Us and them, and after all we're only ordinary man. Uma oposição perigosa, mesmo. Observamos o radicalismo ampliar-se do outro lado e não cuidamos do nosso. Acho que esquecemos o perigo da polarização. Tivemos conquistas que não soubemos valorizar. Procuro pensar, talvez por preguiça de especificar, que o problema é global (ocidental), como um rastilho de pólvora que se espalha depois de épocas de abundância, quando arte e academia apontam caminhos novos e "desestabilizadores". O direitismo que afeta Brasil, Argentina e Estados Unidos, logo vai chegar à Venezuela. E depois UE. A idade faz-nos perceber esses devires, assim como sua superação. Tristemente, as ferramentas de comunicação serviram para o contrário do esperado. Sonhávamos com electronic frontier e herdamos a teletela de Orwell. Ou perdemos a fé cedo demais nas conquistas que tivemos desde os 60s ou colaboramos com a virada fascista. Ou as duas coisas. O exame de consciência é válido.
O time chama-se Canelas. Um nome pouco atraente para os adversários inscritos na série D do campeonato português. Nos últimos dias, 12 times da Associação de Futebol do Porto recusaram-se a enfrentar o Canelas. Vão arcar com derrota por não-comparecimento e multa de 750 euros por jogo. Motivo: o Canelas é bruto; seus jogadores e diretoria são violentos, aéticos e ameaçadores. Os times Oliveira do Douro e Varzim B só não anunciaram a decisão oficialmente porque a pena é cair de divisão. Ao saber do boicote, Bruno Canastro, o dirigente do Canelas, declarou estar "estupefacto" e com "um brutal sentimento de injustiça". Hoje, durante a madrugada, duas carrinhas (vans) do Pedrouços Atlético Club foram queimadas. Ninguém sabe, ninguém viu. O Canelas lidera o campeonato com seis vitórias e um empate