Mais de 400 escolas e universidades estão ocupadas hoje no Brasil. A velocidade com que circula a informação é uma vantagem do dominador. Nem sempre calculamos bem como dizer, escrever ou agir. Ninguém é livre da manipulação e da própria verborragia e ainda que professor, não me considero exceção. Michel Temer guia um governo ilegítimo, mas usar os ocupantes dos governos para justificar os próprios conceitos políticos relega o caos humanitário a um segundo plano. Como se a posse temporária da razão fosse mais importante que a fome do próximo. A fome é urgente, não respeita regras. Um homem com fome não respeita vitrines. Sua casa segura, seu carro com alarme, sua cerca elétrica e seu cão feroz que tritura ossos não são uma conquista, mas uma declaração de derrota. Não há vitória no medo. No caso da Venezuela, atribuir os erros de um governo inábil a um ideário de libertação legítimo é confundir a História. Todo professor é de História e por isso um risco potencial. Esse ideário de libertação não começou na Venezuela bolivariana, no México zapatista, na Rússia comunista, na Índia ou Galiléia, mas nos primórdios da humanidade, desde que a primeira cerca dividiu povos e rebanhos. Simplificar este tema é parte do plano da elite cujos ancestrais fizeram a cerca. Que vive com medo, cercada de segurança e mimos, incapaz de sair à rua. Mais de 400 escolas e universidades estão ocupadas hoje no Brasil. Jovens e adolescentes que noutro momento estariam amarrados a postes e espancados em "legítima defesa coletiva", como afirma o novo jornalismo. Investimentos em educação e saúde foram congelados por 20 anos, mas não a sangria da dívida pública. Aposentadorias serão revistas, mas não taxarão as grandes fortunas. Tenho amigos professores desempregados dos dois lados do Atlântico. Saber de que lado estamos é uma escolha.
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sábado, 15 de outubro de 2016
sábado, 29 de agosto de 2015
Polícia para quem precisa
Brasília - "A presença ostensiva da polícia militar desde o início do ato, impedindo inclusive a entrada do carro de som e tensionando durante toda a manifestação, culminou em ação repressiva com lançamento de bombas e gás de pimenta e agressão corpórea a docentes e estudantes. Tais fatos revelam que este governo não hesita em recorrer à repressão policial contra a juventude e os trabalhadores que lutam contra as medidas econômicas que retiram direitos e precarizam os serviços públicos, notadamente, de saúde e educação. Foi bastante perceptível a disposição da categoria para a luta."
(Trecho do Comunicado do ANDES-SN sobre os atos públicos em Brasília. Leia na íntegra aqui.)
(Trecho do Comunicado do ANDES-SN sobre os atos públicos em Brasília. Leia na íntegra aqui.)
quinta-feira, 13 de agosto de 2015
Sobre a greve
O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) da UFRR reúne-se amanhã às 14 horas no prédio da Reitoria para deliberar a suspensão do calendário acadêmico, dez semanas depois de iniciada a greve dos docentes federais. Não há risco de ocupação, como ocorreu na UFPA. O Campus Paricarana estará esvaziado. Homens encapuzados, com máscaras e jatos de veneno atacarão sem piedade mosquitos que infernizaram alunos, professores, técnicos e comunidade nos últimos meses. O combate acontecerá em plenas férias e época de reprodução, no final das chuvas, sob os trovões de agosto. Até as aulas retornarem, novas gerações de mosquitos terão história e cosmogonias próprias. Famílias de insetos contarão como seus ancestrais foram exterminados por homens impiedosos e como se tornaram mais fortes, Monsanto e HSBC do entomundo. Dispostos a tornar exangue a comunidade acadêmica. Ninguém assistirá à grande batalha, tipo Pink Floyd em Pompeia. Isolados no único prédio a não ser borrifado, os conselheiros decidirão. Neste 2015, enquanto empolávamos nos criadouros/salas de aula, o governo que mais precarizou o ensino na-história-desse-país retirou R$ 12 bilhões da educação pública. Destinou R$ 5 bilhões para instituições de ensino superior privadas, alegando crédito estudantil. Milhares de jovens trabalhadores tornaram-se reféns do sistema financeiro e de uma formação precária numa só cajadada. Na TV, o ministro da Educação descreveu um país irreal e todos acreditaram..
