terça-feira, 23 de abril de 2013

A redes de comunicação contemporâneas confundem o conceito clássico de zeitgeist. Uma época que coincide com o fim da criação e o início do longo e tenebroso período da resignificação, este talento nato dos manipuladores. Esta nova idade das trevas é um mistério futuro. Na época medieval, tivemos o Renascimento. E agora?

quinta-feira, 7 de março de 2013

Jornalistas, temos muitos. O que falta é repórter. Profissão em crise que não se auto-avalia, corre o risco de desaparecer. Só seremos importantes à medida em que nos fizermos assim. O jormalismo engendra a democracia. Agora precisa engendrar a nova cidadania.

segunda-feira, 4 de março de 2013

O duplipensar de Orwell soa otimista demais na Matrix Brasil. É etimologicamente deslocado e morfologicamente equivocado. Não é duplo, mas multi. E não é pensar, mas um agir  fórmico.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013


Hatfields & McCoys, a série sobre uma guerra entre famílias que realmente aconteceu no século 19, é um primor em fotografia, roteiro e direção de arte, embora o verdadeiro Anse "Devil" Hatfield se pareça mais com Harry Dean Stanton que Kevin Costner.

Mas quando o assunto é interpretação, as cusparadas de Costner e Bill Paxton não se comparam ao brilhantismo pungente de Mare Winningham, a melhor atriz da geração brat pack.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A Mostra Canta Roraima VII virou CD pelo SESC e novamente traz uma maioria de trabalhos ligados à bodemusic e ao sub-gênero regiobodemusic, com sutis toques de ornitobodemusic e gastrobodemusic.

As belas vozes de Alessandra Denz (segura, pronta para interpretar e produzir standards) e Janio Tavares (voz andrógina, timbres inesperados) são os destaques da produção, assim como o blues ácido-filosófico de Jediael Roraima. Luís Campos canta bem, mas não se emascula o suficiente para interpretar o poema lúbrico da precoce Odara Rufino.

Estradas, a road music de Zanny Adairalba cantada em tom muito alto por Cláudia Lima, foi   prejudicada pelo arranjo over. Merece nova produção em estúdio. Aliás, a poluição sonora ocorre em boa parte das faixas: teclados medíocres preenchendo silêncios necessários, percussão ansiosa e violoncelos deslocados realçam a pobreza musical dos arranjadores.

As coisas mudaram, Morrissey. Agora é “hang the producer”.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Cílios postiços perdidos
rolhas e cacos de vidro
Desvelo, festas, amigos
Empertigado de carro
No avião, empedernido

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012



Os Waimiri Atroari se autodenominam kinja (gente verdadeira) e têm cantos rituais que são puro jornalismo. Exterminados desde as primeiras incursões portuguesas até a abertura da BR-174 nos anos 1970, o povo sobreviveu e há pouco tempo a população começou a aumentar. 

Uma hidrelétrica já foi construída em suas terras e querem instalar outra rio Branco acima. Caso isso aconteça, um lago gigantesco mudará as características da região e comprometerá a caça e a pesca rio abaixo. Para esse povo sobreviver, o Brasil precisa encontrar outra solução para a geração de energia. 

Estudos comprovam que totalmente aproveitado, nosso potencial de energia eólica e solar abastece 13 Brasis. O que favorece a corrupção nos grandes projetos é o desprezo pela vida e natureza aliado à apatia do cidadão urbano que desperdiça energia. Defenda a vida. Clique Contra a Hidrelétrica no rio Branco e assine a petição contra o projeto Bem-Querer.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

You bet, you bet, you Betting

Joelmir Betting morreu e o chato de se perder um jornalista de texto sagaz como ele é que dificilmente haverá substituição. 


A constituição de uma inteligência capaz de analisar os acontecimentos contemporâneos com acuidade e luvas de pelica só é possível a partir de uma somatória que inclui escola, formação política e leitura dos clássicos.


Pergunto-me quantos estudantes de jornalismo fazem isso, agora, no Brasil.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Sobre representatividade

Já somos quase 23 milhões e estamos em crescimento. Em números exatos,  22.735.725 eleitores brasileiros resolveram não votar na última eleição. É como se toda a população do Chile e do Paraguai decidisse não ir às urnas.

