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domingo, 13 de novembro de 2016

O cinema da minha infância ficava a três quadras de casa. Aos 9, 10 anos, já ia sozinho ver filmes dos Trapalhões. Ali descobri George Lucas e Steven Spielberg e mais tarde Stanley Kubrick. Tinha poltronas vermelhas e música de abertura antes de cada sessão. Um dia foi comprado pela IURD e transformado em templo para o culto a outras fantasias. A seita cristã fechou um número incalculável de cinemas e casas de espetáculo no Brasil e em outros países, inclusive o Marquee (Londres), onde tocaram Jimi Hendrix e Bob Dylan. Esta semana, um movimento contrário começou no Algarve, onde igrejas centenárias exibirão clássicos do cinema. O primeiro filme é Aurora, de Friederich Murnau, considerado a maior obra-prima do cinema por um certo François Truffaut. 

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Li No Direction Home, de Robert Shelton

A edição brasileira está cheia de erros, mas vale o investimento.
“Qualquer pessoa que pense se considerar um poeta, simplesmente não pode ser um poeta”, diz Bob Dylan na página 482 de No Direction Home, livro de Robert Shelton que é verdadeiro tratado polissêmico (uma quase-tese?) sobre vida e obra de Robert Zimmerman.

No Direction Home é uma mistura equilibrada de jornalismo, pesquisa bibliográfica e brilhantes interpretações histórico-filosóficas sobre movimentos de direitos civis, música folk e contracultura nos anos 1960s. As frases de Dylan estão lá. Sua polifonia está lá. Suas aparentes contradições, na verdade quebra-cabeças oferecidos aos interlocutores, algumas só compreendidas pelos amigos mais próximos, estão lá. Mas ele não está lá – piadinha com o filme do Michael Winterbottom. Dylanistas entenderão.

“Tenho relações com as pessoas. Pessoas como eu, que também são desligadas (...) Não acho que exista algum tipo de organização de pessoas desligadas.”, afirma Dylan durante um voo  na página 281.

A pesquisa e o compromisso de Shelton, jornalista do New York Times e agitador cultural da Nova Iorque pré-Aids, Pré-World Trade Center e pré-Occupy Wall Street é uma lição de dedicação para qualquer jornalista-escritor-biógrafo. Por isso considero abuso a presença na capa dos nomes da dupla que atualizou alguns dados e notas.  

A primeira edição brasileira, que foi vendida com uma camiseta de brinde, infelizmente é repleta de erros. Encontrei alguns nas páginas 122, 355, 384, 437, 447, 448, 482, 552, 566, 578, 591, 592, 596, 600, 620, 641 e 644. Nada que comprometa Robert Shelton e este livro-reportagem de altíssima qualidade. Mas a revisão da Larousse precisa se esforçar mais.

Livro: No Direction Home
Autor: Robert Shelton
Editora: Larousse
Ano: 2011
Páginas: 784
Preço: R$ 99,00

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Los Amazing Funky Pereira


"Los Funky Pereira tinham uma visão multifacetada da vida"
Timothy Leary


"Eles amarelaram quando falei que comeria 30 dias seguidos no McDonald's"
Morgan Spurlock


"Eu fiz uma jam com eles uma vez, sabe? Tá me entendendo?"
Janis Joplin

"Era como um hiato aberto no tempo, ao mesmo tempo marginal e divino. A verdadeira banda larga!"
Gilberto Gil

"Eles me aconselharam a produzir esse último disco, com canções natalinas."
Bob Dylan

"Dizem que de todas as grandes lendas do rock, os mais contestadores, boêmios, perdulários, heréticos, sarcásticos e anti-dogmáticos sempre foram Los Funky Pereira"
Roger Waters

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Leio Crônicas: Volume 1, de Bob Dylan

Boa Vista - A história do bardo de Minnesota, contada por ele mesmo, sem preocupações cronológicas. Bob Zimmerman Dylan tem uma memória prodígio. Lembra de detalhes no interior de apartamentos que visitou no começo dos anos 60 e de diálogos com tipos estranhos nas imediações de New Orleans. Leu muita coisa: Tucídides, Byron, Kerouac e gosta de Woody Guthrie como a gente gosta dele. Depois de ler, saí e comprei o Highway 61 Revisited que só tinha em MP3. Viva Dylan. Viva, Dylan.


Título: Crônicas, Volume 1
Autor: Bob Dylan
Editora: Planeta
Páginas: 328
Preço: R$ 44,90

quarta-feira, 14 de agosto de 2002

Milho aos pombos


Hoje teve Zé Geraldo no Ensaio, da TV Cultura. Neste programa que dispensa apresentações, o artista despido do público, tem na fraca iluminação rica de sombras e na câmera ao mesmo tempo prescrutadora e distante, seu divã eletrônico. Lugar onde um cara como ZG pode dizer que, idealista, não cedeu ao lucro fácil e ainda assim é feliz, com sua casa, seu carro, sua filha que se formou em medicina - diferente da menina da música Cidadão.
Meu irmão mais velho me apresentou Zé Geraldo no início da década de 80. Ainda menino aprendi a ouvir e respeitar coisas como "Hei você que tem de 8 a 80 anos / Não fique aí perdido como ave sem destino / Pouco importa a ousadia dos seus planos/ Eles podem vir da vivência de um ancião / ou da inocência de um menino".
Chame-o de datado, panfletário e Bob Dylan latino, mas admita: o cara sabe dar seu recado. Mas se você prefere Sandy & Júnior, esqueça o que eu disse e vá ouvir Love never fails.

Guerra fria