quarta-feira, 20 de junho de 2007

Desciclopédia

Belém - Se já não é possível confiar plenamente nem na Wikipédia, que dizer de sítios como esse?

No final do século 19 Belém experimenta um enriquecimento meteórico com o Ciclo da Borracha. (...) . Produções teatrais e cinematográficas européias, como Emmanuelle e Sylvia Saint, aportavam primeiro em Belém, onde eram encenadas/exibidas no Theatro da Paz ou no Cinema Olympia (o mais velho do Brasil ainda em atividade), para só depois seguirem para o Sul. Por aqui também o renomado DJ Carlos Gomes viveu seus últimos anos.

Tá aqui.

A tocha

Belém - A cidade está em festa com várias convenções acontecendo, hotéis lotados e a passagem da tocha que simboliza os jogos panamericanos. Caminhões-link de todas as emissoras preparam-se para transmitir o evento. A Praça da República fervilha de curiosos, camelôs e vendedores de tacacá e maniçoba. Enquanto isso, do outro lado da praça, no interior do quase centenário Cinema Olympia, alunos e professores da Universidade Federal do Pará organizam o Intercom regional, que começa com mostras documentais. Hoje à tarde começa a Expocom no Teatro Maria Silvia Nunes, na Estação das Docas.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Grão-Pará

Manaus - Nos próximo dias este blog será atualizado de Belém, capital do estado do Pará, onde integro a comissão avaliadora da Expocom, concurso que revela projetos experimentais (jornal impresso, programa de rádio, video-documentário, blog, etc) em Comunicação Social de toda a Amazônia Legal (Roraima, Acre, Rondônia, Amazonas, Amapá, Pará, Tocantins e Maranhão), maior região do País em área, mas a pior em índices de educação. Por aqui o profissionalismo ainda engatinha, tentando vencer obstáculos como as concessões políticas de emissoras de rádio e de TV e a pouca valorização dos profissionais com nível superior.

Ser jornalista, publicitário ou relações públicas aqui no norte não é fácil. Além de lutar contra a falta de oportunidades de ensino, depois de formados os comunicólogos precisam disputar o mercado com gente inabilitada, mas apadrinhada por quem não tem interesse no seu aprimoramento profissional. A maioria do mercado ainda é composta por gente sem formação específica. A publicidade é tosca, os RPs desprezados e o jornalismo, coitado, é assassinado diariamente por pessoas sem conhecimentos básicos da língua que julgam dominar.

Nesse cenário, é importantíssimo que eventos como a Expocom - realizada pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação - subsistam. Trata-se de uma forma de mostrar que os estudantes da área não apenas dominam a produção formal da comunicação, como podem oferecer produtos diferenciados - coisa que os rábulas julgam fazer.

A Expocom serve para aumentar o conhecido fosso que separa qualidade de mimetismo e educar os proprietários de meios de comunicação. Afinal, investir em qualidade e em gente habilitada pela universidade sempre vale a pena. Pergunte à Irlanda, à Índia, à Coréia...

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Spurs campeão

Boa Vista - Lutar contra Duncan, Parker, Horry, Ginobilli e Bowen? Só na próxima temporada. Tony Parker, pra variar, fazia cestas em pleno desequilíbrio gravitacional e mereceu o título de melhor das finais. Lebron James vacilou muito, mas ainda é grande e jovem. Robert Horry agora é heptacampeão da NBA. Só gente do Boston Celtics havia chegado a esse número. Pena que a série durou só quatro jogos.

Spurs campeão

Boa Vista - Lutar contra Duncan, Parker, Horry, Ginobilli e Bowen? Só na próxima temporada. Tony Parker, pra variar, fazia cestas em pleno desequilíbrio gravitacional e mereceu o título de melhor das finais. Lebron James vacilou muito, mas ainda é grande e jovem. Robert Horry agora é heptacampeão da NBA. Só gente do Boston Celtics havia chegado a esse número. Pena que a série durou só quatro jogos.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Ludopédio

Caroebe - Francisco espera o momento de se reunir com o Caroebe Futebol Clube, time da cidade que vem treinando nos últimos meses. O encontro é marcado na praça central, perto dos mini-ônibus que chegam e saem em direção a São João da Baliza, Boa Vista e estradas vicinais do interior do município. Francisco chega duas horas adiantado, divide um banco com dois amigos e conversa sobre amenidades.

Desde que começou a treinar o clube, a maioria dos resultados têm sido positivos. As últimas vitórias sobre os times de Entre Rios e das vicinais têm gerado confiança na equipe, que agora se prepara para o Campeonato Intermunicipal. O objetivo, claro, é a vitória. O técnico diz que estão treinando com regularidade e têm confiança no esquema tático.

Francisco Farias tem 50 anos, nasceu no Maranhão e vive na região sul de Roraima há 30 anos, desde antes da criação dos municípios de São Luiz do Anauá e São João da Baliza. Antes caçava onça, vendia o couro, mas logo parou por causa das leis ambientais. É atravessador de profissão, mas ultimamente tem se dedicado ao futebol mais que a qualquer outra atividade.

