terça-feira, 30 de julho de 2002

O primeiro ano do resto de nossas vidas

São Paulo - Falar de Joel Schumacher (Lost Boys) me deixa nostálgico.

Alguns filmes do cara foram super importantes na minha adolescência. Películas que nos dizem, enquanto vivemos numa cidade pequena, que viajar é preciso, principalmente se é para Nova Iorque, tentar a vida tocando saxofone, como o Billy de St. Elmo's Fire, ótimo filme sobre a Geração X que teve o pomposo título em português de O primeiro ano do resto de nossas vidas.


Neste filme, Schumacher conseguiu antecipar muito do que aconteceria com minha turma nos anos seguintes. Assisti-lo é encontrar, guardadas as proporções, tristezas e alegrias que são só suas num texto que não é seu. Adivinhação ou tempo circular?

Sobre ansiedade e crimes

Gosto muito do filme Um dia de fúria, de Joel Schumacher (Linha Mortal, O Cliente), que é exibido agora, no SBT. Não sou do tipo que viaja na alucinação do personagem de Michael Douglas e confunde arte com vida, mas o mito da Odisséia, aqui transformado em jornada de serial killer ao longo da tarde, é sempre interessante. Aqui, o anti-Ulisses é raptado por uma Circe neonazista e Telêmaco é uma menininha que faz aniversário.
Prefiro encontrar no roteiro, filigranas do cidadão médio, raspas de cotidiano que, se não podem levar o homo urbanus à loucura, como acontece com o Michael Douglas, revelam com fina ironia que nossas crianças conhecem o mecanismo de bazucas e que jogar golfe é para gente muito rica e muito chata. Na saga de Douglas pela cidade, operários, famílias ordinárias, neonazistas e playboys que, no fundo, podem mesmo nos levar à loucura.

Relações Públicas

São Paulo - A Casa Branca lança escritório para melhorar imagem dos EUA no mund. Relatório afirma que "em todo o mundo, muitos vêem os EUA como arrogantes, hipócritas, e tendo desdém pelos outros". Tá no Estadão .

Eles só sacaram isso agora?

Amplificadores Gentis

São Paulo - A verdade é que o novo disco do Sonic Youth é soberbo. Não falo mais nada além disso.

segunda-feira, 29 de julho de 2002

Dramenbêis

São Paulo - Não sei porque estou blogando isso somente agora, mas Audio Architecture 2 (Marky) prova, não apenas pelo texto do encarte, que o cara (re)inventou esse tal de Drum n' Bass. É impressionante a capacidade de recriar músicas como Carolina Carol Bela de Jorge Benjor e Toquinho. Dá pra ouvir aqui.

Tatty

Meu, tipo assim... se o adolescente brasileiro não for igual à Tati, do Fantástico, ainda vai ser.
É Tati ou Tatty? Tá mais pra Tatty.

The One

São Paulo - Dave Grohl merece uma chance no cinema. No último clip o cara faz um clown convincente. O cara tenta...

Realidade

São Paulo - Pensando em se inscrever para o próximo Big Brother Brasil? Desista. Inscrever-se pela internet é furada. Caso alguém ainda não saiba ou nem mesmo tenha desconfiado, há certos critérios para chegar ao estrelato nesse show politicamente correto. Algumas dicas são buscar alguma espécie de ação afirmativa. Ser modelo; negro; caipira; pouco inteligente; meio maluco; conhecer alguém da Globo. Quem consegue unir pelo menos duas dessas qualidades é eleito.

Vanessa, Caetano, Fernando e outros que não lembro o nome, são modelos. Kléber, o campeão do primeiro BBB, já foi figurante em novela da Globo; Cida é parente de um funcionário da Vênus Platinada; Rodrigo foi procurado por um olheiro da Globo em Ribeirão Preto. Etc. etc. etc.

Show de realidade? Conta outra.

Coisas que vejo agora, na TV

São Paulo - Michael Jackson invade um bar e pelo jeito vai duelar com Michael Madsen.

Será que ele nunca viu Cães de Aluguel?
E agora pintaram Crhis Tucker e Marlon Brando. Movimentado, o filme de Jacko.

domingo, 28 de julho de 2002

Indexando

Google! DayPop! This is my blogchalk: Portuguese, Brazil, São Paulo, Butantã, Avery, Male, 31-35!

quinta-feira, 25 de julho de 2002

Bloguema

Minimal
Frio.
Uma gota de orvalho cai n'água.
Ondas.
Um pássaro acorda.
O orvalho olha a água, pendurado na ponta de folha verde e brilhante.
Manhã.
Formigas começam o trabalho.
Um peixe olha o próprio reflexo, na lâmina d'água.
Uma lagarta arrasta-se pelo caule molhado de uma planta desconhecida.
Pássaros aquecem os músculos, voam.

O mundo livre de Bush

São Paulo -
Há textos radicais e fotos horripilantes em Nuestro Mundo , endereço pacifista que mostra, sem reservas, o significado de "Mundo Livre" defendido por Bush 2.

Por falar nele, este alcoólatra e assassino (matou mais de 100 pessoas, a maioria negros, quando governador do Texas), que teve duas filhas menores de idade detidas com droga legal a partir dos 21 e uma sobrinha proibida de tomar anti-depressivos e que vê tudo isto como sinais da ruína familiar quando na verdade ele e o pai criaram esse paradigma, é um dos grandes caloteiros do sistema financeiro. É esperar pra ver.

quarta-feira, 24 de julho de 2002

Terror

São Paulo - Lançar míssil sobre área residencial palestina é terrorismo oficial. Israel não é o melhor exemplo do Oriente Médio. A imprensa precisa ser avisada. Bush 2 também.

Italian Leather Sofa

São Paulo - Agora sim, lembrei do que queria postar, flanando blogs: Um grande garoto é o tipo de filme que trabalha nosso astral de uma forma, digamos assim, bem inglesa - que pode até parecer norte-americana, por alternar momentos dramáticos e risíveis.

Mas a diferença deste roteiro (originalmente é um livro do Nick Hornby)para a estrutura tradicional da famigerada comédia romântica norte-americana é o enredo: a mão do escritor e sua capacidade de nos imprimir uma sensação espiral, de funil.

terça-feira, 23 de julho de 2002

A Joke

Lil' Johnny goes to his dad and asks, "What is politics?" Dad says, "Well son, let me try to explain it this way. I'm the breadwinner of the family, so let's call me Capitalism. Mommy is the administrator of the money, so we'll call her the Government. We're here to take care of your needs, so we'll call you The People. The nanny, well, consider her The Working Class.
Your baby brother, we'll call him The Future. Now go think about this and see if it makes sense."
So the little boy goes off to bed thinking about what Dad has said. Later that night, he hears his baby brother crying and runs to his room only to find that his diapers are very soiled.
So the little boy goes to his parents' room. Mom is sound asleep. Not wanting to wake her, he goes to the nanny's room. Finding the door locked, he looks through the peephole and sees his father in bed with the nanny. He gives up and goes back to bed.
The next morning, the little boy says to his father, "Dad, I think I understand what politics is now."
"Good son, tell me in your own words then what politics are." The little boy replies, "Well, while Capitalism is screwing the Working Class, the Government is sound asleep, the People are
being ignored and the Future is in deep shit."

domingo, 21 de julho de 2002

Nossa Senhora da Janela

São Paulo - Não quero decepcionar ninguém, mas aquela vidraça em Ferraz de Vasconcelos (SP) quebra, como qualquer outra. É só fazer o teste da pedrada. O afluxo de milhares de pessoas para buscar curas milagrosas diante de um vidro manchado é um quadro representativo da nossa argentinização: a incapacidade de organização social, de redistribuição de renda e de recuperar a dignidade do povo.

A Santa da Janela, ao lado da canonização de Madre Paulina e da conquista da Copa do Mundo impregnam o inconsciente coletivo do povo brasileiro e fazem alquimia: dissimulam desespero em esperança.

Falling Stones

São Paulo - O maior granizo já encontrado media 20 centímetros de diâmetro e pesava 700 gramas. Soube agora, pela TV Cultura.

O Campeão

São Paulo - Não é recalque não, mas se Ayrton Senna estivesse vivo, Michael Schumacher estaria lutando pelo seu segundo, quem sabe primeiro campeonato.

A conquista do quinto título na Fórmula 1 tem muitas explicações técnicas, para as quais gente mais especializada que eu pode falar com tranqüilidade. Prefiro, recolhendo-me à insignifcante condição de telespectador, a dizer, com todas as letras, que não há emoção numa vitória de Schumacher.

Em toda a sua carreira, raramente o alemão surpreendeu. Em cada vitória fica aquela sensação de Autorama, de um carro guiado por controle remoto, sem erros, sem... emoção. E agora vencer o campeonato em julho!

O único carro - porque são os carros, e não mais os pilotos - que teria condições de competir com Schummy seria o de Barrichello, o eterno segundo piloto. Esqueçam a Fórmula 1. Essa categoria acabou em 1995. O que vocês têm aos domingos, na Rede Globo, é um programa de TV com final previsível.

Chegar ao quinto título e igualar-se a Juan Manuel Fangio em julho! Façam-me o favor...

quinta-feira, 18 de julho de 2002

Back to the old house

São Paulo - Meu primeiro blog chamava-se As Luzes, e existiu, nos idos de 1997 na Fotunecity. Claro que nessa época, de velocidades 14400 bpm, as anotações pessoais não tinham esse nomezinho simpático.

Pensando bem, não foi o primeiro, mas segundo. O primeiro era uma home page brega que hospedei na Tripod um ano antes. Perdi a senha e nunca mais consegui atualizar. Acho que nem existe mais.

Pois bem, "As Luzes" continua a ser divulgado (pelo que somos agradecidos) por sites como este.

quarta-feira, 17 de julho de 2002

Mário Juruna, Deputado Federal

São Paulo - O cacique Juruna morreu. Soube agora pela TV.

Lembro de seus discursos, ridicularizados no jornalismo da Globo. Juruna foi um cara à frente do seu tempo. Alguém que acreditava na possibilidade de melhorar a relacão entre índios e brancos. Não conseguiu e foi abandonado por todos.

Morreu diabético e só em Brasília.

"O brasileiro tem uma cabeça pequena, pensamento curto. Prefere idéias importadas do que pensar".

terça-feira, 16 de julho de 2002

Livros

São Paulo - O segundo trimestre de 2002 rendeu pouco. Li pouco. Escrevi pouco. Saí pouco. Ganhei pouco. Pouco is beatiful.

Leio Regresso ao Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley) - Vinte e sete anos depois, o velho Huxley revisita seu livro mais controvertido e, diferente de gente como eu e você, que pode detestar tudo o que escreveu há um ano, faz uma análise precisa dos acontecimentos presentes e seus desdobramentos futuros.

Leio O Médico de Lhassa (Lobsang Rampa) - Continuação das loucas aventuras de um monge tibetano pela China. Leia com atenção as descrições cruas das torturas japonesas.

Leio A Hora dos Ruminantes (José J. Veiga) - Pavorosa história do sinistro J. Veiga, sobre figuras estranhas que acampam do outro lado do rio, deixando os moradores da pacata Manarairema em estado de pânico.

Leio A Morte Feliz (Albert Camus) - Camus, neste que foi um dos seus últimos escritos (embora tenha sido preparado na mesma época que O Estrangeiro) fala de amor de forma existencial e niilista, como sempre. Mas envolto num lirismo inesperado. Quem não gostaria de habitar a Casa Diante do Mundo?

Leio Vidas Secas (Graciliano Ramos) - Fui, provavelmente, o último brasileiro a ler as aventuras e desventuras de Fabiano, Sinhá Vitória e a cachorra Baleia. Antes tarde do que nunca. Graciliano é um mestre na arte da síntese. Felizmente ele nasceu na época certa, ou hoje seria obrigado a atuar na publicidade.

