domingo, 11 de maio de 2008
Leio Jimi Hendrix, de Sharon Lawrence
Foi acusada de "puxar o saco" do músico por causa de sua ligação afetiva com ele, mas isso é coisa de crítico invejoso.
Lawrence consegue reconstituir a história do maior dos guitarristas desde a infância conturbada, a vida no exército e os primeiros trabalhos como músico profissional.
"Lenda" é o termo mais adequado para definir James Marshall Hendrix, o guitarrista mestiço de negros e índios nascido em Seattle que alterou para sempre o jeito de tocar (e ouvir) guitarra elétrica.
Dono de uma técnica muito pessoal, o mestre era amante de BBB: Bob Dylan, Beatles e Blues (pensou ontra coisa?).
Se estivesse vivo, muita gente penduraria a guitarra e talvez não fôssemos obrigados a ouvir Yngwie Malmsteen e outros chatos que confundem velocidade com criatividade.
Livro: Jimi Hendrix - A dramática história de uma lenda do rock
Autor: Sharon Lawrence
Editora: Jorge Zahar
Páginas: 356
Valor: R$ 29,90
sexta-feira, 25 de abril de 2008
Leio Os filmes de minha vida, de Alberto Fuguet
Alberto Fuguet é um escritor chileno dedicado a criar um novo movimento nas letras latino-americanas disposto a se contrapor ao realismo fantástico de Gabriel García-Márquez e que se chama... McCondo (!)
Fuguet é autor de "Os filmes da minha vida", que não causa surpresas estilísticas nem consegue inaugurar nada de novo, mas tem a capacidade de gerar lembranças em gente que viveu algo parecido. Eu, por exemplo, e minha infância na Venezuela. O fato de ter vivido noutro país, de conviver com duas línguas e se sentir estrangeiro onde quer que esteja é uma sensação que conheço bem, mas acaba aí. Os filmes que assistiu, inclusive coisas obscuras interessantes, que pouca gente lembra, mal recebem uma análise superficial.
O escritor parece tão disposto a comer um Big McCondo que esquece as tortillas, ignora vulcões e povos indígenas. A prosa é norte-americana e compreende-se porquê.
Livro: Os filmes da minha vida
Autor: Alberto Fuguet
Editora: Agir
Páginas: 296
Valor: R$ 40,41
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Notícias da semana
Em Roraima, ações terroristas em terras indígenas acontecem há muito tempo, mas uma eficiente soma de omissão política e propaganda racista nos meios de comunicação permitiu que esses grupos permanecessem atuando ao longo dos últimos 30 anos sem punição.
Desde 1981, houve 21 homicídios; 21 tentativas de homicídio; 54 ameaças de Morte; 51 agressões físicas; 80 casas destruídas; 71 prisões ilegais; cinco roças destruídas e cinco pessoas mantidas em cárcere privado - dados de 2003. já desatualizados.
A milícia travestida de agronegócio já espancou e matou índios e missionários. Suas ações já renderam a morte por tiros do índio Paulo José de Souza, em Uiramutã, em fevereiro de 1999. No mesmo mês, foram assassinados os índios Regelino Nascimento Souza (estrangulado) e o adolescente Renan Almeida André, de apenas 14 anos. No mesmo mês, o padre Egon Heck foi esfaqueado e um grupo de índios espancado.
Em janeiro de 2004, um grupo invadiu a Missão Surumu e seqüestrou os padres Ronildo França e Cezar Avallaneda e o diácono João Carlos Matinez, mantendo-os reféns por três dias. Em 2005, um grupo de 150 homens incendiou a missão do Surumu, destruindo uma escola, um hospital e uma igreja. Um professor foi espancado e um homem ficou queimado. O mesmo grupo provocou três incêndios e alguns espancamentos em 2004.
Atualmente, a Vila Surumu está isolada. Pontes foram destruídas e uma bomba caseira fabricada para novas ações terroristas explodiu nas mãos de Renato Quartieiro, filho do líder da resistência do agrobussiness em Raposa Serra do Sol, Paulo César Quartieiro. Centenas de policiais federais já chegaram e novos grupos continuam a chegar em Roraima para tentar a desapropriação exigida pela lei.
terça-feira, 4 de março de 2008
Memórias de um dinossauro
O ano de 1968 foi de perdas e conquistas. Foi um tempo de vitórias importantes no campo social, com conquistas como a igualdade de direitos civis, a liberação sexual, o reconhecimento das lutas dos estudantes e da diversidade cultural.
O clima tenso tomou conta daquele ano. Maio pode ser considerado o estopim. Naquele mês as revoltas foram sentidas com mais força e transmitidas de um país a outro pelos meios de comunicação de massa, principalmente a televisão.
Vá lá e leia.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
O desafio de Carlos Saraiva
que tem amor à verdade
que eu lhe mostrarei um
redator de publicidade
Tá lá no blog dele.
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Leio Viagens no Scriptorium , de Paul Auster
Autor: Paul Auster
Editora: Companhia das Letras
Número de Paginas : 128
Preço: R$ 33,00
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
Leio Deus, um delírio, de Richard Dawkins
O que inquieta Richard Darkins: o fanatismo religioso é um grande impeditivo do desenvolvimento humano, ao lado da corrupção, das guerras e do tráfico humano, de armas e de drogas. Nada mais contrário às verdades científicas e grandes descobertas humanas que os velhos livros sagrados de sempre, com suas fábulas alucinantes sobre homens feitos de barro, virgens grávidas ou seis dúzias delas destinadas a presentear homens-bomba, entre outros desvarios míticos. Religiões são a anti-ciência. E é da natureza das religiões negar direitos fundamentais do ser humano.
Todos os cultos – principalmente os monoteístas – baseiam-se no mistério. Não podemos saber mais do que está escrito ou interpretado. Por isso você, ateu, dificilmente conseguirá conversar sobre este assunto com algum crente. Será considerado “impuro”, autor de bestial ignomínia. Não podemos exigir mais informação, mas respeitar as lacunas (desculpem, mistérios) e resignar-se a dados sem nenhuma comprovação.
