quarta-feira, 8 de julho de 2015

Enquanto o cone sul (Chile, Uruguai e Argentina) avança socialmente, elegemos pentecostais homofóbicos e racistas; enquanto lá as greves são iniciadas por estudantes, aqui professores furam greve com ajuda de alunos; Enquanto torturamos e matamos adolescentes infratores, países mais civilizados protegem suas crianças com educação universal. E sobre a questão das drogas, o óbvio nunca parece fazer sentido por aqui: "Podemos negar que, quando os jovens usam maconha e não podem cultivá-la devem recorrer ao tráfico para comprá-la, abrindo a porta para drogas mais pesadas como a cocaína e a pasta base? Todos nós sabemos que isso acontece, e quem não sabe provavelmente precisa ir mais às ruas" (Deputada chilena Camila Vallejo).

Por que os banqueiros não aparecem?

"O salário do servidor público não está na internet? Por que os detentores da dívida não estão? Nós temos que criar uma campanha nacional para saber quem é que está levando vantagem em cima do Brasil e provocando tudo isso."

terça-feira, 7 de julho de 2015

A imagem é horrível, mas este é o melhor momento para limpar a timeline de gente violenta. Os comentários estão disponíveis. Mas ao invés de me fazer perder tempo excluindo quem é favorável a esta barbaridade, faça a gentileza de sair por conta própria. Não me siga. Afinal, defendo os direitos humanos e isso inclui de criminosos famélicos como este até os parlamentares canalhas que as 'pessoas de bem' gostam de reeleger. Todos têm direito a um julgamento justo. Ninguém pode admitir a tortura. Ninguém tem direito de fazer justiça com as próprias mãos. A Idade Média acabou em 1453.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Café a Manhã Sindicial. É agora na UFRR. Depois de renovar as forças com cafezinho tem caminhada no Campus. Professores fura-greve e pelegos de toda ordem, correi para as montanhas. Se querem ser professores, lutem pela educação ou tornem-se personæ non gratæ. Traidores da própria classe não são dignos de indulgência.

domingo, 5 de julho de 2015

Em Brasília, é cada vez mais evidente o Efeito House of Cards: com greves em vários setores do governo, corrupção arraigada e sérias ameaças de impeachment, Dilma Rousseff sai do Brasil por uma semana e deixa o cargo com Michel 'Underwood' Temer. Este já declarou que a presidenta não corre nenhum risco. Kevin Spacey ficaria orgulhoso. A vida imita a arte.

sábado, 4 de julho de 2015

Boa Vista - Sobre futuros exilados: este novo Brasil conservador, violento, religioso e ignorante é resultado de uma sociedade que faz questão de demonstrar em seus automóveis, na moral adquirida e na espúria e manipuladora programação da TV, que a educação tem importância mínima. Essa guinada à direita e o pentecostalismo unido à Bancada da Bala prognosticam nossa reentrada na década de 1970. Com adolescentes pobres na cadeia, um livro sagrado que explica tudo e Regina Casé vendendo cultura no domingo, vai ser difícil salvar a nossa violentada, mas ainda de pé, educação pública
www.youtube.com/watch?v=7wL9NUZRZ4I

Sim, continuo a ouvir The Next Day, do David Bowie e sim, aquele site de letras com nome de inseto continua a usar o google translator. Dedicada a amigos expatriados; ex-expatriados; repatriados e a futuros exilados.
O AMOR ESTÁ PERDIDO
Esta é a hora mais escura, você tem 22
A voz da juventude, a hora do pavor
É a hora mais escura e sua voz é nova
O amor está perdido. Perdido é o amor
Seu país é novo. Seus amigos são novos
Sua casa e até mesmo seus olhos são novos
Sua empregada é nova e seu sotaque também
Mas seu medo é tão antigo quanto o mundo
Diga adeus às emoções da vida
Quando o amor era bom
Quando o amor era ruim
Diga adeus à uma vida sem dor
Diga olá, você é uma garota linda
Diga olá para os lunáticos
Conte-lhes seus segredos
Eles são um túmulo
Oh, o que você fez, oh o que você fez
O amor está perdido. Perdido é o amor
Você sabe tanto, que isto lhe faz chorar
Você se recusa a falar, mas pensa como louca
Você se livrou de sua alma e de sua face pensativa
Oh, o que você fez, oh o que você fez
Oh, o que você fez, oh o que você fez?

