domingo, 7 de março de 2004

Michael Schumacher vence o GP da Austrália. Barrichello em segundo
Impressão minha ou a Fórmula 1 ficou muito, muito monótona?

sábado, 6 de março de 2004

Na tela
O filme O Poder e a fé apresenta-nos um vendedor de Bíblias de estilo incomparável. A mistura de religião, violência e humor é pura crônica urbana. O roteiro é insano, mas denuncia desemprego, charlatanismo e a solidão da metrópole. Cordel do Século 21.

quinta-feira, 4 de março de 2004

Contos da Anta (3)
Companheiro Bush
Tom Zé

Se você já sabe
Quem vendeu
Aquela bomba pro Iraque,
Desembuche:
Eu desconfio que foi o Bush.


Foi o Bush,
Foi o Bush,
Foi o Bush.


Onde haverá um recurso
Para dar um bom repuxo
No companheiro Bush?
Quem arranja um alicate
Que acerte aquela fase
Ou corrija aquele fuso?


Talvez um parafuso
Que tá faltando nele
Melhore aquele abuso.
Um chip que desligue
Aquele terremoto,
Aquela coqueluche.

terça-feira, 2 de março de 2004

O Poder e a Fé
O curta-metragem O Poder e a Fé, escrito e interpretado por Felipe Saraiva, estréia quinta-feira no The Bar, na Vila Olímpia, São Paulo, Brasil.

O autor-ator é filho do poeta Carlos Saraiva e radicaliza na estética urbana.

A direção é de Beto Schultz e Thiago Luciano.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2004

Gasp
Entre todas as onomatopéias dos quadrinhos, minha preferida sempre foi gasp.

Também gosto de humpf e chuif.
Na vitrola
John Cale - Paris 1919
Mumiy Troll - Morskaya*

*Glam-rock russo irado. Ouça Utekay, Vdrug ushli poezda e Vladivostok 2000 e caia na festa.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2004

Crônica urbana (Epílogo)
Muito bem, o fascista vai caminhar por esta calçada. Preciso medir a quantidade exata de passos e o tempo que ele vai levar. É neste ponto que ele cruza com os mendigos, vê as pessoas na rua e... no final da quadra... entra no banco. Em certo andar deste banco, uma executiva passou a noite fazendo seu trabalho, que é retalhar empresas e vendê-las etc, etc. Ela vai observá-lo durante dois segundos, do alto da janela, no momento em que vive suas reminiscências hippies. O banco é importante porque é aqui que duas das personagens se cruzam, favorecendo a construção de um quarto episódio. Sim, a história pode ser ampliada, é claro, usando os personagens periféricos. O discurso do candidato a pastor acontece na mesma quadra por onde caminha o fascista. O treino acontece com voluntários da própria igreja, que respondem aos chamados do candidato a pastor na hora da cura de todos os males. O olhar do candidato a pastor pousa, por dois segundos, sobre o fascista que anda pela calçada. No exato momento em que ele fala que o Diabo está à espreita, etc. etc. O fascista passa com nojo pelos mendigos da calçada, olha o candidato a pastor e o odeia. Depois que entra no banco, o fascista e a executiva trocam olhares. Ele na fila, ela saindo com pastas e bolsas e um olhar cansado de triunfo, de vitória. Surpreendentemente ele não pensa em nada sobre a mulher que cruza o saguão do banco apressada. Ela, por sua vez, imagina como seria encerrar a vida de solteira ao lado de um rapaz forte, pobre, mas trabalhador. Pensa melhor e resolve que pagar por uma companhia masculina oferece a melhor relação custo-benefício . A tetralogia (tautologia?) pode encerrar com o pastor já em atividade pregando na Praça da República, enquanto observa mulher de fino trato parar o carro diante de jovem de cabelos muito curtos que ali está à procura de uns trocados. Podemos chamar esse fim de um novo começo, como se faz no cinema de autor. É isso aí. Maravilha.

Guerra fria