quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
Político tem bens bloqueados
O ex-prefeito defende monoculturas poluentes e contesta os direitos indígenas. É da turma dos que justificam crimes de corrupção e ameaças a populações autóctones como "efeito colateral" de uma nada provável luta-contra-imperialistas-que-querem-dominar-a-Amazônia.
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
O(s) Idiota(s)
Agora a Assembléia Legislativa age em nome dos bons costumes, embora não tenha tomado qualquer atitude quando o "lutador" confirmava compra de votos para a eleição da diretoria da Câmara de Boa Vista em telefonemas interceptados. Corrupção pode. Mostrar a cueca, não.
PS: Há menos Dostoiévski que Lars Von Trier no título deste post, (e)leitor.Roraima existe?
O mundo perdido
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Leio Como vivem os mortos, de Will Self
No caos post morten criado pelo britânico em seu quarto romance, a tabagista Bloom desobedece às regras do limbo onde vive (hahaha) para atuar com voyeur na vida das próprias filhas, uma drogada perdida e uma capitalista
O livro é um espetacular desfile de reflexões acerca da política mundial, drogas, taxistas cipriotas de costas peludas, terrorismo, judeus, moda, negros, britânicos empedernidos e norte-americanos consumistas. Às vezes fica difícil acreditar que é Lilly Bloom e não o próprio autor quem narra tantas digressões a respeito da sociedade inglesa contemporânea.
Vale a pena ler, mesmo que seus conhecimentos gerais não sejam suficientes. Will Self não está nem um pouco preocupado em que não lhe compreeendam a prosa. Escreve da forma que acha melhor, sem facilidades ou coloquialismos, com vasta erudição e verve crítica. Observar as coisas de forma tão venenosa é de causar inveja.
Pop will eat Will Self? Veremos.
Livro: Como Vivem os Mortos
Autor: Will Self
Número de páginas: 368
Editora: Objetiva
Preço: R$ 47,90
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Decálogo do bom pesquisador (aos alunos de Metodologia)
1 - O prazo é meu inimigo mortal. Não devo me aproximar dele;
2 - Meu trabalho é, de todos, o mais importante;
3 - Jamais irei à pesquisa de campo sem ulterior pesquisa bibliográfica;
4 - Tempestades, terremotos e inundações não interromperão meus trabalhos;
5 - Acidentes, incidentes, doenças e golpes de estado, tampouco;
6 - Cataclismas de qualquer ordem e outros incidentes não interferirão no meu cronograma;
7 - Meu orientador é meu pastor e nada me faltará;
8 - Ele me guia por bibliografias complexas e apascenta meu problema metodológico;
9 - Jamais dispensarei orientação, pois sou jovem pesquisador honesto e determinado;
10 - Meu objetivo é produzir um projeto de pesquisa. Agora ou no ano que vem, Amém.
Boa Vista, Outubro de 2007
sábado, 27 de outubro de 2007
Leio Baudolino, de Umberto Eco
Livro: Baudolino
Autor: Umberto Eco
Editora: Record
Páginas : 459
Preço: R$ 43,00
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
Um conto
Em certo país e cidade, há uma espécie de café e nele uma mesa em particular. A ela se sentam e a ela regressam aqueles clientes que notaram um dia o espelho defronte. Através do vidro velho, irregular e manchado, cada desses clientes tem a impressão de contemplar no lugar de si um outro, estranhamente próximo de qualquer coisa que desejaria em segredo ser: O velho eleva a chávena aos lábios dum eu antigo, de costas mais direitas; O pobre acende um cigarro amarfanhado mas saboreia a cigarrilha fina do vulto bem vestido que lhe segue os gestos; A jovem perplexa observa-se e detecta algo de claramente masculino no gesto simples de endireitar os óculos. Conheço bem aquela mesa. E esses vultos distorcidos, feitos da essência do desejo – dizer que os conheço bem seria bem pouco. Faço o que posso e me compete. Mas quando lá ao fundo a mesa está vaga e há que matar o tempo, sirvo-me deste caderninho que alguém nela deixou em desalento e vou alinhando palavras sobre as linhas azuis. Assim, devagar. Da direita para a esquerda.
(Carlos Tijolo, na Minguante)
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
Duas canções
(Rodrigo Amarante)
Posso ouvir o vento passar, assistir à onda bater
mas o estrago que faz a vida é curta pra ver
Eu pensei que quando morrer
vou acordar para o tempo e para o tempo parar
um século, um mês, três vidas e mais um passo pra trás
Por que será? Vou pensar
Como pode alguém sonhar o que é impossível saber
Não te dizer o que eu penso já é pensar em dizer
e isso, eu vi, o vento leva
Não sei mais, sinto que é como sonhar
e o esforço pra lembrar é a vontade de esquecer
E isso porque diz mais!
Uh... Se a gente já não sabe mais
rir um do outro meu bem, então o que resta é chorar
e talvez, se tem que durar, vem renascido o amor bento de lágrimas
um século, três, se as vidas atrás são parte de nós
E como será?
O vento vai dizer, lento, o que virá
e se chover demais, a gente vai saber, claro que um trovão
se alguém depois sorrir em paz
só de encontrar
Slideshow
(Rufus Wainwright)
Do I love you because you treat me so indifferently?
Or is it the medication? Or is it me?
Do I love you because you don't want me to rub your back?
Or is it the medication? Or is it you? Or is it true?
And I better be prominently featured in your next slideshow
Because I paid a lot of money to get you over here, you know?
