quarta-feira, 24 de março de 2010

Li "Boa Vista, 1953 - Uma Aventura", de Laucides Oliveira

Boa Vista - Quando Laucides Oliveira chegou a Boa Vista, nos idos de 1953, havia dois cinemas na cidade e os boêmios tocavam chorinho. Hoje há apenas um cinema e os boêmios ouvem forró, mas certas coisas não mudaram: o jeito de fazer política, as artimanhas do serviço público, a natureza bela e ultrajada.

Mais fiel à história de Roraima que certos livros já publicados com o carimbo da política partidária e anti-indígena, Laucides acerta ao misturar memórias pessoais e história. Lembra Eric Hobsbawn em "Tempos Interessantes". Laucides jantou com Juscelino Kubitschek nas obras de Brasília e assistiu à final da Copa de 1950: uma vida rica. Vida de jornalista.

Há passagens poéticas, como a que narra a confusão entre o som de um avião distante e o barulho do vento na boca de uma garrafa perdida no Maciço das Guianas. Tem Dick Farley, Jazz e Still Pan. Tem classe, artigo em falta na imprensa hodierna. Tem saborosos lugares-comuns que só ficariam bem no texto de Laucides, um de meus gurus pessoais da profissão.

Para quem vive a era dos relacionamentos fugazes e divórcios em série, o eterno romance com a mulher Clotilde surpreende. A mistura eficiente de biografia, romance e história que compõe o primeiro livro de Laucides merece uma segunda edição mais cuidadosa de seus poderosos patrocinadores. Nosso dinossauro mais ilustre merece.

quinta-feira, 18 de março de 2010

O petróleo é nosso

Cariocas e capixabas estrebucham, mas o dinheiro do pré-sal tem que beneficiar as regiões mais pobres do Brasil. Afinal, somos uma federação.  O petróleo é do País, fica a 300 milhas da costa, a quilômetros de profundidade e não à flor da terra, em Macaé.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Viva Zapata, diz o DEM

Orlando Zapata, o dissidente cubano que morreu em greve de fome, era totalmente desconhecido pela mídia e pela direita brasileira. Agora que começou a campanha eleitoral, virou herói de falsos sentimentos humanitários.

Será que o DEM e os tucanos faziam campanha silenciosa em favor dos direitos humanos, defendiam dissidentes do anacrônico regime fidelista e a gente não sabia? Hang your public relations, fellows.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Formsprings.me

E em termos pragmáticos? O que não se aprende na faculdade por falta de espaço de prática? by marcusvflacerda

Acho que falta mesmo é teoria nos cursos de jornalismo. Deontologia, sociologia, apreço à vida humana. As tecnologias de comunicação obliteram a reflexão e favorecem muito a técnica, o que é erro fatal.

A técnica jornalística é simples, aprende-se em três semanas – por isso muita gente considera uma atividade simplória, como, por exemplo o ministro Gilmar Mendes. Mas não se trata disso. Jornalismo é arte, técnica e serviço. Mas antes de tudo é humanismo.

Pergunte qualquer coisa: http://www.formspring.me/averyverissimo
Por que você nunca gostou de dar entrevista a jornalistas? A questão é falha na formação acadêmica dos atuais profissionais de imprensa ou é falha de caráter dos mesmos? by ricardodivino

Pergunta tinhosa. Tinha que ser de jornalista. Veja: há falhas sim, mas na (auto) formação acadêmica. Nenhuma faculdade pode ser culpada pelos maus jornalistas que saem de lá. A responsabilidade é dos próprios, que não seguem as recomendações e a bibliografia dadas. O que termina sendo uma boa desculpa para os que exercem a profissão sem diploma. Vejo falta de caráter mais nestes últimos, que ingressam numa atividade sem formação adequada, sem estudar ética jornalística, as linguagens individuais de cada meio, as formas corretas de se comportar no vídeo e no escrevinhar.

No mais, já tive entrevistas deturpadas (falha no caráter?) por descuido e, o que é mais grave, desinformação do entrevistador. Jornalista que não sabe a origem do Big Brother, quem é Truman Capote ou Winston Smith ou Raskohlnikov ou William Gibson ou Paulo Francis ou Stan Lee, deveria ter o diploma cassado. Quem estuda sabe a diferença entre crítica e calúnia. Não pode reclamar de processo depois. Temos que nos afirmar como área nobre do conhecimento e por isso é válido vetar as hordas bárbaras.

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domingo, 14 de fevereiro de 2010

Carnaval

Intelectuais não apreciam carnaval porque racionalizam tudo. Acadêmicos não apreciam carnaval porque não é explicável pela ciência. Roqueiros não apreciam carnaval porque as músicas não oferecem som e fúria. Budistas não apreciam carnaval porque lhes afasta do Nirvana. Evangélicos não apreciam carnaval porque o consideram coisa maligna. Plantonistas de hospital e paramédicos não apreciam carnaval por causa da sobrecarga de trabalho. Há artistas que não apreciam carnaval porque o consideram uma bobagem alegre, alienação cultural, comércio do corpo e deturpação da alma. De minha parte, concordo com todos.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Magic Buzz

Chama-se Buzz o novo produto de uma companhia que já guarda para si as informações pessoais de 17 por cento dos internautas. Os algoritmos do Google estão preparados para acabar com sua privacidade. Pretende se alimentar das informações de plataformas concorrentes e virar a maior rede social. Sua estrutura permite blogging, chat, compartilhamento e integração com produtos da casa. As contas no Gmail, Blogger, etc passam a ser adminstradas a partir de um perfil comum. A partir de agora, você se chama assim:  www.google.com/profiles/voce.

Guerra fria