quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Pra lamentares

Brasília - Porrada (virtual) na conferência de comunicação. O bate-boca de centenas de cidadãos de diferentes ideologias dá nisso. O Centro de Convenções treme neste momento. O que os GTs não conseguiram acordar veio à plenária e a confusão é grande.

Enquanto isso, mais um governador de Roraima corre o risco de ser cassado. Acho bom. Quanto mais cassações, mais esperto o eleitor. Almoço no Lago Sul e encontro dois parlamentares roraimenses que, infelizmente, não nos representam bem. Pena.

Apesar de inevitável, por conta da tal democracia, ainda acho que médicos e radialistas deveriam ser impedidos de se candidatar. Para os rádio-parlamentares, é fácil convencer o eleitor incauto de que suas palavras no rádio não são apenas teatro e auto-promoção. E é muito cômodo para médicos do setor público usar essa condição para CHANTAGEAR o eleitor a votar em quem "cuidou de sua saúde".

NENHUM parlamentar eleito por RR compareceu à Confecom. Sabem que correm o risco de perder a concesão de suas "rádios comunitárias".

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Hello, I love you


Brasília - Sorry, Barack Obama, mas Lula é certamente a personalidade mais interesante do cenário internacional. A oratória e o domínio que tem sobre a platéia parece crescer a cada discurso, asim como os índices de popularidade que ostenta, maiores do que os do próprio governo.

O Ministro das Comunicaçãoes, Hélio Costa, que o diga. Falou antes de Lula e foi vaiado pela platéia, que o acusava de ligações intestinas com a Rede Globo - qual é a novidade?. Já durante a fala do presidente, a platéia interrompia seu discurso para dizer coisas como "O Brasil te ama, Lulinha".

Por isso é que bater em  Lula não dá certo. Se desse, gente como Diogo Mainardi mereceria algum respeito e venderia mais livros (?). O problema dos opositores de Lula é que sua resistência ao ex-sindicalista resvala no preconceito. Já vi acadêmicos e gente sem escola reclamar de sua baixa escolaridade, mas nada que se diga o torna menos popular e admirado.

Wild Child



Brasília - Johnny Saad, dono do grupo Bandeirantes, foi o único empresário de teledifusão presente na abertura do evento. A Band faz oposição velada ao governo e tem um pé no ruralismo, mas seu preposto veio à conferência e falou coisas interesantes - que terminaram atingindo Hélio Costa no flanco - como a imoralidade (o termo é meu) que é a participação de grupos da TV aberta comandando a distribuição de sinais fechados de TV. Aguém aí falou em Globocabo?!

A recente compra da rede aberta NBC pela Comcast, que distribui sinal fechado de televisão, é o que amedronta Saad. O medo da canibalização sempre existirá no meio empresarial, da mesma forma que os canibais.

Break on through

Brasília - Apesar da tentativa de parte do setor empresarial de boicotar a conferência, a movimentação de alguns (Rede TV! e Band, supreendentemente) deu certo e agora é inevitável. Afinal, nunca, na história deste país, se debateu a Comunicação neste nível.

Talvez o interese repentino das concessionárias de TV aberta se explique pela digitalização do sinal. Neste momento, lembrou Johnny Saad, a única fonte de renda das TVs abertas é a publicidade. A TV por asinatura consegue dinheiro pela venda do sinal e pela receita publicitária. Logo logo, com  o sinal aberto digital, essa disparidade cresceria. Principalmente se as Teles entram no mercado, o que é muito, muito provável.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

The ceremony is about to begin

Brasília - A grande batalha da Conferência Nacional de Comunicação não será contra a inabilidade do Governo Federal em regular o setor ou contra a irresponsabilidade social da mída. O problema chama-se Telebrasil, a gigante criada com partes da Alcatel Lucent, Oi, Vivo, Claro, Tim, Acel, Abeprest e Brasil Telecom.

Durante as conferências estaduais, a Tele-Frankenstein abocanhou a maioria das vagas em diversos estados. Companheira do Tocantins informa que lá a fatia das teles foi expressiva, apesar da mobilização do setor empresarial local. Em Roraima, a Telebrasil ainda ficou com 40 por cento das vagas do setor empresarial.

A Telebrasil está disposta, como Galactus, a devorar tudo o que encontra pela frente. Além de fornecer serviços de telefonia fixa, móvel, internet discada e em banda larga, o monstro quer abocanhar generosas fatias da televisão por assinatura e fornecer serviços para o setor público. Os diversos contratos da Telefonica com o Governo de São Paulo que o digam.

