terça-feira, 25 de outubro de 2016

Pensar

No livro "O planalto e a estepe" (Pepetela), um professor de Filosofia, indiano e padre, diz a seus alunos que vai ensiná-los a pensar. Quanta ousadia e quanta verdade numa frase simples. Ter pensamentos não significa necessariamente pensar. A maioria confunde tomada de decisões ou opinião como pensamento. Pensar não é "liberdade de expressão", conquista humana apropriada e disseminada pelo fascismo em redes de ódio. 

Pensar pressupõe uma série de abandonos. Abandonar certezas, preconceitos. Abandonar ideias, paixões e auto-complacência. Pensar exige sofrimento psíquico e apesar do ganho utilitarista que é o saber adquirido - muitas vezes usados para o alpinismo social - ninguém será mais feliz por ter aprendido a pensar.

sábado, 15 de outubro de 2016

Textão do Dia do Professor.

Mais de 400 escolas e universidades estão ocupadas hoje no Brasil. A velocidade com que circula a informação é uma vantagem do dominador. Nem sempre calculamos bem como dizer, escrever ou agir. Ninguém é livre da manipulação e da própria verborragia e ainda que professor, não me considero exceção. Michel Temer guia um governo ilegítimo, mas usar os ocupantes dos governos para justificar os próprios conceitos políticos relega o caos humanitário a um segundo plano. Como se a posse temporária da razão fosse mais importante que a fome do próximo. A fome é urgente, não respeita regras. Um homem com fome não respeita vitrines. Sua casa segura, seu carro com alarme, sua cerca elétrica e seu cão feroz que tritura ossos não são uma conquista, mas uma declaração de derrota. Não há vitória no medo. No caso da Venezuela, atribuir os erros de um governo inábil a um ideário de libertação legítimo é confundir a História. Todo professor é de História e por isso um risco potencial. Esse ideário de libertação não começou na Venezuela bolivariana, no México zapatista, na Rússia comunista, na Índia ou Galiléia, mas nos primórdios da humanidade, desde que a primeira cerca dividiu povos e rebanhos. Simplificar este tema é parte do plano da elite cujos ancestrais fizeram a cerca. Que vive com medo, cercada de segurança e mimos, incapaz de sair à rua. Mais de 400 escolas e universidades estão ocupadas hoje no Brasil. Jovens e adolescentes que noutro momento estariam amarrados a postes e espancados em "legítima defesa coletiva", como afirma o novo jornalismo. Investimentos em educação e saúde foram congelados por 20 anos, mas não a sangria da dívida pública. Aposentadorias serão revistas, mas não taxarão as grandes fortunas. Tenho amigos professores desempregados dos dois lados do Atlântico. Saber de que lado estamos é uma escolha.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Você não ouviu? É uma batalha de palavras
Gritou o homem que carregava o cartaz
Ouça, filho, disse outro com o revólver
Há um quarto para você lá dentro
Eles não vão te matar 
Se você der-lhes um choque rápido e certeiro
Eles não vão fazer isso de novo, entendeu?
Ele escapou porque eu teria lhe dado uma surra
Mas só bati nele uma vez
Foi apenas uma diferença de opinião
Mas realmente... acho que boas maneiras
Não custam nada para ninguém, não é?
(Pink Floyd - Us and them)

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Você precisa ter a confiança das pessoas para as quais mente
Para que, quando elas virarem as costas
Você tenha a chance de lhes enfiar a faca
Você precisa se manter olhando por cima do ombro
Sabe que fica mais difícil conforme envelhece
No fim, arrumará as malas e voará para o sul
Para esconder sua cabeça na areia
Apenas mais um velho triste
Sozinho e morrendo de câncer
(Pink Floyd - Dogs)
Você precisa ter a confiança das pessoas para as quais mente
Para que, quando elas virarem as costas
Você tenha a chance de lhes enfiar a faca
Você precisa se manter olhando por cima do ombro
Sabe que fica mais difícil conforme envelhece
No fim, arrumará as malas e voará para o sul
Para esconder sua cabeça na areia
Apenas mais um velho triste
Sozinho e morrendo de câncer
(Pink Floyd - Dogs)

