Divinópólis - Bowling for Columbine ou o debate Kerry
x Bush? Por um momento, a dúvida. Os dois programas trariam o belicismo à sala de TV. Escolho o debate: a transmissão em inglês é recebida mais rápido que e a traduzida para o espanhol e esta, por sua vez, chegava antes da versão traduzida da Bandnews. Sugestivo.
Kerry é um
gentle giant, veterano do Vietnã que gosta de jactar-se quanto à capacidade guerreira e superioridade estratégica. Disse que existe uma maneira certa e uma maneira errada de defender
Uncle Sam. Bush estaria insistindo na errada. No contra-ataque, Bush lançava olhares sibilinos e desqualificava o discurso do democrata. Em todas as suas falas (transmitidas para um palmtop no púlpito e um ponto eletrônico produzido com o melhor da nanotecnologia) insistiu que Kerry muda de idéia facilmente, assumindo a máxima de que só os idiotas não mudam de idéia. Como troco, Kerry ironizava a queda nos investimentos na segurança interna e os gastos montruosos nas guerras de expansão no Iraque e no Afeganistão.
Bush irritado, investia no medo, dizendo que o senador é muito indeciso para assumir o comando da nação num momento de crise como o atual. Kerry vingava-se afirmando que a primeira providência na invasão ao Iraque foi proteger os poços de petróleo. Bush retrucava dizendo que prevenir é melhor que remediar. Kerry ironizava dizendo que atacar o Iraque por causa do 11 de Setembro equivale a Roosevelt atacar o México por causa de Pearl Harbor. Bush vacilava entre o texto que aparecia no palm e o que chegava ao seu ouvido e ficou confuso, mas Kerry não percebeu. Kerry demonstrou maior inteligência, o que não é grande coisa diante do fundamentalista texano. O problema é que o povo norte-americano valoriza mais a astúcia que a inteligência. É provável que o selvagem vença o
gentle giant. Seja qual for o resultado, o mundo não se tornará mais seguro.