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quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Leio Observatórios de Mídia, de vários autores

Boa Vista - Contém textos de Alberto Dines, Danilo Rothberg, Luiz Gonzaga Motta, Ângela Loures, Rogério Christofoletti, Ana Prado, Luiz Egypto e Avery Veríssimo, entre outros. Ideal para o cidadão consciente. Fundamental para estudantes de Comunicação Social.

Editora: Paulus
Preço: R$ 33,00

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Leia Observatórios de mídia: olhares da cidadania

Boa Vista - Tem livro novo de Comunicação Social na praça. O prefácio é de Alberto Dines, a organização é de Rogério Christofoletti e Luiz Gonzaga Motta e há textos de Luiz Egypto, Ângela Loures, Victor Gentille e deste blogueiro, entre outros.

O
livro chama-se "Observatórios de Mídia: Olhares da cidadania", saiu pela Editora Paulus, tem 230 páginas e é uma reunião de textos de 17 pesquisadores brasileiros que compõem a Rede Nacional de Observatórios de Imprensa (Renoi). Será lançado em Natal-RN, durante o Intercom nacional, na primeira semana de setembro.

Sumário

Parte 1 – Por que observar?

Observatórios: da resistência ao desenvolvimento humano- Luiz Gonzaga Motta

A mídia e a construção do cotidiano: uma epistemologia do social-midiático - Wellington Pereira

Monitoramento de mídia e estratégias de cooperação com as personagens da notícia - Guilherme Canela


Parte 2 – Como observar?

Ver, olhar. Observar - Rogério Christofoletti

Monitorando telejornais: desafios e perspectivas - Fernando Arteche Hamilton

Por que os observatórios não observam "boas práticas"? - Luiz Martins da Silva e Fernando Oliveira Paulino

Crianças e adolescentes em pauta: observando a mídia na Amazônia - Ana Prado, Danila Cal e Vânia Torres


Parte 3 - Passado, presente e futuro

Pequena história da crítica de mídia no Brasil - Angela Loures

Um observatório, mais observatórios - Luiz Egypto e Mauro Malin

O futuro do jornalismo: democracia, conhecimento e esclarecimento - Victor Gentilli

Media Literacy na Inglaterra e no Brasil - Danilo Rothberg e Alexandra Bujokas

Notas da vigilância - Avery Veríssimo

sábado, 12 de julho de 2008

Leio O general em seu labirinto, de Gabriel García-Márquez

Boa Vista -
Um general velho e decrépito, aos 47 anos, cruza o que foi um país continental agora reduzido a escombro pós-colonial, repleto de ranços étnicos e fisiologismo político. Da série "como ainda não havia lido esse livro?", o relato romanceado da última viagem de Simón Bolívar do norte da Colômbia ao litoral venezuelano.

A exaustiva pesquisa feita por García-Márquez lembra que o cara é excelente jornalista e pesquisador. Usou dezenas de livros e fez várias entrevistas com biógrafos e parentes do libertador para realizar um de seus livros mais difíceis de ser produzido. O resultado é um livro excepcional, visceral, fundamental.


Livro: O general em seu labirinto
Autor: Gabriel García-Márquez
Editora: Record
Páginas: 281
Valor: R$ 35,00

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Intercom Roraima

Boa Vista -
Roraima já teve seu Intercom, realizado no fim da semana passada aqui em Boa Vista, ultimamente conhecida como capital nacional da pedofilia. Esse tema e a organização do evento me desplugaram por um tempo daqui, mas agora volto à carga.

Por aqui coordenei a Exposição de Projetos Experimentais em Comunicação (Expocom), que revelou talentos estudantis de todos os estados amazônicos. Há gente muito boa em Roraima, Amazonas e no Pará produzindo curtas-metragens, jornais e revistas de alta qualidade, ainda na graduação.

