quarta-feira, 8 de setembro de 2004

Candidatos a vereador

Léia do Pão
Zé da Vó
Maria Alice do Foto Ásia
Arapinha
Dé Pasteleiro
Vicente Formigão
Divino da Babilônia
Dário Camelô
Antero Padeiro
Peroba
Moisés Trocador
Gilberto Examinador
Francisco da Telemensagem
Pateta
Careca da Água Mineral
Padre Pintor
Tião Pega Lobo
Paçoca
Geralda Mãe dos Trigêmeos

domingo, 5 de setembro de 2004

Redução de danos

São Paulo -

A Revista MTV de agosto traz uma matéria polêmica e necessária sobre um tema presente no cotidiano, nas escolas, nas ruas, nas boates: o uso de drogas atinge muitas famílias, mas é obscurecido por razões legais, religiosas, políticas. No centro da questão, a proposta da redução de danos, que provocou queda substancial nas infecções por HIV por usuários de drogas injetáveis mesmo sendo tratado como estímulo à estupefaciência pelo nem sempre lúcido Ministério Público.

A conclusão, quase nunca compartilhada pela sociedade, é de que dependentes de drogas não são criminosos, mas podem ser vítimas. E que precisam ter os riscos à saúde minimizados sem necessidade de intervenção policial.

Para pais, filhos, educadores e consumidores é material valioso, principalmente as dicas sobre redução de danos para usuários de drogas leves, injetáveis e sintéticas. Alguns trechos:

"Não há como consumir drogas sem correr riscos. Simplesmente pelo fato de que não existe droga inofensiva à saúde física e mental." Fernanda Mena, jornalista, autora da matéria.

"As propostas de erradicação das drogas parecem vindas de alguém que tomou um ácido. Não é possível que, em sã consciência, alguém acredite que isso vá acontecer." Fábio Mesquita, coordenador de DST e Aids da Cidade de São Paulo.

"Quem usa drogas pode até se matar. E pode ter problemas com a justiça, com o traficante, com a saúde, com a polícia, com a família, com a conta bancária e com o trabalho." Paulo Giacomini, coordenador de redução de danos do Centro de Convivência É de Lei.

"O que causa maior dano é a criminalização da droga". Maria Lúcia Karam, juíza aposentada

"A legislação brasileira parece ainda pouco adaptada a esta realidade. Mais do que isso, ela dá sinais de esquizofrenia: delibera que usar droga não é crime, mas que portá-la é um passaporte para a prisão com anos de validade". Fernanda Mena.

segunda-feira, 30 de agosto de 2004

Na tela

Na tela


Divinópolis - Cazuza é um bom filme, mas não atinge a excelência cinematográfica de um Oliver Stone em The Doors. A espera por uma superprodução tupininquim continua a frustrar os cinéfilos mais exigentes e lembra a cobrança ostensiva por um desempenho impecável dos atletas brasileiros em Olimpíada ou Copa do Mundo, como se a perfeição pudesse ser alcançada todos os dias. Não é.

A participação da TV Globo gerou os padrões de qualidade esperados, mas esmaeceu a direção de fotografia e criou clima folhetinesco. O figurino poderia ser melhor, assim como a direção de arte. Nada disso entretanto, comprometeu o trabalho de adaptação do livro as mães são felizes, de Regina Echeverría. O filme, pode-se dizer, é o livro em formato audiovisual.

O melhor de Cazuza é a interpretação do ator Daniel Oliveira, que incorporou os gestos, o riso debochado e a empáfia do jovem poeta morto pela Aids aos 32 anos, no auge da carreira. Cazuza cantou um país desconjuntado, com o egoísmo dos filhos únicos, o hedonismo dos poetas e a paixão da juventude. Suas letras foram interpretadas pelos maiores nomes da música brasileira. Sua mensagem, misto de crítica cruel e prazer sem culpa, soa eterna.

PS: Gean Queiroz (Joca), parceiro em várias canções do Carolina Cascão, faz uma ponta.

Guerra fria