Las Claritas - A tal revolucao bolivariana é um fracasso. A oposicao unida vai escolher um candidato único no dia 12 e a parte venezuelana da família Veríssimo já se posiciona contra Hugo Rafael Chávez Frías. O grande problema, segundo meu pai, é o alto índice de abstencao. Cinco candidatos disputam a chance de enfrentar o chavismo. Os favoritos sao os governadores de Miranda, Capriles Radonski e de Zulia, Pablo Pérez.
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Li O Prisioneiro, de Erico Verissimo
Boa Vista - Deixei O Prisioneiro na estante por mais de dez anos, esperando
a chance de ser lido. Poderia tê-lo feito antes de 11 de setembro de 2001, da
invasão do Iraque e do Afeganistão pelos Estados Unidos e ampliaria ainda mais
minha propalada e turva verve anti-imperialista. Mas são águas passadas. Ou não,
já que as preocupações dos personagens invasores e invadidos (numa guerra que
não é identificada, mas sabemos que se trata do Vietnã) não mudaram.
Assim como os males da sociedade globalizada. “Não
estaria longe o dia em que os homens todos fossem apenas números num computador
descomunal. E esse computador bem poderia então transformar-se num deus duma
nova era”, diz o profético Verissimo à página 102.
Comprado em junho de 2001 num sebo em São Paulo, a 1ª edição
é de 1967 e foi produzida na deliciosa gramática pré-reforma de 1971 e contém atualíssimos apontamentos sobre o papel das grandes potências na mudança
de valores como liberdade, direitos civis, racismo. Percebemos que a consciência
de Verissimo está presente nas palavras de uma professora vítima da guerra. A
de seus inimigos podem ser ouvidas nas vozes do Coronel racista e assassino e
do Sargento torturador.
Erico Verissimo teve a ideia de escrever O Prisioneiro numa
tarde em Washington, observando os três netos (nascidos lá) brincando no
jardim. Na mente do escritor, a mangueira usada pelas crianças poderia muito
bem transformar-se, num futuro próximo, num lança-chamas nas mãos de jovens
enviados para morrer em países distantes.
Livro: O Prisioneiro
Autor: Erico
Verissimo
Editora: Globo
Ano: 1967
Páginas: 205
Preço: Esgotado
sábado, 24 de dezembro de 2011
Saturnais
Ouço Coltrane e a memória recua no tempo até noites como esta, quando depois de cear com as famílias, um bando de adolescentes se reunia para tocar violão, planejar peças de teatro e decidir os destinos do mundo. Antes da faculdade, dos casamentos, dos filhos, das separações, das mortes, antes de marcar reencontros que não podiam ser cumpridos porque estávamos espalhados pelo mundo. Antes do Anastase ir pra Grécia, a Marcela pra Brisbane, o George pra campinas, a Analu pra Curitiba, eu pra São Paulo, o Marcus e o Marcelo pra Brasília, . Antes da internet e da telefonia celular, a gente se encontrava em noites saturnais naqueles verões dos anos 80. Passado um quarto de século, permanecemos amigos. Nos encontramos na rede.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Li Serafim Ponte Grande, de Oswald de Andrade
Serafim Ponte Grande ficou oito anos na estante antes que
me decidisse a lê-lo. O livro e o anti-herói Serafim em parte explicam a
personalidade controvertida e hedonista do intelectual paulista miseravelmente
burguês que irritou Florestan Fernandes e Monteiro Lobato.
A obra é particularmente brilhante, mas tende a ser
diminuída quando comparada a trabalhos publicados na mesma época (a virada dos
anos 1920 para 1930) como Ulisses, O Quarto de jacó e Heliogabalo. O que não é nenhum crime, afinal
ninguém pode ser por James Joyce, Virginia Woolf e Antonin Artaud a não ser os
próprios.
Sem copiar os medalhões e mantendo a brasilidade modernista
engavetada entre francesismos e uma necessidade maníaca de globalização de ideias,
palavras e sensações, Oswald de Andrade prova que viveu o mesmo zeit geist de Joyce. Porém, com muito
mais dinheiro.
Um problema nesta edição de 1990 é que o livro começa com
um prefácio (“Um grande não-livro”) hermético, inoportuno e pretensioso de Haroldo
de Campos, com irrelevantes considerações semióticas sobre um trabalho que no
fundo não compreende bem. Aliás, é característica fundamental da semiótica
interpretar de forma absolutamente descabida e pessoal, obras de artistas que
não queriam em nenhum momento expressar o que está apenas na mente dos
semiotas.
Livro: Serafim
Ponte Grande
Autor: Oswald
de Andrade
Editora: Globo
Ano: 1990
Páginas: 161
Preço: Esgotadosexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Li Led Zeppelin: Quando os gigantes caminhavam sobre a Terra, de Mick Wall
Mick Wall conta quase tudo (afinal há coisas que não pôde
testemunhar e nem lhe contaram depois) sobre o Led Zeppelin. A biografia não-autorizada
da maior banda de rock de todos os tempos é repleta de referências musicais e literárias,
ocultismo e savoir-vivre. Acompanha desde
o surgimento do projeto ainda na seminal banda Yardbirds (por onde passaram simplesmente
Brian Jones, Eric Clapton Jeff Beck e Jimmy Page) ao auge do sucesso e à
decadência inevitável de um projeto ambicioso e de sucesso indiscutível.
São especialmente interessantes as narrativas em primeira
pessoa, espécie de fluxo de consciência onde os quatro músicos e o empresário
Peter Grant contam as próprias histórias num modelo de escrita muito pessoal do
jornalista inglês especializado em música. Ensina, por exemplo, que a pronúncia
galesa de Bron-Yr-Aur é “bron-raaar”. Mas, claro, se você não conhece Led
Zeppelin, isso não terá a menor importância.
Livro: Led
Zeppelin: Quando os gigantes caminhavam sobre a Terra
Autor: Mick
Wall
Editora:
Larousse
Ano: 2010
Páginas: 549
Preço: R$ 86,00
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
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