“Esporte é uma coisa que eu amo. Estou tentando fazer o esporte aqui em Caroebe ser uma coisa mais valorizada”, diz o técnico, de olho no campeonato de 2007, que começou na segunda semana de abril e vai até julho. Tem 12 equipes inscritas, das quais cinco são da cidade. Os demais vêm de Entre Rios (duas equipes) e das vicinais 10, 07, 04 e 34.

A produção de bananas, principal fonte de renda de Francisco, está em baixa. Os produtores reduziram a área plantada artificialmente, para forçar a alta do produto no mercado amazonense. Enquanto isso, Francisco aproveita para manter o time – formado por agricultores, atravessadores, comerciários e estudantes – treinando e em forma. Os jogadores têm entre 20 e 25 anos, exceto Baião, o “Romário” do time, que já passou dos 30.

O técnico quer repetir o resultado do Campeonato Municipal do ano passado, quando o Caroebe F. C. foi campeão. Os atacantes Fredsson e Aliabo, o lateral-esquerdo Baião e o meia-direita Chulipa foram as sensações do último campeonato. “Estamos nos preparando para ingressar na Federação, formar um time organizado, completo. Já temos CNPJ. Ainda vamos mostrar nosso talento em todo o Estado”.

Ludopédio

Caroebe - Francisco espera o momento de se reunir com o Caroebe Futebol Clube, time da cidade que vem treinando nos últimos meses. O encontro é marcado na praça central, perto dos mini-ônibus que chegam e saem em direção a São João da Baliza, Boa Vista e estradas vicinais do interior do município. Francisco chega duas horas adiantado, divide um banco com dois amigos e conversa sobre amenidades.

Desde que começou a treinar o clube, a maioria dos resultados têm sido positivos. As últimas vitórias sobre os times de Entre Rios e das vicinais têm gerado confiança na equipe, que agora se prepara para o Campeonato Intermunicipal. O objetivo, claro, é a vitória. O técnico diz que estão treinando com regularidade e têm confiança no esquema tático.

Francisco Farias tem 50 anos, nasceu no Maranhão e vive na região sul de Roraima há 30 anos, desde antes da criação dos municípios de São Luiz do Anauá e São João da Baliza. Antes caçava onça, vendia o couro, mas logo parou por causa das leis ambientais. É atravessador de profissão, mas ultimamente tem se dedicado ao futebol mais que a qualquer outra atividade.

“Esporte é uma coisa que eu amo. Estou tentando fazer o esporte aqui em Caroebe ser uma coisa mais valorizada”, diz o técnico, de olho no campeonato de 2007, que começou na segunda semana de abril e vai até julho. Tem 12 equipes inscritas, das quais cinco são da cidade. Os demais vêm de Entre Rios (duas equipes) e das vicinais 10, 07, 04 e 34.

A produção de bananas, principal fonte de renda de Francisco, está em baixa. Os produtores reduziram a área plantada artificialmente, para forçar a alta do produto no mercado amazonense. Enquanto isso, Francisco aproveita para manter o time – formado por agricultores, atravessadores, comerciários e estudantes – treinando e em forma. Os jogadores têm entre 20 e 25 anos, exceto Baião, o “Romário” do time, que já passou dos 30.

O técnico quer repetir o resultado do Campeonato Municipal do ano passado, quando o Caroebe F. C. foi campeão. Os atacantes Fredsson e Aliabo, o lateral-esquerdo Baião e o meia-direita Chulipa foram as sensações do último campeonato. “Estamos nos preparando para ingressar na Federação, formar um time organizado, completo. Já temos CNPJ. Ainda vamos mostrar nosso talento em todo o Estado”.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Bola ao cesto

Boa Vista - Alguém aí viu os 48 pontos de Lebron James no penúltimo jogo com o Detroit? É. Nem eu. Com essa estória de rodízio de conferências, a ESPN transmitiu apenas os playoffs do Oeste (Spurs x Suns) na temporada 2006/2007. E nada vimos da série Cavs x Pistons, que teve momentos incríveis como no já citado penúltimo jogo, quando Lebron fez os últimos 25 pontos do Cleveland Cavaliers, incluindo duas prorrogações. Que esteja assim nas finais que começam na quinta-feira. O San Antonio é um time de campeões e é favorito por causa do prognóstico. Mas vai dar Lebron e Varejão, podes crer.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Chávez

Boa Vista - Chávez erra ao fechar a RCTV e ameaçar a Globovisión. Não à toa a direita do continente considera o presidente da Venezuela insuportável. Acham-no defeito da democracia, etcetera. Como George Bush, que foi eleito no tapetão.

