sexta-feira, 1 de fevereiro de 2002

Tempo esgotado para o uso do chat

Porto Alegre - Muita gente na fila e eu escrevendo posts feito louco, garantindo a instantaneidade que o Blog merece. As monitoras estão de olho, e uma já me deu um aviso. A outra olha feio pro lado de cá. Há uma senhora da terceira idade querendo usar o computador, argumentam, mas ninguém me tira daqui vivo. Ttem alguém segurando meu braço. Solta. Solta. Ei, pára com isso. Me larguem. Me larguem! Ok, vocês venceram. Novas informações solamente mañana.

Ágora

Porto Alegre - Um ponto em comum em algumas das pessoas com quem tenho conversado no fórum é a crítica ao... fórum, como se, pelo exercício da crítica à estrutura que lhe permite ter acesso aos contatos de que precisa para divulgar sua ideologia, estivesse a redenção da filosofia pessoal. O uruguaio Mauro e o pernambucano Rodrigo que o digam. Rodrigo é absolutamente contra a reunião, "que será comandada por um punhado de ONGs". Pretende protestar.

Sobre comida e calor

Porto Alegre - A comida está racionada. O rango é caro e tão prejudicial para as mentes e corpos dos consumidores quanto o álcool proibido, que circula livremente. Há uma expectativa de que vá chegar alimentação natural a qualquer momento, nesse acampamento da juventude. Por enquanto, Porto Alegre é um inferno de calor.

Fly on, little wing

Porto Alegre - Ontem "naveguei" entre a multidão, flanando como Leopold Bloom, encontrando um respeito impressionante às diferenças tribais. Ficava com um grupo, depois partia com alguns deles noutra direção, mudando de companhia naquele ponto e ficando por ali até encontrar novamente outra galera. Pessoas dançando, uma fogueira, punks reunidos, mulheres de vestidos longos carregando crianças, sexagenários cabeludos, duas bicicletas, pessoas cantando, pessoas conversando, pessoas. Um eremita na multidão.

Informação

Porto Alegre - Pretendo melhorar minha logística com o jornalzinho (desatualizado) que acabei de receber na recepção, mas acho que ainda vou perder muitas palestras nessa PUC-RS.

Na PUC-RS é tudo belezinha, grandes auditórios que são verdadeiros cinemas, chão brilhando, pintura nova. Um shopping-center.

Paçoquinha

Porto Alegre - Paçoquinha, que me apresentou aos punks, tem uns 17 e responde a processo por estar na rua depois da meia-noite. Vende adesivos anarquistas e foi assediado por anarquistas do movimento internacional, que buscam arregimentar anarco-punks em fóruns sociais vez em quando. Comprei-lhe uns adesivos malucos sobre o holocausto nuclear - "melhor sermos ativos hoje que radiativos amanhã" - e sobre política - "Una-te pelo fin (sic) da exploração. Vote nulo".

Passo Fundo Anarchy

Porto Alegre - O punk que conversa comigo diante da venda de camisetas de protesto (12 reais) é de Passo Fundo, onde o movimento atualmente ficou restrito a uma meia dúzia de pessoas. Nos anos 80 eram mais de 20, que apanhavam mesmo da polícia, mas com o passar do tempo, os brigadianos foram se acostumando com os caras e já não esquentam mais com eles. O cara fala (e cospe) um monte, o que é bem punk. Filosofia de vida. Muito respeito.

Guerra fria