segunda-feira, 10 de agosto de 2015
Educação em crise
A secretária de Educação de Roraima, Selma Mulinari, está neste momento no interior de três círculos concêntricos. O primeiro é seu gabinete de onde não sai desde as primeiras horas da manhã. Depois há um círculo com dezenas de policiais do grupo tático da PM, protegendo o prédio do lado de dentro dos portões. E, finalmente, do lado de fora, um círculo com professores, sindicalistas, movimentos sociais e estudantes indígenas indignados. Os professores da rede regular de ensino, iniciaram hoje uma greve, com 90 por cento de adesão e engrossaram as fileiras. Todos querem a cabeça da secretária, que é irmã da governadora Suely Campos. O ANDES-SN enviou representantes, que já prestaram seu apoio à causa dos professores indígenas em forma de moção e agora, pessoalmente, com membros do Comando Local de Greve. A greve é forte. A greve é multi-étnica. A greve é nacional. A greve é geral.
domingo, 12 de julho de 2015
Bola ao cesto
Boa Vista - Já temos dois campeões brasileiros na NBA: Leandro Barbosa e Gustavo Splitter. Na próxima temporada estreiam Cristiano Felício (que assinou hoje com o Chicago Bulls) e Raul Neto, que jogará pelo Utah Jazz, time que não anda bem das pernas desde o fim da era Malone-Stockton no começo dos 1990.
Sou fã de basquete desde que me entendo por gente e não conheço esporte mais emocionante, estratégico, veloz, aéreo. O Brasil já foi uma potência do basquete, mas nos últimos anos, por força de uma Mídia comprometida e de uma sociedade indiferente, parece que praticamos apenas um esporte coletivo. Enquanto o primeiro é jogado com a cabeça, o segundo é conhecido por tirar meninos das escola
Sim, o Brasil já foi uma potência do basquete. Nossa seleção masculina estreou em 1922: antes do rádio! O Brasil foi vice-campeão mundial em 1954; campeão mundial em 1959 e em 1963, quando derrotamos os EUA por 85 a 81. Os ex-jogadores, treinados pelo lendário Kanela, ainda se encontram uma vez por ano.
Nas Olimpíadas, temos uma medalha de prata e quatro de bronze, além de outras quatro semifinais. Em Jogos Pan-Americanos, temos Medalha de Prata em 1963 e Medalha de Bronze em 1951, 1955 e 1959. Em 1970 conquistamos o vice-campeonato mundial. Em 1971, vencemos o Pan-Americano de Bogotá. Temos medalha de Bronze nos Jogos Olímpicos de 1960 e de ouro no Sul-Americano em 1959, 1960, 1961, 1963 e 1971. Ubiratan, "o rei do tapinha", foi nosso primeiro jogador a atuar no exterior, pelo Sprungen, da Itália. Foi eleito para o Basketball Hall of Fame da FIBA há cinco anos.
Em 1985, detonamos os EUA no pan-americano por 120 a 115, com brilhante atuação de Oscar Schmidt, considerado o maior pontuador deste esporte, com cerca de 49,7 mil pontos. Oscar já media 1,85 metro aos 13 anos. Foi campeão brasileiro e sul-americano inúmeras vezes. Jogou onze temporadas na Itália (algumas com o Joe, pai de Kobe Bryant) e outras duas na Espanha. Não ingressou na NBA porque até 1989 a liga não permitia que estrangeiros atuassem por suas seleções. Oscar pertence a dois Basketball Hall of Fame: da FIBA e da NBA, mesmo sem ter jogado nos EUA.
Em 1994, nossa seleção feminina ganhou o campeonato mundial. Dois anos depois, foi medalha de prata na Olimpíada de Atlanta. No sul-americano ganhamos medalha de ouro "apenas" em 1954, 1958, 1965, 1967, 1968, 1970, 1972, 1974, 1978, 1981, 1986, 1989, 1991, 1993, 1995, 1997, 1999, 2001, 2003, 2005, 2006, 2008, 2010, 2013 e 2014.
Cabem algumas perguntas: Por que o Ministério dos Esportes não investe no nosso basquete? Por que as grandes empresas não financiam o Novo Basquete Brasileiro? Por que não vemos notícias sobre esse esporte nas principais emissoras de TV aberta? Por que as quadras são tão poucas nas cidades e as que existem estão deterioradas?
