sexta-feira, 15 de junho de 2007

Spurs campeão

Boa Vista - Lutar contra Duncan, Parker, Horry, Ginobilli e Bowen? Só na próxima temporada. Tony Parker, pra variar, fazia cestas em pleno desequilíbrio gravitacional e mereceu o título de melhor das finais. Lebron James vacilou muito, mas ainda é grande e jovem. Robert Horry agora é heptacampeão da NBA. Só gente do Boston Celtics havia chegado a esse número. Pena que a série durou só quatro jogos.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Ludopédio

Caroebe - Francisco espera o momento de se reunir com o Caroebe Futebol Clube, time da cidade que vem treinando nos últimos meses. O encontro é marcado na praça central, perto dos mini-ônibus que chegam e saem em direção a São João da Baliza, Boa Vista e estradas vicinais do interior do município. Francisco chega duas horas adiantado, divide um banco com dois amigos e conversa sobre amenidades.

Desde que começou a treinar o clube, a maioria dos resultados têm sido positivos. As últimas vitórias sobre os times de Entre Rios e das vicinais têm gerado confiança na equipe, que agora se prepara para o Campeonato Intermunicipal. O objetivo, claro, é a vitória. O técnico diz que estão treinando com regularidade e têm confiança no esquema tático.

Francisco Farias tem 50 anos, nasceu no Maranhão e vive na região sul de Roraima há 30 anos, desde antes da criação dos municípios de São Luiz do Anauá e São João da Baliza. Antes caçava onça, vendia o couro, mas logo parou por causa das leis ambientais. É atravessador de profissão, mas ultimamente tem se dedicado ao futebol mais que a qualquer outra atividade.

“Esporte é uma coisa que eu amo. Estou tentando fazer o esporte aqui em Caroebe ser uma coisa mais valorizada”, diz o técnico, de olho no campeonato de 2007, que começou na segunda semana de abril e vai até julho. Tem 12 equipes inscritas, das quais cinco são da cidade. Os demais vêm de Entre Rios (duas equipes) e das vicinais 10, 07, 04 e 34.

A produção de bananas, principal fonte de renda de Francisco, está em baixa. Os produtores reduziram a área plantada artificialmente, para forçar a alta do produto no mercado amazonense. Enquanto isso, Francisco aproveita para manter o time – formado por agricultores, atravessadores, comerciários e estudantes – treinando e em forma. Os jogadores têm entre 20 e 25 anos, exceto Baião, o “Romário” do time, que já passou dos 30.

O técnico quer repetir o resultado do Campeonato Municipal do ano passado, quando o Caroebe F. C. foi campeão. Os atacantes Fredsson e Aliabo, o lateral-esquerdo Baião e o meia-direita Chulipa foram as sensações do último campeonato. “Estamos nos preparando para ingressar na Federação, formar um time organizado, completo. Já temos CNPJ. Ainda vamos mostrar nosso talento em todo o Estado”.

Ludopédio

Caroebe - Francisco espera o momento de se reunir com o Caroebe Futebol Clube, time da cidade que vem treinando nos últimos meses. O encontro é marcado na praça central, perto dos mini-ônibus que chegam e saem em direção a São João da Baliza, Boa Vista e estradas vicinais do interior do município. Francisco chega duas horas adiantado, divide um banco com dois amigos e conversa sobre amenidades.

Desde que começou a treinar o clube, a maioria dos resultados têm sido positivos. As últimas vitórias sobre os times de Entre Rios e das vicinais têm gerado confiança na equipe, que agora se prepara para o Campeonato Intermunicipal. O objetivo, claro, é a vitória. O técnico diz que estão treinando com regularidade e têm confiança no esquema tático.

Francisco Farias tem 50 anos, nasceu no Maranhão e vive na região sul de Roraima há 30 anos, desde antes da criação dos municípios de São Luiz do Anauá e São João da Baliza. Antes caçava onça, vendia o couro, mas logo parou por causa das leis ambientais. É atravessador de profissão, mas ultimamente tem se dedicado ao futebol mais que a qualquer outra atividade.