Leio Pemongon Patá: Território Macuxi, rotas de conflitos (Paulo Santilli) - A tese de doutorado de Santilli, sobre a organização política dos índios macuxi, me deixou com saudades de Roraima. O autor caiu em campo e trouxe lendas e guerras dos índios. E atinge, em cheio, o stablishment político e agrário de Roraima, dominado por um punhado de famílias de invasores da terra indígena que se perpetuam no poder até hoje. A luta pela demarcação da terra dos índios continua, em pleno Século 21.

Leio O Túnel (Ernesto Sábato) - Suspense argentino, pra levantar os ânimos. Sábato é o tipo intelectual-acadêmico-científico que enveredou pela ficção. O livro segue o modelo das "memórias do assassino", mas um assassino de classe, amante das artes e artista. Um criminoso assoberbado.

Leio Seis passeios pelos bosques da ficção (Umberto Eco) - Pra quem AMA literatura. Nesta obra, baseada na série de seis palestras que deu em Harvard, o velho Eco é, ao mesmo tempo, acadêmico e fã de literatura. Claro que ele trata de Ulisses, A Metamorfose, A Montanha Mágica, O Aleph e outras grandes obras. Pérola: "A imensa e antiga popularidade da Bíblia deve-se à sua natureza desconexa, resultante de ter sido escrita por muitos autores diferentes".
Consulta
Hoje fui ao ortopedista indicado pela emergência do Hospital Universitário. Mas o negócio não era assunto dele. "Faço cirurgias de quadril, apenas. As cirurgias de ombro são com o doutor Leomar", disse o ortopedista Vinícius. Ok. Assim que encontrar Leomar entro numa nova fase da minha vida: aquela em que poderei contar quantos pontos levei e indicar a cicatriz.
Boa notícia: posso tirar a tipóia de vez em quando. Menos mal. Assim posso usar as duas mãos para falar dos livros que li no segundo trimestre deste ano. No post aí em cima.

sábado, 13 de julho de 2002

Dia do Rock

São Paulo - E não posso dar um acorde. A cirurgia causa medo. Vou desistir por enquanto.

domingo, 23 de junho de 2002

Sickness

São Paulo - Este blog vai ficar desatualizado por algum tempo. A luxação do ombro direito voltou e devo ficar semi-mumificado pelos próximos oito dias. Depois, farei uma cirurgia nos ligamentos. Justo agora, no final da dissertação. Portanto, vou postar o que já estava escrito e até a próxima.

sexta-feira, 21 de junho de 2002

Bloguema número 2

Hai-cais de Inverno
© Avery Veríssimo


Sol inclinado
inverno quente
em junho

*

À margem do rio,
pinheiros
mangueiras

*

No armário
roupas
poeira

*

Solstício
Sol
abandona Gêmeos

*

Solstício
Yule
canta e dança

Cronos

São Paulo - Beira o nonsense falar sobre insônia às 5 da tarde. É que na insônia, às 5 da manhã, escrevemos apenas o que interessa, comprovando a tese de que uma boa noite de insônia pode ser produtiva. Ou, em última instância, que uma noite produtiva pode ser arrebatada pela insônia.

Ajude

São Paulo - Fiquei sabendo de uma história muito louca, uma situação urgente.

Em Manaus, uma menina de três meses de idade sofre de uma doença rara e precisa trocar todo o sangue, numa cirurgia que só pode ser feita no Hospital Beneficência Portuguesa.

Situações como essa, na Amazônia, são relativamente fáceis de resolver em ano eleitoral não fosse um pequeno detalhe: a mãe e a avó da menina são Testemunhas de Jeová e não admitem intervenções cirúrgicas na criança, por questões religiosas.

Embora parte da família tenha usado uma série de argumentos, inclusive que, se Deus criou o homem e lhe concedeu poder para curar os doentes, logo aceitaria auxílio da Medicina para resolver este caso, não adiantou.

Há uma única oportunidade de fazer a cirurgia: com a autorização do pai, que é separado da mãe, mas mora no andar de cima da mesma casa, no bairro da Compensa, na periferia de Manaus. A questão é delicada mas acho que esse assunto não pertence apenas à família. Uma vida está em risco. Alguém que ainda pode fazer muito pela humanidade. Ou pode não fazer diferença nenhuma. Mas precisa de uma oportunidade.

A mãe da menina chama-se Dorotéia Oliveira e mora na avenida São João, número 123, Compensa. O telefone é 675 0218. O pai chama-se Wilson e pode ser encontrado no mesmo endereço.

Pode ser uma irresponsabilidade publicar este endereço aqui. Estou em São Paulo e poderia ficar indiferente a isso. Mas não dá. E acredito que os bloggers de Manaus podem pensar em algo para ajudar esse bebê.

quinta-feira, 20 de junho de 2002

Sucks

São Paulo - Decepcionante aguardar a lista de atualizações do Blogger, encontrar apenas um em português e descobrir que, ao invés de acrescentar um novo endereço interessante à sua lista pessoal, publicaram apenas papos incompreensíveis dos chats ou quilômetros de letras de música, muitas sem o nome dos autores ou ainda testes para descobrir se você é a Lisa Kudrow ou o Matt Le Blanc.

terça-feira, 18 de junho de 2002

Novo template

São Paulo - Pronto. Acabo de usar o laboratório da Pós-Graduação da ECA para mudar o template. Ninguém percebeu. Que mudei o template.

Terra dos Ventos*

São Paulo - Resolvi vasculhar o Google com os termos Blog e Roraima. Alguns resultados: um cara acusa outro de tentar ser a Marilyn Monroe de Roraima (??). Noutro blog, sujeito de pouca cultura propõe mudar os nomes de Tocantins, Rondônia, Roraima e Acre para Didi, Dedé, Mussum e Zacarias (???).

O blog de uma garota noticia que três sites de Roraima concorrem ao IBest. Outra garota lamenta que duas pessoas estejam indo para lá passar dois anos. Outro, diz que o Butt se mandou pra Boa Vista. Geane Oliveira, 16 anos, bloga de Boa Vista. Ou blogava, já que não atualiza há tempos. Enquanto isso, "o Roraima" junta-se às fileiras deste blog. Já aqui, the song remains the same: provavelmente uma roraimense que mora no Rio.

Neu tro Azul, feito pelo Hermano, que mora em São Paulo é movimentado. Tem de uma foto do Smashing Pumpkins (grande show no Pacaembu, em 1996), e não abusa das abomináveis abreviações dos IRCs.

Rede Bobo

Numa faixa levantada por torcedores nas arquibancadas da Coréia, uma inscrição do tipo: "Tim Lopes, sua luta não foi em vão...".

Além da perfeição geométrica e da diagramação do letreiro - coisa de profissional -, havia na faixa-cartaz aquele símbolo (vênus platinada) da Rede Globo. Perfeito, com todas as cores e reflexos. Parecia feito pelo próprio Hans Donner.

Das novelas ao Big Brother; do Gente Inocente ao Jornal Nacional, nada na Globo é por acaso...

domingo, 16 de junho de 2002

Bloomsday

Há 98 anos, no décimo-sexto dia do sexto mês, Stephen Dedalus andou pelas ruas de Dublin e a história da literatura mundial nunca mais foi a mesma. Ei, será que já ouvi isso antes? Ah, bom. Pensei que ninguém tinha notado. Mas como diz a Sidenia, James Joyce é o escritor mais comentado e o menos lido. A questão, entretanto, é: será que um dia a velha Dublin saberá diferenciar os acontecimentos reais dos narrados em Ulisses?

sábado, 15 de junho de 2002

Eu sou o Burgess Meredith

Ninguém faz testes para descobrir se é o Burgess Meredith. Ou Spencer Tracy....

Crááááááááasssssss!

O barulho que ouvi há uns dez minutos era mais horrível que a onomatopéia do título. Foi como um arrastar de coisa pesada e duas batidas em seguida, me fazendo levantar às pressas, abandonar o teclado pensando "por favor, estejam bem, não morram, existem pessoas que os amam" e ver, pela janela do apartamento, que mais gente andou se ferindo no trânsito de São Paulo. Morremos como moscas neste ambiente selvagem, em que faixa de pedestre e sinal vermelho são meros símbolos na semiótica desse circuito de rua letal.

sexta-feira, 14 de junho de 2002

Branco

São Paulo - Um grupo de abnegados cidadãos virtuais vem empreendendo, com sucesso, um movimento em prol da página em branco.

O motivo é o seguinte: antigamente os livros vinham com muitas páginas em branco antes de ir para o que interessa. Hoje já não é assim e tal...O barato do movimento é reintroduzir outra vez as páginas em branco, oferecendo-as como um momento de tranqüilidade no rush da rede.

Digerati

Em tempos de neo-censura é bom lembrar que temos uma Declaração de Independência do Ciberespaço e que a rede está aqui menos para receptáculo de nossas banalidades diárias do que para aproximar cidadãos.

Necromancia

Fuçando os arquivos do Tapioca reencontrei a lista das 50 pessoas mais bonitas do mundo. Mortas.

quarta-feira, 12 de junho de 2002

Sou o George C. Scott

Insisto. Nada de testes do tipo "que Smurf sou eu" nestas e-pístolas. Essa estória de testezinho pra cá, testezinho pra lá...

Pau que nasce torto...

Raimundos, Rodox e, em última instância, o Rodolfo. Em carreira-solo ou noutra banda.

Sósias 2

Baby do Brasil e Steven Tyler

Sou o Danny Ayelo

Não vou entrar nessa. Ninguém vai me ver colocando links aqui para aqueles testes do tipo "quem sou eu". Definitivamente não.

terça-feira, 11 de junho de 2002

E vamos nós!!


Quem é fã deve se ligar no SBT. Estão passando episódios dOs Impossíveis pela manhã. É meu desenho preferido da infância. Ou seja: de todos os tempos. Três caras legais que tocam numa banda de rock e nas horas vagas combatem o crime como um grupo de super-heróis com poderes especiais. Os heróis são o Homem-Mola, que estica braços e pernas indefinidamente, como o Senhor Fantástico; Homem-Fluido, que transforma-se em líquido; e Multi-Homem, que cria vários clones de si mesmo.

Na sala, diante da TV:
- O Multi-Homem sou eu!, gritava para o meu irmão.
Ele respondia:
- E eu sou o Homem-Mola!
E brincávamos, felizes, por horas seguidas.

Acesse os roqueiros-heróis em Hanna Barbera, Revista de Cultura e no Site do Curioso.

segunda-feira, 10 de junho de 2002

Tim

Tim Lopes está morto. Uma lágrima pela imprensa amordaçada e torturada.
No comments

Interface Rizomática

Alunos de pós-graduação da Universidade Federal da Bahia usaram em sua pesquisa sobre jornais-laboratório universitários uma velha home page que mantive, entre 1996 e 1997 na Fortunecity .

Um resumo:
O site do jornal apresenta um caráter personalizado de direcionamento. A interatividade resume-se a e-mails para as editorias. A interatividade é eminentemente técnica, e o desenho da interface é rizomática. O site tem uma estrutura de navegação de quarta geração, o texto organiza-se de forma intertextual, descentralizado e navegável.

Não entendi nada, mas parece bom.

sábado, 8 de junho de 2002

Tire sarro do presidente

Do presidente norte-americano. Figura sempre presente nessas Epístolas, não poderíamos deixar de divulgar este site, onde tal fóssil pode ser admirado em toda a extensão da sua incapacidade de raciocínio. Na capa da última edição, uma fato que a diplomacia e a imprensa americana tentaram esconder, mas saiu na Der Spigel: Bush, estarrecido, perguntou a FHC se no Brasil também havia negros. Aqui há uma tradução em inglês do mico.

Eminência parda

Leitura Dinâmica é uma honrosa exceção na "grade popular" da Rede TV.

sexta-feira, 7 de junho de 2002

Profissão de risco

A ONG Reporters San Frontiers - que surprendentemente não tem um braço no Brasil - considera o desaparecimento do repórter Tim Lopes, da Rede Globo, como uma ameaça à liberdade de imprensa no país das Bananas.
Lopes era repórter "oculto" da Globo, especialista em reportagens brabas, como filmar a feira do tráfico nos morros do Rio.
Há enormes possibilidades de que Lopes tenha mesmo sido assassinado por traficantes que desconfiavam do seu trabalho. É o preço que este tipo de profissional, em cuja veia corre o vício da investigação jornalística, tem que pagar: usado pela grande rede de TV, tem a vida reduzida a nada por "amor à camisa". Até quando?