No basquete, tudo pode mudar numa fração de segundos. É o mais competitivo e equilibrado (por conta dos tempo restrito de ataque) dos esportes coletivos. Pratiquei na escola e acompanho o que posso, da NBA à NBA; da Euroliga às peladas no Complexo Ayrton Senna. Infelizmente, pouco significa no Brasil contemporâneo, da uniformidade religiosa, cultural e política que nos esmaga.
O futebol brasileiro, corrompido e cheio de mazelas, programado para ter os mesmos campeões ano após ano, é nossa aposta equivocada de unidade nacional: nos identificamos com nossos craques semi-analfabetos; com cartolas mafiosos e com o jabaculê midiático que promove jogadores folgados e incapazes. Nosso futebol foi eliminado (7 a 1!) em casa pela Alemanha no ano passado e defenestrado há poucas semanas da Copa América pelo Paraguai. E ainda nos achamos os tais. Infelizmente, o Brasil continua a falhar gravemente em todos os campos. E em todas as quadras.
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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
Alerta? Que alerta? |
Boa Vista - Transferir dinheiro da educação pública para a privada, criar universidades sem condições de funcionamento, assédio moral e desvalorização do professor são responsabilidades que três governos (FHC, Lula e Dilma) assumem com os brasileiros do futuro.
Em 2012, professores federais ficaram 123 dias em greve, a maior da história da educação. O movimento foi seguido por policiais federais e alastrou-se por diversas categorias nos três poderes. O governo jogou duro e não negociou. Subestimada pela imprensa e pouco compreendida entre a população, a greve não foi encerrada, mas suspensa.
Em 2013 a população reconheceu este e outros problemas e foi às ruas em manifestações grandiosas. O ano de 2014 começa com apenas uma certeza: tanto a greve quanto as manifestações populares estão momentaneamente suspensas. Professores e cidadãos continuam mobilizados.
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
São Luís - Todos queremos mais médicos e mais escolas, mas quantidade não implica em qualidade. O governo Dima acaba de entregar mais quatro universidades, mas em que situação? Construir prédios sem dotá-los de laboratórios e condições de trabalho; ampliar o número de salas de aula sem ampliar o de professores e manter os professores atuais desmotivados e sem carreira demonstram que a propaganda é forte, mas as ações, pífias. Além de inchar as universidades federais e transferir dinheiro público para as privadas (Reuni e Prouni), o governo do PT mantém aliança com os setores mais retrógrados da sociedade brasileira (José Sarney, para dar um único e suficiente exemplo) e age com subserviência ao capital transnacional, como é o caso da GM. E como definir a entrega do petróleo do pré-sal à Shell e à Exxon, além de privatização? Os professores foram à greve em 2012. O povo saiu às ruas em 2013. Não vai ser nessa mesma toada que as coisas vão se acalmar em 2014. Hoje FHC está à esquerda de Dilma Rousseff. Quem diria.
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
São Luís - Começa o 33o Congresso Nacional do Andes. Professores de universidades públicas de norte a sul do Brasil debaterão nos próximos dias uma série de temas que vão de alterações do estatuto até questões agrárias, urbanas e ambientais, passe livre e transporte público. No campo político-sindical, a privatização e mercantilização da educação; formas de financiamento da educação pública e precarização do trabalho. Há seções sindicais que não descartam paralisação e greve em 2014.
domingo, 9 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Brasil, ano 2013. Hum milhão de estudantes com financiamento público sobreinvestem impostos no ensino superior privado, enquanto nas universidades públicas investe-se demais em pesquisas para as indústrias química, farmacêutica e em projetos casuísticos dos dinossauros da academia.
John Keynes já dizia que a crise do capitalismo é essencialmente uma questão de investimento. Se governos capitalistas ditos de esquerda adotassem um plano racional de longo prazo, relacionando o aumento da capacidade de produção ao uso de energia limpa e redução do custo tecnológico, talvez tivéssemos mais investimento em educação pública de qualidade.
Mas as decisões de investir, segundo Keynes, NÃO SEGUEM NENHUM PLANO RACIONAL. Não haveria crise se os empreendedores continuassem a investir. O problema vem de um subinvestimento privado e público. É quando percebemos que não há governos capitalistas de esquerda. Apenas governos capitalistas. E Keynes, Karl Marx e o Cacique Seattle são incapazes de educar nossos representantes.