“Esporte é uma coisa que eu amo. Estou tentando fazer o esporte aqui em Caroebe ser uma coisa mais valorizada”, diz o técnico, de olho no campeonato de 2007, que começou na segunda semana de abril e vai até julho. Tem 12 equipes inscritas, das quais cinco são da cidade. Os demais vêm de Entre Rios (duas equipes) e das vicinais 10, 07, 04 e 34.

A produção de bananas, principal fonte de renda de Francisco, está em baixa. Os produtores reduziram a área plantada artificialmente, para forçar a alta do produto no mercado amazonense. Enquanto isso, Francisco aproveita para manter o time – formado por agricultores, atravessadores, comerciários e estudantes – treinando e em forma. Os jogadores têm entre 20 e 25 anos, exceto Baião, o “Romário” do time, que já passou dos 30.

O técnico quer repetir o resultado do Campeonato Municipal do ano passado, quando o Caroebe F. C. foi campeão. Os atacantes Fredsson e Aliabo, o lateral-esquerdo Baião e o meia-direita Chulipa foram as sensações do último campeonato. “Estamos nos preparando para ingressar na Federação, formar um time organizado, completo. Já temos CNPJ. Ainda vamos mostrar nosso talento em todo o Estado”.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Bola ao cesto

Boa Vista - Alguém aí viu os 48 pontos de Lebron James no penúltimo jogo com o Detroit? É. Nem eu. Com essa estória de rodízio de conferências, a ESPN transmitiu apenas os playoffs do Oeste (Spurs x Suns) na temporada 2006/2007. E nada vimos da série Cavs x Pistons, que teve momentos incríveis como no já citado penúltimo jogo, quando Lebron fez os últimos 25 pontos do Cleveland Cavaliers, incluindo duas prorrogações. Que esteja assim nas finais que começam na quinta-feira. O San Antonio é um time de campeões e é favorito por causa do prognóstico. Mas vai dar Lebron e Varejão, podes crer.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Chávez

Boa Vista - Chávez erra ao fechar a RCTV e ameaçar a Globovisión. Não à toa a direita do continente considera o presidente da Venezuela insuportável. Acham-no defeito da democracia, etcetera. Como George Bush, que foi eleito no tapetão.

Esses "defeitos" da democracia, entretanto, têm currículos diferentes. Chávez melhorou a saúde e reduziu o preço da cesta básica à custa da estatização e do totalitarismo midiático, medidas reversíveis. Bush nos legou guerra, terrorismo, democracia de falácia, crimes contra a humanidade e caos ambiental. Todos dificilmente recuperáveis.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

RCTV se fué


Boa Vista - É brega. Parece que a vida é em Technicolor. Maquilagem pesada, iluminação impecável.

Nada mais cafona que seus jingles, mas tinha seu valor emocional quando todos se sentavam em casa nas noites de Natal, ouvindo com canções alegres e comendo hallacas, assistindo a beloas imagens de picos nevados, praias e llanos, a biodiversidade do país.

Ao cancelar a concessão da RCTV, o governo Hugo Chávez torna visível sua trilha rumo ao totalitarismo. Aprender com as críticas sempre foi sinal de sabedoria.

O fim da RCTV


É brega. Parece que tudo é em Technicolor. Maquiagem carregada, luz impecável. Seus jingles, idem, mas ela fazia todos se sentirem em casa nas noites de Natal, com canções alegres, allacas, picos nevados, praias e llanos, mostrando a diversidade do país. Ao cancelar a concessão da RCTV, o governo Hugo Chávez torna visível sua trilha rumo ao totalitarismo. Aprender com as críticas sempre foi sinal de sabedoria.

sábado, 19 de maio de 2007

Bola ao cesto

Boa Vista -
O ataque mais fulminante da liga está fora.

Com a eliminação do Phoenix Suns, ficam menos belos os playoffs da NBA.

O San Antonio mereceu, graças ao nervosismo dos caras do Arizona. Leandrinho e Steve Nash jogaram muito pouco.

