sexta-feira, 21 de junho de 2013

A quadrilha mais perigosa não está nas ruas vandalizando o patrimônio público. Está na mídia vandalizando sua cabeça. Gente como Olavo de Carvalho, Reinaldo Azevedo, Luiz Pondé e outros niilistas de direita querem entortar seu pensamento e determinar para onde segue a onda. Os cães de guarda do fascismo querem a ditadura para finalmente ter a quem puxar saco. Não prosperarão. Focinheira neles.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

O Brasil é lindo, mas o povo brasileiro sempre me pareceu um coletivo esquizofrênico, ao mesmo tempo cruel e bovino. Gente que elege Maluf, Afanásio, Anchieta e pastores loucos; que transforma rio em esgoto e joga lixo da janela do carro não é exatamente um ideal de sociedade. Mas nos últimos dias, assaltado por um orgulho inédito, o povo começa a entender o conceito de nação. Nas passeatas, professores e jornalistas protestam contra a PEC 37, que limita o poder de investigação do Ministério Público. Jovens despertam do sonho do ópio do consumo e defendem uma sociedade menos corrupta. Mães levam filhos pra ensinar-lhes desde cedo que direitos sociais precisam estar acima das conveniências do poder. A nação brasileira é este monstro na rua, formado por brancos, pretos e índios, patricinhas, gays, funcionários públicos, estudantes, aposentados, prostitutas, religiosos e telespectadores. Um monstro que surge nos subterrâneos e faz milhares de desconhecidos cantarem juntos o Hino Nacional no metrô. Brasileiros com muito orgulho, com muito amor.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

domingo, 16 de junho de 2013

terça-feira, 21 de maio de 2013

O ministro do STF, Joaquim Barbosa, em conversa com acadêmicos, disse que no Brasil há partidos políticos "de mentirinha", sem nenhuma consistência ideológica que disputam o poder pelo poder e que o Legislativo obedece prioritariamente à pauta do Executivo, votando as matérias do seu interesse.

A reação do Congresso foi imediata, mas não responde às verdades proferidas pelo ministro. O Brasil É SIM, um país sobrecarregado de partidos sem orientação político-ideológica. Por aqui, o PC do B não é comunista; o Partido Verde não é ambientalista; a Rede é evangélica e há partidos deslaicizantemente inconstitucionais como os Democrata Cristão e Social Cristão. Além disso, como pode ser aceita a existência de um partido que é, ao mesmo tempo, Social e Liberal?

Os brasileiros não votam em partidos, mas em pessoas. Não pensam ideologicamente, mas com o fígado e o cartão do Bolsa Família. Por incrível que pareça, o único partido que faz jus à sua ideologia de direita é o DEM. Provando que neste país, a coerência vem de onde menos se espera.

terça-feira, 23 de abril de 2013

A redes de comunicação contemporâneas confundem o conceito clássico de zeitgeist. Uma época que coincide com o fim da criação e o início do longo e tenebroso período da resignificação, este talento nato dos manipuladores. Esta nova idade das trevas é um mistério futuro. Na época medieval, tivemos o Renascimento. E agora?

quinta-feira, 7 de março de 2013

Jornalistas, temos muitos. O que falta é repórter. Profissão em crise que não se auto-avalia, corre o risco de desaparecer. Só seremos importantes à medida em que nos fizermos assim. O jormalismo engendra a democracia. Agora precisa engendrar a nova cidadania.

segunda-feira, 4 de março de 2013

O duplipensar de Orwell soa otimista demais na Matrix Brasil. É etimologicamente deslocado e morfologicamente equivocado. Não é duplo, mas multi. E não é pensar, mas um agir  fórmico.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013


Hatfields & McCoys, a série sobre uma guerra entre famílias que realmente aconteceu no século 19, é um primor em fotografia, roteiro e direção de arte, embora o verdadeiro Anse "Devil" Hatfield se pareça mais com Harry Dean Stanton que Kevin Costner.

Mas quando o assunto é interpretação, as cusparadas de Costner e Bill Paxton não se comparam ao brilhantismo pungente de Mare Winningham, a melhor atriz da geração brat pack.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A Mostra Canta Roraima VII virou CD pelo SESC e novamente traz uma maioria de trabalhos ligados à bodemusic e ao sub-gênero regiobodemusic, com sutis toques de ornitobodemusic e gastrobodemusic.

As belas vozes de Alessandra Denz (segura, pronta para interpretar e produzir standards) e Janio Tavares (voz andrógina, timbres inesperados) são os destaques da produção, assim como o blues ácido-filosófico de Jediael Roraima. Luís Campos canta bem, mas não se emascula o suficiente para interpretar o poema lúbrico da precoce Odara Rufino.

Estradas, a road music de Zanny Adairalba cantada em tom muito alto por Cláudia Lima, foi   prejudicada pelo arranjo over. Merece nova produção em estúdio. Aliás, a poluição sonora ocorre em boa parte das faixas: teclados medíocres preenchendo silêncios necessários, percussão ansiosa e violoncelos deslocados realçam a pobreza musical dos arranjadores.

As coisas mudaram, Morrissey. Agora é “hang the producer”.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Cílios postiços perdidos
rolhas e cacos de vidro
Desvelo, festas, amigos
Empertigado de carro
No avião, empedernido

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012



Os Waimiri Atroari se autodenominam kinja (gente verdadeira) e têm cantos rituais que são puro jornalismo. Exterminados desde as primeiras incursões portuguesas até a abertura da BR-174 nos anos 1970, o povo sobreviveu e há pouco tempo a população começou a aumentar. 

Uma hidrelétrica já foi construída em suas terras e querem instalar outra rio Branco acima. Caso isso aconteça, um lago gigantesco mudará as características da região e comprometerá a caça e a pesca rio abaixo. Para esse povo sobreviver, o Brasil precisa encontrar outra solução para a geração de energia. 

Estudos comprovam que totalmente aproveitado, nosso potencial de energia eólica e solar abastece 13 Brasis. O que favorece a corrupção nos grandes projetos é o desprezo pela vida e natureza aliado à apatia do cidadão urbano que desperdiça energia. Defenda a vida. Clique Contra a Hidrelétrica no rio Branco e assine a petição contra o projeto Bem-Querer.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

You bet, you bet, you Betting

Joelmir Betting morreu e o chato de se perder um jornalista de texto sagaz como ele é que dificilmente haverá substituição. 


A constituição de uma inteligência capaz de analisar os acontecimentos contemporâneos com acuidade e luvas de pelica só é possível a partir de uma somatória que inclui escola, formação política e leitura dos clássicos.


Pergunto-me quantos estudantes de jornalismo fazem isso, agora, no Brasil.

Guerra fria