Como a vida segue e um dia já estivemos do lado de lá, espera-se que um dia essa juventude passe comandar os futuros intercoms. E que o mercado enxergue a qualidade de quem queima as pestanas estudando...

Além disso, temos a oportunidade de rever amigos de outras plagas: Paulo César Ribas veio de Belo Horizonte; Maurício Bittencourt, de Rio Branco e Adolpho Queiroz de São Paulo.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Mídia e Amazônia

Belém - O Pará tem um jornal impresso "de primeiro mundo" - as aspas não estão aí para negar a assertiva, mas para reforçar o lugar-comum. Com 61 anos, O Liberal segue a tendência ideológica que o nome não deixa negar. Com uma impressão sem defeitos (e edições que não mancham os dedos), O Liberal se dá ao luxo de publicar todas as suas páginas em cores, todos os dias. Coisa que nem os maiores jornais brasileiros fazem. O jornalpertence ao grupo Rômulo Mayorana - com emissoras de rádio, TV por assinatura e outros produtos de comunicação -, conhecido pela intolerância com o ativista Lúcio Flávio Pinto, que é um dos jornalistas mais processados do mundo. Pinto, por sua vez, publica o Jornal Pessoal, totalmende dedicado a denunciar os poderosos da região. É claro que o Jornal Pessoal não tem como encarar a concorrência.


Agora, depois

Belém - E. Almeida apresentou, em fast forward, o GT "Comunicação e pesquisa na sociedade digital: a produção científica em jornalismo na UFRR". A pesquisa revela, apesar de honrosas exceções, que há muito a ser melhorado nos trabalhos de conclusão de curso de jornalismo da UFRR. Há monografias inadequadas, video-reportagens irrelevantes, house-organs mal-feitos e um inexplicável excesso de trabalhos sobre jornalismo impresso com uma única fonte.

A titulação do corpo docente explica parte do problema, mas não é só isso: falta ousadia ao estudante roraimense de jornalismo. Há muito mais a se descobrir, pesquisar e publicar do que a série de lugares-comuns encontrados entre os mais de 190 TCCs de Jornalismo. Ao invés de fazer o bom e velho estudo de caso sobre os assuntos A ou B nas páginas do jornal X, precisamos de documentários sólidos, programas de rádio alternativos, publicações independentes, blogs coletivos e, urgentemente, crítica de mídia. É preciso emergir do lago de mesmices. Ou isso, ou não veremos tão cedo trabalhos de Roraima na Expocom nacional.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Grão-Pará

Manaus - Nos próximo dias este blog será atualizado de Belém, capital do estado do Pará, onde integro a comissão avaliadora da Expocom, concurso que revela projetos experimentais (jornal impresso, programa de rádio, video-documentário, blog, etc) em Comunicação Social de toda a Amazônia Legal (Roraima, Acre, Rondônia, Amazonas, Amapá, Pará, Tocantins e Maranhão), maior região do País em área, mas a pior em índices de educação. Por aqui o profissionalismo ainda engatinha, tentando vencer obstáculos como as concessões políticas de emissoras de rádio e de TV e a pouca valorização dos profissionais com nível superior.

Ser jornalista, publicitário ou relações públicas aqui no norte não é fácil. Além de lutar contra a falta de oportunidades de ensino, depois de formados os comunicólogos precisam disputar o mercado com gente inabilitada, mas apadrinhada por quem não tem interesse no seu aprimoramento profissional. A maioria do mercado ainda é composta por gente sem formação específica. A publicidade é tosca, os RPs desprezados e o jornalismo, coitado, é assassinado diariamente por pessoas sem conhecimentos básicos da língua que julgam dominar.

Nesse cenário, é importantíssimo que eventos como a Expocom - realizada pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação - subsistam. Trata-se de uma forma de mostrar que os estudantes da área não apenas dominam a produção formal da comunicação, como podem oferecer produtos diferenciados - coisa que os rábulas julgam fazer.