Graaaande Stoudemire, você é 10, man.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Leio The Dark side of the Moon, de John Harris



Boa Vista - Não há grandes novidades além de algumas fotos inéditas neste trabalho do jornalista inglês John Harris. O que pretendia ser um livro sobre a gravação de um dos mais incríveis discos da história da música termina como um registro superficial das atividades da banda, desde o começo dos anos 60 em Cambridge até a histórica apresentação no Live Aid de 2005. Nada que a imprensa musical e outros livros já não tenham publicado, como Saucerful of secrets: The Pink Floyd Odissey, de Nicholas Schaffner (2003) ou Inside Out, do baterista Nick Mason (2004).

Mas há espaço para descobertas interessantes sobre o processo de gravação e comentários sobre a estranha sincronicidade entre o The Dark side of the moon e O Mágico de Oz. Infelizmente, Harris deixa claro sua antipatia por Roger Waters e usa algumas das entrevistas para isso, como a concedida por Peter Jenner, que foi empresário da banda nos primórdios.

“O pior eram as calças vermelhas com penduricalhos dourados que ele colocava ao lado do traseiro – o tipo de coisa que se coloca em cortinas. E ainda punha o isqueiro numa espécie de coldre, pendurado no cinto. Era terrivelmente brega. Mas se achava maravilhoso”, diz Jenner.



Bom, o autor é jornalista e inglês, né?

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Leio “Bestas, homens e deuses”, de Ferdinand Ossendowski

Boa Vista - A louca história do polonês que, perseguido pelos bolcheviques através da Sibéria, termina participando de guerras na Mongólia e no Tibete, em uma longa jornada de volta a Europa. No caminho, depara-se com garimpeiros assassinos, militares cruéis, monges guerreiros e com o enigma do Rei do Mundo. Morador de um reino subterrâneo vastíssimo, a Agartha, o Rei do Mundo é um ser atemporal cuja fala pode parar o vento, calar os animais e paralisar o crescimento das plantas. Sinistro.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

O papa

Boa Vista - O papa Bento XVI contribui com a ignorância mundial via publicação onde espinafra a ciência, como se esta precisasse de mais inimigos do que já tem. Depois de Galilei, a Igreja ataca Charles Darwin, um dos mais importantes homens da História, que ajudou na compreensão da vida e de como os organismos se adaptam ao ambiente. Idéias fundamentais para compreender hoje o que ocorre com o clima do planeta e prever a vida de nossos descendentes no futuro calcinante que o efeito estufa nos reserva.

Ratzinger diz que a Teoria da Evolução não pode ser comprovada cientificamente, método utilizado, como se sabe, para comprovar a existência de Deus.

Como Descartes, o papa tenta usar a ciência para justificar o divino e desqualificar o homo sapiens. Nada mais apropriado em tempos de humanismo em baixa.

domingo, 8 de abril de 2007

A ausência

Boa Vista - O número 5 de Minguante traz textos inspirados de autores de Portugal, Brasil, Espanha, México e Chile. O tema da ausência permitiu enredos competentes. Carlos Seabra vem de humor negro, Luís Ene envereda pela videoarte, Alberto Monteiro desafia a temática e Maria Pragana prega sustos.

Três amigos comparecem neste número. O já citado Luís Ene, o ausente homenageado aqui e o talentoso Ricardo Divino, meu prezado das Geraes.

Impressiona a quantidade de textos sem título, nesta edição. Ou não?

quarta-feira, 14 de março de 2007

Jornalista: profissão ameaçada

Boa Vista -

A lei que regulamenta a profissão dos jornalistas no Brasil é constitucional e é esse o posicionamento que a FENAJ espera do Supremo Tribunal Federal (STF), que ainda vai decidir sobre a validade da exigência do diploma de curso superior para o exercício do Jornalismo. A FENAJ e os Sindicatos de Jornalistas de todo o país estão confiantes de que a regulamentação da profissão será reconhecida pelos ministros do STF no julgamento do mérito da questão.

No dia 6 de março, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) baixou a Portaria 22/2007, restabelecendo os registros de precários. Tal medida já era prevista e esperada, em função da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em novembro do ano passado, que acatou uma medida cautelar proposta pela Procuradoria Geral da República.

No julgamento de questões de mérito, a única decisão desfavorável aos jornslistas profissionais foi a proferida pela juíza Karla Rister, em 2001. E tal decisão deverá ser reformada no julgamento do recurso extraordinário que se encontra no STF, como o foi na decisão unânime da 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em 2005.