segunda-feira, 29 de junho de 2015

No final dos anos 90 ouvíamos uma série de bandas que misturava soul, jazz e techno para uma turma que ainda curtia Nirvana, Beck e Chico Science. O som multifacetado que chamávamos de jazz-rap fazia a cabeça da chamada Geração X, os últimos jovens do milênio, nascidos na virada dos 60 para os 70, turma que se encontrava para trocar ideias sobre música, livros, cinema, minorias e o algo mais, num tempo em que a internet não tinha a menor graça e não se cogitava o sucesso a qualquer preço. A fusion defendida pela Geração X se estendeu da música para as artes e logo implodiria os velhos conceitos de tribo, num big bang reverso que absorveria para sempre detritos culturais e ideológicos de décadas passadas, exauridos de sua aura e jogados no caldeirão que gerou a Cultura Smiley e todo aquele êxtase tomado nos anos 2000, quando o Verão do Apito já era uma distante lembrança. Ali, na fenda entre dois milênios, o jazz-rap virou acid jazz e depois desapareceRIA PARA SEMPRE. Ficaram os CDs do Jamiroquai, do US3 e do Digable Planets. Mas o que eu mais curtia na época era um cara chamado James Taylor e seu quarteto, que... ok, you've got a friend.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Panelaço Classe A

Boa Vista - Sim, todos temos preconceitos, mas a realidade é inegável em algumas circunstâncias. Temer pentecostais, torcidas de futebol organizadas e conservadores faz sentido porque são grupos dedicados mais ao ódio do outro que às próprias ideologias: conceitos morais que pretendem universalizar, embora a maioria desconheça o termo.
Não quero irritar ninguém (pelo menos 20 'amigos' de Facebook já me excluíram por conta de minhas opiniões. #vácomdeus), mas quando afirmo que o último intelectual de direita vivo é Delfim Netto é porque considero Arthur Gianotti seu áulico e Olavos, Azevedos, Pondés e Mainardis, meros bonecos de ventríloquo.
É essa falta de cabeças que gera manifestações absurdas, como a defesa de intervenção militar por monoglotas em inglês errado e panelaços (uma manifestação criada por famintos) promovidos nas grandes cidades pela Classe A #chatiada. Por isso Roraima não é um estado de absurdos políticos à toa. Tem a quem puxar. Será o Brasil um país sério?!

terça-feira, 7 de abril de 2015

Sem olhos em Gaza

Olho a estante e ele permanece lá, impávido, há quase 30 anos. Não esta edição, que comprei num sebo em São Paulo há apenas uma década e meia, mas a Obra em si. Nunca concluído desde que o conheci na Biblioteca da Escola Gonçalves Dias, adolescente. Não terminei de ler à época como não terminei de ler em mais seis ou oito tentativas. A verdade é que Sem olhos em Gaza (Aldous Huxley, de quem li quase tudo) me assombra menos pela perspectiva de ser concluído (e ainda será) que por ter influenciado um dos meus primeiros contos de ficção, lá pelos 16 anos, uma novela pretensiosa sobre seres manipulados geneticamente, dilemas bioéticos e as reflexões de um cientista inclinado a protagonista. Quanto ao livro do Huxley, continuo sem olhos para ele.

terça-feira, 10 de março de 2015

RBS defende legalização da maconha

http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/geral/noticia/2015/03/opiniao-contra-as-drogas-pela-legalizacao-da-maconha-4713971.html

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Sociedade Hashtag

Facebook? O que ainda me mantém por ali é o contato com familiares e amigos espalhados pelo mundo. Vejo um maniqueísmo atroz crescer entre os usuários, como se tudo fosse cara e coroa, certo e errado, bom e mau. Jogados uns contra os outros, amizades e relacionamentos derivam num mar de insanidade burguesa, com os traumas de infância enterrados sob torrentes de selfies e autojactância. A inexplicável vaidade, seguida de elogios hipócritas, reifica o rótulo como forma de sobreviver na Sociedade Hashtag: sociedade cínica, sígnica.


