sábado, 1 de outubro de 2005

Leio da mão para a boca, de Paul Auster

Belo Horizonte - Mistura excelente auto-biografia a duas peças de teatro horrorosas, um desprezível jogo de beisebol com cartas de baralho e uma novela noir bem construída. A primeira parte, como bem afirma o Antônio Marcos, comprova que mesmo na adversidade é possível construir uma carreira sólida, por mais que os fracassos se sucedam.

A coletânea de fracassos em Da mão para a boca é expiação para o autor, que depois de limpar privadas em navios, flanar sem rumo pelas ruas de Paris, trabalhar em subempregos e tentar projetos mirabolantes na busca da estabilidade financeira, encontrou seu lugar como escritor e roteirista na selvagem Manhattan.

Dos vinte e muitos aos trinta e poucos anos de idade passei por um longo período em que tudo o que eu tocava dava em fracasso. Meu casamento terminou em divórcio, meu trabalho como escritor não levava a nada e eu vivia atormentado por problemas financeiros. Não me refiro apenas a um aperto ocasional, a épocas recorrentes de vacas magras, e sim a uma falta de dinheiro constante, opressora, quase sufocante, que me envenenava a alma e mantinha-me num estado perene de pânico. (p. 7)

Livro: Da mão para a boca
Autor: Paul Auster
Editora: Companhia das Letras
Preço: R$ 50,50

2 comentários:

Edgar Borges disse...

sinal de que há como avançar, mesmo estando ferrado.

Avery Veríssimo disse...

Oi, Zanny. Claro que gosto de poesia. Mas tenho pouca coisa: Plabo Neruda, Jorge Salomão, Baudelaire, Josimar Sousa, Eliakin Rufino e alguns poetas amazônicos. Gostaria de ter Ferreira Gullar, a quem admiro muito. E há uma pá de poetas do undigrundi paulistano que curto muito, os Andarilhos das Letras, dentre os quais destaco Lilian Alves e Barrox.

Guerra fria