Os ataques sistemáticos contra a regulamentação da profissão, a formação específica em Jornalismo e o diploma só interessam àqueles que querem arrochar a categoria, pouco se importando com a qualidade da informação. O argumento de que a exigência da formação superior para o exercício profissional do Jornalismo cerceia a liberdade de expressão e o direito da sociedade à informação é frágil, inconsistente. É uma muleta para aqueles que querem, deliberadamente, distorcer a realidade.

Consistente, sim, foi a conclusão do TRF da 3a Região: “a exigência de formação em curso superior confere maior controle de qualidade na divulgação das notícias e das opiniões públicas não ferindo direito de liberdade de expressão e de profissão”.

É com o objetivo de vê-la reafirmada que, na semana passada, a coordenação do movimento em defesa do diploma lançou seu calendário de lutas para o próximo período. Os mais de 60 mil jornalistas brasileiros não podem ficar apenas aguardando uma manifestação definitiva da Justiça. A FENAJ e os 31 Sindicatos de Jornalistas conclamam a categoria a ampliar o vigor desta luta e denunciar à sociedade os interesses escusos dos grandes grupos de comunicação, principais interessados na desregulamentação da profissão e no fim do requisito do diploma para o exercício do Jornalismo.

Publicado no sítio da Fenaj


segunda-feira, 5 de março de 2007

Banda estreita

Boa Vista -
Se tivesse nascido 700 anos depois, Dante Alighieri teria criado na sua Divina Comédia um décimo círculo para o Inferno: o da conexão discada.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Casa nova

Boa Vista - Mais de mil posts depois, deixamos este endereço para inaugurar domínio próprio. Para acessar e-pístolas 2.0, clique aqui.

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Busca Vida

Boa Vista - Quem chega do sul do Brasil pode se surpreender com este lugar. A cidade é plana, de ruas largas e limpas. De dia é bonita, verde e quente. À noite, a iluminação reproduz o dia. Tem praças e áreas verdes exageradamente. O trânsito ainda não causa problemas e as ruas são bem sinalizadas. Se um pedestre pisa a faixa, os carros param e esperam que ele atravesse.

As escolas preferidas ainda são as públicas, construídas com arquitetura que favorece a iluminação e a circulação dos ventos alíseos, que arrefecem o calor. A cidade tem universidade indígena e culinária idem. Tem franquias de fast food, mas continua com o mesmo único cinema.

Boa Vista é um balneário permanente, com a vantagem de não precisar de chuveiro para tirar o sal. Muitas praias. Boa Vista (250 mil habitantes) tem casas com quintais e pode-se cruzar a cidade em 15 minutos ou sair do país de carro e voltar no mesmo dia.

PS: A internet, claro, é discada.

Busca Vida

Boa Vista - Quem chega do Sudeste do Brasil pode se surpreender com este lugar. A cidade é plana, de ruas largas e limpas. De dia é bonita, verde e quente. À noite, a iluminação reproduz o dia. Tem praças e áreas verdes exageradamente. O trânsito é mínimo, as ruas bem sinalizadas. Se um pedestre pisa a faixa, todos os carros param e esperam que ele alcance a calçada. A cidade tem universidade indígena e culinária idem. Tem franquias de fast food, mas continua com o mesmo único cinema. Boa Vista é um balneário permanente, com rios limpos e muitas praias. Em seis anos este blog foi atualizado de diversas cidades pelo Brasil. Cada uma ensinou um tanto sobre a humanidade e sobre a urbe. Ao escolher Boa Vista (250 mil habitantes) para viver, optamos por qualidade de vida, churrascos e filmes. PS: A internet, claro, é discada

PS: A internet, claro, é discada

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

In the jungle


Manaus - Vivo um
inesperado caso
de amor com
esta cidade, como se
a antipatia do passado
fosse lavada com
a chuva fina.
Estamos ficando.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

A solução (?)

