quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A bota no pescoço do trabalhador

Brasília - O Governo Federal confiscou parte do salário de milhares de famílias de servidores federais, que tiveram o ponto cortado em julho. A medida retirou R$ 21 milhões de circulação, o que prejudicou de concessionárias a lojistas, de açougues a mercearias.

Mais do que tirar dinheiro do trabalhador, o governo “pacificou” - no melhor sentido orwelliano -, os movimentos sindicais dentro de sua estrutura. Com 15 por cento de reajuste retalhado em 3 anos, a tendência é a desqualificação do serviço público. Uma colaboração indispensável ao estado mínimo neoliberal.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Nas favelas, no senado...




Brasília - A audiência com os senadores hoje pela manhã demonstrou, inequivocamente, que os docentes federais discordam da forma ditatorial com que o governo trata quem segura a onda do ensino, pesquisa e extensão no Brasil.

Um perplexo Cássio Cunha Lima (PSDB!) alertou que a expansão do ensino superior é irresponsável e que a carreira, do jeito que está, não atrai professores - o que todos, sociedade, docentes e governo, já sabemos. 

Cunha Lima chegou a dizer, pedindo perdão por usar a expressão, que o governo não pode conduzir as negociações na base do "dá ou desce". Não costumo concordar com tucanos, mas... Nós descemos. E quanto ao Patifes?

O senador Cristovam Buarque disse que o senado pode modificar o orçamento em qualquer momento. Que o Plano Nacional de Educação não muda nada.

Já o senador Eduardo Suplicy, prolixo como nunca, conseguiu dizer nada em 10 minutos.

O secretário do MEC, Amaro Lins, chegou a dizer que o ANDES não apresentou proposta, e que o solícito Patifes assinou quatro acordos (!). mas foi desmentido imediatamente pela presidente Marinalva Oliveira. Desde 2010, o ANDES apresenta propostas que são ignoradas pelo governo.

"Nós não blefamos", vaticinou Amaro. Quem não blefa somos nós, secretário. A greve é forte. A greve continua.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Os pés pelas mãos


Brasília - A presidente Dilma Rousseff se considera a nova Dama de Ferro, mas está muito longe do status de Margaret Thatcher, Angela Merkel ou Condoleeza Rice. Na verdade, age como uma versão piorada de Cristina Kirchner, o que é patético.  

Capa da Forbes ou capa da Caras, tanto faz.

O fato de não conseguir explicar porque não amplia o investimento em educação será cobrado agora e no futuro. Tratar um movimento sindical legítimo com polícia, truculência e recadinhos pela imprensa não passará despercebido pela História. A oportunidade perdida de revolucionar a educação brasileira ficará no currículo da presidente.

sábado, 25 de agosto de 2012

No Castelo de Roussef



Brasília - Cercados por um forte esquema de segurança (havia dois por manifestante, todos com um salário maior que o da maioria dos professores ali), paramos diante do Palácio do Planalto e tentamos protocolar o documento com a proposta do ANDES - que abre mão de salário para garantir a reestruturação da carreira. 

Inicialmente queriam nos receber numa barraca improvisada, onde fica a guarda palaciana. Insistimos que aquela é uma situação indigna. Discussões e telefonemas depois, o castelo baixa a ponte levadiça e entramos. O documento é entregue ao chefe de gabinete da Secretaria Geral da República, Manoel Messias de Souza Ribeiro, numa sala do Palácio do Planalto.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Polícia para quem precisa


Ato público no Ministério da Educação
Brasília - No megafone, faço um diagnóstico da universidade pública brasileira. Enquanto isso, professores com máscaras sem expressão, fazem gestos

As instituições federais de ensino estão repletas de alunos, mas faltam professores.

A educação precisa ser considerada prioridade máxima não só para este, mas para qualquer governo.

A educação precisa ser considerada um investimento estratégico e não mera despesa no orçamento

Nossas universidades e institutos são ampliados sem o devido cuidado. Muitos prédios foram construídos precariamente e já sofrem problemas de infiltração e drenagem.

Em todo o Brasil, o Reuni não respeitou a arquitetura original dos campi, nem seus planos diretores, conduzindo a uma favelização das cidades universitárias.

Existem instituições federais de ensino sem internet confiável, prejudicando a toda a comunidade acadêmica.

Em todo o Brasil, professores e pesquisadores estão sem laboratório ou com laboratórios em situação precária.

Os docentes federais acreditam que a contratação de professores temporários precisa ser limitada. Professores temporários precisam ser uma exceção, e não a regra que o governo quer impor.

Os contratos dos professores temporários ferem frontalmente a Constituição e às Leis Trabalhistas. Depois de dois anos, todos são dispensados sem direitos.

Educação não é gasto. Educação é investimento.

Desviar recursos públicos é GRAVE. Desprezar a educação é GREVE.

Os professores querem reestruturar a instituições federais de ensino, mas o governo não abre espaço para negociação. Prefere pressionar educadores que já trabalham em situação-limite.

Falta remunerar cargos de chefia e coordenação.

Falta tinta para as impressoras das instituições federais de ensino.

Falta papel higiênico nos banheiros das instituições federais de ensino.

Faltam salas de aula adequadas e bem iluminadas.

Faltam carteiras ergonomicamente adequadas para estudantes e professores.

Falta acessibilidade para estudantes e professores com necessidades especiais.

Faltam drenagem, saneamento e limpeza adequada nas instituições federais de ensino.

Faltam verbas para pesquisa e extensão.Falta consideração aos professores. Não somos massa de manobra.

Falta conhecer nossa proposta de renegociação, que nem ao menso chegou a ser condiderada.

Não falta cobrança de produtividade, tornando a vida acadêmica competitiva e degradante.

Não falta verba para eventos esportivos como Copa do Mundo e Olimpíadas.

Não falta isenção de impostos para a rica indústria automobilística.

Não falta dinheiro para pagar a agiotagem dos bancos.

Não faltam lobby e negociatas no Congresso Nacional, conduzidas pelo governo e por empresários.

Não falta tempo nem dinheiro para resolver as demandas dos grandes empresários.

Não falta verba para publicidade institucional na grande imprensa.

O que falta ao governo é vergonha. O que não nos falta é disposição para lutar por uma educação digna, pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada.



quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Protocolo


Brasília - Hoje obtivemos dois importantes avanços na luta pela reestruturação da carreira. À base de muita pressão, barulho e atos públicos, conseguimos protocolar no Ministério da Educação e no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão nossa contraproposta ao governo. Um desgaste desnecessário, já que as "autoridades" poderiam ter feito isso há duas semanas.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012


Brasília - A Via Campesina invade a Capital do Protesto. Neste momento, milhares de manifestantes descem o Eixo Monumental em direção à Esplanada dos Ministérios. Uma das maiores passeatas do ano. Infensa aos protestos e à queda na popularidade, a presidente Dilma Roussef toma chá no Palácio do Planalto. Negociar, nem pensar.

Guerra fria