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Sonhava trabalhar na Der Spiegel, mas não falava alemão. Hoje vende salsichas com temperos especiais na Neumann Straße, indiferente à crise econômica e aos jovens de cabeça raspada que chegaram de repente.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Montreal, Julho de 1976. Nadia Comaneci tem apenas 14 anos e está concentrada ao lado das barras assimétricas, para onde olha com seriedade. Do outro lado, uma enorme câmera de TV a distrai por um décimo de segundo, mas ela logo se posiciona, respira fundo e dá uma pequena corrida de três passos. Salta com os dois pés sobre o propulsor e voa sobre a primeira barra, as pernas num ângulo de 180 graus. Agarra-se à barra mais alta, faz um controlado movimento de pêndulo inicialmente acelerado, como mostrariam depois as imagens em câmera lenta. Usa os pulsos para controlar a velocidade. Três movimentos obrigatórios depois, choca os quadris contra a barra menor, os pés quase a tocar o rosto. Passa três vezes de uma barra a outra a executar os movimentos obrigatórios, antes de tomar impulso e aterrissar cravada no chão, os braços erguidos, um sorriso consciente do trabalho bem-feito. Pela primeira vez a ginástica olímpica atingia a pontuação perfeita, a nota 10. Há quarenta anos, hoje.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Sei bem o que é o desencanto por assistir um projeto de nação ir por água abaixo. Desencanto que não começou agora. O que vemos agora é o rescaldo, a ressaca, a maré baixa, as consequências de um conjunto de erros e conjunturas (que vão da concentração midiática ao aparelhamento de grupos religiosos) às nossas divisões internas que sempre nos afetaram mais que os ataques da direita.

Claro, a dialética é da nossa natureza e assim seguiremos. Mas em algum momento é preciso unir as diferentes esquerdas em torno de um bloco coeso. Não se trata da negociação com o centro - tem coisa pior que o centro? -  que gora governos desde sempre. Mas da superação de microfilosofias, orgulhos desnecessários.

A guinada à direita é mundial, e quer queiramos ou não, o Brasil protagonizou um dos maiores episódios de ascensão internacionalista da direita. Irradiador. Contribui para a instabilidade de uma série de lugares, da Argentina à Polônia. O que vemos na Áustria agora é GOLPE com todas as letras. A França caminha perigosamente para um governo de intolerância. É questão de tempo. E Donald Trump não é piada.

Enfim, não sou filiado a nenhum partido e não voto há quatro eleições porque além do desastroso segundo governo de Lula, não houve reforma no sistema político e o poder deve continuar concentrado e dependente do financiamento de corporações. Penso humildemente que um "Fora, Temer" está imbricado diretamente a um "Volta, Dilma". Não que devamos adotar esses slogan, longe disso. Mas reconhecer que o estado de direito foi interrompido e que uma pessoa pública contra quem lutei em duas greves e não recebeu nossa comissão, precisa voltar ao cargo para o qual foi eleita, com dinheiro da Odebrecht ou não (quem não?), para que voltemos a lutar com ela. Porque o golpista Temer não nos merece enquanto adversários. Tem que sair e rápido. #ForaTemer
Se tivesse nascido num certo lugar da América, o historiador e cientista político Guðni Jóhannesson seria considerado pária porque abandonou a igreja. Filho de uma jornalista e professora politicamente socialistas ganharia a alcunha "comunista" na nova gramática do singular Brasil hodierno. Recém-eleito presidente do seu país, foi um dos 30 mil islandeses que foram À França apoiar a equipe das bancadas.
“Por que ir para aos camarotes VIP, saborear champanhe quando posso fazer isso em qualquer lugar do mundo?”, disse à CNN.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Ouvi Always Somewhere pela primeira vez num intervalo de ensaio da Naja, graças ao Odely Sampaio. Fomos levados até o impressionante estúdio caseiro, Marcelo Fortes e eu, pelo insubstituível Mário Wander (IM). Foi há tanto tempo que parece ter sido noutra vida. Hoje tem show do Scorpions em Lisboa. A banda completa 50 anos em atividade.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Aos meus filhos