Porto Velho - Duas hidrelétricas que fornecerão energia para o Acre e para o Centro-Oeste são tidas como a solução para os problemas sócio-econômicos de Rondônia. Como se décadas de políticas públicas equivocadas pudessem ser esquecidas ou consertadas com o desaparecimento da Cachoeira do Teotônio e a promessa de sanear parte da capital. E viva as parcerias público-privadas!

sábado, 30 de dezembro de 2006

A vida e os limões

Porto Velho - Comprar peixe no Mercado Cai n'água, à beira do Rio Madeira, exige técnicas marroquinas de negociação, olhar de dona-de-casa, faro de gourmet.

O tambaqui pescado no rio, cuja carne sabe a todos os nutrientes da imensa Amazônia, é mais caro que os peixes criados em cativeiro, em que o amarelado da pele denuncia a ração.

Entre os melhores exemplos de verve mercantil está o Paixão, singelo vendedor de dourados (tinha, mas acabou) curimbas e tambaquis. "Aqui freguês compra o peixe e ganha o limão". A propaganda é tão boa que o freguês esquece os limões no final, eximindulgindo Paixão de qualquer crime.

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

O Oeste

Porto Velho - O velho bandido me encarou com raiva, a barba mal-feita desenhando traços duros, pronto para sacar o colt. As portas do saloon bateram por causa do vento e um arbusto seco rolou pela rua. O sol se punha do lado esquerdo. Entre nós, apenas dez passos.

Epílogo
A poeira era tanta que deixava tudo ao redor avermelhado. A rua, as casas, tudo é vermelho.

sábado, 23 de dezembro de 2006

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Reacionário


Ver Pete Townshend na Rolling Stone apoiando o sionismo armado e George Bush; destratando fãs e detonando companheiros de banda (Roger Daltrey seria um não-sico e o falecido John Entwistle, um junkie dominado pela namorada) é prova que do artista devemos reverenciar apenas a obra. Pessoas são imperfeitas.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

sábado, 2 de dezembro de 2006

Belo Horizonte - Ele é o afeto e o presente, pois abriu a mansão ao inverno espumante e ao rumor do verão, ele que purificou a bebida e os alimentos, ele que é o charme dos lugares em fuga e a delícia super-humana das estações. Ele é o afeto e o futuro, a força e o amor que nós, pisando sobre ódios e tédios, vamos passar num céu de tempestades e bandeiras de êxtase.

Ele é o amor, na perfeita medida reinventada, razão maravilhosa e imprevisível, e a eternidade: adorável máquina de qualidades fatais. Sentimos o terror de sua concessão e da nossa: ó prazer de nossa saúde, élan de nossos sentidos, afeto egoísta e paixão por ele, ele que nos ama em sua vida infinita.


(Arthur Rimbaud, Iluminuras)

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

A ponte que sumiu

Belo Horizonte - Matéria do Jornal Hoje (TV GLobo) informa que "finalmente" uma ponte foi construída (com recursos do Banco do Brasil) sobre o Rio Orinoco, na Venezuela, uma revolução na logística do país, que antes dependia do transporte por balsa.

Mentira. Desde 6 de janeiro de 1967 há uma ponte na região, em Ciudad Bolívar. Cruzei-a várias vezes. Chama-se Puente Angostura e é uma belíssima obra de engenharia, totalmente desconhecida do repórter enviado à região.

O erro de informação é resultado da arrogância da emissora, que envia repórteres do Sudeste para cobrir matérias na Bolívia, Colômbia, Venezuela e outras regiões, sem nenhum conhecimento das filigranas regionais. Morar no Rio de Janeiro ou São Paulo não faz de um repórter especialista em política venezuelana. E, francamente, ouvir a opinião dos cidadãos sobre o Governo Chávez é muita falta de imaginação.

O jornalismo da Rede Globo é superficial porque valoriza quantidade mais que qualidade. A única exceção ainda é o Globo Repórter, que aprofunda mais os temas, embora a pauta nem sempre seja interessante. Ao repórter oferecemos a foto da ponte e alguns links para deixá-lo melhor informado sobre o país de Wilmer Walderrama. Quem?! Bom, se 30 anos de profissão são insuficientes para nutrir um jornalista de informações fundamentais sobre política e economia do continente, que dizer da cultura pop?

sábado, 4 de novembro de 2006

P2P não é crime

Belo Horizonte - Baixar músicas em sistemas de troca de arquivos não é crime, pelo menos para a juíza espanhola Paz Aldecoa, da cidade de Santander. Aldecoa absolveu esta semana um homem de 48 anos acusado de compartilhar músicas pela Internet e abriu um novo precedente na batalha entre gravadoras e usuários da rede. Leia mais.