John Keynes já dizia que a crise do capitalismo é essencialmente uma questão de investimento. Se governos capitalistas ditos de esquerda adotassem um plano racional de longo prazo, relacionando o aumento da capacidade de produção ao uso de energia limpa e redução do custo tecnológico, talvez tivéssemos mais investimento em educação pública de qualidade.
Mas as decisões de investir, segundo Keynes, NÃO SEGUEM NENHUM PLANO RACIONAL. Não haveria crise se os empreendedores continuassem a investir. O problema vem de um subinvestimento privado e público. É quando percebemos que não há governos capitalistas de esquerda. Apenas governos capitalistas. E Keynes, Karl Marx e o Cacique Seattle são incapazes de educar nossos representantes.
Brasil, ano 2013. Hum milhão de estudantes com financiamento público sobreinvestem impostos no ensino superior privado, enquanto nas universidades públicas investe-se demais em pesquisas para as indústrias química, farmacêutica e em projetos casuísticos dos dinossauros da academia.
John Keynes já dizia que a crise do capitalismo é essencialmente uma questão de investimento. Se governos capitalistas ditos de esquerda adotassem um plano racional de longo prazo, relacionando o aumento da capacidade de produção ao uso de energia limpa e redução do custo tecnológico, talvez tivéssemos mais investimento em educação pública de qualidade.
Mas as decisões de investir, segundo Keynes, NÃO SEGUEM NENHUM PLANO RACIONAL. Não haveria crise se os empreendedores continuassem a investir. O problema vem de um subinvestimento privado e público. É quando percebemos que não há governos capitalistas de esquerda. Apenas governos capitalistas. E Keynes, Karl Marx e o Cacique Seattle são incapazes de educar nossos representantes.
John Keynes já dizia que a crise do capitalismo é essencialmente uma questão de investimento. Se governos capitalistas ditos de esquerda adotassem um plano racional de longo prazo, relacionando o aumento da capacidade de produção ao uso de energia limpa e redução do custo tecnológico, talvez tivéssemos mais investimento em educação pública de qualidade.
Mas as decisões de investir, segundo Keynes, NÃO SEGUEM NENHUM PLANO RACIONAL. Não haveria crise se os empreendedores continuassem a investir. O problema vem de um subinvestimento privado e público. É quando percebemos que não há governos capitalistas de esquerda. Apenas governos capitalistas. E Keynes, Karl Marx e o Cacique Seattle são incapazes de educar nossos representantes.
domingo, 2 de setembro de 2012
Índice de Mercado da Educação
Brasília - Vem aí um ranking das universidades brasileiras, produzido pela Folha de São Paulo (!). O grupo, que junto com Rede Globo e Editora Abril defende o fim do jornalismo diplomado, pretende classificar as universidades brasileiras de acordo com os seguintes critérios: produção científica (55 pontos), inovação (5 pontos), reputação no mercado (20 pontos) e qualidade de ensino (20 pontos).
Classificação ilusória, baseada na Times Higher Education (não confundir com baseado na High Times), a lista da FSP não apresentará surpresas, visto que os critérios quantitativistas e mercadológicos não levam em conta inserção social, ações afirmativas ou cursos inovadores, temas que sem dúvida melhorariam a nota de universidades do Norte e Nordeste do País.
O índice é nova forma de ganhar dinheiro com anúncios do setor privado de educação. Não acredite ser mera coincidência que as mais caras faculdades particulares apareçam no índice. E depois aumentem a mensdalidade.
Classificação ilusória, baseada na Times Higher Education (não confundir com baseado na High Times), a lista da FSP não apresentará surpresas, visto que os critérios quantitativistas e mercadológicos não levam em conta inserção social, ações afirmativas ou cursos inovadores, temas que sem dúvida melhorariam a nota de universidades do Norte e Nordeste do País.
O índice é nova forma de ganhar dinheiro com anúncios do setor privado de educação. Não acredite ser mera coincidência que as mais caras faculdades particulares apareçam no índice. E depois aumentem a mensdalidade.
sábado, 1 de setembro de 2012
Estudantes e professores unidos pela educação: uma resistência permanente |
Enquanto estudantes de todo o mundo se envolvem com causas sociais, a maioria dos nossos (não todos, nunca todos) hiberna na alienação política e cultural. Gado não sabe que é gado. Talvez isso aconteça porque muitos de nossos professores agem como pastores e não como guias provisórios nos caminhos do saber.
