quinta-feira, 29 de agosto de 2002

Inteligências coletivas

Digeratti de todas as idades e tribos reuniram-se há poucas horas no Sesc da Vila Mariana para ver Pierre Lévy dizer que a revolução sócio-antropológica que vivemos com o ciberespaço equivale à da invenção do microscópio no século XVII. Porque estamos descobrindo um novo mundo, o mundo da inteligência coletiva.

Para exempificar suas teorias sobre o grande cérebro eletrônico que estamos criando com os conteúdos que são disponibilizados na web - da qual participamos em maior ou menor escala -, Lévy comparou os seres humanos aos animais e disse, com eufemismos acadêmicos, que somos mais bem resolvidos que o outros mamíferos porque temos capacidade de perguntar, dialogar e transferir conhecimentos. Achei um exagero, afinal os animais fazem isso telepaticamente e telepatia parece ainda não estar entre os interesses de mounsieur Lévy.

Depois falou que uma multidão de seres humanos é menos inteligente do que o indivíduo - Aldous Huxley não foi citado, mas talvez tenha sido o primeiro a falar sobre esse veneno gregário no Regresso ao admirável mundo novo. E, claro, que uma multidão de abelhas é mais inteligente que uma abelha só, ocorrendo o mesmo com as formigas e as zebras. O ciberespaço, essa grande biblioteca, seria o ecossistema das idéias humanas na qual elas crescem como plantas - disso eu gostei -; o fim do copyright para idéias abstratas e a expansão do software livre foram temas tocados en passant.

Pouco critério na seleção das perguntas enviadas ao filósofo. Vi a minha sobre ciberativismo e povos indígenas da Amazônia começar a ser lida, mas teve que ser interrompida pelo próprio Lévy para responder as duas das três perguntas em seqüência que o professor da Unicamp lhe empurrara. Ouvi uma promessa de uma resposta por e-mail. E estou registrando.

A impresão que eu tive, olhando o solitário professor francês no centro do palco, a cinqüenta metros de altura no pior lugar do teatro, é de que a tela é muito mais que o objeto à nossa frente neste momento.

Copyright e desenvolvimento humano

Em 1992, quando a rede tinha pouco mais de um milhão de usuários, criou-se a Internet Society, que estabeleceria acordos e adotaria protocolos para que o desenvolvimento da web pudesse ser produzido e compartilhado por toda a humanidade. A idéia era excelente, como tem provado o acesso à rede, a produção de softwares em escala global e os 11 mil membros da ISOC em 182 países.

O problema é que os detentores de royalties, acionistas e toda sorte de especuladores virtuais - incluindo desenvolvedores de programas e autores de obras artísticas disponibilizadas na Internet - querem restringir o acesso de uma substancial parcela da humanidade a essas maravilhas. Justamente a que mais necessita de conhecimentos compartilhados para sobreviver à desterritorialização de trabalho, capital e cidadania: os ciberexcluídos.

Pelo amor do sotware livre, leia mais sobre isso no site da Internet Society.

Coisas que procuram neste blog

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quarta-feira, 28 de agosto de 2002

Orwellianas

O ministro do interior de Israel está sendo acusado de manter uma lista negra com nomes de cidadãos israelenses. T.T., uma etíope que vive no país há 15 anos tentou renovar o passaporte e não conseguiu visto por mais de um ano. Entrou com ação judicial mostrando a ilegalidade e detonou o esquema de controle branco sobre estrangeiros em Israel.

terça-feira, 27 de agosto de 2002

Tudo pelo Contrato Social

Os Sarneys sobrevivem através das gerações.
Votar em Lula é lição do manual de sobrevivência.

Culpa é do Brasil

O governo português dispensou uma embaixada de primeira qualidade, oferecida a preço simbólico pelo governo indiano aos primeiros europeus a alcançarem o país de Krishna e Siddartha por mar. Portugal hesitou e a França comprou o aprazível lugar por 2 milhões de dólares. Motivos para vociferos de Carlos Albino no Diário de Notícias.