Blog na escola

São Paulo - Agora é sério. A Universidade de Berkeley está criando oficialmente a cadeira de webloging, dando caráter científico ao que a Wired chama de do-it-yourself journalism. Leia mais aqui.

Trintaeum

São Paulo - Domingo é meu aniversário. Não quero bolos ou festa, como sempre. Deve haver alguma coisa, como sempre. Ficarei chateado como sempre? Não. Passarei a tarde com meu filho enquanto Andréa visita Geovana no Sumaré.

I wanna be sedated



Dee Dee Ramone está morto. Neste momento, ele deve estar encontrando Joey e fazendo um rock nervoso em outra dimensão. Com metade da banda morta, os Ramones juntam-se aos Beatles no time dos "só restam dois". Uma pena que isso aconteça justamente com bandas que mudaram a história do rock and roll.

segunda-feira, 3 de junho de 2002

Livros, discos e etc.

São Paulo - De repente senti aquela necessidade irresistível – talvez por influência de certos blogs – de falar sobre o que leio, ouço ou assisto, como se isso fosse atrair a atenção de alguém ou mudar a vida de internautas desavisados. Mas as biografias de Fellini, Bette Davis e Napoleão que estão à minha esquerda na desorganização da última prateleira da pequena estante ao lado do computador não ajudam. Nem o Rheimgold e o Santilli que preciso ler para terminar a dissertação. Nem as entrevistas com escritores no livro Escritores 2 (Companhia das Letras), que todo mundo tem, mas não sabe onde encontrar a primeira parte. Nem Os Buddembrook que comprei por uma pechincha lamentando já ter lido. Nem o Ulisses que mandei buscar porque sentia falta. Nem a biografia de mil páginas do autor, escrita por Richard Ellman. Nem os três exemplares de Cabeça de Papel que guardo, com ciúmes, entre títulos malucos como Tensões e Transformações Sociais e O Espírito do Tempo, Parte I: Neurose. O que fazer então? Ouvir em plena madrugada aquele Leonard Cohen de 1971 e lamentar a infelicidade dos que só o conheceram pela trilha de Natural Born Killers? Ouvir, na seqüência, o Idlewild e o Walking Wounded do Everything But The Girl só a título de comparação? Lamentar os Lou Reed (Berlim e A perfect night in London) roubados pela Expresso Araçatuba? Devo dizer que o Livro dos Sonhos, de Jack Kerouak vale a pena? Ou que tenho La Nave Va no armário da cozinha por falta de espaço? Que finalmente consegui ler tudo o que está escrito no clip de Chapa o Coco, do Xis? Que o som do vinil é melhor que o de CD? Esperar que alguém acredite nisso, “se o som do CD é tão limpo”. Perder tempo explicando que é exatamente por essa razão? Afinal, até onde pode chegar o pedantismo blogger?

domingo, 2 de junho de 2002

Futebol
Enquanto o Lakers escapa da eliminação precoce nos playoffs da NBA e amargo a falta temporária de TV a cabo, fico pensando em como agüentar acordado até a estréia do Brasil na Copa 2002. Faltam cinco horas e meia para o início do jogo e penso que não vou suportar o sono, que começou a bater. Tenho, então, uma grande idéia para ficar acordado, sem recorrer à cafeína: blogar. Nada para tirar o sono como a lentidão do Blogger.

Insônia

São Paulo - Tenho dormido cada vez menos horas por noite, e pra completar, assisti a três jogos de futebol seguidos na madrugada de ontem - ou anteontem?
Como a insônia só me permite dormir depois das 3 AM, tenho emendado para assistir a jogos de futebol na Coréia e no Japão. Essa Copa ainda acaba comigo...

sexta-feira, 31 de maio de 2002

Meu mundo

São Paulo - Hoje o senado argentino revogou a lei que previa investigação e punição de fraudadores do seu já arrebentado sistema financeiro. A imposição é do FMI, o mesmo grupo terrorista que apoiou o golpe de Estado (frustado) na Venezuela.

Na Argélia, jovens que protestavam contra fraudes nas eleições foram fuzilados. Num assalto a ônibus em São Paulo, três pessoas foram assassinadas por que não tinham dinheiro. Um dos mortos era um garoto de 17 anos.

Em Nova Iorque, um cortejo fúnebre nas ruínas do World Trade Center lembrou a todo o mundo - exceto entre as fronteiras daquele país - a morte de milhares de pessoas pelas mãos dos norte-americanos.

quinta-feira, 30 de maio de 2002

Não disse?

São Paulo - Foi só falar...
Acabo de mandar um post com um erro de digitação no título. Quando ele foi parar na lista do Blogger, alguém, em Pernambuco, Macau ou Lisboa pode ter lido e achado que sou analfabeto. E nunca mais voltará a ler estas Epístolas.

Voyeurs

São Paulo - Isso me faz pensar que bloggers são, além de exibicionistas - onde já se viu um diário público? - e curiosos sobre a vida alheia, uns irresponsáveis que apenas lêem o que querem e vão embora. Dificilmente voltarão ao mesmo endereço. Acabo de ler o blog de uma menina de 14 anos que tem muitos palavrões. Desisto. Putz, que moralismo. Isso é emblemático de toda essa situação: lemos o blog do outro, não fazemos nenhum comentário e nos mandamos, sem mencionar nossa passagem por ali, nosso rápido vôo por sua intimidade.

Contador

São Paulo - Acho que vou instalar - depois de um ano e meio de blog e nenhum contato exterior (snif) - um counter da Bravenet. Vou escolher algum modelo bem brega e instalar por aqui. No futuro, esse ano e meio não fará diferença. Fará?!

Rescue

São Paulo - A impressão que se tinha - antes a desnecessária observação de que o público era composto por adolescentes que nasceram depois dos primeiros discos do Echo e um exército de trintões emocionados - era de que os caras pretendiam fazer um revival do histórico show de 1987 no Anhembi - que não assisti, tendo que me contentar com a resenha da Bizz.

Valeu a pena, apesar da ausência de Pete de Freitas (in memorian) e Les Patinson. Will Seargent (que mantém intacta aquela franja) ainda é um dos melhores guitarristas que conheço. Ponto.

O que eles tocaram em 1987? Aí vai: Going Up / Rescue / Bombers Bay/ My Kingdom / All That Jazz / Satellite / Crocodiles / The Game / Seven Seas / Bedbugs & Ballyhoo / The Killing Moon / The Cutter / Lost & Found / Soul Kitchen / Ocean Rain / It's All Over Now, Baby Blue / New Direction/ Thorn Of Crowns / Over The Wall / Do It Clean / Lips Like Sugar / Villiers Terrace / Paint It Black / Run Run Run/ Zimbo

Do it Clean

São Paulo - Felicidade geral. Acabo de chegar do show do Echo & The Bunnymen no Credicard Hall. Não é puxação de saco, não, mas foi uma beleza. Os caras estavam inspiradíssimos. Tocaram um repertório absolutamente anos 80. Começaram com Lips Like Sugar, depois Rescue, mandaram três novas e vieram arrebentando com Seven Seas e Bring on the Dancing Horses.
Depois foi aquela saraivada de músicas dos primeiros discos, com surpreendentes versões para Villiers terrace, Heads will roll e Ocean Rain. Teve mais: The Puppet, Do it clean, The Cutter, Zimbo (numa versão ultrapsicodélica), Over the Wall, All my colours, Back of love, Never stop... Killing Moon foi arrebatadora. Ian ainda cantou When i fall in love, estilo Nat King Cole e mandou, de leve, um"Roadhouse Blues em homenagem aos Doors, grande influência dos Bunnymen
Comentário simplório: Noooooossa!

terça-feira, 28 de maio de 2002

Inveja

São Paulo - É incrível a quantidade de comentários que certos blogs ostentam. O último que vi tinha, no mínimo, 30 para cada post, o que me faz pensar que ninguém me lê.

Tá faltando música

São Paulo - Para quem achava que era impossível piorar ainda mais o panorama atual da música popular brasileira, assaltada pelos breganejos, pagonejos, axemusics, Skank e Jota Quest, tenho uma má notícia: Daniela Colla, filha de Carlos Colla - que já fez milhares de versões toscas para clássicos do rock - acaba de lançar um CD cuja "música de trabalho" é um bolero-abregalhado-guarânia cujo título é simplesmente: "Tá faltando homem".

Na música, a cantora e um grupo de quatro dançarinos queixam-se da oferta masculina na praça. Há reclamações de todos os tipos: da falta de iniciativa à falta de sensibilidade. Profundo.

Tradutores

São Paulo - As traduções automáticas disponíveis na rede são para quem fala inglês. Por isso não conseguem contemplar o público-alvo almejado: os monoglotas de todo o mundo.

A tradução automática do Altavista é sofrível, mas ainda é a mais aproximada. A do Google é absurda. As traduções são absolutamente incompreensíveis. Já o serviço do Netscape produz traduções chinfrins que parecem - e são - a tradução literal do português para o inglês, sem adaptação de gramática ou semântica.

Vejam a pérola que é a tradução do post anterior:
A called blog be just updated "Hate Rock n'Roll". Of course didn't paint the minimum interests in reading something of that gender.

Assim não dá. Poderiam ter feito isso: A blog called ?Hate Rock and Roll? has just been updated. Sure I don?t have a little bit of interest by something like that.

Tudo bem, tudo bem, o uso de a little bit é bem lugar-comum. Aceitamos outras traduções.

sábado, 25 de maio de 2002

Blogs

São Paulo - Acaba de ser atualizado um blog chamado "Odeio Rock n'Roll". É claro que não pintou o mínimo interesse em ler algo desse gênero.

quinta-feira, 23 de maio de 2002

Ônibus

São Paulo - Sujos, velhos e barulhentos, os ônibus de São Paulo são um caos chacoalhante mesmo no trânsito parado. Nos últimos dias tenho corrido qual condenado, para pegar essas maravilhas do transporte coletivo. Somos obrigados a suportar essas porcarias pagando a passagem mais cara do Brasil. Quer ônibus decente? Vá para Porto Alegre.

quarta-feira, 22 de maio de 2002

Águia Dourada

São Paulo - São Paulo - Alguém lembra dele? Era um cara do bicão amarelo que sempre aparecia como cuadjuvante da dupla Faísca & Fumaça, aqueles corvos adoráveis. Águia Dourada geralmente era o bombeiro herói, ou mesmo um super-herói ou ainda o galã. Figuraça. Sempre era anunciado com algo do tipo: "aí vem o Águia Dourada!"
Lembrei dele assistindo TV nesta tarde de quarta-feira, ao ouvir o "nome" de um helicóptero.

Ainda sobre o João Kléber

São Paulo - Ele e o Sérgio Mallandro deveriam investir na carreira de escritor. JK precisa resolver algum problema edipiano. Criou a estória do filho que bate no pai e agora, neste exato momento, apresenta uma ridícula dramatização sobre filho que se rebela contra o pai. Nada sobre as acusações da concorrete. Ainda acho que os dois deviam se dedicar à ficção.

O que todo mundo já sabia veio à tona

São Paulo - Hoje a apresentadora Claudete Troiano, do programa Note e Anote (Record) provou que os casos de família que aparecem no programa Canal Aberto, apresentado por João Kleber na Rede TV, não passam de grandes mentiras, e entregou todo o esquema de criação do teatral ? no pior sentido ? João Kleber.
Bom, a notícia não é nova, mas é bom que apareça num programa do mesmo horário para denunciar essas sacanagens. A Record fez bem, mas esqueceu de figuras como Sérgio Mallandro, que também inventa um monte de coisas ? assistam ao quadro do Doutor Bicão. Enquanto isso, profissionais sérios, formados em jornalismo, mendigam empregos de segunda por causa do naufrágio da profissão. Tudo pela audiência. Leia aqui como JK paga seus atores.

terça-feira, 21 de maio de 2002

Marqueteiro

São Paulo - Nizan Guanaes no Jornal da Noite (Band): "Não consigo me dedicar a um trabalho sem acreditar nele". Tá. Mas ele trabalha para o José Serra e acha a administração do PT ruim.

domingo, 19 de maio de 2002

Xanana

São Paulo - O cara que lutou na guerra contra o invasor e que preferia ser fotógrafo a presidente, discursa agora. Soube, pelo canal a cabo, que ele tem inclinações artísticas. Começa o discurso falando em inglês, o que, de certa forma, é triste.