Por isso suportemos a negação da existência dos dinossauros e o mito de que todos somos descendentes de um homem que foi parido por outro homem, sendo este criador de tudo o que existe, conhecedor de todos os acontecimentos passados, presentes e futuros, organizador do caos cósmico e da direção dos cometas, da freqüência dos pulsares e da vazão das marés. Responsável por castigos terríveis numa certa vida post-morten, exige obediência, servidão, orações diárias.
A mulher, nos cultos monoteístas, é tratada como cidadão de segunda categoria porque assim ensinam os livros sagrados. Dependendo da interpretação que os homens fazem de tão antiga e defasada bibliografia, são obrigadas a jamais cortar o cabelo ou usar vestimenta negra que lhe cobre dos pés à cabeça. Não podem celebrar missas nem têm direito ao aborto, podendo por isso ser censuradas e, em alguns casos, condenadas.
Estes mesmos censores são capazes de enviar jovens para a morte ou mutilação numa guerra pelo petróleo, mas são contrários ao aborto e à eutanásia. Em pleno século 21 é inaceitável o domínio político e social por grupos religiosos anacrônicos que condenam cientistas, ateus, homossexuais, mulheres e crentes noutras religiões a um inferno cotidiano que pode ser prolongado num lugar cheio de fogo e torturas comandadas por um ex-funcionário do paraíso. Se Deus é um delírio, que dizer do Diabo...
Alguns trechos interessantes:
“Não dá para se safar dizendo ‘se você tentar me impedir de insultar homossexuais, estará violando minha liberdade de preconceito’, mas dá pra se safar dizendo: ‘isso viola minha liberdade de religião’. Qual é a diferença, pensando bem?” (p. 49)
“O Fórum da Comunidade Católica nos dá uma mão e lista 5.120 santos, junto com suas áreas de especialidade, que incluem dores abdominais, vítimas de abuso, anorexia, vendedores de armas, ferreiros, fraturas de ossos, técnicos de explosivos e problemas intestinais, para ficar só no comecinho da lista.” (p. 60)
“Lembre-se da definição perspicaz de Ambrose Bierce para o verbo ‘rezar’: ‘pedir que as leis do universo sejam anuladas em nome de um único requisitante, confessadamente desmerecedor’.” (p. 92)
“Quando um livro de ciência está errado, alguém acaba descobrindo o erro e ele é corrigido nos livros subseqüentes. Isso evidentemente não acontece com os livros sagrados.” (p. 362)
Livro: Deus, um delírio
Autor: Richard Dawkins
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 520
Preço: R$ 36
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
Político tem bens bloqueados
O ex-prefeito defende monoculturas poluentes e contesta os direitos indígenas. É da turma dos que justificam crimes de corrupção e ameaças a populações autóctones como "efeito colateral" de uma nada provável luta-contra-imperialistas-que-querem-dominar-a-Amazônia.
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
O(s) Idiota(s)
Agora a Assembléia Legislativa age em nome dos bons costumes, embora não tenha tomado qualquer atitude quando o "lutador" confirmava compra de votos para a eleição da diretoria da Câmara de Boa Vista em telefonemas interceptados. Corrupção pode. Mostrar a cueca, não.
PS: Há menos Dostoiévski que Lars Von Trier no título deste post, (e)leitor.Roraima existe?
O mundo perdido
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Leio Como vivem os mortos, de Will Self
No caos post morten criado pelo britânico em seu quarto romance, a tabagista Bloom desobedece às regras do limbo onde vive (hahaha) para atuar com voyeur na vida das próprias filhas, uma drogada perdida e uma capitalista
O livro é um espetacular desfile de reflexões acerca da política mundial, drogas, taxistas cipriotas de costas peludas, terrorismo, judeus, moda, negros, britânicos empedernidos e norte-americanos consumistas. Às vezes fica difícil acreditar que é Lilly Bloom e não o próprio autor quem narra tantas digressões a respeito da sociedade inglesa contemporânea.
Vale a pena ler, mesmo que seus conhecimentos gerais não sejam suficientes. Will Self não está nem um pouco preocupado em que não lhe compreeendam a prosa. Escreve da forma que acha melhor, sem facilidades ou coloquialismos, com vasta erudição e verve crítica. Observar as coisas de forma tão venenosa é de causar inveja.
Pop will eat Will Self? Veremos.
Livro: Como Vivem os Mortos
Autor: Will Self
Número de páginas: 368
Editora: Objetiva
Preço: R$ 47,90
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Decálogo do bom pesquisador (aos alunos de Metodologia)
1 - O prazo é meu inimigo mortal. Não devo me aproximar dele;
2 - Meu trabalho é, de todos, o mais importante;
3 - Jamais irei à pesquisa de campo sem ulterior pesquisa bibliográfica;
4 - Tempestades, terremotos e inundações não interromperão meus trabalhos;
5 - Acidentes, incidentes, doenças e golpes de estado, tampouco;
6 - Cataclismas de qualquer ordem e outros incidentes não interferirão no meu cronograma;
7 - Meu orientador é meu pastor e nada me faltará;
8 - Ele me guia por bibliografias complexas e apascenta meu problema metodológico;
9 - Jamais dispensarei orientação, pois sou jovem pesquisador honesto e determinado;
10 - Meu objetivo é produzir um projeto de pesquisa. Agora ou no ano que vem, Amém.
Boa Vista, Outubro de 2007
sábado, 27 de outubro de 2007
Leio Baudolino, de Umberto Eco
Livro: Baudolino
Autor: Umberto Eco
Editora: Record
Páginas : 459
Preço: R$ 43,00
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
Um conto
Em certo país e cidade, há uma espécie de café e nele uma mesa em particular. A ela se sentam e a ela regressam aqueles clientes que notaram um dia o espelho defronte. Através do vidro velho, irregular e manchado, cada desses clientes tem a impressão de contemplar no lugar de si um outro, estranhamente próximo de qualquer coisa que desejaria em segredo ser: O velho eleva a chávena aos lábios dum eu antigo, de costas mais direitas; O pobre acende um cigarro amarfanhado mas saboreia a cigarrilha fina do vulto bem vestido que lhe segue os gestos; A jovem perplexa observa-se e detecta algo de claramente masculino no gesto simples de endireitar os óculos. Conheço bem aquela mesa. E esses vultos distorcidos, feitos da essência do desejo – dizer que os conheço bem seria bem pouco. Faço o que posso e me compete. Mas quando lá ao fundo a mesa está vaga e há que matar o tempo, sirvo-me deste caderninho que alguém nela deixou em desalento e vou alinhando palavras sobre as linhas azuis. Assim, devagar. Da direita para a esquerda.