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Hiperliteratura, de graça, para as massas

Belo Horizonte - A revista eletrônica de micronarrativas é temática. O número 1 tratou dO Banal. O atual, dO Azul. Além de jovens talentos de Portugal, Espanha e Brasil, há criações gráficas de Margarida Delgado, Dionísio Leitão e Ana Oliveira. Bela foto de Margarida Delgado ilustra a capa.

Projeto editorial maduro, graficamente bem organizado, autores afiados, Minguante é literatura contemporânea em pixels. Muda-se o suporte, mantém-se a mensagem. Loas ao corpo editorial formado por Fernando Gomes , Henrique Manuel Bento Fialho, Luís N. e Margarida Delgado.

Todos os textos merecem leitura, mas aí vão duas dicas de cada país: Inmaculada Luna e Francis Vaz (Espanha), Sílvia Chueire e Márcia Maia ( Brasil) , Rui Almeida e Vitor Mateus (Portugal).

Nesta edição, um noir infame de minha autoria. Publique também.

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

Na vitrola

Belo Horizonte - Hoje, do Paralamas.
Barry Adamson, que é sugestão do Israel Barros e toca com o Nick Cave. Sim, ele é uma bad seed.
OK Go, que é divertido, de arranjos interessantes e pouco juízo. Na linha Sha-Na-Na.
Jet, que é a nova salvação do rock n' rol, tipo se você detesta o rótulo, precisa lembrar de Justin Timberlake, Kevin Federline, Robbie Willians, Pussy Cat Dolls e James Blunt. Portanto, no contexto da indústria cultural, blá blá, blá, blá, blá.

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Caricatura



Avery Veríssimo, por José Alves Neto.
Belo Horizonte, Outubro de 2006

Totem 2

Belo Horizonte - Numa cantina italiana, oito amigos discutem a vida pós-estouro da bolha da blogosfera. A discussão já dura uma hora e estamos num momento impreciso da cronologia, pois que no virtual esta frase tem a mesma (val)idade que esta e enquanto isso não se sabe mais com quem está a palavra. A mistura de discursos exige uma tomada de providência. Resolvo assumir a parada, embora sem nenhuma intenção de encerrar o assunto.

- Não, não, interrompi. Acho que vivemos algo parecido com a transição da literatura para o cinema e daí para a televisão. Da mesma forma que as pessoas passaram a ler menos com o audiovisual, o hipertexto passou a ser desprezado se se mantém apenas como texto. Os internautas deste século querem ver, ouvir. Viajar em sensações programadas, ser conduzidos pela grade de opções da rede, como telespectadores dos programas de domingo à tarde.

- É, mas isso não é de todo verdade, diz Leãdro Wojak. O cinema, por exemplo, já foi tido como destruidor da literatura, mas não conseguiu fazer isso, e nem era essa sua intenção. Assim como a televisão não destruiu o cinema. As mídias podem conviver umas com as outras, tranqüilamente.

- Sim, mas isso não explica a queda brutal de audiência do meu blog, ri Edgar Borges.

- É que você é um ciberdissidente, gargalha Vandré Fonseca, reconhecendo logo depois a própria condição de publicador bissexto.

- O problema é que a gente não ocupa bem esse território anárquico do ciberespaço. Nós temos que avançar, rapaziada, entrar de sola nas outras formas de sociabilidade, com áudio, vídeo e o escambau, propõe um empolgado Israel Barros.

- Rapaz, não tenho certeza disso. Falta afetividade. Em vários lugares a territorialidade é importante. E não falo só do Acre. Em Guarulhos, não há campanha na TV. A eleição se decide com santinho e cartazete na rua. Ao mesmo tempo, a política é exercida de forma cada vez menos territorial e mais virtual. Portanto acho que é a possibilidade de falar, isso mesmo, simplesmente falar, que vai garantir nossa sobrevivência, atesta um messiânico Maurício Bittencourt.