A Expocom serve para aumentar o conhecido fosso que separa qualidade de mimetismo e educar os proprietários de meios de comunicação. Afinal, investir em qualidade e em gente habilitada pela universidade sempre vale a pena. Pergunte à Irlanda, à Índia, à Coréia...

quarta-feira, 14 de março de 2007

Jornalista: profissão ameaçada

Boa Vista -

A lei que regulamenta a profissão dos jornalistas no Brasil é constitucional e é esse o posicionamento que a FENAJ espera do Supremo Tribunal Federal (STF), que ainda vai decidir sobre a validade da exigência do diploma de curso superior para o exercício do Jornalismo. A FENAJ e os Sindicatos de Jornalistas de todo o país estão confiantes de que a regulamentação da profissão será reconhecida pelos ministros do STF no julgamento do mérito da questão.

No dia 6 de março, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) baixou a Portaria 22/2007, restabelecendo os registros de precários. Tal medida já era prevista e esperada, em função da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em novembro do ano passado, que acatou uma medida cautelar proposta pela Procuradoria Geral da República.

No julgamento de questões de mérito, a única decisão desfavorável aos jornslistas profissionais foi a proferida pela juíza Karla Rister, em 2001. E tal decisão deverá ser reformada no julgamento do recurso extraordinário que se encontra no STF, como o foi na decisão unânime da 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em 2005.

Os ataques sistemáticos contra a regulamentação da profissão, a formação específica em Jornalismo e o diploma só interessam àqueles que querem arrochar a categoria, pouco se importando com a qualidade da informação. O argumento de que a exigência da formação superior para o exercício profissional do Jornalismo cerceia a liberdade de expressão e o direito da sociedade à informação é frágil, inconsistente. É uma muleta para aqueles que querem, deliberadamente, distorcer a realidade.

Consistente, sim, foi a conclusão do TRF da 3a Região: “a exigência de formação em curso superior confere maior controle de qualidade na divulgação das notícias e das opiniões públicas não ferindo direito de liberdade de expressão e de profissão”.

É com o objetivo de vê-la reafirmada que, na semana passada, a coordenação do movimento em defesa do diploma lançou seu calendário de lutas para o próximo período. Os mais de 60 mil jornalistas brasileiros não podem ficar apenas aguardando uma manifestação definitiva da Justiça. A FENAJ e os 31 Sindicatos de Jornalistas conclamam a categoria a ampliar o vigor desta luta e denunciar à sociedade os interesses escusos dos grandes grupos de comunicação, principais interessados na desregulamentação da profissão e no fim do requisito do diploma para o exercício do Jornalismo.

Publicado no sítio da Fenaj


segunda-feira, 13 de novembro de 2006

A ponte que sumiu

Belo Horizonte - Matéria do Jornal Hoje (TV GLobo) informa que "finalmente" uma ponte foi construída (com recursos do Banco do Brasil) sobre o Rio Orinoco, na Venezuela, uma revolução na logística do país, que antes dependia do transporte por balsa.

Mentira. Desde 6 de janeiro de 1967 há uma ponte na região, em Ciudad Bolívar. Cruzei-a várias vezes. Chama-se Puente Angostura e é uma belíssima obra de engenharia, totalmente desconhecida do repórter enviado à região.

O erro de informação é resultado da arrogância da emissora, que envia repórteres do Sudeste para cobrir matérias na Bolívia, Colômbia, Venezuela e outras regiões, sem nenhum conhecimento das filigranas regionais. Morar no Rio de Janeiro ou São Paulo não faz de um repórter especialista em política venezuelana. E, francamente, ouvir a opinião dos cidadãos sobre o Governo Chávez é muita falta de imaginação.