A História supera hipóteses. História é ciência testada e avaliada no mais alto grau de refinamento. A única que enterra todas as verdades temporárias que tentam nos encabrestar.

sábado, 18 de junho de 2016

As condições sob as quais sou compreendido, sob as quais sou necessariamente compreendido – conheço-as muito bem. Para suportar minha seriedade, minha paixão, é necessário possuir uma integridade intelectual levada aos limites extremos. Estar acostumado a viver no cimo das montanhas – e ver a imundície política e o nacionalismo abaixo de si. Ter se tornado indiferente; nunca perguntar se a verdade será útil ou prejudicial... Possuir uma inclinação – nascida da força – para questões que ninguém possui coragem de enfrentar; ousadia para o proibido; predestinação para o labirinto. Uma experiência de sete solidões. Ouvidos novos para música nova. Olhos novos para o mais distante. Uma consciência nova para verdades que até agora permaneceram mudas. E um desejo de economia em grande estilo – acumular sua força, seu entusiasmo... Auto-reverência, amor-próprio, absoluta liberdade para consigo...

Friedrich Nietzsche - O Anticristo

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Astrolábio
(Orblua)
Oh mar, doce mar, que segredos tu escondes?
Ninguém sabe quem ou o que é que tu és
O velho no cimo do monte avistava
Um navio partia sem rumo ao destino
Apenas um velho astrolábio guiava
Aquele frágil barco que por certo naufragava
Astrolábio, velho lobo do mar
Tu que tornas redondo este plano mundo
Ensina-me o rumo a tomar como certo
Conduz-nos a todos por marés e por mares
Que marinheiros nós somos deste mar oceano
Habitantes nós somos deste Grã Portugal
Portugal, Portugal, nobre país de mar
Tão parco de terra e tão rico de água
O fogo já extinto, no ar paira saudade
No oceano encontramos a certeza de estar
E tens um astrolábio e uma vela de pano
E nós navegaremos por esse mundo nosso

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Sobre crianças e armas

A empresa chama-se Fairchild. Child significa criança. Fair é feira, mas pode significar justo, correto. Ambas as traduções são interessantes.

Nos anos 1950, a Fairchild desenvolveu a ideia de Eugene Stoner para um fuzil de assalto leve, que permitia matar mais em menos tempo. O fuzil chama-se AR-15. Ao longo do tempo passou de 4 para pouco mais de 2 quilos de peso. Aperfeiçoado, hoje mata pessoas com impecável qualidade a 600 metros de distância. Despeja 800 balas por minuto. Quando disparadas, as balas voam a 3,5 mil quilômetros por hora. Cada bala pesa 20 gramas. É o fuzil preferido de assassinos em série, responsável por 14 massacres nos últimos 10 anos. Dezenas de vítimas eram crianças. Fairchild...

No último fim de semana, o norte-americano Omar Mateem saiu de casa em Port St. Lucie e dirigiu 200 quilômetros para matar gays na Boate Pulse, em Orlando. Usou o fuzil e outras armas. Foi bem-sucedido em 50 assassinatos. Deixou 53 feridos e alcançou um novo recorde com a maior chacina individual do país. A título de comparação, no Brasil 50 pessoas são assassinadas de 8 em 8 horas. O país do samba promove três massacres-recorde a cada dia.

