quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Saddam Hussein morreu. 
Osama Bin Laden morreu.
Muamar Kadafi morreu. 
Hosni Mubarak caiu. 
Ali Abdullah Saleh caiu. 
Bashar Al Assad vai cair. 


A primavera árabe pode ser interpretada como mera alternância de poder em regiões onde o tempo de gestão é mais flexível. Mas é apenas parte de eventos maiores, onde culturas milenares vivem um mesmo refluxo social. Enquanto no Ocidente acentua-se o fundamentalismo religioso, o Oriente Médio usa tecnologias de comunicação para (re)viver a diversidade. Não falta muito para que o pentecostal Brasil comece a falar sobre a decadência do oriente e considere a teocracia uma opção.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Uma canção


Os Tempos Estão Mudando (Bob Dylan)

Venha pessoal
Por onde quer que andem
E admitam que as águas
Á sua volta aumentaram (cresceram)
E aceitem que logo
Estarão cobertos até os ossos
Se seu tempo para você
Vale a pena ser poupado
Então é melhor começar a nadar
Ou irá se afundar como uma pedra
Pois os tempos estão mudando

Venham escritores e críticos
Aqueles que profetizam com sua caneta
E mantenham seus olhos abertos
A chance não virá novamente
E não falem tão cedo
Pois a roda ainda está girando
E não há como dizer
Quem será nomeado
Pois o perdedor de agora
Mais tarde vencerá
Pois os tempos estão mudando

Venham senadores, congressistas
Por favor escutem o chamado
Não fiquem parados no vão da porta
Não congestionem o corredor
Pois aquele que se machuca
Será aquele que nos impediu
Há uma batalha lá fora
E está rugindo
E logo irá balançar suas janelas
E fazer ruir suas paredes
Pois os tempos estão mudando

Venham mães e pais
De toda a terra
E não critiquem
O que não podem entender
Seus filhos e filhas
Estão além de seu comando
Sua velha estrada
Está rapidamente envelhecendo
Por favor saiam da nova
Se não puderem dar uma mãozinha
Pois os tempos estão mudando

A linha foi traçada
A maldição foi lançada
E lento agora
Será o rápido mais tarde
Assim como o presente agora
Será mais tarde o passado
A ordem está
Rapidamente se esvaindo
E o primeiro agora
Será o último depois
Pois os tempos estão mudando

Todo meu apoio aos estudantes da USP

Não, senhores. Os estudantes não deixaram de ser a vanguarda do pensamento, da liberdade e das artes para defender futilidades. Quem se perdeu foi a sociedade, que já não possui capacidade cognitiva para discernir temas como educação, política, liberdades individuais, moda, economia, música e cozinha sem a orientação da mídia.

A pentecostal sociedade brasileira, que ama carnaval, churros e não perde a novela porque depois tem futebol, desconhece a primavera democrática que ocorre no mundo todo. Uma sociedade que contamina deliberadamente crianças, jovens, comércio e meios de comunicação com uma ética bíblico-capitalista de vulto eminentemente repressor. Uma sociedade que tem Paulo Maluf e apresentadores de programas policialescos como heróis populares; que se corrompe em todos os níveis e é guiada por José Nêumane Pinto e Victor Civita pouco merece a consideração que os estudantes da USP lhes dedica

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Feedback post for two died friends


Murilo Souza comandou o Rock do Finado por duas edições na Pizzaria Ícaro's, que fundou depois que saímos do Jornal Última Hora, onde trabalhamos com Sylvio de Carvalho, Zuleida Viana, Flávio Rabello, Marcelo Bussachi, Alfredo Maia e escrevíamos ouvindo rock em nossos gravadores cassete sincronizados. Tocaram por ali Odely Sampaio, Mário Wander, Elton Russo e outros caras importantes para a cena rock local. Mário morreu. Sylvio também. Há uma semana, Murilo deixou de ouvir hard rock, ele que há mil anos me apresentou Deep Purple e aquele disco do Jon Lord com um elefante de tromba amarrada que ele quis me dar mas, não sei porque, recusei. Recentemente baixei o disco (Before I forget) e voltei a ouvir por vezes seguidas a interpretação de Elmer Gantry de Where are you. Ia dar uma cópia para o Murilo, mas não houve tempo.

