quarta-feira, 30 de abril de 2003

Inteligência emocional
Todo meu amor a Andréa Cattaneo, que hoje na USP tornou-se mestre em Ciências da Comunicação. Pois que mestre já era, na ciência do meu coração.
Li
B. B. King: Corpo e alma do blues - David Ritz e B. B. King
Vida e obra do rei do blues, das plantações de algodão do Mississipi a chá com a rainha da Inglaterra. Um trecho:

Espremo os olhos, abro a boca, ergo as sobrancelhas, jogo a cabeça para trás e sabe Deus o que mais. Parece que estou sendo torturado, mas na verdade estou em êxtase. Não faço isso porque quero. Cada fibra do meu corpo está vibrando. As notas atravessam meu corpo e fazem cócegas em minhas entranhas.

É King pra ser lido e ouvido.

Premonições
Passado o governo Jay Garner, o Iraque tornar-se-á (perdão pela mesóclise) uma teocracia xiita no modelo persa e será derrubada pelos Estados Unidos, com a ajuda de Saddan Husseim.

George W. Bush será reeleito - desta vez, sem fraudes.

Osama Bin Laden comandará a explosão da Estátua da Liberdade.

Rubens Barrichello chegará em segundo lugar.

Nenê Hilário deixará o Denver Nuggets para entrar nos Lakers (oba!).

Gugu Liberato e Carla Perez dividirão um talk-show.

Ah, chega.

segunda-feira, 28 de abril de 2003

Do rancor
Daniel Piza teve dias melhores na Gazeta Mercantil, mas é caretice total no Estadão, onde ataca Paulo Coelho. Ora, se não gosta, não leia. Li dois e parei. A perseguição ao agora imortal já não se justifica, a não ser pela busca de audiência junto à Academia Brasileira de Letras, que sempre foi órgão mais político que de excelência. E não vale dizer que este é o papel do crítico.

O stablishment literário não engole Paulo Coelho porque se satisfaz com um povo ignorante, para reforçar a distinção entre plebe e elite, relegando à panelinha onde infelizmente me incluo a tarefa de obliterar tudo o que não satisfaz nossos cérebros cansados dos clássicos.

Paulo Coelho tem o mérito de formar leitores, "para desespero da crítica acadêmica que tanto parece invejar seu sucesso comercial", diz o próprio Piza, em saudável mea culpa.

quarta-feira, 23 de abril de 2003

Sem comentários
O Falou & Disse anda com problemas. Razão para a baixa interatividade. Ensaio novo lay-out e novo sistema de comentários.

terça-feira, 22 de abril de 2003


Réquiem (a Nina Simone)
Conheci-a naquele momento pós-Janis Joplin, em que fazemos o caminho de volta do rock para o blues; tempo marcado pelas relações duradouras e trilhas sonoras insubstituíveis, quando a solidão dos dois só tinha Nina Simone por testemunha.

segunda-feira, 21 de abril de 2003

Blogs
Enquanto Carlos Saraiva faz revival de Vivaldi, Leãdro Wojak investiga sumiço de órgão interno, Nei Costa troca de lay-out e Humberto Cruz ouve Sugar Minot. Alhures, minha sobrinha bloga entre strudels da velha Bavária.

sexta-feira, 18 de abril de 2003

Frases que sempre ouvimos
- A banda está trancada em estúdio;
- O grupo Hamas negou a autoria do atentado;
- O senador Antônio Carlos Magalhães não quis comentar o assunto;

terça-feira, 15 de abril de 2003

Village
Lou Reed regravou Walk on the wild side com letra anti-guerra sob o título Georgie joins the army. Dá pra ouvir .

segunda-feira, 14 de abril de 2003

Boca do inferno
- Eles agem como serpentes mas vamos cortá-los em pedaços.
- Deus vai assar seus estômagos no inferno.


Maldições atrozes são a especialidade do ministro da informação de Saddam Husseim, Muhammad Said al-Sahaf, que está desaparecido há quase uma semana. Al-Sahaf ficou célebre pelos xingamentos ferinos e elegantes desferidos contra Donald Rumsfeld, Bush 2 e Tony Blair, classificando-os de “histéricos”, "mentirosos" e “ladrões” entre outras gentilezas, conquistando a simpatia dos jornalistas que cobrem o conflito.
O ministro e suas frases formidáveis são homenageados aqui .

Sobre pesquisa científica

São Paulo - O ministro Roberto Amaral é mesmo afeito a frases infelizes. A mais recente, publicada no Estadão é: “não se faz ciência e tecnologia no Brasil se não for a partir de São Paulo e do Rio”. Falando assim, Amaral desconsidera o trabalho profícuo de cientistas que atuam na Amazônia, esquece das pesquisas em tecnologia desenvolvidas em universidades de Pernambuco e da Bahia e de centros de pesquisa no Sul e no Centro-Oeste com produção comprovada.