Há oito anos, ao perceber que a profusão de comunidades de ódio era maior que as de música, troquei o Orkut pelo Facebook, que parecia uma opção mais interessante, com mais privacidade e sem propaganda. Havia poucos usuários e não precisávamos saber o que fulano comentou na publicação de um estranho, ou se ele segue a página de um banco aonde não tem conta. Hoje, a deliberada espionagem que chamam de propaganda direcionada e a propaganda de cursos de inglês e hebraico apostam no sionismo velado, uma nova revolução cultural para aumentar ainda mais o abismo entre Oriente e Ocidente.

Durante um tempo usei o Twitter. Mas o desafio dos 140 caracteres, que é interessante para escritores, jornalistas e publicitários, virou veículo de agressão fácil. Raciocinar em 140 caracteres pode ser dolorido. Preferem esculhambar. Nada contra, desde que haja justificativa. Defendo a crítica e a opinião embasada ou o silêncio perpétuo. Liberdade de expressão não é liberdade de agressão.

Nas duas redes, paguei pelo crime de pensamento. No Twitter, gente subalterna aos que me elegeram sua nêmesis vociferaram com ódio, manipulados pelos Charles Manson modernos. Queriam importância. Já no Facebook, gente de importância duvidosa como um deputado federal e um ruralista me ameaçaram. Normal, mas não desejo esta guerra. A defesa da ditadura militar, da homofobia, da expropriação de terras indígenas, do aborto e do conceito de família nuclear podem ser admitidas em qualquer espaço, desde que esse espaço dê margem ao diálogo e encerre com mecanismos de regulação de convivência da alteridade.


O episódio do assassinato dos jornalistas da Charlie é emblemático. Dizer que morreram muito mais pessoas na Nigéria, no World Trade Center, na queda da Bastilha ou na Segunda Guerra virou estribilho de um pseudoativismo de ocasião, que mais confunde que explica. Que enxerga na polêmica um combustível para a democracia, mas não reconhece que toda vida é preciosa e ignora que adquiriu esse raciocínio matemático das corporações de comunicação que tanto critica.
 
Somos Charlie, mas também somos a Palestina, a maior prisão do mundo: 5 milhões espremidos em 6 mil quilômetros quadrados. Densidade populacional de 830 pessoas por quilômetro quadrado. Somos Ahmed, o policial assassinado no ataque à Revista, mas também somos o Menino Ali, que perdeu os dois braços num bombardeio ao Iraque por forças americanas. Somos políticos sorridentes e perdulários e somos os telespectadores aviltados em suas concessões ilegais de rádio e televisão.

Somos a arrogante raça humana, que apesar de existir há apenas 150 mil anos, vive num planeta com 4,5 bilhões de anos e no último século dizimou os recursos naturais pelo extrativismo indiscriminado; esburacou a terra atrás de pedras preciosas, carvão mineral, petróleo e ferro; produz veículos de cinco lugares para apenas uma pessoa e lança dióxido de carbono na atmosfera para o deleite das corporações e seus governos marionetes. Somos o garimpeiro da Libéria, o lapidador israelense e a madame Toussard ou Ward ou Iglesias ou Marinho com seu colar de diamantes de sangue.

Somos tudo isso, mas meu direito à tranquilidade não pode ser exterminado pelo seu direito à iniquidade. Minha próxima rede será o Pinterest, onde a vida é fácil e divertida. Mas estas e-pístolas continuam. Há 14 anos online, é um dos blogs mais velhos e menos lidos do mundo. Aqui, na solidão do hipertexto, filtro o mundo por meu olhar. Nada pode ser mais tolo e demasiadamente humano, Mr. Nietzsche. E, francamente, Mr. Shankly, você é um pé no saco. Boa noite, Mr. Waldhein. Quem sair por último apaga a luz.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Quadrilha Suprapartidária

Cascadura - O delator
Ao entregar uma quadrilha de 28 políticos de diversos estados e partidos, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, presta-nos um serviço impagável: revela que no Brasil as siglas partidárias nada significam e que nossos representantes não têm pruridos ideológicos. Desviam, roubam, compram e vendem o país com tranquilidade e paciência. Nessa hora, a música do Cascadura me assalta os tímpanos - no melhor sentido. Leia, veja e escute O delator. O Brasil em cinco minutos.