Cultura

São Paulo - Um crime grave cometido pela Indonésia foi a disseminação violenta do seu idioma entre os (também ) lusófonos timorenses. Hoje, menos de 15 por cento da poulação fala o português. Lá em Dili, tocam, pela primeira vez, um hino nacional. José Alexandre Gusmão, o presidente, faz o juramento agora. Boa sorte a ele.

O guerrilheiro

São Paulo - Xanana Gusmão assume um país destroçado, mais vítima que beneficiário da compaixão da ONU. Lembre do Sete de Dezembro de 1975.

Nasce um país

São Paulo - Chamem seus pais, filhos e irmãos, porque isso acontece poucas vezes na história do mundo. E torçam para que, a partir de agora, possa acontecer cada vez mais. Timor Leste (Timor Lorosae) é o primeiro país surgido neste Século XXI.
Mas o trabalho continua. País Basco, Quebec, Tibete, Palestina... Há muito a ser feito.

O exército desfilando entre as pessoas...

São Paulo - ...é algo que não devia estar acontecendo agora, em Timor. É preciso esquecer esses símbolos. Milhares morreram nas mãos do exército indonésio nos anos 70 e 80 e começo dos 90 e, sabe de uma coisa, ninguém sabia disso. Todos éramos ignorantes. O mundo era completamente desinformado sobre esses acontecimentos, como se a meia ilha do Timor fosse menos importante que o Kwait.

God spells

São Paulo - Uma cantora canta, com sotaque novaiorquino, uns spirituals para o povo de Timor Isso é solidariedade ou é a indústria de discos ianque criando novos consumidores?

Vejo, no Bandnews, uma cerimônia'.

São Paulo - Como previsto, o "Certificado de Cidadania" das Nações Unidas confere ao Timor Leste o título de "país independente", com o Kofi Anan falando em, inglês, é claro. A cerimônia está rolando agora.

Monk?!

São Paulo - Não dá pra acreditar. Estou ficando louco ou é um especial do Thelonious Monk passando às 2 da manhã no SBT? É isso mesmo. Um documentário dos 60 sobre Thelonious Monk. No SBT! Incrível! Como isso foi acontecer?

sábado, 18 de maio de 2002

Timor Lorosae



São Paulo - Séculos de dominação portuguesa seguidos de décadas de dominação indonésia e o Timor Leste torna-se, de fato, um país. Será à meia-noite de domingo para segunda-feira, num reconhecimento que é mera retórica oficial com chancela das Nações Unidas e etceteras. Um reconhecimento tardio, mas bem-vindo.

O povo do Timor, que fala mil línguas mas tem o português como oficial, esperou muito por isso. Nessa espera, muitos migraram. Outros morreram. Fotos e relatos de tortura de timorenses por militares indonésios circularam pela internet nos anos 90. Desconfio que essa foi a primeira etapa de uma seqüência de acontecimentos que tomou forma via ciberativismo. Tenho certeza que sim. O prêmio Nobel concedido a Ramos Horta e ao bispo Ximenes Belo aconteceu em seguida.

Finalmente, as Nações Unidas decidiram pela independência. Xanana Gusmão foi libertado. Um brasileiro chefiou uma equipe administrativa e o país começou a ser reconstruído com a ajuda de pessoas e organizações do mundo todo.

Informações superficiais como as que eu coloco, rapidamente, neste blog, podem ajudar a iluminar quem desconhece a situação desse pequeno país – meia ilha – vizinho da Austrália, lugar de uma gente bonita que fala português. Gente que sofreu e sofre, e que escreve, nesse momento, os capítulos da própria história.

Fotos: Timor
Leia mais aqui. Horrorize-se aqui.

Grande inauguração

São Paulo - Dos comentários da Haloscan. Só mais um ajustezinho e... beleza.

Deu na Gazeta do Acre

São Paulo - Será alguma espécie de disputa regional do tipo renúncia fiscal?

Um milagre acontecido em Rio Branco em junho de 1992 criou a primeira santa brasileira, a madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus (...) Aos nove anos de idade Iza Bruna Vieira de Souza é uma garota muito saudável e leva uma vida normal em Rio Branco(...) Mas o fato mais inexplicável para a medicina aconteceu em 10 de junho de 1992 (...) foi desenganada pelos médicos (...) nasceu com meningo-encefalocelle. O líquido vertebral que vai da medula para espinha dorsal não circulava, ficando retido numa espécie de bolha, à altura da nuca.

sexta-feira, 17 de maio de 2002

I give up

São Paulo - Vou esquecer os comments. Dá o maior pau no programa.

Os percalços dos comments

São Paulo - Primeiro deu certo, mas a fonte era enorme. Depois os comentários sumiram e um erro de depuração típico do Windows me encheu a paciência por horas.

Leia-me

São Paulo - Desta vez apelei para um blog especialmente criado para fornecer modelos de comentários para bloggers ignorantes como eu. Vamos ver.

Tentando outra vez

São Paulo - Colocar um sistema de comentários. Sempre dá pau.

quinta-feira, 16 de maio de 2002

Lasso

São Paulo - Voltei da USP exausto, cansado. Durmo mal há anos, ronco - nunca ouvi - e acordo desanimado. Tenho evitado uma visita ao Laboratório do Sono da Unifesp, mas vou terminar lá qualquer dia - ou noite.
Hoje fiquei com dor de cabeça a tarde inteira. Fiz a visita que havia prometido ao Paulo Monteiro, da Química correndo, por que mais tarde seria sabatinado por dois alunos da graduação que pretendem fazer um video-documentário na Amazônia.

Usurpação

São Paulo - Muita gente usa indevidamente a obra alheia por aí. Em blog também. Encontrei esse texto assinado por um tal de Eddie:

Gostaria de não saber destes crimes atrozes
É todo dia agora, e o que vamos fazer?
Quero voar p'ra bem longe mas hoje não dá
Não sei o que pensar e nem o que dizer
Só nos sobrou do amor
A falta que ficou


É do Renato Russo, caso haja alguém que não saiba.

Estressei às duas horas da tarde

São Paulo - Porque não conseguia editar o template do Blogger, que está me ensinando, devagarzinho - mesmo alterando completamente as fontes e travando - que é possível, sim, organizar melhor seu velho blog desatualizado e sem coisinhas coloridas e piscantes. E que é maravilhoso viver. E viver é maravilhoso porque não pode ser diferente. E você, diante da tela do computador, bem alimentado, consumindo energia, linha telefônica ou ondas de rádio deve merecer isso. Reconhecer o que é agradável na vida levanta qualquer astral, mesmo sem religião, santos de devoção ou deuses demasiado humanos.

Uma saudade

Nagisa Nagisa Nagisa Nagisa Nagisa Nagisa Nagisa Nagisa.

Mandei um currículo hoje

São Paulo - Para uma universidade aí, dizendo que, caso eles estejam a fim, posso dar umas aulas. Nada de ficha pessoal com nome, idade etc. Só a experiência profissional e os projetos em andamento. Ficou turbinadinho. Vamos ver.

quarta-feira, 15 de maio de 2002

Sósias

São Paulo - Existem umas figuras difíceis de distinguir, apesar de todos me garantirem que há imensas dessemelhanças. São Os Sósias. Parte I.

Matthew Modine e Patrick Swayze
Matthew Modine, em Bird (Alan Parker) é bem Matthew Modine, tá certo. Mas Matthew Modine em Blackout (Abel Ferrara) é muito Patrick Swayze, que, por sua vez, é muito Matthew Modine em Ghost (sem direito a menção).

Jeff Bridges e Kurt Russel
Jeff Bridges em Arlington Road (Mark Pellington) só consegue provar que é mesmo Jeff Bridges porque mostra-se paranóico o suficiente para interpretar papéis à la Jeff Bridges, como o radialista dO Pescador de Ilusões (Terry Gillian). Mas em Starman (John Carpenter) Kurt Russel é o próprio Mr. Bridges. Embora o verdadeiro e único Starman seja mesmo o David Bowie em The man who fell to earth.

Uma observação
Para o leitor atento – e principalmente para os que como eu são caça-sósias – ficou evidente minha tentativa de enquadrar os quatro numa única categoria.

Ariel Sharon e Boris Casoy
Sharon é mais gordo.

Gustavo e Mariana, da Casa dos Artistas
Porque sim.

Elucubrações

São Paulo - Respeitabilidade = respeito à habilidade. Patifaria = o pretérito mais que perfeito de ação quase efetuada por jovem distinta, singela e de posses.

Banda

São Paulo - Ainda não entendo porque paramos, simplesmente, de tocar no velho estúdio da Arruda Alvin. Tínhamos um puta groove e talz. O que deu errado? Por que só os Stones duram 40 anos? Por quê? Por quê? Acho que ficaram putos com meu verão passado entre Porto Alegre (RS) e Boa Vista (RR), sem ensaiar.

Bola ao cesto

São Paulo - Sei, pelo Estadão, que o Lakers tem liderado as finais contra o Spurs. Isso quer dizer enfrentar os Kings, para vencer a Conferência Leste e depois o Nets, caso eles passem pelos Hornets e - acredito que sim - Celtics. Prognósticos de quem não assistiu a nenhum jogo depois que os moradores do edifício não chegaram a um acordo para manter a TV paga.

Ao homem na cadeira de rodas

São Paulo - A insistência em permanecer ativo, presente, exigindo os direitos que lhe são negados todos os dias faz de você um alento para quem anda pessimista com esse País, inclusive você mesmo.

Entre os milhares de ônibus urbanos de São Paulo somente 20 podem te transportar para uns poucos lugares dentro da cidade, mas você enfrenta esse calvário de cabeça erguida, indignando-se com dignidade. Que tua luta ajude a virar o jogo, num sonho de nação em que cidadania seja mais que um eufemismo elegante para consolo da classe média, mais que um conceito desconhecido para as populações marginalizadas, mais que uma teoria acadêmica, mais que verbete no Dicionário. Seja plena.

Hermanos

São Paulo - Ainda dá tempo. Quem estiver a fim de conhecer o novo cinema argentino (sim, há um novo cinema argentino, apesar do FMI) deve ir ao Cinusp (na USP, claro) até sexta-feira, 17. Todos os dias, às 16 e às 19 horas tem cinemão latinoamericano rolando por ali. De graça. Eu tenho ido.

Assista Um dia de Sorte, que mostra o desencanto da juventude num país em crise e Fuckland, que é super engraçado, estilo Dogma 95, aquele tipo amadorzão profissional. Um argentino, revoltado com a questão das Malvinas, bola um plano mirabolante para gerar descendentes de argentinos entre os habitantes das Falklands.

quinta-feira, 9 de maio de 2002

Inferno Astral

São Paulo - Começa hoje este período nefasto, em que coisas ruins acontecem, quando perdemos o humor, quando isolamos, enclausuramos, encapsulamos sentimentos e exaltamos idiossincrasias para viver uma agonia pré-aniversário que dura 30 dias, o que torna essa sensação, mais do que a aproximação da velhice, um sintoma de que, como canta o Moby, "We are all made of stars".

Mas é claro que nós, geminianos com ascendente em Sagitário, Javali de Metal no horóscopo chinês, não acreditamos nessas bobagens de astrologia.

Explosão

São Paulo - Já voltei ao bom e velho Blogger. O www.ilha.com.br/blog sucumbiu diante de milhares de acessos. Meu endereço de lá está fora do ar.

terça-feira, 7 de maio de 2002

Hipercrisia

São Paulo - Ainda sobre a prisão da doméstica, quase sou capaz de ouvir os murmúrios da classe média ignorante, aliviada: "Pelo menos isso assusta as outras".