Zequinha Neto 1960-2011
A morte de Zequinha Neto deixa o jornalismo de Roraima um pouco pior. Também deixa a Universidade Federal de Roraima menos combativa, ele que em suas últimas publicações defendia a renovação do pensamento acadêmico na UFRR. Zequinha era uma baliza ética e profissional que irritava, sim. Aos incompetentes, aos desqualificados. Defensor da formação superior para o jornalista, Zequinha desprezava o jabá, os erros de português e de informação, a diagramação tosca, o fotojornalismo e o telejornalismo amador e a empáfia dos que usam os meios de comunicação para a auto-promoção e ataques pessoais.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

To share, with love


Boa Vista - Isto não é pieguice. Educar é plantar uma semente que nalgumas vezes apresenta resultados imediatos e noutras só frutifica anos mais tarde. A missão de educador não é simples. Precisamos nos preparar diariamente dedicando tempo aos estudos e dinheiro à aquisição de livros e outras formas de conhecimento que muitas vezes sacrificam a nós e nossas famílias. Educar é amar e muitas vezes não ser amado. Professores são figuras vulneráveis, sozinhos diante de uma sala numerosa, sujeito a avaliações precipitadas, observações jocosas e a julgamentos por sua posição política, opção sexual, gênero, pelas roupas que veste. Professores são frágeis. Perdem horas de sono procurando fazer o melhor. Preocupam-se com aquele aluno que não conseguiu obter nivelamento com os demais. Preocupa-se com os investimentos na educação pública, com a crise mundial que bate à sua porta. Professores são seres humanos comuns, mas com uma missão especial. Aquela que lhe permite ler estas linhas. A que garante sua visão e sua condição de indivíduo no mundo. Por isso agradeço com emoção as felicitações pelo Dia do Professor que recebo de alunos e ex-alunos em diversas partes do Brasil e do mundo. De Osasco a Belo Horizonte; de Divinópolis a Dublin; de São Paulo a Boa Vista, obrigado.

domingo, 16 de outubro de 2011

Brasília - A fila da TAM é tão grande, que a cidade parece estar sendo evacuada.
Brasília - A fila da TAM é tão grande, que a cidade parece estar sendo evacuada.

sábado, 15 de outubro de 2011

Professor tem valor

Brasília - A gente podia tá matando, a gente podia tá roubando, mas a gente prefere tá educando. Por isso estamos aqui, reunidos no Sindicato Nacional, em pleno sábado, Dia do Professor, propondo educação de qualidade a um governo truculento e insensível que trata uma questão de estratégica e diretamente ligada à democracia como mero item orçamentário. Povo que não valoriza o professor é povo sofredor. Governo que desvaloriza o professor é governo opressor.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Não verás país nenhum

Brasília - Na reunião do setor das IFES, tentativa de evoluir da perplexidade à ação contra o Projeto de Lei 1992, que acaba com a aposentadoria integral e cria um modelo de previdência privada para o servidor público, baseado no sistema de bolsas de valores. 
Com o PL, o valor da aposentadoria flutuará de acordo com a volubilidade do mercado financeiro. O momento não é mais de esclarecimento, mas de mobilização. Coisa que a sociedade brasileira sabe fazer, pelo menos de vez em quando. A insurreição no Chile e em Wall Street nos inspirará?

Os chatos

Brasília - O governo conseguiu fazer com que 100 professsores, vindos de todo o Brasil, perdessem seu tempo em Brasília por conta de rusgas com o Sinasefe, o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica. A oficina não ocorreu e o grupo ficou trancado num auditório cercado de manifestantes cobertos de razão. Antes isso se chamaria censura. E hoje?

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Para amar o Grande Irmão

Brasília - Manifestantes do Sinasefe na entrada da Enap e representantes do governo inesperadamente concordam em atrasar a oficina. Os representantes do Ministério do Planejamento se recusam a começar a oficina por conta dos manifestantes, que estão na entrada do auditório em perfeita ordem, todos com nariz de palhaço. Enquanto isso, os professores  esperam bovinamente que o MPOG considere o encontro inviável. 

Guerra fria