O Delator
(Fábio Cascadura)

Só digo o que mandam e o que vejo
Só digo o que sei
Apontei o culpado com um beijo
Beijei mais de cem
Quem mais poderia resolver?
Quem mais poderia? Me diga! I’m in love!
Você sabe os detalhes, eu te contei
Esqueça o que eu disse...
Porque eu fiz por bem
Aquilo que eu fiz, foi por bem
E isso fica entre nós
Ninguém precisa saber
Não é confissão
É só porque eu preciso dizer
Na minha forca, o teu nó
Eu deveria saber
Minha língua tem trava, eu não ligo
Eu nem gaguejei
A minha verdade, eu não finjo
Minha voz é lei
Te olho no olho e você não vê
Eu chamo seu nome: meu bem, I’m in love!
Te disse, você sabe, eu te contei
E esqueça o que eu disse
Porque eu fiz por bem
Aquilo que eu fiz, foi por bem
Isso fica entre nós
Ninguém precisa saber
Não é confissão
É só porque eu preciso dizer
Na minha forca, o teu nó
Alguém tinha que sofrer

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

A doença da "normalidade"

Uma doença que se alastra no universo acadêmico, mas principalmente nas relações humanas. Quando o direito à alteridade é confundido com antipatia; amor com submissão; público com privado; ensino com educação. 
Vale a pena ler o texto de Renato Santos de Souza no Pragmatismo Político.  Uma análise lúcida sobre o reinado do quantitativismo no governo da papercracia.


quinta-feira, 4 de dezembro de 2014


Copenhague - A sobriedade é o que mais chama atencao na capital da Dinamarca. Nao há asfalto e os calcamentos privilegiam os pedestres e os ciclistas. As ciclovias cobrem todo o centro da cidade, onde podemos observar uma arquitetura sem os rococós belgas e holandeses - lindos, claro. A cidade resolveu ser mais Bauhaus.


A sobriedade, porem, acaba aí. København é repleta de bares, lojas de conveniências e restaurantes com bebidas locais, cervejas norueguesas, drinks caribenhos e as noites ficam repletas de bebados felizes. Sem falar de Chirstiania, um distrito independente coim legislacao propria que acolhe hippies desde o historico Festival de 1971. Cheech, digo Cheers!

terça-feira, 2 de dezembro de 2014


Amsterdam - As bicicletas têm preferência sobre os bondes, Os bondes têm preferência sobre os carros. E os pedestres, ou seja, as PESSOAS têm preferência sobre todos os demais meios de transporte. Na América privilegiamos grandes rodovias, ruas largas e estacionamentos em louvor aos carros, grandes pedacos de lata pesadíssimos que passam entre nós em alta velocidade e matam 50 mil pessoas por ano em países como o Brasil.

domingo, 30 de novembro de 2014

As Luzes

Bruxelas - A Grand Place iluminada com as luzes de Natal. Um espetaculo de luzes e som inesquecivel. 
Existem cidades belas em todo o mundo. 
Mas Bruxelas exagerou. 
Um païs socialista.

sábado, 22 de novembro de 2014

Puerto Evo Morales


Puerto Evo Morales O sol se põe em um lugar na Amazônia boliviana esquecido por Deus, mas não pelo presidente indígena mais popular do continente. Originalmente constituída como Puerto Montevideo, a pequena vila foi totalmente destruída num incêndio em 1997 e depois reerguida pela Defesa Civil, num trabalho coordenado pessoalmente por Evo Morales. Os moradores, agradecidos, rebatizaram a nova cidade - uma corrutela de ruas de barro umedecidas pela chuva constante - com o nome do presidente.Separada de Plácido de Castro (AC) por uma frágil ponte de madeira sobre o rio Abunã que se atravessa em 20 passos, oferece roupas e eletrônicos, mas os preços estão caros graças à queda do Real (a moeda circulante) diante do Dólar.
A flutuação do câmbio afugentou turistas e sacoleiros, mas Morales já tem um plano para revolucionar o pequeno distrito da Província de Cochabamba. No ano que vem, funda uma escola de Medicina e Odontologia com mensalidades entre 500 e 700 reais. Nada mal para os acreanos de Rio Branco, que pagam R$ 8 mil todos os meses para adquirir o diploma de médico no único curso particular do Estado
.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Sobre educação, bárbaros e intelectuais suicidas