O jornalismo da Rede Globo é superficial porque valoriza quantidade mais que qualidade. A única exceção ainda é o Globo Repórter, que aprofunda mais os temas, embora a pauta nem sempre seja interessante. Ao repórter oferecemos a foto da ponte e alguns links para deixá-lo melhor informado sobre o país de Wilmer Walderrama. Quem?! Bom, se 30 anos de profissão são insuficientes para nutrir um jornalista de informações fundamentais sobre política e economia do continente, que dizer da cultura pop?

sábado, 4 de novembro de 2006

P2P não é crime

Belo Horizonte - Baixar músicas em sistemas de troca de arquivos não é crime, pelo menos para a juíza espanhola Paz Aldecoa, da cidade de Santander. Aldecoa absolveu esta semana um homem de 48 anos acusado de compartilhar músicas pela Internet e abriu um novo precedente na batalha entre gravadoras e usuários da rede. Leia mais.

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

terça-feira, 22 de agosto de 2006

A incrível história do Bebê-Monstro de Sete Lagoas contra a Banda Calypso

Belo Horizonte - Jornal popular de BH publicou matéria interessante: um bebê-monstro (com três olhos e muitos dentes) teria nascido num hospital em Sete Lagoas. O hospital não confirma, nem médicos e enfermeiros. Os pais não foram localizados. Cientistas não foram ouvidos. E o ilustre recém-nascido não virou atração apenas por sua constituição física. Chamado de feio no momento do nascimento, o triclope teria respondido: "Feio é o que vai acontecer hoje à noite no show da Banda Calypso". Dizem que os dançarinos parenses amargaram prejuízo no show de Sete Lagoas. Faltou energia, etc.

quinta-feira, 23 de junho de 2005

Comunicação

Divinópolis - Dentre todas as falhas imperdoáveis em comunicação (seja em assessoria, jornal, agência, docência, televisão ou banco de escola), a falta de provas e as incorreções, nesta ordem, são as mais significativas.

No primeiro caso, a intersecção perigosa entre o que se obtém de uma única fonte e o que pode ser comprovado desfaz qualquer trabalho sério. A fronteira entre fato e versão pode custar a reputação de qualquer veículo.

Enquanto os erros na grafia (e por grafia entenda-se topo tipo de publicação, do jornal impresso ao hipertexto, das legendas cinematográficas à diagramação) comprometem a qualidade do trabalho, a desinformação destrói credibilidades, maior patrimônio do setor.

Equipes informes, com diferentes níveis de talento, comprometem a qualidade e andam à margem do amadorismo. Quer ver sua empresa vendendo, seu jornal ganhando crédito, sua publicidade levada a sério, sua festa bombando? contrate um profissional de comunicação.

terça-feira, 3 de maio de 2005

quinta-feira, 14 de abril de 2005

Sobre trabalho

Belo Horizonte - Fui convidado a dar palestra no encontro de coordenadores de cursos de Relações Públicas, promovido pela Raquel na Fabrai hoje de manhã, em BH. Foi positivo porque tratou da profissão não por suas dificuldades, mas por seus valores e pelo desafio de acreditar que quanto maior a sua participação na sociedade, maior o desenvolvimento da indústria, do comércio, da Nação.

Jornalistas e Relações Públicas são profissões que vezooutra entram em choque quando o assunto é assessoria de comunicação, filão profissional muito disputado e vezenquando bem pago. Melhor organizados e com um conselho funcionando há quase 40 anos, os RPs têm força corporativa mas pouca expressão no mercado, que ignora seu potencial como gestor de comunicação.

Neste cenário, profissões como Publicidade e Jornalismo (atividades que rendem filmes, roteiros, reportagens, produtos culturais de todo gênero) ganham espaço à medida que seu trabalho é mais exposto. Apesar disso, qualquer juiz pode requerer sua desregulamentação - será a redesregulamentação uma regulamentação?. Além disso, a falta de um Conselho Federal deixa jornalistas e publicitários fragilizados e com os limites éticos difusos.