Imagens em desfile (Semiótica do Histórico)

Um coração,
Um drive de cd-rom
Segunda semana de ensino, pesquisa e extensão da Universidade Federal de Santa Catarina
Um bebê
Uma bola de futebol
Quer ganhar um anel de brilhante?
74 F
Trim-Trim
Panelas
Impressora
$79,99 free shipping!
Buy stocks for $4
americaslibrary.gov
Agora você tem mais um motivo para querer morar na Mooca
Desenho de um garoto sumerso com snorkels, ao lado de dois peixes
Ajuda
Celeiro de projetos
Uma cebola
1
A frente de um amplificador
Yahoo Empregos
CESG
O Bushinho tá preocupado... Mr. Lula, desça destas pesquisas imediatamente! (Aroeira)
Soft Trent web design
Nutrição do atleta
Avançar
Vila Mariana
Smilies
Guitarra
Ler anterior
Foto do FHC
Você está pronto para mudar de vida?
Balões animados
Flickering Flame Roger Waters
A bandeira da Argentina
Tatuagens
Grade de programação
Bikini Kill The singles
Iron Maiden Fear of the dark
Não faça guerra
Sim, eu quero
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Não é um poema dadaísta. Trata-se uma babel gráfica, que pode ser encontrada em qualquer histórico de páginas de internet. Do it yourself:
1 - Coloque o CD Ecstasy (2000), do Lou Reed e headphones;
2 - Abra a pasta de arquivos temporários da Internet num visualizador de fotos (recomenda-se o ACDSee) em modo de tela cheia;
3 - Coloque em modo slide, com loops de 1 segundo;
4 - Procure a lógica da seqüência de imagens.
A experiência também pode ser feita ao som de King Crimson, Smashing Pumpkins, Strokes, Nirvana, Yes, Sigur Rós, Nick Cave e Pink Floyd.

segunda-feira, 26 de agosto de 2002

As epístolas de Bin Laden


Dizem as lendas da era da informação que o terrorista saudita Osama bin Mohammed bin Awad bin Laden (vulgo Bin Laden) deixou escritas dezenas de cartas-manifestos (epístolas) propondo a jihad contra o demônio capitalista representado pelos EUA. Haveria atentados programados e alvos preferenciais.
Numa delas, divulgadas pelo Islamonline, BL invoca muçulmanos de todo o mundo a lutar em nome de Alá.

...and justice for all

Dos sete juízes do TRE do Acre, apenas um votou contra a impugnação da candidatura de Jorge Viana à reeleição. Não por coincidência, o voto contrário é do corregedor do TRE, que desafiou os outros seis juízes a abrir seus sigilos bancário, fiscal e telefônico. Será que eles topam?

domingo, 25 de agosto de 2002

Gasp

O filme Os deuses malditos, da fase alemã de Lucchino Visconti é nauseante.
Pedofilia, nazismo e aristocracismo convivem, indeléveis. Como se não fossem irmãos de sangue.
Não há culpa maior que a do espectador.

Na vitrola

We only come out at night - Smashing Pumpkins

sábado, 24 de agosto de 2002


Por um punhado de dólares ou Uma grande idéia
O brilhante presidente dos Estados Unidos, Bush 2, encontrou a solução ideal para evitar incêndios florestais: permitir que as madeireiras cortem a floresta nativa.
Pela lógica Bushiana, capitalista, insensata e anti-ecológica, quanto menos florestas, menos incêndios.
Se atuarmos firmemente, um dia conseguiremos ter índice zero de incêndios florestais, teria dito o gênio.

Mercado

A Globo está abusando da tal vampiromania. Durante toda esta semana os filmes da madrugada foram de acordo com o tema.
Eu, por exemplo, estou com esse bam-bam-bam-bam-bam-bam-bam-bam-bam-bem-bem-bem-bem-bem-bem-bem-bem-bem-bim-bim-bim-bom-bom-bom-bom-bom-bom-bom-baum-baum-baum-baum da introdução de Blue Moon ecoando no cérebro há dias.

Outra divulgação massiva chatíssima é a que vem sendo feita nos telejornais e na novela das 6, que divulga essa prática odiosa do maltrato aos animais, esse resquício de barbarismo chamado rodeio. Abaixo Barretos e os torturadores de touros e cavalos.

Bram Stocker Coppola

Sangue (longa pausa) é uma coisa preciosa nesses tempos, disse o vampiro.

sexta-feira, 23 de agosto de 2002

Acreanas
O governador do Acre, Jorge Viana (PT) é jovem e ecologista. Motivos suficientes para ter sua candidatura impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral de lá. Motivo: ele teria usado o desenho de uma árvore, que é o símbolo do seu governo, na campanha à reeleição.
Bullshit. Viana mexeu com as estruturas seculares do coronelismo amazônico e está na alça de mira do crime organizado na política.

quinta-feira, 22 de agosto de 2002

Sem Noção

Se você sempre procurou um endereço realmente sem noção e nunca achou, visite a casa de Joselito Sem Noção. Noutro site, o autor explica: Pense no cara mais chato que você conhece e multiplique por 9678745234, esse é Joselito.

Guerra fria