Quanto a Eugene Stoner, é considerado o maior designer de armas de fogo de todos os tempos. Morreu aos 75 anos em 1997, em paz, rico e ao lado da família. Tem lugar garantido na História. As vítimas de sua grande obra são esquecidas pouco depois de assassinadas. Exceto pelas famílias.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Sete samurais

Toda estrada tem um preço. A beleza que os olhos veem poucas vezes é partilhada com a família; a felicidade de ter muitos amigos convive com a frustração de nunca ver todos reunidos. Porque estão em toda parte: em cidades com nomes de santos, de pedras, de acidentes geográficos. Em clima equatorial, sub-tropical, temperado, desértico. São orientais, negros, mestiços, caucasianos, índios, hindus. Vivem nas alturas andinas, em praias, no alto de edifícios em super cidades, no meio da selva amazônica, em aldeias, savanas e planaltos. Uma lista interminável lembrou do 9 de junho. Não poderia nominá-los. Então pensei em listar as cidades, mas também seriam muitas. Listar países é maçante. Nunca poderei reuni-los, mas ontem em Faro um grupo representou bem a todos. Scott Fitzgerald dizia que as melhores reuniões têm sete convidados. A noite foi especial, e por isso agradeço Luís, Paula, Pedro, Laura, Nuno, Teresa e Rogério.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Jazz e novembros

Na noite de 9 de novembro do ano da graça de 1971 d.C., a boa, velha e fria Copenhague estremeceu diante de Thelonious Monk, Dizzy Gillespie, Art Blakey e outros monstros. 

Flanei pela velha e fria Copenhague e comprei CDs de jazz em novembro do ano errado.

sábado, 4 de junho de 2016

A intolerância e o pensamento obtuso crescem na mesma velocidade que morrem os que lutam por justiça. Um dia, só restarão lobos e cordeiros e haverá uma felicidade artificial por ver todos os pássaros mortos.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Educar pressupõe que salvar vidas e exercer a cidadania têm a mesma importância. O sucesso do Projeto Alemão deriva de uma habilidade rara na limitada selva do capitalismo: nunca reduzir o papel da educação na vida das pessoas.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Flôr Varela

Casal brasileiro. Terceira idade. Retirados. Aposentados. Férias. Restaurante. Melhor idade. Europa. Lugar-comum. Assoberbados. Elitistas. Impaciência. Crítica. Economia. Inconsciência. Neo politizados. Lugar-comum. Memória? Não. História? Não. Imóveis. Sim. Armas. Sim. Consumo. Sim. Memória? Não. História? Não.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Na era da informação de massas, a direita e a religião (separação retórica para fins didáticos) elevam o conceito de hipocrisia a patamares nunca atingidos. A aceitação só depende do prefixo "ex": ex-criminoso, ex-prostituta, ex-drogado, ex-umbandista, ex-homossexual, ex-qualquer coisa. Todos terão lugar em suas fileiras. A redenção torna-os fortes e militantes. Quando qualidade importa menos que número, a ciência perde significado

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Um sonho

Sonhei que estava em Amsterdã, com minha mãe. Andávamos de mãos dadas, entre a Overtoom e o Vondelpark. Conversávamos sobre a minha infância. Chovia, mas não estava frio. Tão longe, tão perto. 

sexta-feira, 20 de maio de 2016






O ódio só faz mal a quem o sente. Rouba o ar. A pessoa que sofre de ódio engasga, sufoca, convive com o afogamento. Porém, o ódio pode ser criado artificialmente, manipulado, canalizado. Pode entranhar na cultura. Para isso, basta usar perversamente a comunicação de massa. Pelo poder, a elite dissemina o ódio sem nenhum remorso. Este será cada vez mais ampliado e direcionado até transformar-se em violência.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