No edifício da comunicação, enquanto os relações públicas trabalham nas fundações, jornalistas instalam vidraças e publicitários pintam a fachada. As profissões em comunicação têm muito a contribuir umas com as outras, mas pelo jeito falta um RP para convocar a reunião, discutir o planejamento estratégico e dar o grito de guerra.

sexta-feira, 8 de abril de 2005

Reflexões sobre o dia (seguinte) do jornalista

Divinópolis - O Jornalismo é uma selva. As notícias são antílopes. Jornalistas dividem-se. Entre leões e hienas.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2005

Notas políticas

Divinópolis - Em Roraima, onde a corrupção rules, nem o Judiciário está livre da mão grande dos que ganham dinheiro fácil. Tudo com a proteção de parte da imprensa, que além de eficiente acessório de limpeza de imagem arranhada, atua na campanha contra a demarcação de terras indígenas e na desqualificação do trabalho da freira Dorothy Stang, assassinada por defender os pequenos agricultores do Pará.

No Pará, onde se espanca jornalistas com a mesma naturalidade que se mata ambientalistas, a corrupção permanece impune. Políticos armados até os dentes arvoram-se defensores da pátria e não pagam por seus crimes, como é comum numa terra sem lei. Enquanto isso, a união entre madeireiras e grileiros devasta a floresta amazônica na velocidade do desvio de dinheiro público na maior cidade do País.

Em São Paulo, onde Paulo Maluf permanece impune por desviar milhões de dólares em recursos públicos, passar pelo túnel Ayrton Senna ou pela avenida Água Espraiada equivale a dar uma volta no Vaticano ou no Sultanato de Brunei. O custo é parecido, mas a riqueza não aparece como no Vaticano ou em Brunei. Maluf quase chegou a presidente da República com o apoio dos militares, que ocuparam o poder em 1964, ano da estréia política de Severino Cavalcanti, que comanda 513 deputados na capital federal.


Em Brasília, o concreto já rachou. A Câmara Federal tem um novo presidente, homem insipiente e retrógrado com poucas idéias e muita garganta. Com dezenas de projetos atrasados (razão para que votações importantes só aconteçam em período de férias com pagamento em dobro) Severino Cavalcanti começou o trabalho propondo aumento de salário para os deputados.

Será que ele consegue?

sexta-feira, 21 de janeiro de 2005

Agressão a jornalista

Divinópolis - O jornalista Lúcio Flávio Pinto foi agredido hoje, enquanto almoçava em um restaurante em Belém, no Pará, por seguranças ligados a Rômulo Maiorana Jr., dono do jornal O Liberal e de uma retransmissora da Rede Globo. A Informação foi passada pelo jornalista Carlos Tautz ao diretor da Agência Envolverde, Adalberto Wodianer Marcondes, que publicou na lista de Jornalismo Ambiental que a Andréa participa. Horas depois Ruth Rendeiro publicou na lista que havia conversado com com o irmão do Lúcio Flávio, o também jornalista Raimundo José Pinto. "A informação é que ele foi agredido (bastante!!!) por Ronaldo Maiorana e seguranças, no Restaurante Parque da Residência e que neste momento está registrando queixa policial . Ele estaria bastante ferido", escreveu Rendeiro.

Dias antes, Lúcio Flávio havia publicado uma matéria no Jornal Pessoal sobre as ligações da família Maiorana, dona do jornal O Liberal, emissoras de rádio e da afiliada da TV Globo em Belém com a politicalha paraense. A reportagem analisa as relações intestinas com os governos militares e o quase-monopólio da comunicação no Pará pelos Maiorana.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2005

Justiça

Jerry Mitchell, repórter de 45 anos do Clarion-Ledger de Jackson, Mississippi, através de um apurado trabalho investigativo levou a polícia a capturar Edgar Ray Killen, de 79 anos, pastor e líder da proscrita organização racista Ku Klux Klan, como o mandante e incitador dos assassinatos de Michael Schwerner, Andrew Goodman e James Chaney em 1964. Os dois primeiros eram jovens brancos de Nova York que foram para o sul do país para cadastrar os negros como votantes. Chaney era o jovem negro que atuava como guia para os novaiorquinos.