O crescimento da população não-votante é notável. Foram pouco mais de 18 milhões na eleição anterior, em 2010. Até então, o índice de abstenção chegava a 14,5 por cento. Desta vez, mais de 16,4 por cento do eleitorado brasileiro não votou. Em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais o índice ultrapassou 18 por cento, enquanto no Maranhão chegou a 19 por cento.

Em Boa Vista, 16,72 por cento dos eleitores decidiram que não valia a pena sair de casa para votar. Foram mais de 30 mil ausentes, o que significa mais da metade do total de votos obtidos pela prefeita eleita. Se alguém aí pensou em crise de representatividade, acertou em cheio.

Alienação? Niilismo? Farra? As explicações se acumulam, mas o recado parece ser claro: o voto não pode mais ser obrigatório e o sistema eleitoral precisa de regras mais transparentes. Com investimento pesado em educação para uma melhor reflexão diante da urna, a democracia brasileira pode chegar a algo mais que uma sociedade anônima, fatiada entre PT, PSDB, PMDB e DEM. O povo é bobo, mas não o tempo todo.

sábado, 6 de outubro de 2012

Vejo cenas do pós-capitalismo na TV: crianças trocam brinquedos usados entre si, sem a interferência dos pais. O financeiro abolido em favor da fantasia.

domingo, 2 de setembro de 2012

Dilmá

Brasília - A presidente Dilma Roussef se considera a nova Dama de Ferro, mas está muito longe do status de Margaret Tatcher, Angela Merkel ou Condoleeza Rice. Na verdade, age como uma versão piorada de Cristina Kirchner, o que é patético.

Capa da Forbes ou capa da Caras, tanto faz.

O fato de não conseguir explicar porque não amplia o investimento em educação será cobrado agora e no futuro. Tratar um movimento sindical legítimo com polícia, truculência e recadinhos pela imprensa não passará despercebido pela História. A oportunidade perdida de revolucionar a educação brasileira ficará no currículo da presidente.

Índice de Mercado da Educação

Brasília - Vem aí um ranking das universidades brasileiras, produzido pela Folha de São Paulo (!). O grupo, que junto com Rede Globo e Editora Abril defende o fim do jornalismo diplomado, pretende classificar as universidades brasileiras de acordo com os seguintes critérios: produção científica (55 pontos), inovação (5 pontos), reputação no mercado (20 pontos) e qualidade de ensino (20 pontos).

Classificação ilusória, baseada na Times Higher Education (não confundir com baseado na High Times), a lista da FSP não apresentará surpresas, visto que os critérios quantitativistas e mercadológicos não levam em conta inserção social, ações afirmativas ou cursos inovadores, temas que sem dúvida melhorariam a nota de universidades do Norte e Nordeste do País.

O índice é nova forma de ganhar dinheiro com anúncios do setor privado de educação. Não acredite ser mera coincidência que as mais caras faculdades particulares apareçam no índice. E depois aumentem a mensdalidade.

sábado, 1 de setembro de 2012

Estudantes e professores unidos pela educação: uma resistência permanente 
Brasília - A falta de um debate qualificado, com mais informação e menos adjetivos deletérios, com mais visão coletiva e menos individualismo, marca esta greve. A impressão é de que perdemos a oportunidade de discutir seriamente os problemas da universidade brasileira.

Enquanto estudantes de todo o mundo se envolvem com causas sociais, a maioria dos nossos (não todos, nunca todos) hiberna na alienação política e cultural. Gado não sabe que é gado. Talvez isso aconteça porque muitos de nossos professores agem como pastores e não como guias provisórios nos caminhos do saber. 

Mais uma vez damos razão a Sérgio Buarque de Holanda e sua visão do brasileiro como "homem cordial". A universidade precisa buscar e promover a libertação do indivíduo. A atitude contrária é, e sempre será, prejudicial à humanidade.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A bota no pescoço do trabalhador

Brasília - O Governo Federal confiscou parte do salário de milhares de famílias de servidores federais, que tiveram o ponto cortado em julho. A medida retirou R$ 21 milhões de circulação, o que prejudicou de concessionárias a lojistas, de açougues a mercearias.

Mais do que tirar dinheiro do trabalhador, o governo “pacificou” - no melhor sentido orwelliano -, os movimentos sindicais dentro de sua estrutura. Com 15 por cento de reajuste retalhado em 3 anos, a tendência é a desqualificação do serviço público. Uma colaboração indispensável ao estado mínimo neoliberal.

Guerra fria