Mais uma vez damos razão a Sérgio Buarque de Holanda e sua visão do brasileiro como "homem cordial". A universidade precisa buscar e promover a libertação do indivíduo. A atitude contrária é, e sempre será, prejudicial à humanidade.
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Nas favelas, no senado...
Brasília - A audiência com os senadores hoje pela manhã demonstrou, inequivocamente, que os docentes federais discordam da forma ditatorial com que o governo trata quem segura a onda do ensino, pesquisa e extensão no Brasil.
Um perplexo Cássio Cunha Lima (PSDB!) alertou que a expansão do ensino superior é irresponsável e que a carreira, do jeito que está, não atrai professores - o que todos, sociedade, docentes e governo, já sabemos.
Um perplexo Cássio Cunha Lima (PSDB!) alertou que a expansão do ensino superior é irresponsável e que a carreira, do jeito que está, não atrai professores - o que todos, sociedade, docentes e governo, já sabemos.
Cunha Lima chegou a dizer, pedindo perdão por usar a expressão, que o governo não pode conduzir as negociações na base do "dá ou desce". Não costumo concordar com tucanos, mas... Nós descemos. E quanto ao Patifes?
O senador Cristovam Buarque disse que o senado pode modificar o orçamento em qualquer momento. Que o Plano Nacional de Educação não muda nada.
Já o senador Eduardo Suplicy, prolixo como nunca, conseguiu dizer nada em 10 minutos.
O secretário do MEC, Amaro Lins, chegou a dizer que o ANDES não apresentou proposta, e que o solícito Patifes assinou quatro acordos (!). mas foi desmentido imediatamente pela presidente Marinalva Oliveira. Desde 2010, o ANDES apresenta propostas que são ignoradas pelo governo.
"Nós não blefamos", vaticinou Amaro. Quem não blefa somos nós, secretário. A greve é forte. A greve continua.
O senador Cristovam Buarque disse que o senado pode modificar o orçamento em qualquer momento. Que o Plano Nacional de Educação não muda nada.
Já o senador Eduardo Suplicy, prolixo como nunca, conseguiu dizer nada em 10 minutos.
O secretário do MEC, Amaro Lins, chegou a dizer que o ANDES não apresentou proposta, e que o solícito Patifes assinou quatro acordos (!). mas foi desmentido imediatamente pela presidente Marinalva Oliveira. Desde 2010, o ANDES apresenta propostas que são ignoradas pelo governo.
"Nós não blefamos", vaticinou Amaro. Quem não blefa somos nós, secretário. A greve é forte. A greve continua.
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Protocolo
Brasília - Hoje obtivemos dois importantes avanços na luta pela reestruturação da carreira. À base de muita pressão, barulho e atos públicos, conseguimos protocolar no Ministério da Educação e no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão nossa contraproposta ao governo. Um desgaste desnecessário, já que as "autoridades" poderiam ter feito isso há duas semanas.
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
Manaus - Os professores da UFAM estão firmes em relação à greve. Aqui, como em todos os estados, um punhado de pelegos financiados pelo MEC distribui informação falsa sobre o fim da greve, mas não há nada parecido no horizonte.
Pelo contrário, o abandono (depois negado em entrevistas) das negociações deixa o governo em situação vexatória. Após quase 80 dias de tergiversação, o governo do "Partido dos Tra balhadores" ameaça de forma totalitária um movimento sindical legítimo. O ANDES Sindicato Nacional é uma instituição absolutamente democrática. Todas as decisões são tomadas pela base. Acreditamos em educação de qualidade.
Nossa luta não é apenas por salários como o governo e a mídia pregam. É pela recuperação da universidade brasileira. Precisamos decidir agora se queremos mudar o Brasil para melhor ou não. Aqui em Manaus, os colegas da UFAM decidiram encarar esse desafio. Daqui em diante, se é radicalismo que o governo quer, faremos a sua vontade.
Pelo contrário, o abandono (depois negado em entrevistas) das negociações deixa o governo em situação vexatória. Após quase 80 dias de tergiversação, o governo do "Partido dos Tra balhadores" ameaça de forma totalitária um movimento sindical legítimo. O ANDES Sindicato Nacional é uma instituição absolutamente democrática. Todas as decisões são tomadas pela base. Acreditamos em educação de qualidade.