Esses "defeitos" da democracia, entretanto, têm currículos diferentes. Chávez melhorou a saúde e reduziu o preço da cesta básica à custa da estatização e do totalitarismo midiático, medidas reversíveis. Bush nos legou guerra, terrorismo, democracia de falácia, crimes contra a humanidade e caos ambiental. Todos dificilmente recuperáveis.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

RCTV se fué


Boa Vista - É brega. Parece que a vida é em Technicolor. Maquilagem pesada, iluminação impecável.

Nada mais cafona que seus jingles, mas tinha seu valor emocional quando todos se sentavam em casa nas noites de Natal, ouvindo com canções alegres e comendo hallacas, assistindo a beloas imagens de picos nevados, praias e llanos, a biodiversidade do país.

Ao cancelar a concessão da RCTV, o governo Hugo Chávez torna visível sua trilha rumo ao totalitarismo. Aprender com as críticas sempre foi sinal de sabedoria.

O fim da RCTV


É brega. Parece que tudo é em Technicolor. Maquiagem carregada, luz impecável. Seus jingles, idem, mas ela fazia todos se sentirem em casa nas noites de Natal, com canções alegres, allacas, picos nevados, praias e llanos, mostrando a diversidade do país. Ao cancelar a concessão da RCTV, o governo Hugo Chávez torna visível sua trilha rumo ao totalitarismo. Aprender com as críticas sempre foi sinal de sabedoria.

sábado, 19 de maio de 2007

Bola ao cesto

Boa Vista -
O ataque mais fulminante da liga está fora.

Com a eliminação do Phoenix Suns, ficam menos belos os playoffs da NBA.

O San Antonio mereceu, graças ao nervosismo dos caras do Arizona. Leandrinho e Steve Nash jogaram muito pouco.

Graaaande Stoudemire, você é 10, man.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Leio The Dark side of the Moon, de John Harris



Boa Vista - Não há grandes novidades além de algumas fotos inéditas neste trabalho do jornalista inglês John Harris. O que pretendia ser um livro sobre a gravação de um dos mais incríveis discos da história da música termina como um registro superficial das atividades da banda, desde o começo dos anos 60 em Cambridge até a histórica apresentação no Live Aid de 2005. Nada que a imprensa musical e outros livros já não tenham publicado, como Saucerful of secrets: The Pink Floyd Odissey, de Nicholas Schaffner (2003) ou Inside Out, do baterista Nick Mason (2004).

Mas há espaço para descobertas interessantes sobre o processo de gravação e comentários sobre a estranha sincronicidade entre o The Dark side of the moon e O Mágico de Oz. Infelizmente, Harris deixa claro sua antipatia por Roger Waters e usa algumas das entrevistas para isso, como a concedida por Peter Jenner, que foi empresário da banda nos primórdios.

“O pior eram as calças vermelhas com penduricalhos dourados que ele colocava ao lado do traseiro – o tipo de coisa que se coloca em cortinas. E ainda punha o isqueiro numa espécie de coldre, pendurado no cinto. Era terrivelmente brega. Mas se achava maravilhoso”, diz Jenner.



Bom, o autor é jornalista e inglês, né?

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Leio “Bestas, homens e deuses”, de Ferdinand Ossendowski

Boa Vista - A louca história do polonês que, perseguido pelos bolcheviques através da Sibéria, termina participando de guerras na Mongólia e no Tibete, em uma longa jornada de volta a Europa. No caminho, depara-se com garimpeiros assassinos, militares cruéis, monges guerreiros e com o enigma do Rei do Mundo. Morador de um reino subterrâneo vastíssimo, a Agartha, o Rei do Mundo é um ser atemporal cuja fala pode parar o vento, calar os animais e paralisar o crescimento das plantas. Sinistro.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

O papa

Boa Vista - O papa Bento XVI contribui com a ignorância mundial via publicação onde espinafra a ciência, como se esta precisasse de mais inimigos do que já tem. Depois de Galilei, a Igreja ataca Charles Darwin, um dos mais importantes homens da História, que ajudou na compreensão da vida e de como os organismos se adaptam ao ambiente. Idéias fundamentais para compreender hoje o que ocorre com o clima do planeta e prever a vida de nossos descendentes no futuro calcinante que o efeito estufa nos reserva.

Ratzinger diz que a Teoria da Evolução não pode ser comprovada cientificamente, método utilizado, como se sabe, para comprovar a existência de Deus.

Como Descartes, o papa tenta usar a ciência para justificar o divino e desqualificar o homo sapiens. Nada mais apropriado em tempos de humanismo em baixa.

domingo, 8 de abril de 2007

A ausência

Boa Vista - O número 5 de Minguante traz textos inspirados de autores de Portugal, Brasil, Espanha, México e Chile. O tema da ausência permitiu enredos competentes. Carlos Seabra vem de humor negro, Luís Ene envereda pela videoarte, Alberto Monteiro desafia a temática e Maria Pragana prega sustos.

Três amigos comparecem neste número. O já citado Luís Ene, o ausente homenageado aqui e o talentoso Ricardo Divino, meu prezado das Geraes.

Impressiona a quantidade de textos sem título, nesta edição. Ou não?

Guerra fria