(Carlos Tijolo, na Minguante)
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
Duas canções
(Rodrigo Amarante)
Posso ouvir o vento passar, assistir à onda bater
mas o estrago que faz a vida é curta pra ver
Eu pensei que quando morrer
vou acordar para o tempo e para o tempo parar
um século, um mês, três vidas e mais um passo pra trás
Por que será? Vou pensar
Como pode alguém sonhar o que é impossível saber
Não te dizer o que eu penso já é pensar em dizer
e isso, eu vi, o vento leva
Não sei mais, sinto que é como sonhar
e o esforço pra lembrar é a vontade de esquecer
E isso porque diz mais!
Uh... Se a gente já não sabe mais
rir um do outro meu bem, então o que resta é chorar
e talvez, se tem que durar, vem renascido o amor bento de lágrimas
um século, três, se as vidas atrás são parte de nós
E como será?
O vento vai dizer, lento, o que virá
e se chover demais, a gente vai saber, claro que um trovão
se alguém depois sorrir em paz
só de encontrar
Slideshow
(Rufus Wainwright)
Do I love you because you treat me so indifferently?
Or is it the medication? Or is it me?
Do I love you because you don't want me to rub your back?
Or is it the medication? Or is it you? Or is it true?
And I better be prominently featured in your next slideshow
Because I paid a lot of money to get you over here, you know?
And if I am not prominently featured in your next slideshow
I don't know what I'm gonna do
Do I love you, or is this feeling just a little pain?
A treasure chest is broken easily open
And usually I am such a happy prince
Behind the iron curtain, the city walls a solid prison
And I better be prominently featured in your next slideshow
'Cause I paid a lot of money to get you over here, you know?
And if I am not prominently featured in your next slideshow
I don't know what I'm gonna do!Do I love you?Do I love you?Yes I do
Do I love you? Yes I do
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
Bergman e Antonioni
alguém comentou
sexta-feira, 20 de julho de 2007
A morte de Antônio Carlos Magalhães
5 comentaram
quinta-feira, 12 de julho de 2007
Leio O trovador solitário, de Arthur Dapieve
Marcadores: Arthur Dapieve, Legião Urbana, Renato Russo
Avery Veríssimo, Quinta-feira, 12 de Julho de 2007 às 15:01 | alguém comentou
Cruviana
sábado, 23 de junho de 2007
Epílogo
Belém - A Amazônia tem a pior distribuição de renda, os piores índices de educação e algumas das piores condições de vida do Brasil. Por aqui temos uma imensa riqueza concentrada nas mãos dos coronéis políticos, das grandes mineradoras e do agronegócio. Nossas populações carecem de saúde, educação e moradia.
A Amazônia Legal ocupa 2/3 do Brasil. Vinte milhões de pessoas vivem aqui, pressionados por grupos que algumas vezes se igualam em radicalismo. Entre as necessidades ambientais mais urgentes está a necessidade de conservação da floresta e a produção sustentada. Mas exigir ações ecologicamente corretas de quem vive em condições sub-humanas não gera o mesmo apelo que a distribuição de moto-serras, camisetas, bonés, cestas básicas e outras moedas eleitorais. É que às vezes a ciência não cobra políticas públicas adequadas com medo de perder as poucas verbas disponíveis nos orçamentos. Mas de pouco adianta um vistoso campus em meio à cidade partida.
A pesquisa científica na região tem sido tão direcionada pelas grandes indústrias que pouco se produz sobre as populações que habitam este imenso lugar. Índios, profissionais liberais, ribeirinhos, funcionários públicos e latifundiários convivem forçosamente com todo tipo de intempérie. As principais são os políticos locais, tão ricos e tão cegos para os problemas sociais, como os do bairro Guamá, um dos mais pobres da capital paraense, a maior metrópole da Amazônia, com 1,5 milhão de habitantes. A UFPA fica no Guamá. Basta sair dos limites da cidade universitária para mergulhar num mundo insalubre e medieval, com as pessoas vivendo sobre os próprios dejetos.
Minha profissão já me levou a bairros pobres em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Juiz de Fora, Manaus. Já estive em favelas na Venezuela, em bairros sem nenhuma infraestrutura em Georgetown e vi a pobreza extrema nos redutos orientais de Paramaribo. Masos extensos canais de podridão que substitutem as calçadas dos moradores da periferia de Belém são imbatíveis. Por ali, crianças brincam entre urubus. Açougues, oficinas, escolas, lanchonetes, toda a organização urbana suspensa sobre um grosso caldo formado por esgotos, restos de animais, garrafas plásticas e todo tipo de lixo doméstico.
Enquanto na periferia o saneamento é zero, o centro de Belém viceja com praças bem cuidadas e vigiadas contra vagabundos. O centro-histórico de quase 400 anos é um dos mais bem-conservados do Brasil. Na margem da baía, a Estação das Docas (projeto de 20 milhões de reais) se destaca como área de lazer e movimentação cultural e turística. Tem 11 bares e restaurantes e músicos suspensos sobre a platéia.
A cidade conta ainda com um grande complexo para eventos, feiras, congressos e convenções, o Hangar (98 milhões de reais), engrossa o rol de grandes obras junto com o parque ecológico Mangal das Garças, que custou 15 milhões de reais. Mas a grande expectativa por aqui chama-se Portal da Amazônia, uma via de seis quilômetros na orla da cidade que concentrará centros comerciais diversos, pretende melhorar o trânsito e vai custar mais de 100 milhões de reais.
Pergunta: quanto custaria sanear o Guamá, pelo menos no entorno da universidade, para justificar a sua existência ali? A Belém dos turistas luta contra a Belém real, mas o combate é injusto.