Nossa luta não é apenas por salários como o governo e a mídia pregam. É pela recuperação da universidade brasileira. Precisamos decidir agora se queremos mudar o Brasil para melhor ou não. Aqui em Manaus, os colegas da UFAM decidiram encarar esse desafio. Daqui em diante, se é radicalismo que o governo quer, faremos a sua vontade.
terça-feira, 31 de julho de 2012
Seminário de Jornalismo da Amazônia
Manaus - Com um grupo de alunos da UFRR, chego a Manaus para o Seminário de Jornalismo da Amazônia. Mais do mesmo regional para quem já conhece o babado. Mas uma novidade irresistível para os estudantes, que encontram seus ídolos da reportagem na Rede Globo.
terça-feira, 5 de junho de 2012
Brasília - Depois de duas semanas de trabalho exaustivo no Comando Nacional de Greve, encerro minha participação em Brasília e volto à base em algumas horas, consciente do processo histórico que desencadeamos no dia 17 de maio.
Neste momento, professores de 53 universidades federais e alunos de 42 instituições estão em greve. É a maior paralisação na história do Brasil. Uma greve incompreendida por parte da população, que ignora as condições de nossas universidades, mas aplaude a construção de estádios (como o Nacional de Brasília) que se tornarão obsoletos depois da Copa do Mundo. Enquanto latifundiários, banqueiros e indústria automobilística faturam, subsidiados pelo país “emergente”.
Emergente em quê? Temos uma emergência em curso, sim: a falência do ensino superior público, aquele que produz cientistas, que são cooptados por países mais conscientes do valor dos professores, dos pesquisadores, dos pensadores. Não exportamos apenas soja, milho, café. Exportamos cérebros. A falta de atenção do governo faz pesquisadores abandonarem a Amazônia e o Nordeste pelo Sul-Sudeste. E estes, o Brasil pela Europa e outros centros avançados.
Nossa maior dúvida, no princípio, era se teríamos apoio dos principais interessados numa educação de qualidade: os estudantes. A adesão foi surpreendente. Os estudantes perceberam que é preciso parar e repensar o ensino superior público. Querem uma universidade laica, livre de preconceitos e socialmente referenciada. Os professores querem uma carreira estruturada e salário digno.
Este movimento é coletivo. Hoje não se dissocia mais a greve dos professores da dos estudantes. A universidade brasileira está em greve de Roraima ao Rio Grande do Sul. É bom que a sociedade e governo atentem para isso. A arrancada de professores e estudantes indica que chegou a hora de valorizar quem pensa, de preservar a inteligência antes que a debelemos das prioridades nacionais, conformados em ser a grande roça do mundo.
Neste momento, professores de 53 universidades federais e alunos de 42 instituições estão em greve. É a maior paralisação na história do Brasil. Uma greve incompreendida por parte da população, que ignora as condições de nossas universidades, mas aplaude a construção de estádios (como o Nacional de Brasília) que se tornarão obsoletos depois da Copa do Mundo. Enquanto latifundiários, banqueiros e indústria automobilística faturam, subsidiados pelo país “emergente”.
Emergente em quê? Temos uma emergência em curso, sim: a falência do ensino superior público, aquele que produz cientistas, que são cooptados por países mais conscientes do valor dos professores, dos pesquisadores, dos pensadores. Não exportamos apenas soja, milho, café. Exportamos cérebros. A falta de atenção do governo faz pesquisadores abandonarem a Amazônia e o Nordeste pelo Sul-Sudeste. E estes, o Brasil pela Europa e outros centros avançados.
Nossa maior dúvida, no princípio, era se teríamos apoio dos principais interessados numa educação de qualidade: os estudantes. A adesão foi surpreendente. Os estudantes perceberam que é preciso parar e repensar o ensino superior público. Querem uma universidade laica, livre de preconceitos e socialmente referenciada. Os professores querem uma carreira estruturada e salário digno.
Este movimento é coletivo. Hoje não se dissocia mais a greve dos professores da dos estudantes. A universidade brasileira está em greve de Roraima ao Rio Grande do Sul. É bom que a sociedade e governo atentem para isso. A arrancada de professores e estudantes indica que chegou a hora de valorizar quem pensa, de preservar a inteligência antes que a debelemos das prioridades nacionais, conformados em ser a grande roça do mundo.
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