- Mas isso só aumenta a dispersão, avalia Nei Costa. A internet é um punhado de lixo, muitas vezes reciclado, a maior parte inútil. Garimpar algo bom é tão difícil quanto garimpar mesmo. Por isso é que temos de instigar o povo a assumir os media.

- Falas como um comunicólogo, meu caro. O que todos nesta mesa, de certa forma, são, observo.

- E o corporativismo, onde fica? Não é assim não, qualquer um metendo o bedelho na nossa mais-valia?, grita Rogério Christofoletti, posando de sindicalista radical.

- Ó pá, mas que diabos vocês estão a dizer? Blogue é edição. Blog é edição. Blogging is editing. Mesmo, Avery, que um bandalho como tu, armado em chico esperto na terra da pavórnia, venha a dizer o contrário. E peçamos algo para comer, decreta Luís Ene.

- Só se for agora, atalha Leãdro, ávido por umas saltenhas chilenas das que têm na Vila Madalena. Saltenhas!

- Chico Esperto, como é que é isso?

- É comida italiana, italiana, grita o Vicenzo.

- Então mande mais algumas biras, grita Edgar.

- Você não era assim, diz Nei.

- Ô vida dura.

domingo, 8 de outubro de 2006

Manifesto

Estão abolidas, a partir de agora, todas as novas idéias sobre como manter as coisas do jeito que estão.

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Lula x Alckmin

Belo Horizonte - E agora, votar em quem? Faça nos comentários sua sugestão para o segundo turno da eleição para presidente do Brasil.

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Desaparecidos XV, XVI, XVII e XVIII

Belo Horizonte - Perder discos dos Smiths é sempre doloroso. Se são LPs de vinil, a perda é maior. Especialmente quando estes estão entre os primeiros discos que você comprou.

The Smiths - O primeiro disco dos caras de Manchester é repleto de melancolia e cinismo pós-punk. Muita filosofia existencial, cinema e crimes. Da série de discos que salvaram nossas vidas.

Hatful of Hollow - Heaven knows i'm miserable now, How soon is now e Handome Devil estão entre as 50 melhores músicas que começam com a letra H. Tem ainda a mediterrânea Please Please Let Me Get What I Want e outras pérolas, como Girl Afraid e This charming man. Gravado parte no estúdio, parte ao vivo no programa John Peel com alta inspiração, Hatful of Hollow é o melhor disco da banda. Embora digam por aí que o melhor é o The Queen is Dead.

Meat is murder - Ainda não tinha esse, o terceiro, quando Nasser Hamid propôs trocar pelo recém-lançado Momentary Lapse of Reason, do Pink Floyd. Topei. O estranho terceiro disco tem coisas pouco executadas, mas não menos brilhantes, como Well i wonder, What She Said, That Joke Isn't Funny Anymore e Barbarism Begins at Home, além da música mais anti-açougue da história, Meat is Murder.

The queen is dead - Ela ainda está viva, mas sua majestade havia sofrido pouco nas mãos dos Sex Pistols. Faltavam algumas pancadas dos Smiths. Querido charles, você não anseia aparecer na primeira página do Daily mail vestido com o véu de noiva de sua mãe?, provoca Morrisey. No final dos 80, algumas garotas eram bigger than others. Lembra as idas da velha turma aos Cemetry Gates. Lembra quantas vezes acabamos a festa ouvindo I know it's over. Certas luzes nunca se apagam.

segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Leio Cinzas do Norte, de Milton Hatoum

Belo Horizonte - Entre outras estórias, um artista que deixa a Amazônia para cumprir auto-exílio noutras plagas. Mais do que isso, um livro sobre amizade, arte, dramas familiares, sobre a morte, sobre destinos não-cumpridos, sobre natureza devastada, sobre natureza humana, sobre política. A narrativa original de Milton Hatoum permite que o retrato do inconformismo e da inadequação ganhe cores surpreendentes neste livro sobre o(s) desterro(s).