Inércia

São Paulo - Às vezes a indignação chega a níveis críticos, levando-nos - como pessoas em coma que vagam, tatalantes, por tenebroso túnel de luz ou pilotos de caça que desmaiam a-não-sei-quantos G ou ainda o silêncio brutal que segue a explosão do romper da barreira do som - a uma catatonia que chamamos de qualquer coisa menos comodismo, inatividade, omissão, apatia.

Os Miseráveis

São Paulo - Hoje uma empregada doméstica, mãe de cinco filhos, foi presa em flagrante depois de roubar a casa em que trabalha. O produto do roubo: uma cabeça de cebola, uma cabeça de alho e uma lata de ervilhas. A mulher foi denunciada pela patroa, Denise Aparecida de Oliveira. O delegado do nonagésimo sexto, orgulhoso, deu entrevista para o SPTV. A imprensa, orgulhosa do dever cumprido, disse: "é a lei".

domingo, 5 de maio de 2002

Bye Bye

Bye, bye love... bye bye happiness... hello, lonelyness, i think i'm gonna cry
Vou ali e volto já.

Emerson, Lake & Palmer

Não consegui terminar o post sobre rock progressivo por causa das ferramentas ridículas deste Blogger. Já nem sei do que queria falar. Talvez Emerson, Lake and Palmer... Sei lá, hoje em dia todo mundo anda dizendo que Emerson, Lake and Palmer é muito chato e talz. Então penso, agora que ouço esse Works ELP, no quanto os jovens são preconceituosos e o quanto nós, velhos de 30 anos, somos incapazes de assumir que certas coisas são ruins. Como Emerson, Lake and Palmer, que é ruim mesmo. Quer dizer, tem umas coisas legais no E,L & P e no Tarkus, mas não vale a pena defender os caras a essa altura do campeonato, quando tudo o que vejo neles (agora) é grandiloqüência, supervalorização de certos lugares-comuns da música erudita e uma ambição sem limites. Por isso não consigo ouvi-los com a mesma freqüência de, por exemplo, King Crimson, Gentle Giant e Yes - Crimson Rules. Por que mantê-los na discoteca? Tem umas do Palmer que são boas, tipo L.A. Nights

Sobre Rock Progressivo

Jethro Tull, a grande banda escocesa, tirou de onde esse nome? A pesquisa em sites brasileiros vai indicar o seguinte: "A banda tem o nome de um fazendeiro que inventou uma nova técnica agrícola no século XVIII."
Essa "explicação" pode ser encontrada, clonada, em alguns endereços, como Whiplash, e Black Sabbath Café e Som Floripa .
Nesse último há uma página de curiosidades sobre os nomes das bandas com traduções absurdas e imbecis como o significado de Greateful Dead: "Morte Maravilhosa". Argh.
Voltando ao JT, todos dizem simplesmente que o nome veio do véio (legal esse trocadilho), e não explicam que maravilhosa e revolucionária técnica de agricultura foi criada por Mr. Tull. A resposta está em Sociobiografias.
O cara simplesmente criou o primeiro modelo daquela maquininha de... bom, olha lá se quiser.

quinta-feira, 2 de maio de 2002

Blá blá blá

São Paulo - O que sai na imprensa sobre o "fenômeno" é repetitivo, superficial e limita-se a divulgar o mesmo punhado de blogs-modelo, considerados oficialmente como amostra do hype e catalogados como endereços recomendados. Enquanto isso neguinho vende um monte de produtos fazendo do seu e-blogbusiness um sucesso de vendas. De Macs a carros esportivos.

Lugar-Comum

São Paulo - Que os blogs "são a nova febre da Internet" todo mundo já sabe. Mas o que pretendem esses diários eletrônicos? Mais ou menos nada, como podemos ver numa série de matérias que têm saído na imprensa. Esta é emblemática. Saiu há mais de um ano no Estadão.

quarta-feira, 1 de maio de 2002

Grandes Esperanças

Caro Avery,
As três subáreas divulgadas são as já definidas. Além da possibilidade de inclusão de seu projeto numa delas (os conceitos aqui estão sendo considerados de maneira bem ampla), ainda há a possibilidade de entrar em outra sub-área.
Um grande abraço.


Essa é a resposta para um mail inquisidor que enviei ao projeto Tidia. Legal, né?

Trio Duca

São Paulo - Hoje (ontem) assisti ao show do Duofel, no Sesc Consolação. Do cacete. Os caras são bons mesmo. E originais. Não é à toa que Hermeto Pascoal chegou até eles e disse: "Gostei de vocês, mas o nome (Duofel) é muito ruim. Mudem pra Trio Duca". Os caras disseram, meio sem jeito, que são apenas dois e talz. Mas Hermeto corrige: "Olha, quando vocês tocam, eu fecho os olhos e escuto três pessoas. Então muda pra Trio Duca, ora.". Isso é muito Hermeto. Engraçado - pra nõa dizer trágico - não ter nenhum disco desse virtuose.

domingo, 28 de abril de 2002

Haddad

São Paulo - De repente me deu vontade de escrever sobre o Haddad, mas não valeria a pena, porque seria pouco. Precisaria de 20 páginas só pra começar. O que leva sua história para a lista de microbiografias que comecei a escrever pela letra Z. De Zau.

Naná, Marina e Haddad

São Paulo - Conheci o trabalho de Naná no disco Codona - as iniciais de COllin Walcott, DOn Cherry e Nná Vasconcelos. Foi na casa do Haddad, em Boa Vista, numa tarde de violões na começo dos 90, quando meu velho e agora morto amigo desenvolveu seu grande plano de seqüestrar (por uns dias, é claro) a Marina Lima. Haddad era como alguns santos. Santos Dumont, Saint-Exupéry. Era piloto. Haddad Voava.

O celular de Naná é a lua

São Paulo - Naná Vasconcelos é um cara que dispensa apresentações - nada como um lugar-comum do tipo 'dispensa apresentações' para facilitar a comunicação com grandes massas de leitores ignóbeis de blog, mas isso seria limitar o assunto.

Naná já tocou com Talking Heads, BB King, Jean-Luc Ponty, Pat Metheny, Paul Simon… Melhor dizendo, estes caras tocaram com ele. NV hoje tenta viver no Brasil, onde sua arte nunca rendeu muito. Vai ter que se contentar com viagens freqüentes ao exterior, onde seu trabalho é muito bem pago. Gasta parte da grana com crianças pobres e se emociona toda vez que fala no Brasil, na sua terra.

Não sei o que dizer sobre nacionalismos e congêneres, mas sei o que é saudade. Naná é um exilado involuntário num mundo cão, tentando ficar junto aos que o rejeitaram e - por isso mesmo - lhe ajudaram a chegar ao topo na sua especialidade.
O cara é muito, muito bom mesmo. Músico do corpo e da alma. Viva Naná, patrimônio do Brazil.

sexta-feira, 26 de abril de 2002

Agenda

São Paulo - Shows desta semana na cidade: The Mission, Stephen Malkmus, Otto, Nação Zumbi, Ira...

Eu e Baudrillard

São Paulo - Na Bienal, assisto a palestra interessante e ainda faço perguntas a Jean Baudrillard (muito chique) sobre a sociedade de consumo, o auto-sacrifício dos terroristas e sobre como essa disposição de morrer é levada (oferecida) à nação mais poderosa, como alternativa honrosa ao combate. Trata-se de uma proposta bem indecorosa, mas altamente crível. Encetei pequeno colóquio (em inglês) com o rabugento francês.

Livros, livros, livros

São Paulo - Ontem fomos à Bienal com o Liu e ninguém disse que ele estava proibido de ter acesso à literatura adulta ou qualquer outra literatura, porque "ele é muito pequenininho".

No Otto 4 U, Liu

São Paulo - Hoje fomos barrados no show do Otto & Nação Zumbi, que acontece agora no velódromo da USP. Um absurdo proibirem os bebês de assitir a concertos de rock. É o mesmo caso do casal de músicos eruditos que não puderam entrar com seu bebê num concerto.. por força de uma lei estúpida que visa garantir excluídos culturais.

quinta-feira, 25 de abril de 2002

Atlântida, Jurubatuba e Barra Funda

São Paulo - Neste dia de greve de ônibus em São Paulo, em que andei pela Barra Funda e vi tigres siberianos na frente da TV Record, percebi que Jurubatuba-Osasco é bem melhor que Júlio Prestes-Etc e atravessei a ponte Cidade Universitária a pé no horário de pico observando, na massa escura, brilhante, espessa e lustrosa que é o rio Pinheiros, que alguma coisa borbulhava lá embaixo. Atravessar a saída da marginal pode ser suicídio, razão pela qual esperamos uma eternidade até passar pelo velódromo da USP, que recebe Otto e Nação Zumbi na próxima sexta-feira, trazendo ritmo, atitude e aquela antenada de Recife, que é local sendo global, tendo no mar um rio a atravessar, para encontrar lá a saudade de cá, e se Israel não sabe a diferença entre civis e militares, nem sabem os Estados Unidos, nem a França de Napoleão, cuja biografia estou lendo (e gostando), escrita pelo mesmo cara (Emil Ludwig) que fez Bolívar e se compartilho do mesmo interesse de Garcia-Márquez por ditadores e outras figuras despóticas, antipáticas e, porque não dizer, carismáticas, é porque se tais tipos não são interessantes, que tipos serão?, ou, apelando para novas proposições polêmicas e eugênicas de escritor não-publicado - um jornalista super-publicado pode lamentar ou alegar essas coisas? - que os estúpidos me perdoem, mas inteligência é fundamental, e lamentar a frase infeliz, lamentar a adesão à barbárie geral dos nossos dias, lamentar a aceitação da intelligentzia como modus vivendi que precisa ser mantido ad nutum num mundo que é muito pro tempore; e lamentar a falta de humildade, a falta de re-conhecimento do limite emocional das pessoas que amo, da incompreensível insatisfação do limbo, da condição nímbica de nossos dias, se é que posso dizer coisas assim tipo Geração X revoltada e ao mesmo tempo saber que, no interior da Terra moram criaturas imberbes e esquentadas, que a Atlântida é uma festa no verão gaúcho e que Ushuaia não é tão longe assim.

domingo, 14 de abril de 2002

Blog?

Blig.

Blog?

Bleg.

Blog?

Blag.

Chavo

São Paulo- O resgate de Chávez foi muito louco. Uma brigada de paraquedistas invadiu o cativeiro, numa ilha (La Orchilla) e libertou o presidente em ação hollywoodiana. Os golpistas estão sendo presos e HC volta ao Miraflores. Não foi dessa vez, uncle Sam.

Bushada

São Paulo- Hugo Chávez havia sido seqüestrado pelos golpistas, que inventaram a história da renúncia. O cara foi levado para cinco lugares diferentes dentro do país. Loucura. Bush 2 deve estar furioso com esse milico maluco no governo do quarto maior produtor de petróleo. Mandou dizer que espera que a Venezuela tome um rumo decente: o rumo que o FMI, primeira entidade a admitir o golpe de estado, deseja.

Chav'z back

São Paulo - Incrível. Chávez voltou ao governo da Venezuela. Incrível. E nem tive tempo de escrever um post sobre o papo que tive num chat da Venezuela onde, infelizmente, havia um brasileiro dizendo que o venezuelano é um "povo inferior", formado por negros e índios. Tive vontade de matar o imbecil, descobrir o endereço dele e ensinar-lhe boas maneiras. Me enojam tais figuras. Isso é falta de escola.

Rock e/é Cultura

São Paulo - Os programas Musikaos e Alto falante, exibidos nas madrugadas de sábado na TV Cultura podem ser a salvação da TV aberta. Um horário para roqueiros casados.