Propor campi avançados em outras regiões é uma alternativa, mas sem a estruturação e instrumentação dos que já existem, subsistirá a dependência por laboratórios melhor equipados. Isso prejudica o trabalho científico em determinadas regiões mas não estimula a migração, como acredita o ministro em inoportuna atitude corporativista.

O cientista fora de suas bases continua a fazer ciência.

Ao invés de tentar consertar as disparidades regionais desprezando a produção científica de fora do eixo Rio-São Paulo deve-se desestimular a imigração e repatriar cientistas brasileiros que estão no exterior. O trânsito interno entre regiões menos favorecidas e centros de excelência é pouco diante da comunidade científica que abandona o Brasil.

sexta-feira, 11 de abril de 2003

Leio B. B. King: Corpo e alma do blues, de David Ritz e B. B. King

Leio
B. B. King: Corpo e alma do blues - David Ritz e B. B. King

Leio Showrnalismo, de José Arbex Jr.
Sobre jornalismo, entretenimento e suas intersecções. O autor avalia o tratamento dado à notícia pelos grandes conglomerados de comunicação, atribuindo a qualidade do que é levado ao público à relação incestuosa do "quarto poder" com o stablishment político.

terça-feira, 8 de abril de 2003

Alvo: a imprensa
O ataque a jornalistas em Bagdá é crime de guerra e merece ser punido por algum tribunal internacional, desses que se reúnem de 20 em 20 anos em Haia para condenar pequenos ditadores do leste europeu.
Para a tropa norte-americana ("Matar, matar, matar!!"), a missão do dia era eliminar jornalistas, únicas testemunhas do massacre que se avizinha. Planejamento militar tosco, em que cães de guerra recebem ordens para vazar os olhos do mundo.

O jornalista Tarik Ayoube, da Al Jazeera e os cinegrafistas José Couso, do canal espanhol Telecinco e Taras Protsyuk (Reuters) morreram alvejados pelos que querem matar mais que Saddan Hussein: querem matar a consciência.

Doze jornalistas foram mortos desde o inicio da invasão ao Iraque.
Coisas que não existem
1 - Guerras justas;
2 - Bombas inteligentes;
3 - Democracia;
4 - ONU;
5 - Serra Leoa;
6 - Palestina;
7 - Tibete;
8 - Chechênia;

Lista em construção.
Mortos
A equipe do Iraq body count acompanha as mortes de civis durante a invasão anglo-americana. Sinistro.

segunda-feira, 7 de abril de 2003

Li
Conversa na catedral - Mario Vargas Llosa
A superposição de diálogos e o zigue-zague na linha do tempo desorientam os menos acostumados. Literatura latino-americana de primeiro time, o livro de Vargas LLosa reúne jornalismo, política, cultura caribenha e andina e exige bastante do leitor.

domingo, 6 de abril de 2003

Moto contínuo
I think it is vitally important for a President to know when to use military force. I think it is also very important for him to know when not to commit U.S. military force.... [I]t would have been a mistake for us to get bogged down in the quagmire inside Iraq...
Saddam Hussein's offensive military capability, his capacity to threaten his neighbors, has been virtually eliminated.

Dick Cheney, 1991

sábado, 5 de abril de 2003

Era uma vez
...então o Império conquistou a segunda maior fonte de petróleo do planeta e não precisou fazer mais guerras, porque dominava a todos. Viveram felizes para sempre.
Geografia
Lembra o velho mapa-múndi de papel, quando a criança fazia viagens imaginárias por estradas e rios estranhos. Dica do Rafael.
Um disco



Um signo



Uma ruína

sexta-feira, 4 de abril de 2003

A guerra na escola
O site ajuda profesores a lidarem com este tema exasperante, a guerra, em sala de aula. Da série funcionalistas que funcionam.

quarta-feira, 2 de abril de 2003

Branco
No princípio era a página em branco, mas logo as palavras começaram a aparecer. Vinham do noroeste, as palavras. As palavras eram negras e isso era bom. As palavras avançavam para o sudeste da página em branco, navegando a sotavento. Durante muitos anos as palavras ficaram no papel e um dia deixaram de ser impressas. Mudaram-se para uma tela de computador e tornaram-se pixels. Agora a página em branco é outro mar e as palavras, como as pessoas, mortais. Mas não no sentido finito. E a página em branco, que já não era tela cheia, ficou cada vez menor, até virar uma tela dentro da tela. Chamam-na blog. Quanto às palavras, navegam.

Guerra fria