2 comentaram
Acabou
Belém - O Intercom Norte encerrou ontem com palestra de Gabriel Priolli sobre TV digital e TV pública. No final da noite, foram anunciados os trabalhos que concorrerão ao prêmio Expocom nacional, em Santos (SP), em agosto. Pará e Amazonas vão, em peso.
A incansável Maria Ataíde Malcher, coordenadora do congresso, declarou sob emoção que os trabalhos estavam encerrados. Meses de preparação e semanas de trabalho ininterrupto renderam um evento bem-feito, com pouquíssimas falhas e muita dedicação da equipe de 40 estudantes voluntários. Gente que, no futuro, estará cuidando das universidades porque já foram contaminados pelo vírus da pesquisa em comunicação.
José Marques de Melo, decano dos contaminados, elogiou o evento e anunciou a próxima sede do Intercom Regional: Boa Vista, Roraima. Chegou a hora do Hemisfério Norte mostrar seu valor.
sexta-feira, 22 de junho de 2007
Mídia e Amazônia
Chico, Orwell, Second Life e Roraima
Merecem destaque "Cálice: A música de Chico Buarque e as relações de poder" (Annete Marhy e Jaqueline Ferreira - UFPA); "Esfera Pública e os media" (Milena Albuquerque - IESAM); "Transtornos da mente em rede: comunidades virtuais sobre conflitos subjetivos (Ruan Sasaki Brito -UFPA); "1984: arquétipos e exercício de poder" (Allan Maués - UFPA); "Second LIfe: entretenimento, informação e negócios no universo virtual do jogo eletrônico" (Timóteo Lopes - UFPA) e "Divulgação de pesquisa científica na internet: um estudo exploratório nos sítios da Embrapa e da UFRR" (Aliny Melo - UFRR).
Chico, Orwell, Second Life e Roraima
Merecem destaque "Cálice: A música de Chico Buarque e as relações de poder" (Annete Marhy e Jaqueline Ferreira - UFPA); "Esfera Pública e os media" (Milena Albuquerque - IESAM); "Transtornos da mente em rede: comunidades virtuais sobre conflitos subjetivos (Ruan Sasaki Brito -UFPA); "1984: arquétipos e exercício de poder" (Allan Maués - UFPA); "Second LIfe: entretenimento, informação e negócios no universo virtual do jogo eletrônico" (Timóteo Lopes - UFPA) e "Divulgação de pesquisa científica na internet: um estudo exploratório nos sítios da Embrapa e da UFRR" (Aliny Melo - UFRR).
Agora, depois
A titulação do corpo docente explica parte do problema, mas não é só isso: falta ousadia ao estudante roraimense de jornalismo. Há muito mais a se descobrir, pesquisar e publicar do que a série de lugares-comuns encontrados entre os mais de 190 TCCs de Jornalismo. Ao invés de fazer o bom e velho estudo de caso sobre os assuntos A ou B nas páginas do jornal X, precisamos de documentários sólidos, programas de rádio alternativos, publicações independentes, blogs coletivos e, urgentemente, crítica de mídia. É preciso emergir do lago de mesmices. Ou isso, ou não veremos tão cedo trabalhos de Roraima na Expocom nacional.
Acabou
A incansável Maria Ataíde Malcher, coordenadora do congresso, declarou sob emoção que os trabalhos estavam encerrados. Meses de preparação e semanas de trabalho ininterrupto renderam um evento bem-feito, com pouquíssimas falhas e muita dedicação da equipe de 40 estudantes voluntários. Gente que, no futuro, estará cuidando das universidades porque já foram contaminados pelo vírus da pesquisa em comunicação.
José Marques de Melo, decano dos contaminados, elogiou o evento e anunciou a próxima sede do Intercom Regional: Boa Vista, Roraima. Chegou a hora do Hemisfério Norte mostrar seu valor.
quinta-feira, 21 de junho de 2007
Mídia e poder
Importantíssimo o trabalho desenvolvido pela Cepepo, ONG coordenada pela jornalista Ilma Bittencourt, que leva oficinas audiovisuais a adolescentes em situação de risco na periferia de Belém. A sede da Cepepo fica no Guamá, bairro paupérrimo que concentra altos índices de criminalidade. Hoje há sete jovens cursando jornalismo graças ao empenho da ONG. Dez estudam no nível médio e querem seguir carreira na produção audiovisual. Dois preferem engenharia. Cinco ainda estão em situação de risco. Quer ajudar? Clique aqui.
É no Guamá, a propósito, que está localizado o principal campus da Universidade Federal do Pará. Infelizmente, numa inexplicável contramão-histórica, a região do entorno da universidade não experimenta crescimento em índices básicos de saneamento, educação e infraestrutura. Como explicar isso? O ensino superior precisa contaminar com conhecimento e cidadania tudo o que está ao seu redor. Ou isso ou não há razão de ser.
Busca vida
quarta-feira, 20 de junho de 2007
Oralidade e virtualidade
Dos convidados, Lúcio Flávio é reverenciado pela estudantada. Sociólogo de formação e professor de jornalismo na UFPA por sete anos, Lúcio Flávio conseguiu arrebanhar uma legião de inconformados com o coronelismo político e midiático, mas até hoje continua editando o único jornal independente destas plagas.
Já Alex Fiúza, em que pese as boas assertivas sobre Manuel Castells e as analogias entre as estradas amazônicas e as supervias de dados, não conseguiu a empatia dos estudantes. A reitoria foi ocupada recentemente por, entre outras reivindicações, direito a fazer bailes de forró na cidade universitária. Como diz Gaudêncio Torquato, essa onda de protestos nas universidades está entrando no perigoso terreno da galhofa. O président Sarcozy não hesitaria em considerar a turma como típica racaille. Que saudade da turma da AAARG no Fórum Social Mundial...
Desciclopédia
No final do século 19 Belém experimenta um enriquecimento meteórico com o Ciclo da Borracha. (...) . Produções teatrais e cinematográficas européias, como Emmanuelle e Sylvia Saint, aportavam primeiro em Belém, onde eram encenadas/exibidas no Theatro da Paz ou no Cinema Olympia (o mais velho do Brasil ainda em atividade), para só depois seguirem para o Sul. Por aqui também o renomado DJ Carlos Gomes viveu seus últimos anos.
Tá aqui.