Insones

São Paulo - É 1h36 da manhã e meu filho está acordado, brincando. Legal.

sábado, 13 de abril de 2002

Golpe na Venezuela

São Paulo - Militares caudilhos, ignóbeis seguidores de George W. Bush, depuseram Hugo Chávez, depois de batalha campal nas ruas de Caracas. Surpreendentemente, elegeram um civil para chefiar a nova junta ditatorial. É incrível que estejamos assistindo, em pleno século 21, a mais um golpe militar na América Latina, mais uma mancha na democracia, em nome de uma “ascese” estapafúrdia. Chávez era meio maluco mas não muito diferente da maioria do povo pobre da Venezuela, que confiou a própria vida a ele. Deposto pelos poderosos (leia-se Tio Sam), HC deve asilar-se em Cuba para assistir ao golpe de camarote.

É duro constatar mais uma vez que a tentativa de “desalinhar-se” com os donos do hemisfério pode custar caro. A “América” prevalece ,mais uma vez. E assistiremos, calados, a notícias como: “O FMI é a primeira entidade internacional a reconhecer o novo governo venezuelano”.

Como estará meu pai, na Venezuela? Ele era favorável ao Chávez. Morei seis anos naquele país, talvez os mais importantes (primeira infância). Me preocupa muito o que acontece por ali.

Rede

São Paulo - Índio na rede. Mitos digitais. Minha dissertação vem aí.

quarta-feira, 10 de abril de 2002

Branco

São Paulo - Não sei o que escrever. Tinha mil coisas para colocar aqui e de repente, nada. Branco. Era importante? Era sobre política? economia? direitos humanos? jornalismo? blog? MST? USP?

domingo, 7 de abril de 2002

Pane

São Paulo - O blogger saiu do ar. Demorou, mas voltou. Ele tem dessas.

Leio Napoleão, de Emil Ludwig.

São Paulo - Biografia do espevitado francês. Sujeitinho único, esse aqui. Parece ser o ídolo maior de Ottomar Pinto. Do nascimento em berço não-esplêndido ao exílio em Santa Helena; da volta triunfabte à decadência política, uma revisão política de uma personalidade ímpar.

Em conversa com Jair Borin, descubro que ele prefere a de biografia de Napoleão feita pelo Alexandre Dumas. Justo.

sábado, 6 de abril de 2002

Bloqueio

São Paulo - É quase uma da manhã e ainda não terminei a matéria sobre a Casa de Detenção para o Jornal da OAB. Tô com alguma trava, porque queria bolar um texto literalmente literário - consegui um pleonasmo ipsis literis -, mas pelo jeito não vou conseguir. Difícil criar alguma coisa experimental sem cair num pedantismo intelectual (porque existem outros pedantismos) que choca os defensores da pretensa objetividade jornalística.

sexta-feira, 5 de abril de 2002

Awake

São paulo -
Tenho um dia cheio daqui a pouco, mas a insônia permanece. Imnsonia remains the same.

Letras devoradas

São Paulo - Li apenas nove livros no primeiro trimestre de 2002, o que é uma média razoável, mas ainda insatisfatória. Vamos a eles:

1 - O Falador (Mario Vargas Llosa)
2 - Uma estranha realidade (Carlos Castañeda)
3 - A terceira visão (Lobsang Rampa)
4 - Trópico de Capricónio (Henry Miller)
5 - Memórias do Cárcere I (Graciliano Ramos)
6 - Memórias do Cárcere II (Graciliano Ramos)
7 - O Diário de Bridget Jones (Helen Fielding)
8 - Cheiro de Goiaba - Diálogos com Gabriel García-Márquez (Plínio Apuleyo Mendoza)
9 - O Quarto de Jacob (Virginia Woolf)


O Falador, de Llosa é uma fabulosa (palavra que tem que ser entendida em seu significado original, e não em acordo com o adjetivismo primário de nossos dias) novela movida a turning points, com aquelas mudanças radicais que nos causam arrepio, embora sem muita surpresa. O que considero uma grande vantagem, já que a surpresa pura e simples pode ser bem decepcionante, enquanto algo que anuncia-se sorrateiramente, aproxima-se com cuidado, faz ameaças e recuos e, principalmente, provoca-nos a sensação de que pode não ser o que estamos imaginando, me parece muito mais satisfatório. Não confundir com previsível.

Uma estranha realidade é o segundo livro de Castañeda, feito sete anos depois de A Erva do Diabo (odeio o título em português), que foi traduzido em mil línguas e vendeu bilhões de livros mundo afora, tornando o antropólogo de nome fake Carlos Castañeda conhecido internacionalmente. Depois de curtir os louros da fama, ela volta ao Novo México e apresenta a obra ao velho mestre don Juan, que faz pouco caso dos conceitos de fame, fortune and glory de nosso amigo - que sempre se diz violentado pelas alucinações mas não deixa de mascar peiote e viajar por outras dimensões.

A terceira visão é um livro que deixei de ler na adolescência por causa de um Edgar Allan Poe sempre à mão. Acho que fiz bem. Ou não? Rampa tem uma escrita semelhante ao passo e ao fôlego dos orientais, o que é curioso. Assim como suas descrições cruas de rituais místicos tibetanos e de seu pouco caso com a morte. Comprei Entre os monges do Tibete, mas este é o último da trilogia que começa em A Terceira visão. Falta-me O médico de Lhasa.

Trópico de Capricórnio não merece comentários. Leiam. Se posso dizer qualquer coisa sobre esse livro é que talvez ele seja o tipo de obra que nós, espirantes a escritor, planejaremos durante toda uma vida e talvez venhamos a morrer sem fazê-la. Cru, amoral, machista, despótico, autêntico, sem freios. Li uma edição dos anos 60, com uns poucos grifos feitos pelo leitor da época, nas primeiras páginas. Depois não há mais grifos, provando que o livro conta mais sobre sua vida do que você possa imaginar. Encontrei milhões de motivos. Mas não fiz nenhum grifo.

As Memórias do Cárcere aqui consideradas como dois livros por imposição da Editora José Olympio, nessa edição do começo dos anos 70. Pungente. O cara é bom em descrições estóicas e, por incrível que pareça, muito pouco auto-comiserativas. Rachel de Queiroz, Nise da Silveira, José Lins do Rego, Jorge Amado, Olga Prestes e Sobral Pinto, entre outras figuras ilustres, obscuras e excêntricas, aparecem nas suas 676 páginas (373 do primeiro mais 303 do segundo volume). Só para abusar do lugar-comum, é o retrato de uma(s) época(s).

O Diário de Bridget Jones é um dos best-sellers do momento, mas não quer dizer que seja ruim. Humor inglês despretensioso, até meio novaiorquino, numa mescla de Woody Allen e Mike Leigh em comédia shakesperiana dirigida por Kenneth Branagh. Ou também pode não ser nada disso. Um livro mulher. Uma livra.

Cheiro de Goiaba, frase que não aparece no livro, é creditado a Gabriel García Márquez mas na verdade é de Plínio Apuleyo Mendoza, amigo íntimo de Gabo e autor de singela biografia desse colombiano-maluco-parecido-com-meu-pai. Altas revelações sobre técnicas literárias e superstições do Caribe.

O Quarto de Jacob marca o início da fase experimental de Virginia Woolf, com seu belo texto poético estilhaçado em mil pedaços, esculpindo personagens incompletos, omitindo emoções que depois são exteriorizadas violentamente. Uma saraivada. Grande livro. Um trecho, na página 80: "Ou somos homens ou somos mulheres. Ou somos frios, ou somos sentimentais. Ou somos jovens, ou estamos envelhecendo. Em qualquer caso, a vida não é senão uma procissão de sombras, e sabe Deus por que as abraçamos tão avidamente e as vemos partir com tal angústia, já que não passam de sombras."

Do inferno

São Paulo - Hoje visitei o inferno. Era um sonho antigo. Estive nos pavilhões 6 e 8 da Casa de Detenção, que está sendo desativada, numa pauta para o Jornal do Advogado. Percorri aquelas celas vazias sentindo uma apreensão previsível e uma energia ruim que já era esperada. Fotos, livros, documentos, cadeiras, espelhos quebrados, copos, muletas, solidão.

Percebi, entretanto, que além do cheiro de comida podre, de madeira encharcada, das manchas nas paredes infiltradas, dos grafites, das fotos de mulheres das revistas pregadas nas paredes e do miado dos gatos abandonados, que ali (ainda) reina uma atmosfera de desesperança, ódio, violência e sangue.

segunda-feira, 1 de abril de 2002

Saudades

São Paulo - De Porlamar, Ciudad Bolívar, Juan Griego, Santa Elena, a estrada litorânea até Güiria, Georgetown, Paramaribo... Quanta coisa se perde nestas latitudes.

Março já era

São Paulo
Que venham os próximos. Gosto de março. Um pouco quente, mas gosto. Andréa deprê, não consegue adiantar a dissertação.

quinta-feira, 28 de março de 2002

Green is the colour

São Paulo - O show de Roger Waters foi demais - não sei porque estou escrevendo isto somente hoje, talvez porque seja uma daquelas desculpas do tipo "ainda estou avaliando tudo o que aconteceu", e como não consigo pensar em nada que justifique tal atraso, que avilta a instantaneidade dos blogs, atrasa a apressada apreciação jornalística, "esfria" o assunto etc, vamos nessa. Como diria Dustin Hoffman, definitivamente valeu a pena gastar os últimos trocados com o ingresso mais barato. Mr. Waters (sir?) causou arrepios, executando as mais belas canções jamais feitas: Dogs, shine on you crazy diamond, in the flesh, another brick in the wall, pigs on the wing.... Incrível.

sábado, 23 de março de 2002

Tudoaomesmotempoagora

São Paulo - O que estive fazendo, para não atualizar o blog? Seu Walmor, avô da Andréa, morreu. Reencontro meu filho depois de três semanas (ele em Rondônia, eu no Rio Grande do Sul). Fui a Roraima, onde fiquei cinico dias, desconhecendo amigos e paisagens, passeando de barco pelo rio Branco, revendo Nagisa, despedindo-me dela, de minha mãe, tomando um ônibus e conversando com senhora evangélica que acredita que todas as bandas de rock firmam contratos com o demônio, descolando quem se dispusesse a viajar de Presidente Figueiredo (AM) a Manaus de táxi, chegando em cima da hora, pegando vôos pinga-pinga por toda a Amazônia, voltando para São Paulo, revendo Liu e Andréa e a USP e o pessoal da OAB-SP para quem faço uns frilas, voltando ao normal, descomprimindo, aterrissando, slow, slow, slow.

Malditos hackers

Boa Vista - Alguém descobriu minha senha e escreveu uma mensagem no blog, dizendo que se fosse pessoa de má índole teria detonado minhas palavras etc. Nenhum dano aparente. Agradeço ao hacker de bom coração.

sábado, 9 de fevereiro de 2002

Périplo

São Paulo - Estive em Porto Alegre e em Capão da Canoa, depois subi o litoral até Torres, fui de carona até Sombrio (SC), de lá até Araranguá e de Araranguá a Criciúma. De Criciúma peguei um ônibus pra São Paulo, onde chego são e salvi ao Terminal do Tietê

terça-feira, 5 de fevereiro de 2002

Sombra e Água Fresca

Capão da Canoa - Recebido com honras de estado por Rafael Francez e a família, passo dias agradáveis no litoral gaúcho. Há um turismo interno considerável. E muitos argentinos, que aproveitam os últimos dias de câmbio favorável para comprar tudo em dupla. "Dame dos", ainda dizem, mas dizima mais no verão passado. Capão da Canoa é agradável. Atrai a juventude nos finais de ano e a terceira idade depois das férias escolares.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2002

Espiões

Porto Alegre - Segundo o hacker, minha senha foi encontrada num provedor do Rio Grande do Sul (Via RS). Nunca usei. Gozado.

domingo, 3 de fevereiro de 2002

Mensagem de um hacker

Porto Alegre -

véio, naum deixa a tua senha exposta aqui na via-rs.
qualquer pessoa como eu pode entrar e bagunçar (coisa que eu naum faço)

teliga!

abração.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2002

Tempo esgotado para o uso do chat

Porto Alegre - Muita gente na fila e eu escrevendo posts feito louco, garantindo a instantaneidade que o Blog merece. As monitoras estão de olho, e uma já me deu um aviso. A outra olha feio pro lado de cá. Há uma senhora da terceira idade querendo usar o computador, argumentam, mas ninguém me tira daqui vivo. Ttem alguém segurando meu braço. Solta. Solta. Ei, pára com isso. Me larguem. Me larguem! Ok, vocês venceram. Novas informações solamente mañana.

