Na tela
Roger and Me
domingo, 11 de janeiro de 2004
sábado, 10 de janeiro de 2004
terça-feira, 6 de janeiro de 2004
Leio
A festa – Ivan Ângelo
Li O homem duplicado, de José Saramago
O que aconteceria se você encontrasse alguém exatamente igual a... você? Noutra de suas premissas célebres (e se todos ficassem cegos?), José Saramago leva o leitor a uma estranha viagem entre nomes (Tertuliano Máximo Afonso detesta o próprio nome) (Antônio Claro é o verdadeiro nome do ator Daniel Santa-Clara) (o próprio autor chamar-se-ia José Sousa, não tivesse o oficial de registros acrescentado o apelido da família - nome da erva daninha da região do Ribatejo), relacionamentos, despersonalização e deslizes morais.
Aos que vêm o fantasma de Kafka a cada livro seu, o escritor português responde que "existem estórias Kafkianas desde antes de Kafka". E, sim, este senhor de quase 80 anos segue a linha direta dos que romperam com as estruturas formais do romance. Por isso, como artista do século 21, dá-se ao direito de beber na fonte da grande arte coletiva. E sampleia histórias, não autores. Saramago é bricolage.
Saramago, todos sabem, é fã da cantora norte-americana Edie Brickell, e teve a idéia de escrever o livro a partir da letra de The Wheel:
Somewhere there's somebody who looks just like you do.
Acts just like you do - feels the same way.
Somewhere there's a person in a far away place
with a different name and a face that looks like you
Não, nada disso. O escritor gosta de HQs da Marvel e da antológica série “O que aconteceria se...”, que entre outras proezas ressuscitou Fu-Manchu e libertou o Surfista Prateado da prisão invisível imposta por Galactus. Doutra feita, levou Marcelo Rubens Paiva (Blecaute) a congelar o tempo numa São Paulo em decomposição.
Não, não. Saramago gosta mesmo é de Roberto Carlos. A inspiração vem, portanto, da letra de O sósia, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos:
Tudo começou quando um certo dia
Eu liguei pro broto que há tempos eu não via
E o que ela disse me deixou zangado
Deixe de tolice, já tenho namorado
Fui a casa dela e lhe falei então
Para essa história quero explicação
Quando olhei pro lado, eu perdi a fala
Descobri um cara que tinha a minha cara
E até seu nome era igual ao meu
Um era demais eu sei não era eu
E na confusão meu broto desmaiou
O insight que determina a obra pouco interessa, nesses casos. Os seres humanos, em algum momento da vida, pensam na existência de um clone seu andando por aí. Um ser fisicamente idêntico e não as múltiplas personalidades plasmadas por nossos pensamentos contraditórios - como nas hilárias conversas entre Tertuliano Máximo Afonso e o senso comum.
O livro leva o leitor a refletir sobre o indivíduo não mais sob a chancela da filosofia, mas de uma metafísica de ateu, que não exige maiores explicações.
A festa – Ivan Ângelo
Li O homem duplicado, de José Saramago
O que aconteceria se você encontrasse alguém exatamente igual a... você? Noutra de suas premissas célebres (e se todos ficassem cegos?), José Saramago leva o leitor a uma estranha viagem entre nomes (Tertuliano Máximo Afonso detesta o próprio nome) (Antônio Claro é o verdadeiro nome do ator Daniel Santa-Clara) (o próprio autor chamar-se-ia José Sousa, não tivesse o oficial de registros acrescentado o apelido da família - nome da erva daninha da região do Ribatejo), relacionamentos, despersonalização e deslizes morais.
Aos que vêm o fantasma de Kafka a cada livro seu, o escritor português responde que "existem estórias Kafkianas desde antes de Kafka". E, sim, este senhor de quase 80 anos segue a linha direta dos que romperam com as estruturas formais do romance. Por isso, como artista do século 21, dá-se ao direito de beber na fonte da grande arte coletiva. E sampleia histórias, não autores. Saramago é bricolage.
Saramago, todos sabem, é fã da cantora norte-americana Edie Brickell, e teve a idéia de escrever o livro a partir da letra de The Wheel:
Somewhere there's somebody who looks just like you do.
Acts just like you do - feels the same way.
Somewhere there's a person in a far away place
with a different name and a face that looks like you
Não, nada disso. O escritor gosta de HQs da Marvel e da antológica série “O que aconteceria se...”, que entre outras proezas ressuscitou Fu-Manchu e libertou o Surfista Prateado da prisão invisível imposta por Galactus. Doutra feita, levou Marcelo Rubens Paiva (Blecaute) a congelar o tempo numa São Paulo em decomposição.
Não, não. Saramago gosta mesmo é de Roberto Carlos. A inspiração vem, portanto, da letra de O sósia, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos:
Tudo começou quando um certo dia
Eu liguei pro broto que há tempos eu não via
E o que ela disse me deixou zangado
Deixe de tolice, já tenho namorado
Fui a casa dela e lhe falei então
Para essa história quero explicação
Quando olhei pro lado, eu perdi a fala
Descobri um cara que tinha a minha cara
E até seu nome era igual ao meu
Um era demais eu sei não era eu
E na confusão meu broto desmaiou
O insight que determina a obra pouco interessa, nesses casos. Os seres humanos, em algum momento da vida, pensam na existência de um clone seu andando por aí. Um ser fisicamente idêntico e não as múltiplas personalidades plasmadas por nossos pensamentos contraditórios - como nas hilárias conversas entre Tertuliano Máximo Afonso e o senso comum.
