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terça-feira, 22 de setembro de 2015
sexta-feira, 18 de setembro de 2015
Um texto de Eduardo Galeano
Barbie vai à guerra
Existe mais de um bilhão de Barbies. Só os chineses superam essa população tão enorme.
A mulher mais amada do mundo não poderia falhar. Na guerra do Bem, contra o Mal, Barbie se alistou, bateu continência e foi para a guerra do Iraque.
Chegou à frente de batalha vestindo fardas de terra, mar e ar, feitos sob medida, que o Pentágono examinou e aprovou.
Ela está acostumada a mudar de profissão, de penteado e de roupa. Também foi cantora, esportista, paleontóloga, dentista, astronauta, bailarina e sei lá mais o quê, e cada novo ofício implica um novo look e um novo vestuário completo, que todas as meninas do mundo estão obrigadas a comprar.
Em fevereiro de 2004, Barbie também quis mudar de par. Fazia quase meio século que estava ao lado de Ken, que não tem no corpo outra saliência além do nariz, quando foi seduzida por um surfista australiano que a convidou para cometer o pecado do plástico.
A empresa Mattel anunciou, oficialmente, a separação.
Foi uma catástrofe. As vendas desabaram. Barbie podia, e devia mudar de ocupação e de vestidos, mas não tinha o direito de dar mau exemplo.
Então a empresa Mattel anunciou, oficialmente, a reconciliação.
terça-feira, 1 de setembro de 2015
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