Rio Branco - No dia 18 de outubro deste ano a técnica de laboratório Célia Regina Leal Bezerra desistiu da vida. Há 14 anos ela lutava judicialmente contra a Universidade de São Paulo, numa ação de assédio moral que teve origem 20 anos antes, assim que ela entrou na USP. 

Ativista dos direitos humanos, Regina Célia estudava Direito e foi a primeira a ganhar um processo desse tipo, em agosto de 2011, mesmo ano em que Antonio Calvo, professor de língua espanhola na Universidade de Princeton, se matou. Depois de passar por uma Avaliação Institucional em que professores e alunos lhe deram notas mínimas, foi demitido. Três dias depois, cometeu suicídio.

Três outubros antes de Regina Célia, o professor Sandro Costa e Silva saltou do 11o andar de um prédio da Universidade Federal do ABC. Em seu blog, a última postagem: 
"É hora de fechar este blog: eu não sei mais escrever. Ontem cheguei ao fundo do poço. No começo do dia encarei o abismo por longos minutos, decidindo se dava um passo à frente ou não, depois vaguei o dia todo a pé sem rumo, sem lugar para ir e sem praticamente falar com qualquer pessoa, só para terminar o dia muito cansado."
Os bastidores das universidades brasileiras são sórdidos. Professores produtivos são perseguidos e não recebem apoio para seu trabalho. Núcleos de pesquisa que não pesquisam e cargos são negociados em troca de apoio político. Alunos bolsistas são usados como massa de manobra, delatores, espiões. 

No último 18 de outubro, depois de uma reunião na reitoria em que soube que mais uma vez a universidade recorreria da sentença, Regina foi até o laboratório e ingeriu uma dose mortal de arsênico. Quem assistiu ao filme Rainha Margot sabe como essa substância causa morte dolorosa, por forte hemorragia. A Associação dos Servidores da USP escreveu sobre o caso e deu nome aos bois. 

Visitei o Facebook de Regina Célia e vi que temos dois amigos em comum. Ambos professores, combativos, ativistas, gente que não se curva aos desmandos dos que desmantelam o ensino público. A resistência a esse modelo perverso não recua. 

As mortes de professores são o atestado de que a universidade pública fom oi inicialmente contaminada, invadida, dominada pela barbárie. E intelectuais não sabem lidar cm bem os bárbaros. Acreditam nas diferenças e no diálogo. Não na clava e no apedrejamento. 

A última publicação de Regina Célia foi quatro dias antes de sua morte. Era um convite. Aqui está republicado o cartaz que não precisa de comentários.
“Todos conhecem a verdade das práticas científicas
e todos continuam a fingir não saber e a acreditar que isso
se passa de outro modo” (Pierre Bourdieu, 2004)

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Audiência

Hoje alguém leu este blog na Indonésia. Foi o leitor 92.815 em 12 anos de e-pístolas.
Provavelmente não sou nenhum sucesso de público. E fico curioso sobre que tema pode ter atraído os 413 acessos da Alemanha; os 113 da Holanda e os 4.269 dos Estados Unidos.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Família?