A tocha
terça-feira, 19 de junho de 2007
Grão-Pará
Ser jornalista, publicitário ou relações públicas aqui no norte não é fácil. Além de lutar contra a falta de oportunidades de ensino, depois de formados os comunicólogos precisam disputar o mercado com gente inabilitada, mas apadrinhada por quem não tem interesse no seu aprimoramento profissional. A maioria do mercado ainda é composta por gente sem formação específica. A publicidade é tosca, os RPs desprezados e o jornalismo, coitado, é assassinado diariamente por pessoas sem conhecimentos básicos da língua que julgam dominar.
Nesse cenário, é importantíssimo que eventos como a Expocom - realizada pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação - subsistam. Trata-se de uma forma de mostrar que os estudantes da área não apenas dominam a produção formal da comunicação, como podem oferecer produtos diferenciados - coisa que os rábulas julgam fazer.
A Expocom serve para aumentar o conhecido fosso que separa qualidade de mimetismo e educar os proprietários de meios de comunicação. Afinal, investir em qualidade e em gente habilitada pela universidade sempre vale a pena. Pergunte à Irlanda, à Índia, à Coréia...
sexta-feira, 15 de junho de 2007
Spurs campeão
Spurs campeão
terça-feira, 5 de junho de 2007
Ludopédio
Desde que começou a treinar o clube, a maioria dos resultados têm sido positivos. As últimas vitórias sobre os times de Entre Rios e das vicinais têm gerado confiança na equipe, que agora se prepara para o Campeonato Intermunicipal. O objetivo, claro, é a vitória. O técnico diz que estão treinando com regularidade e têm confiança no esquema tático.
Francisco Farias tem 50 anos, nasceu no Maranhão e vive na região sul de Roraima há 30 anos, desde antes da criação dos municípios de São Luiz do Anauá e São João da Baliza. Antes caçava onça, vendia o couro, mas logo parou por causa das leis ambientais. É atravessador de profissão, mas ultimamente tem se dedicado ao futebol mais que a qualquer outra atividade.
“Esporte é uma coisa que eu amo. Estou tentando fazer o esporte aqui em Caroebe ser uma coisa mais valorizada”, diz o técnico, de olho no campeonato de 2007, que começou na segunda semana de abril e vai até julho. Tem 12 equipes inscritas, das quais cinco são da cidade. Os demais vêm de Entre Rios (duas equipes) e das vicinais 10, 07, 04 e 34.
A produção de bananas, principal fonte de renda de Francisco, está em baixa. Os produtores reduziram a área plantada artificialmente, para forçar a alta do produto no mercado amazonense. Enquanto isso, Francisco aproveita para manter o time – formado por agricultores, atravessadores, comerciários e estudantes – treinando e em forma. Os jogadores têm entre 20 e 25 anos, exceto Baião, o “Romário” do time, que já passou dos 30.
O técnico quer repetir o resultado do Campeonato Municipal do ano passado, quando o Caroebe F. C. foi campeão. Os atacantes Fredsson e Aliabo, o lateral-esquerdo Baião e o meia-direita Chulipa foram as sensações do último campeonato. “Estamos nos preparando para ingressar na Federação, formar um time organizado, completo. Já temos CNPJ. Ainda vamos mostrar nosso talento em todo o Estado”.
Ludopédio
Desde que começou a treinar o clube, a maioria dos resultados têm sido positivos. As últimas vitórias sobre os times de Entre Rios e das vicinais têm gerado confiança na equipe, que agora se prepara para o Campeonato Intermunicipal. O objetivo, claro, é a vitória. O técnico diz que estão treinando com regularidade e têm confiança no esquema tático.
Francisco Farias tem 50 anos, nasceu no Maranhão e vive na região sul de Roraima há 30 anos, desde antes da criação dos municípios de São Luiz do Anauá e São João da Baliza. Antes caçava onça, vendia o couro, mas logo parou por causa das leis ambientais. É atravessador de profissão, mas ultimamente tem se dedicado ao futebol mais que a qualquer outra atividade.
“Esporte é uma coisa que eu amo. Estou tentando fazer o esporte aqui em Caroebe ser uma coisa mais valorizada”, diz o técnico, de olho no campeonato de 2007, que começou na segunda semana de abril e vai até julho. Tem 12 equipes inscritas, das quais cinco são da cidade. Os demais vêm de Entre Rios (duas equipes) e das vicinais 10, 07, 04 e 34.
A produção de bananas, principal fonte de renda de Francisco, está em baixa. Os produtores reduziram a área plantada artificialmente, para forçar a alta do produto no mercado amazonense. Enquanto isso, Francisco aproveita para manter o time – formado por agricultores, atravessadores, comerciários e estudantes – treinando e em forma. Os jogadores têm entre 20 e 25 anos, exceto Baião, o “Romário” do time, que já passou dos 30.
O técnico quer repetir o resultado do Campeonato Municipal do ano passado, quando o Caroebe F. C. foi campeão. Os atacantes Fredsson e Aliabo, o lateral-esquerdo Baião e o meia-direita Chulipa foram as sensações do último campeonato. “Estamos nos preparando para ingressar na Federação, formar um time organizado, completo. Já temos CNPJ. Ainda vamos mostrar nosso talento em todo o Estado”.
segunda-feira, 4 de junho de 2007
Bola ao cesto
quarta-feira, 30 de maio de 2007
Chávez
Esses "defeitos" da democracia, entretanto, têm currículos diferentes. Chávez melhorou a saúde e reduziu o preço da cesta básica à custa da estatização e do totalitarismo midiático, medidas reversíveis. Bush nos legou guerra, terrorismo, democracia de falácia, crimes contra a humanidade e caos ambiental. Todos dificilmente recuperáveis.
segunda-feira, 28 de maio de 2007
RCTV se fué
Boa Vista - É brega. Parece que a vida é em Technicolor. Maquilagem pesada, iluminação impecável.
Nada mais cafona que seus jingles, mas tinha seu valor emocional quando todos se sentavam em casa nas noites de Natal, ouvindo com canções alegres e comendo hallacas, assistindo a beloas imagens de picos nevados, praias e llanos, a biodiversidade do país.