Ágora

Porto Alegre - Um ponto em comum em algumas das pessoas com quem tenho conversado no fórum é a crítica ao... fórum, como se, pelo exercício da crítica à estrutura que lhe permite ter acesso aos contatos de que precisa para divulgar sua ideologia, estivesse a redenção da filosofia pessoal. O uruguaio Mauro e o pernambucano Rodrigo que o digam. Rodrigo é absolutamente contra a reunião, "que será comandada por um punhado de ONGs". Pretende protestar.

Sobre comida e calor

Porto Alegre - A comida está racionada. O rango é caro e tão prejudicial para as mentes e corpos dos consumidores quanto o álcool proibido, que circula livremente. Há uma expectativa de que vá chegar alimentação natural a qualquer momento, nesse acampamento da juventude. Por enquanto, Porto Alegre é um inferno de calor.

Fly on, little wing

Porto Alegre - Ontem "naveguei" entre a multidão, flanando como Leopold Bloom, encontrando um respeito impressionante às diferenças tribais. Ficava com um grupo, depois partia com alguns deles noutra direção, mudando de companhia naquele ponto e ficando por ali até encontrar novamente outra galera. Pessoas dançando, uma fogueira, punks reunidos, mulheres de vestidos longos carregando crianças, sexagenários cabeludos, duas bicicletas, pessoas cantando, pessoas conversando, pessoas. Um eremita na multidão.

Informação

Porto Alegre - Pretendo melhorar minha logística com o jornalzinho (desatualizado) que acabei de receber na recepção, mas acho que ainda vou perder muitas palestras nessa PUC-RS.

Na PUC-RS é tudo belezinha, grandes auditórios que são verdadeiros cinemas, chão brilhando, pintura nova. Um shopping-center.

Paçoquinha

Porto Alegre - Paçoquinha, que me apresentou aos punks, tem uns 17 e responde a processo por estar na rua depois da meia-noite. Vende adesivos anarquistas e foi assediado por anarquistas do movimento internacional, que buscam arregimentar anarco-punks em fóruns sociais vez em quando. Comprei-lhe uns adesivos malucos sobre o holocausto nuclear - "melhor sermos ativos hoje que radiativos amanhã" - e sobre política - "Una-te pelo fin (sic) da exploração. Vote nulo".

Passo Fundo Anarchy

Porto Alegre - O punk que conversa comigo diante da venda de camisetas de protesto (12 reais) é de Passo Fundo, onde o movimento atualmente ficou restrito a uma meia dúzia de pessoas. Nos anos 80 eram mais de 20, que apanhavam mesmo da polícia, mas com o passar do tempo, os brigadianos foram se acostumando com os caras e já não esquentam mais com eles. O cara fala (e cospe) um monte, o que é bem punk. Filosofia de vida. Muito respeito.

Deep Step Punks

Porto Alegre - Enfim, coisas estranhas acontecem, como a palestra "Amazônia, a revolução vivida hoje", que mudou de andar. Enquanto isso, descubro que, pela quantidade de índios do lado de fora, jamais vou conseguir assistir à oficina "Terras Indígenas: Demarcação, lutas", um estudo regional feito em Passo Fundo (RS). Falsar em Passo Fundo, descubro que há punks por lá. Seriamo os Deep Step Punks?

Chomsky

Porto Alegre - Asssisto a palestra de Chomsky lotadíssima. Ele diz coisas que queremos ouvir.

"A tecnologia em geral é totalmente neutra: um martelo pode ser utilizado por um carpinteiro para construir uma casa ou por um torturador para esmagar a cabeça de alguém; o martelo não se importa", por exemplo.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2002

Malditos ladrões!

Porto Alegre - Deixei minha toalha de bobeira no varal coletivo e agora preciso de uma nova. Fui roubado. Que falta de respeito. Me disseram que toda a marginália de Porto Alegre se misturou aos particpantes do Fórum Vou até a Loja das Noivas e compro toalha nova, gastando uma grana que poderia ser melhor aproveitada. Humpf.

Tiroteio Antártico

Porto Alegre - Muito interessante o nome desta banda de Porto Alegre: Astronauta Pingüim e os Baleados.

Caminho contrário

Porto Alegre - Epnogoha fica agradavelmente surpreso ao saber que vim "da floresta" e que meu trabalho tem a ver com os problemas indígenas. Gosto de saber que esse cara, que largou a cidade para virar brujo e cuida, junto com o mexicano Oscar da fogueira mística, pensa de forma semelhante a este blogueiro (pesquisador de ciberativismo, caçador de respostas para essa desorganização mundial, prescrutador dos dominios virtuais em busca de cidadania planetária, teoórico do ativismo digital) que é, ao mesmo tempo, pesquisador e objeto num tal modelo de investigação participante.

Arte Engajada

Porto Alegre - Tomo três rodadas de chimarrão com um grupo de moradores de rua de Porto Alegre que está fazendo uma exposição com arte feita de material reciclado.

Pai

Porto Alegre - Soube que meu pai está no Brasil, doente. Vai ficar alguns dias na casa da minha irmã. Faz tempo que não falo com o velho. Distâncias...

Casa

Porto Alegre - A juventude tem muitas idades. Sabemos disso ao ver esses jovens de várias idades circulando por aqui. A juventude fica instalada em algumas pessoas ad aeternum, porque nelas reside o vírus do otimismo. Se acreditamos, permanecemos jovens. E o acampamento é do tamanho do mundo.

Himmler

Porto Alegre - Ouço no rádio que no discurso de Bush 2 no Congresso foi dito que a "guerra pela liberdade" vai se estender além dos limites do Afeganistão. E por que não? Não vamos perder tempo com panegíricos a Mr. Bush, Júnior. Esse filhote da guerra fria ainda vai dar trabalho...

Invasão

Porto Alegre -
Quando cheguei ao Parque da Juventude havia pouca gente instalada, a maioria estrangeiros, que precisaram chegar mais cedo por causa de credenciamento e o MST, de quem me tornei vizinho. Mas se outrora havia grandes espaços, hoje estou cercado pela galera de Pernambuco, que discute política as 24 horas do dia. Amanhã é a palestra de abertura do fórum, com Noam Chomsky.

Ideólogos de todo o mundo, uni-vos

Porto Alegre - A organização procura atender os visitantes com comida natural de baixo custo e muitos sorrisos. Toco violão com uruguaios e discuto a eficácia do fórum com o Rodrigo, da UFPE, que é contra a nomeação de um punhado de delegados ligados a um punhado de ONGs. Brada contra o evento e contra seus financiadores - Fundação Ford, etc. -, mas admite que o estabelecimento de contatos e o intercâmbio com outros movimentos são fatores positivos.

Cidade da Juventude Carlo Giuliani

Porto Alegre - O acampamento lembra um show de rock n'roll, mas é uma aposta ideológica. Gente que quer mudar o sistema, que sabe que do jeito que as coisas estão, podemos nos inviabilizar enquanto seres humanos. Há pouca gente quando instalo minha barraca à sobra de uma árvore, próximo da barraca do MST e de uns chilenos. Os canadeneses (digo, quebequenses) estão aí já há algum tempo, ao lado de uns franceses radicais.

Parece evento de consumo, mas é anti-consumo. E se foi montada uma estrutura de consumo é porque não é possível suportar a chegada de 60 mil pessoas sem um mínimo de estrutura física, de alimentação e de logística.

Ou estou enganado ou esse é um som de um instrumento aborígine vindo daquele cara junto à fogueira. Descobrirei mais tarde que não. Trata-se de um brujo mexicano Oscar veio a pé para o Fórum. Partiu em maio do ano passado, conforme havia previsto durante o primeiro fórum. Ao seu lado, Epnogoha, que já chamou-se Sílvio, um gaúcho que descobriu-se feiticeiro durante um trabalho de preparação que durou três anos e três meses no alto da serra.

Software livre

Porto Alegre - O horário é restrito e o tempo é curto, mas o serviço de chat do Fórum Social Mundial funciona. Uma fila querendo usar o computador atrás de mim. Os softwares originais instalados nessa rede, conflituam com os slogans das camisetas propondo o Software Livre.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2002

À pampa

Porto Alegre - Chego alquebrado nestas paragens meridionais. Finalmente, o Fórum Social Mundial. Ônibus sucks.

terça-feira, 29 de janeiro de 2002

Longe demais das capitais

Porto Alegre - Chego a uma cidade quente, ígnea, magmática. Suo aos litros enquanto penso que deveria ter vindo conhecer o Sul no inverno. Vim num ônibus muito pouco confortável da Viação Penha, que me deixou marcas nos discos da coluna vertebral. Conversei em inglês com uma mulher de erres russos, bálticos, eslavos, sei lá. Um erre forte, pronunciado, que leva esta gauchinha que espera o ônibus a comentar: "Bah, mas que sotaque forte tem essa mulher."

segunda-feira, 28 de janeiro de 2002

Rumo ao Sul

Registro - Parti para o Terminal Rodoviário do Tietê em trânsito e calor horrendos. Não vai dar tempo de receber o dinheiro do Jornal da OAB. Chego na Sé às 13h20, na esperança de pegar o ônibus para Porto Alegre, mas ainda preciso comprar o bilhete do metrô. Os guichês estão cheios. Filas. Vou até a máquina. Fila. Faltam três. Faltam dois. Falta um, mas o cara insiste em inserir a nota dobrada, que volta repetidamente. Troco a nota para ele, que agradece e sai. No relógio, 13h23 e a máquina recusa uma moeda de 50 centavos. Depois de tentar duas vezes, coloco outra nota de 1 Real, aperto o botão do troco e espero uma eternidade. Corro para o metrô, sentido Tucuruvi, atropelando pessoas com uma mochila pesada e um violão que peguei com o Paulo Bauer. Chego à Tietê exatamente às 13h30 e torço para que o ônibus atrase. Vou até a plataforma 25, onde há três ônibus. Pergunto qual deles vai para Porto Alegre e quase entro o ônibus errado. Alguém olha pro meu bilhete e diz que tenho que pegar o que vai para Santana do Livramento, que está ali, de saída. Faço sinais. A porta abre. Porto Alegre, here i go.

Trainspotting

On the road - As estradas do interior de São Paulo estão esburacadas como as ruas da capital. Os banheiros lembram a cena do mergulho em Trainspotting. No Paraná, estradas com sinalização perfeita, pavimento de primeira e banheiros que parecem a descrição de Renton para o que ele esperava do banheiro para onde corria, constipado.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2002

Deu pra ti

São Paulo - Atenção, leitores fantasmas deste blog. Daqui a duas semanas vou à a capital mais meridional do Brasil, lugar distante e isolado nos confins de planeta, verdadeiro fim de mundo, terra de várias cores e um único sotaque, de grandes bandas de rock, bom churrasco, boa erva e gente hospitaleira. Em Porto Alegre, verei como é essa reunião de gente do mundo todo interessada em paz, solidariedade, distribuição de renda e tecnologia compartilhada.

Go!

São Paulo - Hoje o Lakers deu um PAU no Detroit Pistons. Mais de 30 pontos de diferença, com o time reserva (Horry, George, Madsen, Medvedenko e Hunt). O'Neal, Bryant, Walker, Fisher e Fox assistiram a metade final do banco.

sábado, 29 de dezembro de 2001

Shame

São Paulo - Não vou ganhar nenhum amplificador ou guitarra sorteado pela Kiss FM porque não votei nas clássicas do rock clássico. Shit.