Uma enquete pública na Câmara Federal quer estabelecer o conceito nuclear de família como o único aceitável no Brasil. Como não é possível discutir o conceito de família na contemporaneidade com esses retrógrados sem projetos, simplesmente vote NÃO. Famílias são compostas de diversas formas: mães solteiras; pais solteiros; dois pais; duas mães... Há famílias formadas por pais e mães que se casam e reúnem todos os filhos com o nascimento de um irmãozinho e assim por diante. Vote contra. Neste momento, o NÃO vence com 51.09 % (1.733.507 votos). O SIM perde com 48.6 % (1.648.782 votos).  VOTO NÃO!

sábado, 1 de novembro de 2014

Amsterdam - Um lugar onde as pessoas nao se preocupam com maquiagem, chapinha, carroes e aparencias. Em que se anda de madrugada sem medo. Em que todas as tribos sao aceitas sem preconceito. A cidade mais cosmopolita do mundo eh uma licao para certas provincias.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Sobre o tempo

O tempo passa, relógios derretem, as folhas caem, cabelos branqueiam, amigos morrem, surgem novos amigos, nascem filhos e netos. Mudamos de casa, de cidade, de região, de país, de aparência, de carro, de moda. Amores vêm e vão e voltam. O tempo é implacável e ilusório. Modifica as pessoas apenas externamente. Envelhecemos por fora enquanto nossa criança interior permanece a mesma. Olhamos o céu à noite e vemos o passado na forma de luz, enquanto o planeta gira e se afasta cada vez mais, numa corrida infinita pelo universo. Insignificantes e precários e efêmeros, cultivamos nossos defeitos com zelo, esperando compreensão, compaixão, respeito e outros sinônimos para o amor, este inexplicável sentimento com sístole e diástole; esse isótopo radioativo cuja meia-vida desconhecemos. O tempo ilusório mas implacável, agita oceanos, redesenha desertos, dissolve montanhas e a cada nascer do sol, tira-nos mais um dia de vida. Talvez isso explique porque buscamos, às vezes esbarramos e não percebemos ou simplesmente nos deparamos com essa sensação vital. E nada pior desperdiçá-la. All we need is love. E não temos tempo a perder.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Brasília, Boa Vista, Manaus e São Luís - A política é uma arena onde ingressamos com nosso modelo de mundo ideal e a mais nobre das armas para conquistá-lo: a palavra.

Com ela expressamos a visão de mundo mais ética, correta e democrática que existe: a nossa. Nesta arena, descobrimos muitas outras visões éticas, corretas e democráticas, embora bem diferentes da nossa. E somos obrigados a avaliar pela lente do eu o que vem do outro.

Aos poucos, o processo de negociação sugere, altera e finalmente dilui nossas propostas até que fechamos um acordo repleto de cláusulas (causas?) que jamais pensaríamos defender. Ao recuarmos de nossas posições originais e nos rendermos à maioria em torno de uma pretensa unidade, verificamos o quanto os avanços sociais são freados por esse processo sobremaneira lento.

Um processo que exigirá muitos reparos ao longo dos anos. Reparos que serão propostos por especialistas que se fossem ouvidos no princípio, tornariam a arena desnecessária. Não que a arena seja sempre dispensável, o todo da população precisa ser ouvido em questões essenciais que digam respeito à vida digna, o direito ao trabalho, saúde e educação. Mas talvez a definição de política como a "Arte do possível" seja imprecisa. Ou limitada a poucos afortunados.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Military Madness

'E depois que as guerras tiverem terminado, e a contagem dos corpos estiver organizada, eu espero que o Homem descubra o que está tornando as pessoas selvagens'.


Military Madness - Graham Nash

terça-feira, 13 de maio de 2014




“Sinto falta da possibilidade de conversar com o senhor. Espero que esteja bem e tranquilo. Nas minhas melhores horas eu também estou e procuro fazer justiça em toda as coisas. Certamente que existe aí uma coisa certa, um germe de algo social e historicamente necessário, só que a roupagem fio em parte roubada, e está em parte desoladamente relaxada e desbotada.”

(Thomas Mann em carta a Herman Hesse, Junho de 1933)

sábado, 5 de abril de 2014

Brasília - Informe de um professor: a UFSC tornou-se um celeiro de neo-nazistas nos últimos anos, com ações contínuas de repressão que culminaram na batida policial de março passado. Na ocasião, estudantes foram humilhados e professores agredidos numa operação que custou R$ 4 milhões aos cofres públicos e terminou com a apreensão de dois míseros cigarros de maconha. O "investimento" em segurança pública virou lenda na UFSC, onde até hoje se comenta como o erário foi usado para apreender "os dois baseados mais caros da História": R$ 2 milhões por bituca.

Guerra fria