Ao cancelar a concessão da RCTV, o governo Hugo Chávez torna visível sua trilha rumo ao totalitarismo. Aprender com as críticas sempre foi sinal de sabedoria.
O fim da RCTV
É brega. Parece que tudo é em Technicolor. Maquiagem carregada, luz impecável. Seus jingles, idem, mas ela fazia todos se sentirem em casa nas noites de Natal, com canções alegres, allacas, picos nevados, praias e llanos, mostrando a diversidade do país. Ao cancelar a concessão da RCTV, o governo Hugo Chávez torna visível sua trilha rumo ao totalitarismo. Aprender com as críticas sempre foi sinal de sabedoria.
sábado, 19 de maio de 2007
Bola ao cesto
quarta-feira, 2 de maio de 2007
Leio The Dark side of the Moon, de John Harris
Boa Vista - Não há grandes novidades além de algumas fotos inéditas neste trabalho do jornalista inglês John Harris. O que pretendia ser um livro sobre a gravação de um dos mais incríveis discos da história da música termina como um registro superficial das atividades da banda, desde o começo dos anos 60 em Cambridge até a histórica apresentação no Live Aid de 2005. Nada que a imprensa musical e outros livros já não tenham publicado, como Saucerful of secrets: The Pink Floyd Odissey, de Nicholas Schaffner (2003) ou Inside Out, do baterista Nick Mason (2004).
Mas há espaço para descobertas interessantes sobre o processo de gravação e comentários sobre a estranha sincronicidade entre o The Dark side of the moon e O Mágico de Oz. Infelizmente, Harris deixa claro sua antipatia por Roger Waters e usa algumas das entrevistas para isso, como a concedida por Peter Jenner, que foi empresário da banda nos primórdios.
“O pior eram as calças vermelhas com penduricalhos dourados que ele colocava ao lado do traseiro – o tipo de coisa que se coloca em cortinas. E ainda punha o isqueiro numa espécie de coldre, pendurado no cinto. Era terrivelmente brega. Mas se achava maravilhoso”, diz Jenner.
Bom, o autor é jornalista e inglês, né?
quarta-feira, 18 de abril de 2007
Leio “Bestas, homens e deuses”, de Ferdinand Ossendowski
quinta-feira, 12 de abril de 2007
O papa
Ratzinger diz que a Teoria da Evolução não pode ser comprovada cientificamente, método utilizado, como se sabe, para comprovar a existência de Deus.
Como Descartes, o papa tenta usar a ciência para justificar o divino e desqualificar o homo sapiens. Nada mais apropriado em tempos de humanismo em baixa.
domingo, 8 de abril de 2007
A ausência
Três amigos comparecem neste número. O já citado Luís Ene, o ausente homenageado aqui e o talentoso Ricardo Divino, meu prezado das Geraes.
Impressiona a quantidade de textos sem título, nesta edição. Ou não?
quarta-feira, 14 de março de 2007
Jornalista: profissão ameaçada
A lei que regulamenta a profissão dos jornalistas no Brasil é constitucional e é esse o posicionamento que a FENAJ espera do Supremo Tribunal Federal (STF), que ainda vai decidir sobre a validade da exigência do diploma de curso superior para o exercício do Jornalismo. A FENAJ e os Sindicatos de Jornalistas de todo o país estão confiantes de que a regulamentação da profissão será reconhecida pelos ministros do STF no julgamento do mérito da questão.
No dia 6 de março, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) baixou a Portaria 22/2007, restabelecendo os registros de precários. Tal medida já era prevista e esperada, em função da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em novembro do ano passado, que acatou uma medida cautelar proposta pela Procuradoria Geral da República.
No julgamento de questões de mérito, a única decisão desfavorável aos jornslistas profissionais foi a proferida pela juíza Karla Rister, em 2001. E tal decisão deverá ser reformada no julgamento do recurso extraordinário que se encontra no STF, como o foi na decisão unânime da 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em 2005.
Os ataques sistemáticos contra a regulamentação da profissão, a formação específica em Jornalismo e o diploma só interessam àqueles que querem arrochar a categoria, pouco se importando com a qualidade da informação. O argumento de que a exigência da formação superior para o exercício profissional do Jornalismo cerceia a liberdade de expressão e o direito da sociedade à informação é frágil, inconsistente. É uma muleta para aqueles que querem, deliberadamente, distorcer a realidade.
Consistente, sim, foi a conclusão do TRF da 3a Região: “a exigência de formação em curso superior confere maior controle de qualidade na divulgação das notícias e das opiniões públicas não ferindo direito de liberdade de expressão e de profissão”.
É com o objetivo de vê-la reafirmada que, na semana passada, a coordenação do movimento em defesa do diploma lançou seu calendário de lutas para o próximo período. Os mais de 60 mil jornalistas brasileiros não podem ficar apenas aguardando uma manifestação definitiva da Justiça. A FENAJ e os 31 Sindicatos de Jornalistas conclamam a categoria a ampliar o vigor desta luta e denunciar à sociedade os interesses escusos dos grandes grupos de comunicação, principais interessados na desregulamentação da profissão e no fim do requisito do diploma para o exercício do Jornalismo.
Publicado no sítio da Fenajsegunda-feira, 5 de março de 2007
Banda estreita
Se tivesse nascido 700 anos depois, Dante Alighieri teria criado na sua Divina Comédia um décimo círculo para o Inferno: o da conexão discada.
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007
terça-feira, 30 de janeiro de 2007
Busca Vida
As escolas preferidas ainda são as públicas, construídas com arquitetura que favorece a iluminação e a circulação dos ventos alíseos, que arrefecem o calor. A cidade tem universidade indígena e culinária idem. Tem franquias de fast food, mas continua com o mesmo único cinema.
Boa Vista é um balneário permanente, com a vantagem de não precisar de chuveiro para tirar o sal. Muitas praias. Boa Vista (250 mil habitantes) tem casas com quintais e pode-se cruzar a cidade em 15 minutos ou sair do país de carro e voltar no mesmo dia.
PS: A internet, claro, é discada.
Busca Vida
PS: A internet, claro, é discada
quarta-feira, 10 de janeiro de 2007
In the jungle
Manaus - Vivo um
inesperado caso
de amor com
esta cidade, como se
a antipatia do passado
fosse lavada com
a chuva fina.
