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terça-feira, 23 de maio de 2006

Desaparecidos (12)

Belo Horizonte - A O Chamado, de Marina Lima, chamamos de disco conceitual por falta de melhor definição. Aqui a cantora e compositora desenluta da morte em família, de inquietações políticas e depressão. Sua composições lembram a noite, vulcões italianos, meus irmãos. Riqueza blue da música popular brasileira, Marina era também o maior ídolo de meu amigo Haddad, misto de piloto de avião, músico e contador de histórias, Saint-Exupéry particular para seleto grupo de amigos. Haddad costumava brincar: "Um dia seqüestro a Marina no meu avião só pra conversar e tocar violão com ela. Já pensou?". Pensava. Até torcia. Mas Haddad morreu ao mergulhar com seu pequeno avião meio da selva amazônica. Fez mulher, filhos e amigos todos fãs da cantora. Ouça no avião.

Guerra fria