domingo, 22 de maio de 2011



Na foto do começo dos anos 70,
minha mãe me carregno ventre
Veste uma bata psicodélica,
cheia de fractais coloridos,
 esmaecidos nos
 diversos tons 
de cinz
do filme em 
preto e branco.

Filmes de praia com Avalon & Funicello e participação especial de Buster Keaton. Sessão da Tarde. Gostava mesmo era dos Ratos.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Uma moto e a estrada

Boa Vista - Vejo comovente road movie canadense sobre homem que, ao descobrir-se com câncer em estágio avançado, decide cruzar o país sobre uma velha motocicleta.


Nada de especial na premissa, explorada muitas vezes em interpretações de medíocres a excepcionais, com atores de gêneros e estirpe variados, de Laura Linney a Jack Nicholson; de Morgan Freeman a Dermot Mulroney


One Week me conquista não por tratar da brevidade da vida, mas pela organização de subjetividades, num inteligente ajuntamento de ações e atitudes diárias -  aparentemente sem importância - que afetam todo o universo. E já não somos livres o suficiente para ignorar porque nos cassaram, dolorosamente, o direito a qualquer forma de egoísmo.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

De terra e tributos

Boa Vista - A Prefeitura de Boa Vista foi "enganada" na época do loteamento do Parque Caçari. A imobiliária vendeu cada metro quadrado e não restou espaço para áreas institucionais. Ainda há muita área verde para se fazer as praças, quadras de esporte e outros benefícios que vários bairros têm, inclusive condomínios como o Monte Roraima.

A sugestão de pauta é para a imprensa. A sugestão de agir com zelo pela coisa pública, é para a prefeitura.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Boa Vista - Hoje sou entrevistado às 17h por Jeremias Nascimento na AM 590, sobre Jornalismo, comunicação, cultura e política.

Diário

Dia 416: É meio-dia e os últimos tuiteiros vivos anunciam que vão almoçar. Alguns mencionam o cardápio. Droga, logo não restará ninguém.


Dia 508: Há duas semanas ninguém publica nenhum tweet. A epidemia parece estar fora de controle. Mortos vivos nas ruas.


Dia 582: Depois de vasculhar a rede por dias, descubro uma sobrevivente. Disse que está viva por que nem mesmo zumbis acessam o Flogão.

domingo, 1 de maio de 2011

Faroeste caboclo

Las Claritas - O reggaeton toca a altos decibeis na rua mais movimentada do lugarejo. Catadores deixam  pilhas de latas de cerveja no asfalto para que os carros amassem. Se é preguica ou esperteza, nao sei, mas o espetaculo é deprimente.

Zed is dead, baby

Las Claritas - Anteontem mataram um homem em Las Claritas. Meu primo chegava pela mañha à loja do meu irmao quando notou o corpo estirado na rua. As pessoas passavam, olhavam e seguiam adiante. Tipo assim, nao há nada de errado com ele, exceto pelo fato de nao estar vivo.

Nao ha franquias em Las Claritas, mas em pelo menos uma coisa, o lugarejo se assemelha a Sao Paulo.

Os assassinatos, assaltos e latrocínios sao tao comuns por aqui que a populacao ja criou seu proprio toque de recolher. Quase ninguem sai as ruas depois das 22h. É o preco que se paga pelos diamantes e pelo ouro que se extrai da terra.

sábado, 30 de abril de 2011

Bolivarianas

Las Claritas - Estou em um cybercafe - se assim podemos chamar o cubículo de 10 metros quadrados com 16 computadores e uma cabine telefónica - instalado ao lado de uma das trës  farmácias de Las Claritas, um lugarejo perdido no meio do mundo, nos limites da Gran Sabana a 800 metros de altitude e  de latitude norte. 


Falta luz e faz muito calor. Um pequeno gerador de energia mantém as máquinas funcionando. O teclado está configurado para escrever em espanhol e náo é possível enxergar as teclas.


Las Claritas é o retrato da República Bolivariana de Venezuela, um país outrora atraente para o turismo, mas que agora afugenta os visitantes devido aos constrangimentos ilegais pelos quais passam os viajantes de carro, parados por militares do exército e da guarda nacional dispostos a cobrar propina e destratar turistas em troca de uns mìseros trocados ou mesmo chocolate.


Morei na Venezuela quando criança e ainda tenho pai, primos e irmaos vivendo aqui. Todos chavistas, embora o caudilho presidente tenha perdido a simpatia do lado brasileiro da familia. Gostei - muita gente gostou  dos primeiros anos de Hugo Chávez Frias à frente do país (ver arquivos do e-pístolas), mas agora a corrupçao, o desvio dos petrodolares e a formaçao de uma elite stalinista tornam desagradavel este país lindo, que se compara à Nova Zelandia em matéria de diversidade de natureza e paisagens que vao de praias caribenhas, a imensos deltas, savanas e selva amazonica, pantanais e picos nevados.


A sujeira toma conta do lugarejo, cuja economia está sustentada na atividade garimpeira. Uma miriade de homens e mulheres de diversas nacionalidades - colombianos, brasileiros, dominicanos e tambem venezuelanos - escavam a terra em busca de ouro e diamantes. A mineraçao por aqui é legalizada, mas nao significa que e ambientalmente correta. Ha uso de mercurio para minerar o ouro, que termina caindo nos mananciais.


Dias atrás estive em El Paují, uma comunidade meio hippie e meio indigena que começa a ser invadida pelos garimpos. Dizem que um irmao de Hugo Chavez tem mina por lá. 


Que pasa, Venezuela??

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Paris, Hilton

Boa Vista - Adrian Grenier explica a Paris Hilton o Mito de Narciso. Depois de ouvir a estória de um jovem muito bonito que se afoga ao admirar o próprio reflexo na água, Paris pergunta: "Isso é real?".

Vejo a cena em Teenage Papparazzo, documentário dirigido por Grenier sobre o garoto Austin, que de paparazzo-mirim, é tornado celebridade por conta do documentário dirigido por celebridade sobre papparazzo-mirim.

Guerra fria