UFO

São Paulo - Já é 29 de dezembro e ainda não escrevi sobre o meteorito que vi da sacada do apartamento, que fotografei na ânsia de reter bela imagem de corpo celeste incendiando a atmosfera. Pelo menos consegui ficar longe do computador alguns dias (este verme eletrônico, maldita taenia digital), para me dedicar exclusivamente a três pessoas: minha mulher, meu filho e o ócio. Dezessete dias e um Érico Veríssimo (O Senhor Embaixador) depois, i'm back!!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2001

sexta-feira, 7 de dezembro de 2001

Sobre a rede

São Paulo - Às vezes minha mãe me pergunta por que eu trabalho com a rede: - meu filho, por que você trabalha com isso? - Por que blá blá blá, mãe. Minha filha também já me inquiriu. À ela respondi que o trabalho, no ciberespaço, é mais fácil, porque faço.

Dissertação

São Paulo - Há dias reescrevo os mesmos parágrafos em versões diferentes. Edito e reedito idéias, reelaboro proposições, afirmo coisas de uma forma e reafirmo, dias depois, num texto completamente diferente. Pós-graduação. Um caos de informação, tecnologia e ação política nesse pretenso fórum global, a rede.

Download

São Paulo - O epitonic.com é bom mesmo. Recomendo.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2001

Compartilhando

Neste momento estou testando epitonic.com. Vamos ver se temos mesmo um novo canal de mp3. He he he.

terça-feira, 4 de dezembro de 2001

Nasser e Inácio

São Paulo - Anastase Papoortzis me conta que, por causa da perseguição à comunidade islâmica, Nasser Hamid teve que mudar de nome. Agora chama-se Inácio José Amilton. Só pode ser brincadeira...

domingo, 2 de dezembro de 2001

Lista Negra

São Paulo - Não vote nesses caras. Eles votaram contra ou se abstiveram no projeto de lei que acaba com a imunidade parlamentar sobre crimes comuns. Foram 412 votos a favor, 9 contra e 4 abstenções. Veja a lista de infelizes:

Alberico Filho (PMDB-MA)
Almir Sá (PPR-RR)
Bonifácio de Andrada (PSDB-MG)
De Velasco (PSL-SP)
Eurico Miranda (PPB-RJ)
João Magalhães (PMDB-MG)
José Gomes da Rocha (PMDB-GO)
Jose Militão (PTB-MG)
Jurandir Juarez (PMDB-AP)
Mauro Lopes (PMDB-MG)
Olavo Calheiros (PMDB-AL)
Reginaldo Germano (PFL-BA)
Wigberto Tartuce (PTB-DF)

George Harrisson

São Paulo - Ok... George Harrisson. Mas dizer o quê sobre o cara? Que era o melhor instrumentista dos Beatles? Que compôs coisas incrivelmente inspiradas? Que quando aprendi While my guitar gently weeps senti que, agora sim, sabia tocar guitarra? É tudo verdade...

Com apenas 51 anos, Rest in peace, George.

sábado, 1 de dezembro de 2001

Tomara

São Paulo - Acho que vou ganhar uma bolsa de estudos. Desconfio.

É possível...

São Paulo - Sensação boa. De notícias alvissareiras.

Deu na Rolling Stone:

São Paulo - Excelente notícia. Tomara que sim:

"I never want to say we're done completely, but we may be," says Pink Floyd guitarist David Gilmour. "With the length of time since we've done something together, it just doesn't feel like something I've missed very much. I don't want to be touring anymore. I'm fifty-five; it's a young man's game."
Gilmour's revelation comes with the release of Echoes: The Best of Pink Floyd, a lavish and thoughtfully assembled double-CD retrospective tracing the band's thirty-six-year career -- from its apprenticeship in the mid-Sixties London club scene and its psychedelic explorations to its reincarnation as the high priests of Seventies concept albums and spare-no-expense arena-rock extravaganzas. After six years without a new album, Gilmour says the tank is empty. "We don't have any project in mind," he admits.

Leia mais aqui

sexta-feira, 30 de novembro de 2001

Ciberativismo

São Paulo - Acabo de enviar para a Fapesp minha proposta de pesquisa sobre ciberativismo. Meu estudo pretende mostrar que a Internet, ultrapassando o conceito de tecnologia de informação, tornou-se ferramenta política indispensável. E que os temas tratados pelo ativismo político na rede mundial de computadores podem ser considerados, mais do que a simples mediação do stablishment, como uma tentativa real (e não virtual) de modificação dos atuais conceitos de cidadania.

About time

São Paulo -
Bad time.
Bed time.

Invasores de Corpos

São Paulo - Neste momento, plena madrugada, centenas, milhares de pessoas Brasil afora sentam-se, extáticos, diante da tela. A web, essa maravilhosa diversão eletrônica, antes vista como lenta e monótona, avança sobre as presas humanas qual extraterrestres invasores de corpos. Assisti a esse filme, com Donald Sutherland, quando tinha 10 anos. Me assustou um bocado.

Tristessa

São Paulo - Releio, com a satisfação das primeiras vezes (1995, 1996?), Tristessa, uma cybernovela muito bacana que descobri na rede naquele início de navegação pelos idos de 1996. Logo fiquei a fim de também criar meu livro digital. Down, romântica e Generation X, Tristessa é pra quem curte Leonard Cohen, Nick Cave, Radiohead, John Coltrane, Dexter Gordon...

Bolas, Livros

São Paulo -O jogo Bulls x Heat foi uma decepção na casa dos setenta pontos. Com ninguém, ninguém mesmo que mereça destaque. Na próxima terça tem Kings x 76ers, dia em que o coleguinha Renato Modernell lança seu livro, "Viagem ao pavio da vela" no Shopping Villa Lobos. Que desculpa vou dar na próxima aula?

quinta-feira, 29 de novembro de 2001

Comments

São Paulo -Tento, sofregamente, instalar comentários no Blog. É uma luta inglória contra programas que fecham, códigos HTML que desaparecem etc.

quarta-feira, 28 de novembro de 2001

Vidraça

São Paulo -O Vitrine (TV Cultura) de hoje, não estava exatamente fabuloso. Mas no geral o programa é sempre bom. Como outros programas tipo Conversa Afiada, Diário Paulista, RG... Ops, RG não! É uma pena que a direção da TV Cultura não tenha a mesma qualidade da programação.

Absurdos - parte 1

São Paulo - Acho questionável a genialidade de Jimi Hendrix. Não acredito nessa conversa de que ele revolucionou completamente o instrumento, que atingiu escalas nunca antes tentadas, que conseguia fazer movimentos absurdos e extrair frases lascivas e inesperadas daquela velha guitarra...

Sinceramente, alguém já ouviu uma coisa dessas? Nem eu. Empale-se o autor de tal heresia.

Insônia

São Paulo - Pra relaxar, um banho. Mas nada de sono

terça-feira, 27 de novembro de 2001

Bola ao cesto

São Paulo -Muito devagar o jogo entre Sacramento Kings x Houston Rockets. Glenn Rice está morto e aquele cabeludo é mau passador. A TV poderia estar transmitindo Lakers x Bucks, que seria muito melhor. E não é porque sou torcedor dos Lakers. Falo como amante do esporte. Por isso, conselho de amigo, não assista Rockets x Kings. Putz, se fosse um jogo dos Spurs ou dos Raptors.
Bom, o Lakers vai jogar em nove terças-feiras (dias em que a ESPN transmite) até a rodada final. Não é possível que não transmitam pelo menos seis.

A Incrível Teoria dos Planetas, por Edileuson Almeida

São Paulo - Edileuson Almeida tem uma interessante teoria sobre a humanidade. Ei-la: nós, na verdade, não somos deste planeta. Somos uma gente que veio, há muito tempo atrás, de um outro mundo e que irá partir, em breve, para outro. Não metafisicamente, como crêem as sociedades místicas, mas fisicamente mesmo. Em algum momento - e da próxima vez será por causa das agressões ao ambiente - teremos que encontrar outro lugar para viver. E assim por diante.

Feliz aniversário

Você não pôde ler isso no dia em que escrevi, ocupada que estava com o menino maluquinho. Hoje pouco importa o que escrevi, porque o eternizar da mensagem consegue explicar bem isso que a gente é. Poderia, a meu modo, buscar mil maneiras de explicar em frases feitas o que sinto por você. Te amo. Somos soma.

Radiografia

São Paulo- Em Roraima, uma reportagem da revista Época foi condenada pelos jornalistas locais. Imagino o quanto lhes daria prazer ter acesso ao texto e jogá-lo no incinerador mais próximo, antes de ser publicado.

Se a liberdade de imprensa não está morta e enterrada, cabe ao jornalismo repensar seu papel social e profissional para não confundir a missão de bem informar com os arroubos de quem tenta conservar em cova rasa um cadáver putrefato.

segunda-feira, 26 de novembro de 2001

A casa do Mussum na web

São Paulo- O site não é muito bom, mas é uma homenagem ao Mussum. Só por isso já vale a pena ir. Para fãs que, como eu sempre acharam o Mussum o melhor dos quatro trapalhões.

Bloguema número 1

Blog Trotter
Blogs, blogs, blogs
Dez mil blogs no Brasil
Antes que te afogues, navegando em tantos blogs
Poeta ordinário, que comete rima vil
Epifanize a rotina, cauterize a retina
A coluna dói, o mouse faz clique
Ao oftalmologista, rogue
Ao ortopedista, suplique


São Paulo, Novembro de 2001

Reading

São Paulo -
Uma pilha de livros para ler.
Porção de sites a pesquisar.
Endereços virtualmente reais
Alcidas Ramos, Memórias Sanumá.
Ideologia de Thompson, compromisso da ciência.
Sociedade em Rede, de Manuel Castells
De Levy, O que é Virtual? e Tecnologias da Inteligência.
Pra distrair, nem um H. G. Wells

domingo, 25 de novembro de 2001

Liu

São Paulo - Meu filho é um sujeito incrível. Deixa claro suas opções (melhor dizendo, as nossas alternativas) em poucos minutos. Consegue apresentar, com sua personalidade pouco ortodoxa, um conjunto de regras de convivência que dificilmente poderíamos imprimir sem a sua ajuda.

Hoje é seu quadragésimo dia de vida. Criamos um endereço virtual para ele ser visto por nossos amigos. A Nagisa, de carona, "atualiza" sua page, em pantomima pueril e fake de pai que quer ser filho.

Rock n'roll

São Paulo - Hoje (já passou da meia-noite, então foi ontem) toquei rock n' roll com Paulo Bauer (voz), Alê Borges (baixo) e Rodrigo Vitulo (bateria), que gostam de Led Zeppelin e outras bandas "da diretoria". Acho que foi por isso que nos demos bem logo no primeiro ensaio.

Tocamos no MK Estúdio, na área "musical" da Teodoro Sampaio. No repertório improvisado, Led Zeppelin (Whola Lotta Love), Sttepenwolf (Born to be Wild, é claro) e Queen (Underpressure, mas não ficou legal). Fiquei empolgado com o som. Vamos ver no que vai dar. Por mim, dá rock. Até porque não poderia dar outra coisa. Jazz? Quem sabe mais tarde...

Magic and Loss

São Paulo - Passei, ainda há pouco, por aquele susto de quem perde um texto no computador, assim que mandei o primeiro post. Reconstruí os escritos de forma bastante semelhante à da primeira versão, mas é claro que nunca, nunca mesmo, terei de volta o que escrevi e desapareceu misteriosamente da tela, enquanto o padrão do teclado era alterado e a barra de rolagem subia e descia, alucinada. Apostaria, se gostasse de apostas, que é coisa de hacker.

Escola

São Paulo - Soube que o velho prédio da minha primeira escola em Boa Vista foi derrubado e em seu lugar construíram uma nova estrutura de armações megalometálicas. Os rodapés daquele velho prédio pré-moldado em blocos metálicos produziam um som incrível, quando atingidos por bolinhas de gudes. Eram nossos canhões a laser. Naquela época (final dos 70, início dos 80) o regime militar subsistia, com cartazes nos postes: "Diga sim ao presidente Figueiredo". Futebol, basquete, bullying etc. Sopa de feijão, paçoca de amendoim... Quimeras possíveis no ensino público e gratuito.

Guerra fria