O livro leva o leitor a refletir sobre o indivíduo não mais sob a chancela da filosofia, mas de uma metafísica de ateu, que não exige maiores explicações.
segunda-feira, 5 de janeiro de 2004
Brasil, ano 504
A política econômica beneficiou os nichos de sempre e não merece maiores elogios. Diferente é o caso da política externa, em que o Brasil foi primoroso. A diplomacia foi o que tivemos de melhor no primeiro ano do governo Lula. A visita a nações belicosas (incluindo os Estados Unidos) e mercados em expansão atestam.
A melhor notícia do ano novo é o fichamento de norte-americanos nos aeroportos brasileiros. Nada contra os caras. Mas o princípio de reciprocidade diplomática alegado pelo juiz Julier Sebastião da Silva - o mesmo que mandou prender o chefe do crime organizado em Mato Grosso, João Arcanjo Ribeiro -, admitamos, é genial. Um avanço no combate à biopirataria.
A política econômica beneficiou os nichos de sempre e não merece maiores elogios. Diferente é o caso da política externa, em que o Brasil foi primoroso. A diplomacia foi o que tivemos de melhor no primeiro ano do governo Lula. A visita a nações belicosas (incluindo os Estados Unidos) e mercados em expansão atestam.
A melhor notícia do ano novo é o fichamento de norte-americanos nos aeroportos brasileiros. Nada contra os caras. Mas o princípio de reciprocidade diplomática alegado pelo juiz Julier Sebastião da Silva - o mesmo que mandou prender o chefe do crime organizado em Mato Grosso, João Arcanjo Ribeiro -, admitamos, é genial. Um avanço no combate à biopirataria.
sábado, 3 de janeiro de 2004
Bola ao cesto
Hoje tem basquete da NBA na TV aberta.
Coube à Rede TV assumir a transmissão dos jogos do melhor basquete do mundo, suprindo a lacuna da ESPN no fim de semana.
O primeiro jogo será Detroit Pistons x Golden State Warriors. Em seguida, Atlanta Hawks x Denver Nuggets.
O brasileiro Nenê defende os Nuggets e tem feito 11,5 pontos por partida.
Update às 0h: Que jogo!
Hoje tem basquete da NBA na TV aberta.
Coube à Rede TV assumir a transmissão dos jogos do melhor basquete do mundo, suprindo a lacuna da ESPN no fim de semana.
O primeiro jogo será Detroit Pistons x Golden State Warriors. Em seguida, Atlanta Hawks x Denver Nuggets.
O brasileiro Nenê defende os Nuggets e tem feito 11,5 pontos por partida.
Update às 0h: Que jogo!
sexta-feira, 2 de janeiro de 2004
terça-feira, 30 de dezembro de 2003
Ano novo
O governo Lula termina o primeiro ano de mandato com elogios de Maílson da Nóbrega e do mercado financeiro em geral.
George W. Bush autorizou o desmatamento de reserva ambiental no Alasca, para aquecer a economia americana. Também vai explorar petróleo no santuário ecológico.
Marcelo D2 consolida-se como poeta popular e ativista.
O preço do CD caiu.
Marco Maciel na Academia Brasileira de Letras.
O Dólar caiu.
O general Augusto Pinochet goza sua aposentadoria tranqüilamente, no Chile.
Saddam Husseim caiu.
Os Estados Unidos terminam o ano com mais um estado: o Iraque.
O governo Lula termina o primeiro ano de mandato com elogios de Maílson da Nóbrega e do mercado financeiro em geral.
George W. Bush autorizou o desmatamento de reserva ambiental no Alasca, para aquecer a economia americana. Também vai explorar petróleo no santuário ecológico.
Marcelo D2 consolida-se como poeta popular e ativista.
O preço do CD caiu.
Marco Maciel na Academia Brasileira de Letras.
O Dólar caiu.
O general Augusto Pinochet goza sua aposentadoria tranqüilamente, no Chile.
Saddam Husseim caiu.
Os Estados Unidos terminam o ano com mais um estado: o Iraque.
segunda-feira, 29 de dezembro de 2003
Blogs
Blogs são singelos. Dolls e GIFs animados reeditam os anos 80. Blogs podem ser asquerosos. Pop-ups de patrocinadores assaltam a tela. Blogs são hype passageiro nas tardes de algumas pessoas, brincadeira eletrônica da burguesia escolarizada. Terapia, insônia, obsessão. Blogs são o outro lado do espelho. Blogs são um mistério. De cada 10 pessoas que utilizam a internet, menos de duas sabem o que é blog. E só uma em cada 50 já leu algum. Blogs são efêmeros. Mais de hum milhão de weblogs não sobrevivem às primeiras 24 horas. Bloggers pagam pau e descem a lenha.
Blogs são singelos. Dolls e GIFs animados reeditam os anos 80. Blogs podem ser asquerosos. Pop-ups de patrocinadores assaltam a tela. Blogs são hype passageiro nas tardes de algumas pessoas, brincadeira eletrônica da burguesia escolarizada. Terapia, insônia, obsessão. Blogs são o outro lado do espelho. Blogs são um mistério. De cada 10 pessoas que utilizam a internet, menos de duas sabem o que é blog. E só uma em cada 50 já leu algum. Blogs são efêmeros. Mais de hum milhão de weblogs não sobrevivem às primeiras 24 horas. Bloggers pagam pau e descem a lenha.
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