O pobre capitalista reclama
e nunca compreendeu
onde foi parar a grana
que pediu e Deus não deu
fica com ódio ao saber
que mesmo sem oração
qualquer socialista ateu
tem maior satisfação
é o azar de Prometeu
e a sorte de Pandora
o primeiro ora e chora
o outro aplica o que leu
um ajoelha e clama
o outro segue sem drama
um vive da vassalagem
e defende a opressão
no fim comerá lavagem
talvez um pouco de pão
pois quem louva o capital
perde de Deus o perdão
comete pecado mortal
e não vai para o céu, não

domingo, 15 de maio de 2016

O pobre capitalista reclama
e nunca compreendeu
onde foi parar a grana
que pediu e Deus não deu
fica com ódio ao saber
que mesmo sem oração
qualquer socialista ateu
tem maior satisfação
é o azar de Prometeu
e a sorte de Pandora
o primeiro ora e chora
o outro aplica o que leu
um ajoelha e clama
o outro segue sem drama
um vive da vassalagem
e defende a opressão
no fim comerá lavagem
talvez um pouco de pão
pois quem louva o capital
perde de Deus o perdão
comete pecado mortal
e não vai para o céu, não

(Milton Lagos)

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Mudanças sociais não surgem da massa em sua eterna espera de comando, de direção. Surgem de um pequeno grupo de pessoas, ideias e vozes. Gente que se dedica a melhorar a vida dos que ignoram, criticam ou atacam a vanguarda. Mudanças sociais não devem ser confundidas com convulsões sociais.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Hoje é Dia da Língua Portuguesa. Dia da sonora, romântica, proparoxítona, musical, rica língua portuguesa, quinto maior idioma do mundo, com 280 milhões de falantes. São pelo menos 10 milhões (!) de palavras. Insondável idioma. Língua é pátria, não é umbigo. Essa visão coxinha de identidade nacional, que atinge todos os estratos, de políticos a cientistas; de artistas a religiosos; de poetas a escritores, é confete auto-indulgente. PAREM JÁ COM ISSO! A grandeza da pátria não é medida em cores, metros quadrados, linhas imaginárias, esse misto de ingenuidade e canalhice que manipuladores na política, nas artes, nos meios de comunicação chamam de patriotismo. Pátria é outra coisa. Valorizar a língua portuguesa é valorizar o ouvido. Não é valorizar o umbigo. Chega desse comportamento obsequioso, alto-indulgente, orgulhoso. Dessa incapacidade de diálogo com a América Hispânica. Dessa incapacidade de diálogo inter-regional. Dessa incapacidade de diálogo com lusófonos de África, Ásia e Europa. Parabéns a quem escreve, que mantém a língua viva. Mas não há mérito nenhum no desconhecimento de outras. O monoglota morre de uma fome que não sabe que é fome, porque escolheu ignorar outros sons, outras palavras. Ou em bom português (brasileiro): chega de papo furado, cambalacho, disse-me-disse, babaquice, essa bagunça cívica sem sentido. Português é lindo. Ridículo é o fascismo.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

No ano passado o Facebook subiu sem parar. Sessenta milhões de novos usuários entraram na rede. Lucro maior que o PIB do Suriname. Acionistas curtem isso. Mas no fim, bem lá no fim, o que interessa são as pessoas. O que fazem na rede. Se compreendem o fim.

terça-feira, 26 de abril de 2016

A ciência da adaptação

Faro - O lobo temporal é uma região fascinante do cérebro humano. Cada um dos lobos (esquerdo e direito) concentra funções como olfato, habilidade discursiva, memória de longo prazo e resoluções de conflitos.

Há cerca de 10 anos, estudos feitos por duas universidades norte-americanas comprovaram que o processamento neurocognitivo é reduzido em pessoas politicamente à direita. Quando confrontadas com uma situação nova ou diferente da habitual, estas sofrem dificuldades de adaptação e tendem a apresentar um comportamento sistemático e persistente.

As observações com ressonância magnética e leitura de sinais elétricos mostraram  que em pessoas de orientação politicamente liberal há mais neurônios na região conhecida como circunvolução cingulada anterior. Pessoas de esquerda têm mais facilidade para lidar com novas situações e mudanças sociais por conta dessas diferenças. A avaliação neurofisiológica foi certeira que serviu para prever com bastante exatidão se os participantes tinham votado em John Kerry ou George Bush na eleição de 2004 nos Estados Unidos.

Há uma matéria interessante aqui.

Guerra fria