Estamos ficando.
quarta-feira, 3 de janeiro de 2007
A solução (?)
sábado, 30 de dezembro de 2006
A vida e os limões
O tambaqui pescado no rio, cuja carne sabe a todos os nutrientes da imensa Amazônia, é mais caro que os peixes criados em cativeiro, em que o amarelado da pele denuncia a ração.
Entre os melhores exemplos de verve mercantil está o Paixão, singelo vendedor de dourados (tinha, mas acabou) curimbas e tambaquis. "Aqui freguês compra o peixe e ganha o limão". A propaganda é tão boa que o freguês esquece os limões no final, eximindulgindo Paixão de qualquer crime.
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
O Oeste
Epílogo
A poeira era tanta que deixava tudo ao redor avermelhado. A rua, as casas, tudo é vermelho.
sábado, 23 de dezembro de 2006
quarta-feira, 20 de dezembro de 2006
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
Reacionário
Ver Pete Townshend na Rolling Stone apoiando o sionismo armado e George Bush; destratando fãs e detonando companheiros de banda (Roger Daltrey seria um não-músico e o falecido John Entwistle, um junkie dominado pela namorada) é prova que do artista devemos reverenciar apenas a obra. Pessoas são imperfeitas.
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
sábado, 2 de dezembro de 2006
Ele é o amor, na perfeita medida reinventada, razão maravilhosa e imprevisível, e a eternidade: adorável máquina de qualidades fatais. Sentimos o terror de sua concessão e da nossa: ó prazer de nossa saúde, élan de nossos sentidos, afeto egoísta e paixão por ele, ele que nos ama em sua vida infinita.
(Arthur Rimbaud, Iluminuras)
sexta-feira, 1 de dezembro de 2006
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
A ponte que sumiu
Mentira. Desde 6 de janeiro de 1967 há uma ponte na região, em Ciudad Bolívar. Cruzei-a várias vezes. Chama-se Puente Angostura e é uma belíssima obra de engenharia, totalmente desconhecida do repórter enviado à região.
O erro de informação é resultado da arrogância da emissora, que envia repórteres do Sudeste para cobrir matérias na Bolívia, Colômbia, Venezuela e outras regiões, sem nenhum conhecimento das filigranas regionais. Morar no Rio de Janeiro ou São Paulo não faz de um repórter especialista em política venezuelana. E, francamente, ouvir a opinião dos cidadãos sobre o Governo Chávez é muita falta de imaginação.
O jornalismo da Rede Globo é superficial porque valoriza quantidade mais que qualidade. A única exceção ainda é o Globo Repórter, que aprofunda mais os temas, embora a pauta nem sempre seja interessante. Ao repórter oferecemos a foto da ponte e alguns links para deixá-lo melhor informado sobre o país de Wilmer Walderrama. Quem?! Bom, se 30 anos de profissão são insuficientes para nutrir um jornalista de informações fundamentais sobre política e economia do continente, que dizer da cultura pop?
sexta-feira, 10 de novembro de 2006
sábado, 4 de novembro de 2006
P2P não é crime
segunda-feira, 23 de outubro de 2006
Hiperliteratura, de graça, para as massas
Projeto editorial maduro, graficamente bem organizado, autores afiados, Minguante é literatura contemporânea em pixels. Muda-se o suporte, mantém-se a mensagem. Loas ao corpo editorial formado por Fernando Gomes , Henrique Manuel Bento Fialho, Luís N. e Margarida Delgado.
Todos os textos merecem leitura, mas aí vão duas dicas de cada país: Inmaculada Luna e Francis Vaz (Espanha), Sílvia Chueire e Márcia Maia ( Brasil) , Rui Almeida e Vitor Mateus (Portugal).
Nesta edição, um noir infame de minha autoria. Publique lá também.
sexta-feira, 13 de outubro de 2006
Na vitrola
Barry Adamson, que é sugestão do Israel Barros e toca com o Nick Cave. Sim, ele é uma bad seed.
OK Go, que é divertido, de arranjos interessantes e pouco juízo. Na linha Sha-Na-Na.
Jet, que é a nova salvação do rock n' rol, tipo se você detesta o rótulo, precisa lembrar de Justin Timberlake, Kevin Federline, Robbie Willians, Pussy Cat Dolls e James Blunt. Portanto, no contexto da indústria cultural, blá blá, blá, blá, blá.
segunda-feira, 9 de outubro de 2006
Totem 2
- Não, não, interrompi. Acho que vivemos algo parecido com a transição da literatura para o cinema e daí para a televisão. Da mesma forma que as pessoas passaram a ler menos com o audiovisual, o hipertexto passou a ser desprezado se se mantém apenas como texto. Os internautas deste século querem ver, ouvir. Viajar em sensações programadas, ser conduzidos pela grade de opções da rede, como telespectadores dos programas de domingo à tarde.
- É, mas isso não é de todo verdade, diz Leãdro Wojak. O cinema, por exemplo, já foi tido como destruidor da literatura, mas não conseguiu fazer isso, e nem era essa sua intenção. Assim como a televisão não destruiu o cinema. As mídias podem conviver umas com as outras, tranqüilamente.
- Sim, mas isso não explica a queda brutal de audiência do meu blog, ri Edgar Borges.
- É que você é um ciberdissidente, gargalha Vandré Fonseca, reconhecendo logo depois a própria condição de publicador bissexto.
- O problema é que a gente não ocupa bem esse território anárquico do ciberespaço. Nós temos que avançar, rapaziada, entrar de sola nas outras formas de sociabilidade, com áudio, vídeo e o escambau, propõe um empolgado Israel Barros.
- Rapaz, não tenho certeza disso. Falta afetividade. Em vários lugares a territorialidade é importante. E não falo só do Acre. Em Guarulhos, não há campanha na TV. A eleição se decide com santinho e cartazete na rua. Ao mesmo tempo, a política é exercida de forma cada vez menos territorial e mais virtual. Portanto acho que é a possibilidade de falar, isso mesmo, simplesmente falar, que vai garantir nossa sobrevivência, atesta um messiânico Maurício Bittencourt.