And if I am not prominently featured in your next slideshow
I don't know what I'm gonna do
Do I love you, or is this feeling just a little pain?
A treasure chest is broken easily open
And usually I am such a happy prince
Behind the iron curtain, the city walls a solid prison
And I better be prominently featured in your next slideshow
'Cause I paid a lot of money to get you over here, you know?
And if I am not prominently featured in your next slideshow
I don't know what I'm gonna do!Do I love you?Do I love you?Yes I do
Do I love you? Yes I do
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
Bergman e Antonioni
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sexta-feira, 20 de julho de 2007
A morte de Antônio Carlos Magalhães
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quinta-feira, 12 de julho de 2007
Leio O trovador solitário, de Arthur Dapieve
Marcadores: Arthur Dapieve, Legião Urbana, Renato Russo
Avery Veríssimo, Quinta-feira, 12 de Julho de 2007 às 15:01 | alguém comentou
Cruviana
sábado, 23 de junho de 2007
Epílogo
Belém - A Amazônia tem a pior distribuição de renda, os piores índices de educação e algumas das piores condições de vida do Brasil. Por aqui temos uma imensa riqueza concentrada nas mãos dos coronéis políticos, das grandes mineradoras e do agronegócio. Nossas populações carecem de saúde, educação e moradia.
A Amazônia Legal ocupa 2/3 do Brasil. Vinte milhões de pessoas vivem aqui, pressionados por grupos que algumas vezes se igualam em radicalismo. Entre as necessidades ambientais mais urgentes está a necessidade de conservação da floresta e a produção sustentada. Mas exigir ações ecologicamente corretas de quem vive em condições sub-humanas não gera o mesmo apelo que a distribuição de moto-serras, camisetas, bonés, cestas básicas e outras moedas eleitorais. É que às vezes a ciência não cobra políticas públicas adequadas com medo de perder as poucas verbas disponíveis nos orçamentos. Mas de pouco adianta um vistoso campus em meio à cidade partida.
A pesquisa científica na região tem sido tão direcionada pelas grandes indústrias que pouco se produz sobre as populações que habitam este imenso lugar. Índios, profissionais liberais, ribeirinhos, funcionários públicos e latifundiários convivem forçosamente com todo tipo de intempérie. As principais são os políticos locais, tão ricos e tão cegos para os problemas sociais, como os do bairro Guamá, um dos mais pobres da capital paraense, a maior metrópole da Amazônia, com 1,5 milhão de habitantes. A UFPA fica no Guamá. Basta sair dos limites da cidade universitária para mergulhar num mundo insalubre e medieval, com as pessoas vivendo sobre os próprios dejetos.
Minha profissão já me levou a bairros pobres em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Juiz de Fora, Manaus. Já estive em favelas na Venezuela, em bairros sem nenhuma infraestrutura em Georgetown e vi a pobreza extrema nos redutos orientais de Paramaribo. Masos extensos canais de podridão que substitutem as calçadas dos moradores da periferia de Belém são imbatíveis. Por ali, crianças brincam entre urubus. Açougues, oficinas, escolas, lanchonetes, toda a organização urbana suspensa sobre um grosso caldo formado por esgotos, restos de animais, garrafas plásticas e todo tipo de lixo doméstico.
Enquanto na periferia o saneamento é zero, o centro de Belém viceja com praças bem cuidadas e vigiadas contra vagabundos. O centro-histórico de quase 400 anos é um dos mais bem-conservados do Brasil. Na margem da baía, a Estação das Docas (projeto de 20 milhões de reais) se destaca como área de lazer e movimentação cultural e turística. Tem 11 bares e restaurantes e músicos suspensos sobre a platéia.
A cidade conta ainda com um grande complexo para eventos, feiras, congressos e convenções, o Hangar (98 milhões de reais), engrossa o rol de grandes obras junto com o parque ecológico Mangal das Garças, que custou 15 milhões de reais. Mas a grande expectativa por aqui chama-se Portal da Amazônia, uma via de seis quilômetros na orla da cidade que concentrará centros comerciais diversos, pretende melhorar o trânsito e vai custar mais de 100 milhões de reais.
Pergunta: quanto custaria sanear o Guamá, pelo menos no entorno da universidade, para justificar a sua existência ali? A Belém dos turistas luta contra a Belém real, mas o combate é injusto.
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Acabou
Belém - O Intercom Norte encerrou ontem com palestra de Gabriel Priolli sobre TV digital e TV pública. No final da noite, foram anunciados os trabalhos que concorrerão ao prêmio Expocom nacional, em Santos (SP), em agosto. Pará e Amazonas vão, em peso.
A incansável Maria Ataíde Malcher, coordenadora do congresso, declarou sob emoção que os trabalhos estavam encerrados. Meses de preparação e semanas de trabalho ininterrupto renderam um evento bem-feito, com pouquíssimas falhas e muita dedicação da equipe de 40 estudantes voluntários. Gente que, no futuro, estará cuidando das universidades porque já foram contaminados pelo vírus da pesquisa em comunicação.
José Marques de Melo, decano dos contaminados, elogiou o evento e anunciou a próxima sede do Intercom Regional: Boa Vista, Roraima. Chegou a hora do Hemisfério Norte mostrar seu valor.
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Belo Horizonte - A PARTIR DE AMANHÃ MESMO começo a escrever sobre 50 CDs desaparecidos em 2001.
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O secretário de Estado adjunto para os Recursos Energéticos, Geoffrey Pyatt, afirmou que os Estados Unidos pretendem acabar com o projeto de...