Eles foram vítimas de uma emboscada depois de terem sido detidos por um policial (também membro da Ku Klux Klan), que os prendeu durante algum tempo. O suficiente para que os integrantes da seita se organizassem e os perseguissem. Os três foram retirados do veículo, executados e enterrados. O carro em que viajavam foi incendiado para ocultar provas incriminatórias.

Esse caso terrível foi retratado no filme "Mississippi Burning" (Mississippi em Chamas), estrelado por Gene Hackman. Aliás, após ter visto o filme, em 1989, ao lado de Bill Minor, outro repórter e ativista de direitos humanos e dois agentes do FBI, Mitchell decidiu entrar com tudo na investigação. Os quatro dissecaram o crime e o próprio Mitchell reconheceu que algo precisava ser feito para corrigir aquela injustiça. Na verdade, Killen foi levado a julgamento em 1967, mas inocentado por um júri composto apenas por pessoas brancas.


Trecho de "O Bom e o mau jornalismo" (Antônio Monteiro), publicado no Comunique-se

segunda-feira, 22 de novembro de 2004

A lista do Francis

Divinópolis - A frase é batida, mas Paulo Francis foi mesmo um dos maiores e mais polêmicos intelectuais brasileiros. Crítico contundente e acidíssimo, homem das letras que não cursou universidade, podia travar batalhas gnósticas com qualquer livre docente. Não tinha diploma, mas ainda é usado como exemplo por alguns boçais que confundem autodidatismo com opção pela ignorância. Comparar-se a Paulo Francis é sempre uma heresia.

Guardava artigos de PF publicados na Folha, no Estadão. Lia e relia descobrindo aforismos, hipérboles novas, no seu texto encontrava palavras desconhecidas que me faziam correr até o dicionário e ler sempre mais de um verbete - como fazem os que lêem dicionários. Dentre os achados, a sua sugestão de biblioteca básica:
Os Sertões, de Euclides da Cunha;
Memórias Póstumas de Brás Cubas e O Memorial de Aires, de Machado de Assis;
A Apologia e Simpósio, de Platão;
As Vidas, de Plutarco;
A Guerra do Peloponeso, de Tucídides;
Os Doze Césares, de Suetônio;
Declínio e Queda do Império Romano, de Gibbon;
Lógica da Pesquisa Científica, de Karl Popper;
Prefácio do Novum Organum, de Francis Bacon;
Prefácio dos Princípios Matemáticos da Filosofia Natural, de Isaac Newton;
Prefácio de Bertrand Russell e Alfred North Whitehead de seus Princípios da Matemática;
História da Filosofia Ocidental, de Bertrand Russell;
o capítulo sobre Positivismo Lógico;
Hamlet, de Shakespeare;
Antígona, de Sófocles;
Pequena História do Mundo, de H.G.Wells;
As Confissões, de Santo Agostinho;
A Origem das Espécies e Viagens de um Naturalista ao redor do Mundo, ambos de Darwin;
Cidadãos, de Simon Schama;
Rumo à Estação Finlândia, de Edmund Wilson;
História da Revolução em França, de Edmund Burke;
A Revolução Russa, de Trotski;
History of the United States of America, de Hugh Brogan;
Dicionário de Economia, da Abril;
Guerra e Paz, de Tolstói; Crime e Castigo, de Dostoievski;
A Montanha Mágica e Dr. Fausto, de Thomas Mann.

Dizia: "A lista que fiz me parece o básico. Em algumas semanas, duas horas por dia, se lê tudo. Duvido que se ensine qualquer coisa de semelhante nas nossas universidades. Se eu estiver enganado, dou com muito prazer a mão à palmatória."

Não é razão para deixar de estudar. Mas PF tem razão.

Guerra fria