- Mas isso só aumenta a dispersão, avalia Nei Costa. A internet é um punhado de lixo, muitas vezes reciclado, a maior parte inútil. Garimpar algo bom é tão difícil quanto garimpar mesmo. Por isso é que temos de instigar o povo a assumir os media.
- Falas como um comunicólogo, meu caro. O que todos nesta mesa, de certa forma, são, observo.
- E o corporativismo, onde fica? Não é assim não, qualquer um metendo o bedelho na nossa mais-valia?, grita Rogério Christofoletti, posando de sindicalista radical.
- Ó pá, mas que diabos vocês estão a dizer? Blogue é edição. Blog é edição. Blogging is editing. Mesmo, Avery, que um bandalho como tu, armado em chico esperto na terra da pavórnia, venha a dizer o contrário. E peçamos algo para comer, decreta Luís Ene.
- Só se for agora, atalha Leãdro, ávido por umas saltenhas chilenas das que têm na Vila Madalena. Saltenhas!
- Chico Esperto, como é que é isso?
- É comida italiana, italiana, grita o Vicenzo.
- Então mande mais algumas biras, grita Edgar.
- Você não era assim, diz Nei.
- Ô vida dura.
domingo, 8 de outubro de 2006
Manifesto
terça-feira, 3 de outubro de 2006
Lula x Alckmin
quinta-feira, 28 de setembro de 2006
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
Desaparecidos XV, XVI, XVII e XVIII
The Smiths - O primeiro disco dos caras de Manchester é repleto de melancolia e cinismo pós-punk. Muita filosofia existencial, cinema e crimes. Da série de discos que salvaram nossas vidas.
Hatful of Hollow - Heaven knows i'm miserable now, How soon is now e Handome Devil estão entre as 50 melhores músicas que começam com a letra H. Tem ainda a mediterrânea Please Please Let Me Get What I Want e outras pérolas, como Girl Afraid e This charming man. Gravado parte no estúdio, parte ao vivo no programa John Peel com alta inspiração, Hatful of Hollow é o melhor disco da banda. Embora digam por aí que o melhor é o The Queen is Dead.
Meat is murder - Ainda não tinha esse, o terceiro, quando Nasser Hamid propôs trocar pelo recém-lançado Momentary Lapse of Reason, do Pink Floyd. Topei. O estranho terceiro disco tem coisas pouco executadas, mas não menos brilhantes, como Well i wonder, What She Said, That Joke Isn't Funny Anymore e Barbarism Begins at Home, além da música mais anti-açougue da história, Meat is Murder.
The queen is dead - Ela ainda está viva, mas sua majestade havia sofrido pouco nas mãos dos Sex Pistols. Faltavam algumas pancadas dos Smiths. Querido charles, você não anseia aparecer na primeira página do Daily mail vestido com o véu de noiva de sua mãe?, provoca Morrisey. No final dos 80, algumas garotas eram bigger than others. Lembra as idas da velha turma aos Cemetry Gates. Lembra quantas vezes acabamos a festa ouvindo I know it's over. Certas luzes nunca se apagam.
segunda-feira, 11 de setembro de 2006
Leio Cinzas do Norte, de Milton Hatoum
Algumas pessoas fazem o impossível para deixar seu lugar e às vezes vão longe demais.
(p. 160)
Pensei: todo ser humano em qualquer momento de sua vida devia ter algum lugar aonde ir. Não queria perambular para sempre... morrer sufocado em terra estrangeira. (p. 308)
Cinzas do Norte
Companhia das Letras
311 Páginas
R$ 41,00
O Onze
Abraços, camaradas, aonde quer que estejam.
segunda-feira, 4 de setembro de 2006
sexta-feira, 1 de setembro de 2006
Desaparecidos (Cap. XIV)
quarta-feira, 30 de agosto de 2006
terça-feira, 29 de agosto de 2006
Leio Almanaque Anos 70, de Ana Maria Bahiana
É desse período o Almanaque Anos 70 (R$ 49, Ediouro, 416 p.): os sons, as cores, a moda, a música, o cinema, a comida, os brinquedos, os móveis, os cheiros, os carros e a memorabilia de uma época de transformações sociais e tecnológicas, berço e nascedouro dos últimos literatti.
Se você foi criança nos anos 70, não pode perder. Se já era adulto, acenderá um incenso. Se não viveu os anos 70, vai aprender um bocado sobre aqueles tempos de cabelos compridos, boca-de-sino, discoteca, macrobiótica, cavalo-de-aço... Recomendo enfaticamente.
domingo, 27 de agosto de 2006
Post número 1000 (P2P)
quinta-feira, 24 de agosto de 2006
Minguante
terça-feira, 22 de agosto de 2006
A incrível história do Bebê-Monstro de Sete Lagoas contra a Banda Calypso
segunda-feira, 21 de agosto de 2006
quinta-feira, 17 de agosto de 2006
Cassação em vista
Cabo Júlio (PMDB-MG)
Cleuber Carneiro (PTB-MG)
Isaias Silvestre (PSB-MG)
João Magalhães (PMDB-MG)
José Militão (PTB-MG)
Márcio Reinaldo Moreira (PP-MG)
Osmanio Pereira (PTB-MG)
Saraiva Felipe (PMDB-MG) Belo Horizonte -
quinta-feira, 10 de agosto de 2006
Da guerra e males duradouros
Dona ONU, que se preocupa muito com causas humanitárias, fez um protesto formal contra um míssil jogado no mar pela Coréia do Norte. Um simples míssil. Mas nenhuma menção à destruição da infra-estrutura e dos habitantes do Líbano. Até quando os mansos Irã, Egito, Líbia e Síria suportarão o massacre?
sexta-feira, 28 de julho de 2006
Impressões pessoais
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São Paulo - Intelectuais como Susan Son tag , Noam Ch omsky e outros menos ilustres, provam que ainda existe opinião própria e lúcida na A...
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Porto Velho - “A formação específica em cursos de jornalismo não é meio idôneo para evitar eventuais riscos à coletividade ou danos a terce...
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Belo Horizonte - A PARTIR DE AMANHÃ MESMO começo a escrever sobre 50 CDs desaparecidos em 2001.