Algumas pessoas fazem o impossível para deixar seu lugar e às vezes vão longe demais.
(p. 160)

Pensei: todo ser humano em qualquer momento de sua vida devia ter algum lugar aonde ir. Não queria perambular para sempre... morrer sufocado em terra estrangeira. (p. 308)

Cinzas do Norte
Companhia das Letras
311 Páginas
R$ 41,00

O Onze

Belo Horizonte - Há cinco anos um grupo de estudantes de pós-graduação assistia, pela internet, aviões sendo lançados contra o World Trade Center e o Pentágono, no coração do Império Americano. O local: um dos laboratórios de informática da ECA-USP. Os estudantes eram, salvo engano, o autor deste blog, o cartunartista Marcelo D' Salete; o jornambientalista Alberto Gonçalves; o criador do Barata Elétrica, Derneval Cunha e Antônio Filho, excêntrico pesquisador do cinema de Carlos Prates Correia. Aplausos e apupos da turma socialista. Agora o império pensaria duas vezes antes de começar uma nova guerra? O tempo provaria que não. E onde estaria Leãdro Wojak em data tão simbólica?

Abraços, camaradas, aonde quer que estejam.

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

sexta-feira, 1 de setembro de 2006

Desaparecidos (Cap. XIV)

Belo Horizonte - Gosto das veres de "Perfect Day", "Riptide" e "Busload of faith" contidas nesta Perfect Night in London, do mestre do new-journalism em versos, Lou Reed. Hoje toca em algum lugar de São Paulo, presa de algum receptador de CDs roubados.

terça-feira, 29 de agosto de 2006

Leio Almanaque Anos 70, de Ana Maria Bahiana

Belo Horizonte - Parte de meu ralo conhecimento sobre cultura pop devo a Ana Maria Bahiana, que junto com José Emílio Rondeau, Alex Antunes, Thomas Pappon, Jean-Yves de Neufville, Marcel Plasse e outros escribas da Revista Bizz influenciaram significativamente o texto e as idéias da minha geração, nascida nos anos 70.

É desse período o Almanaque Anos 70 (R$ 49, Ediouro, 416 p.): os sons, as cores, a moda, a música, o cinema, a comida, os brinquedos, os móveis, os cheiros, os carros e a memorabilia de uma época de transformações sociais e tecnológicas, berço e nascedouro dos últimos literatti.

Se você foi criança nos anos 70, não pode perder. Se já era adulto, acenderá um incenso. Se não viveu os anos 70, vai aprender um bocado sobre aqueles tempos de cabelos compridos, boca-de-sino, discoteca, macrobiótica, cavalo-de-aço... Recomendo enfaticamente.

domingo, 27 de agosto de 2006

Post número 1000 (P2P)

Belo Horizonte - Há mash-ups improváveis na rede, como os que reúnem Gang of Four e 50 Cent; Black Eyed Peas e Traveling Wilburys; The Clash e Gwen Stefani; Crosby, Stills, Nash & Young e Moby (participação de Public Enemy); Jimi Hendrix e Brk, Simon & Garfunkel e Depeche Mode, Snoop Dogg e Queen...

quinta-feira, 24 de agosto de 2006

Minguante

Belo Horizonte - Projeto coletivo dos blogueiros-escritores Luís Ene, Fernando Gomes, Henrique Fialho e Margarida Delgado, Minguante é revista de micro-narrativas com textos de escribas portugueses, brasileiros e espanhóis, em conceitual salada literária ibérica. Contém banalidades heréticas do autor destas e-pístolas. Minguante já está disponível aqui.

terça-feira, 22 de agosto de 2006

A incrível história do Bebê-Monstro de Sete Lagoas contra a Banda Calypso

Belo Horizonte - Jornal popular de BH publicou matéria interessante: um bebê-monstro (com três olhos e muitos dentes) teria nascido num hospital em Sete Lagoas. O hospital não confirma, nem médicos e enfermeiros. Os pais não foram localizados. Cientistas não foram ouvidos. E o ilustre recém-nascido não virou atração apenas por sua constituição física. Chamado de feio no momento do nascimento, o triclope teria respondido: "Feio é o que vai acontecer hoje à noite no show da Banda Calypso". Dizem que os dançarinos parenses amargaram prejuízo no show de Sete Lagoas. Faltou energia, etc.

segunda-feira, 21 de agosto de 2006

Guerra fria