Isso é perigoso. Os governos (principalmente o Federal)  precisam ter sua própria plataforma de comunicações, para não depender do setor privado. Uma coisa é participar da mobilização mundial em favor do neo-liberalismo travestido de responsabilidade social. Outra é cometer este suicídio logístico e de segurança.

Precisamos fazer aqui, no Centro de Convenções Ullysses Guimarães, uma composição que envolva os três setotes (público, civil e empresarial) contra o monstro que se anuncia.

Is everybody in?

Brasília - Se Hemingway tivesse conhecido esta cidade, o título de "Paris é uma festa" teria sido diferente.

Nestes dias, Brasília é um centro de confraternização e um campo de batalha. Diversos encontros e conferências ocorrem por toda a cidade. O setor hoteleiro está lotado, o Sistema Único de Saúde faz programa de capacitação; manifestantes protestam contra politicos corruptos (o governador José Roberto Arruda é acusado de diversos crimes e o governador de Roraima, Anchieta Júnior, vai ser julgado aqui na quarta-feira pelo Tribunal Superior Eleitoral); manifestantes protestam contra a falta de chamada em concurso público. Manifestantes protestam contra a desorganização da Conferência Nacional de Comunicação...

Enquanto isso, diante da Infraero e das Lojas Americanas, um cartaz pregado num poste informa: "Esta cidade é de Jesus".

Nesse país lugar melhor não há



Manaus - Depois de doze horas de ônibus por uma BR-174 esburacada como a Lua, chegamos alquebrados a Manaus para aguardar, por mais três horas a saída do voo que levará a Brasília a equipe de delegados da I Conferência Nacional de Comunicação. A organização da Confecom simplesmente não reservou passagens para os delegados eleitos por Roraima.

A empresa responsável pela aquisição das passagens alega não ter comprado os bilhetes a tempo por causa de voos lotados. Porém descobrimos, aqui, que as passagens foram obtidas por preços promocionais. O que considerávamos ser apenas incompetência e falta de programação na verdade era um corte de custos para maior rendimento no contrato licitado com o Governo Federal. Com isso, uma agência de viagens ganha seu quinhão e um grupo de pessoas é sacrificado nas estradas amazônicas. Um mau começo, mas ainda dá tempo de protestar contra o Arruda.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Conferência de Comunicação (II)

Boa Vista - Talvez a maior aspiração dos roraimenses com relação a um novo modelo de comunicação para o país tenha a ver com a banda larga. Isolados do resto do Brasil por estradas, os habitantes de Roraima têm uma relação física e cultural muito maior com Venezuela e Guiana do que com o próprio Brasil.

Apesar das promessas do Governo Federal, nenhuma das grandes teles oferecia o serviço em Roraima. A Oi começou a operar o Velox recentemente, mas somente no centro de Boa Vista.

A banda larga pode salvar vidas. Se pessoas em lugares isolados da Amazônia tiverem acesso à tecnologia, terão educação de qualidade. Poderão tratar de doenças com orientação à distância. Para a Amazônia, será uma revolução.

Conferência de Comunicação (I)

Boa Vista - Começa daqui a pouco a Conferência Estadual de Comunicação. Depois de dois meses de trabalho e discussões de todos os gêneros, Roraima é o quinto estado a apresentar mais propostas e elege amanhã um grupo de delegados para a Conferência Nacional em Brasília.

A discussão em torno de um novo modelo de comunicação para o Brasil remonta a tempos pré-Constituição de 1988. Ainda nos estertores dos governos militares a censura à televisão, filmes, discos e peças de teatro foi abolida. Mas o que se viu depois (e ainda se vê) é uma falta total de critérios sobre o que se exibe na tela. Falta controle governamental. Falta ética às empresas.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Uma canção

Chocolate Jesus
Tom Waits

Don't go to church on Sunday
Don't get on my knees to pray
Don't memorize the books of the Bible
I got my own special way
I know Jesus loves me
Maybe just a little bit more
I fall down on my knees every Sunday
At Zerelda Lee's candy store
Well it's got to be a chocolate Jesus
Make me feel good inside
Got to be a chocolate Jesus
Keep me satisfied
Well I don't want no Abba Zabba
Don't want no Almond Joy
There ain't nothing better
Suitable for this boy
Well it's the only thing
That can pick me up
Better than a cup of gold
See only a chocolate Jesus
Can satisfy my soul
(Solo)
When the weather gets rough
And it's whiskey in the shade
It's best to wrap your savior
Up in cellophane
He flows like the big muddy
But that's ok
Pour him over ice cream
For a nice parfait
Well it's got to be a chocolate Jesus
Good enough for me
Got to be a chocolate Jesus
Good enough for me
Well it's got to be a chocolate Jesus
Make me feel good inside
Got to be a chocolate Jesus
Keep me satisfied

Guerra fria