem não gostaria de habitar a Casa Diante do Mundo?

Leio Vidas Secas (Graciliano Ramos) - Fui, provavelmente, o último brasileiro a ler as aventuras e desventuras de Fabiano, Sinhá Vitória e a cachorra Baleia. Antes tarde do que nunca. Graciliano é um mestre na arte da síntese. Felizmente ele nasceu na época certa, ou hoje seria obrigado a atuar na publicidade.

Leio Pemongon Patá: Território Macuxi, rotas de conflitos (Paulo Santilli) - A tese de doutorado de Santilli, sobre a organização política dos índios macuxi, me deixou com saudades de Roraima. O autor caiu em campo e trouxe lendas e guerras dos índios. E atinge, em cheio, o stablishment político e agrário de Roraima, dominado por um punhado de famílias de invasores da terra indígena que se perpetuam no poder até hoje. A luta pela demarcação da terra dos índios continua, em pleno Século 21.

Leio O Túnel (Ernesto Sábato) - Suspense argentino, pra levantar os ânimos. Sábato é o tipo intelectual-acadêmico-científico que enveredou pela ficção. O livro segue o modelo das "memórias do assassino", mas um assassino de classe, amante das artes e artista. Um criminoso assoberbado.

Leio Seis passeios pelos bosques da ficção (Umberto Eco) - Pra quem AMA literatura. Nesta obra, baseada na série de seis palestras que deu em Harvard, o velho Eco é, ao mesmo tempo, acadêmico e fã de literatura. Claro que ele trata de Ulisses, A Metamorfose, A Montanha Mágica, O Aleph e outras grandes obras. Pérola: "A imensa e antiga popularidade da Bíblia deve-se à sua natureza desconexa, resultante de ter sido escrita por muitos autores diferentes".
Consulta
Hoje fui ao ortopedista indicado pela emergência do Hospital Universitário. Mas o negócio não era assunto dele. "Faço cirurgias de quadril, apenas. As cirurgias de ombro são com o doutor Leomar", disse o ortopedista Vinícius. Ok. Assim que encontrar Leomar entro numa nova fase da minha vida: aquela em que poderei contar quantos pontos levei e indicar a cicatriz.
Boa notícia: posso tirar a tipóia de vez em quando. Menos mal. Assim posso usar as duas mãos para falar dos livros que li no segundo trimestre deste ano. No post aí em cima.

sábado, 13 de julho de 2002

Dia do Rock

São Paulo - E não posso dar um acorde. A cirurgia causa medo. Vou desistir por enquanto.

Guerra fria