segunda-feira, 15 de março de 2004

Notas internacionais
* O povo espanhol deu o troco a José María Aznar (eu azno, tu aznas...), que envolveu o país numa guerra inútil e provocou o atentado em Madri, na semana passada. José Luís Rodríguez Zapatero, o novo chefe de governo, já anunciou que vai desmobilizar as tropas espanholas no Iraque, a partir de abril. A melhor decisão política tomada pela Espanha nos últimos anos.

* A Polônia acredita que pode ser vítima de atentados porque apoiou a invasão do Iraque. Muito perspicaz, o presidente Aleksander Kwaśniewski.

* Vladimir Putin, o czar da Rússia, reelegeu-se presidente, apesar das acusações de corrupção, autoritarismo, cerceamento da imprensa e (não é acusação, mas de realidade) carnificina na Tchetchênia. Ex-agente da KGB, Putin segue o estilo Bush e não se preocupa em eliminar inocentes para atingir seus objetivos. Foi assim quando autorizou a matança de centenas de inocentes com gás venenoso durante o seqüestro no teatro de Moscou por separatistas tchetchenos. Quando o submarino Kursk afundou, a mãe de um dos marinheiros exaltou-se numa coletiva de imprensa e foi imediatamente sedada por droga injetável, aplicada por uma funcionária do governo. É o Gulag revisitado.

quinta-feira, 11 de março de 2004

Europa
Previsível, o atentado terrorista que matou 200 e deixou 1,4 mil feridos em Madri, hoje pela manhã. A Espanha deu apoio à invasão do Iraque em momento infeliz da História, tornando-se porta de entrada do terrorismo internacional, que se enraiza na Europa.

Mesmo com o povo (oito em cada dez) contra, o país de Colombo, de Pizarro e de Franco foi à guerra. Da mesma forma que o ouro asteca, os petrodólares falaram mais alto ao conservador José María Aznar, assim como já haviam seduzido o trabalhista Tony Blair e o retrô Silvio Berlusconi.

Em nome da unificação européia, o trio culpa os separatistas bascos, que preferem executar políticos e juízes. Mas pelas características, os inocentes nos trens foram imolados por radicais islâmicos enlouquecidos armados até os dentes, desses que tratam civis como peões, sacrificados para favorecer um xeque.

De olho nas próximas eleições, Aznar dificilmente assumirá que levou a guerra para seu país, deliberadamente. Intriga da oposição, dirá nos programas eleitorais, diante da queda na receita do Turismo.

Os responsáveis pelas 13 bombas instaladas no sistema de trens da capital da Espanha deixaram uma mensagem indicando os próximos alvos: Itália, Inglaterra, Japão...

quarta-feira, 10 de março de 2004

Fina ironia
Três anos à procura da matéria perfeita.

Marcelo D2, sobre a revista MTV, na MTV.
Os ladrões
Em Alfenas, cidade do sul de Minas Gerais com expressiva população universitária, filmaram o prefeito José Manso entregando maços de dinheiro para seus vereadores. O pronome possessivo (seus vereadores) se justifica. Parlamentar, no Brasil, é como notícia: um produto à venda (Cremilda Medina). Endinheirado que se preza tem o seu deputado, seu advogado, seu jornalista...

domingo, 7 de março de 2004

Michael Schumacher vence o GP da Austrália. Barrichello em segundo
Impressão minha ou a Fórmula 1 ficou muito, muito monótona?

sábado, 6 de março de 2004

Na tela
O filme O Poder e a fé apresenta-nos um vendedor de Bíblias de estilo incomparável. A mistura de religião, violência e humor é pura crônica urbana. O roteiro é insano, mas denuncia desemprego, charlatanismo e a solidão da metrópole. Cordel do Século 21.

quinta-feira, 4 de março de 2004

Contos da Anta (3)
Companheiro Bush
Tom Zé

Se você já sabe
Quem vendeu
Aquela bomba pro Iraque,
Desembuche:
Eu desconfio que foi o Bush.


Foi o Bush,
Foi o Bush,
Foi o Bush.


Onde haverá um recurso
Para dar um bom repuxo
No companheiro Bush?
Quem arranja um alicate
Que acerte aquela fase
Ou corrija aquele fuso?


Talvez um parafuso
Que tá faltando nele
Melhore aquele abuso.
Um chip que desligue
Aquele terremoto,
Aquela coqueluche.

Guerra fria