Ouvi tantas vezes o Paris do Supertramp, que lembro de gritos da plateia. Um dos grandes discos de rock gravados ao vivo, com versões definitivas de Hide in your shell e Logical Song. Para minha surpresa, foi inteiramente filmado. Reza a lenda que Roger Hodgson reprovou o trabalho feito por um realizador da BBC. Muitos anos depois as imagens e o áudio original foram encontradas num depósito empoeirado na fazenda do baterista Bob Siebenberg. Transformado em Blu-ray em 2012, o vídeo contém versões de Goodbye Stranger e Breakfast in America ausentes do disco duplo de 1980. Agora esta preciosidade pode ser apreciada no Youtube.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2017
domingo, 19 de fevereiro de 2017
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017
"Nos homens e nas mulheres comuns há uma certa quantidade de ativa maldade, sob forma de uma má vontade dirigida contra possíveis inimigos e de satisfação espontânea perante o mal alheio. Habitualmente, isso é simulado sob a capa de frases amáveis - metade da moral convencional não passa de uma máscara. É necessário tomar plena consciência de tal fato se se pretende realizar a finalidade da moral: melhorar a nossa conduta. A maldade revela-se de mil maneiras, umas importantes, outras insignifcantes: na satisfação manifestada pelos que propalam e acreditam no escândalo; no modo deplorável como se tratam os criminosos, quando se sabe que um melhor tratamento seria mais benéfico à sua reabilitação; no barbarismo incrível com que os negros são tratados pelos brancos. Essa maldade ativa é um dos aspectos mais desagradáveis da natureza humana, que se torna necessário modificar para tornar o mundo mais feliz. É verossímil que ela represente uma das causas mais vulgares da guerra, sobrepondo-se à conjugação das razões económicas e políticas."
(Bertrand Russel, filósofo galês.)
(Bertrand Russel, filósofo galês.)
domingo, 29 de janeiro de 2017
"De fato, se desejamos escapar à crença de que esse mundo assim apresentado é verdadeiro, e não queremos admitir a permanência de sua percepção enganosa, devemos considerar a existência de pelo menos três mundos num só. O primeiro seria o mundo tal como nos fazem vê-lo: a globalização como fábula; o segundo seria o mundo tal como ele é: a globalização como perversidade; e o terceiro, o mundo como ele pode ser: uma outra globalização. "
(Milton Santos, geógrafo brasileiro)
sexta-feira, 27 de janeiro de 2017
(Achille Mbembe, historiador camaronês)
quinta-feira, 26 de janeiro de 2017
"Nas sociedades capitalistas em que vivemos e que, aliás, além de serem capitalistas, são colonialistas e patriarcais, não é possível democracia plena porque ela só opera (e mesmo assim com muitos limites) ao nível do sistema político, enquanto as relações sociais diretamente decorrentes dos três modos de dominação (capitalismo, colonialismo e patriarcado. Ou seja, as relações patrão/trabalhador, branco/negro ou indígena, homem/mulher) só muito marginalmente podem ser democratizadas a partir do atual sistema político. A democracia brasileira tinha mais intensidade antes do golpe parlamentar-midiático-judicial do que tem agora. A simples composição do governo mostra como a democracia é agora mais capitalista, colonialista e patriarcal."
(Boaventura de Sousa Santos, sociólogo português)
quarta-feira, 25 de janeiro de 2017
"Você pode protestar com palavras o quanto quiser. Há apenas uma condição associada à liberdade que nós gostaríamos muito de encorajar: seus protestos podem ser tão barulhentos quanto possível, desde que continuem a ser ineficazes... Qualquer tentativa de remover seus opressores pela força é uma ameaça à sociedade civilizada e ao processo democrático... Se vocês recorrerem à força, nós vamos, se necessário, tirá-los da face da terra pela resposta comedida que faz chover fogo dos céus".
(Barrington Moore, sociólogo norte-americano sobre o poder da máquina em 1968)
segunda-feira, 23 de janeiro de 2017
Chegamos finalmente a uma era em que todo debate é inútil. A conjuntura internacional demonstra que chegamos a um ponto de ruptura. Polônia, Hungria, Turquia e Estados Unidos já estão sob as mãos da direita. A França pode ser a próxima. E se houver não reação ao fenômeno, em 2018 será a vez do Brasil.
A classe trabalhadora, que é historicamente ( e estoicamente) conservadora, não entendeu as conquistas sociais que a deixou numa nuvem de felicidade, se comparada ao século 19. A classe trabalhadora não apenas ignora, mas detesta história. Alega que o passado não interessa porque é passado. Pensa no futuro na forma de dívidas de longo prazo.
O poder de comunicação da velha direita supera qualquer capacidade de diálogo. O fascismo vai grassar por todo o mundo ocidental nos próximos anos. Depois de sofrer bastante por nossa causa, nossos descendentes conseguirão remover essas barreiras porque aprenderão com o banco de dados, A história e seus ensinamentos vão se impor graças à internet.
sexta-feira, 20 de janeiro de 2017
quarta-feira, 18 de janeiro de 2017
Julian Assange tem poucas horas para fechar um acordo aceitável com os Estados Unidos antes da saída de Barack Obama. O activista não terá a mesma oportunidade após Donald Trump assumir o cargo. Obama sinalizou a possibilidade em dois gestos. Ontem comutou a pena de Chelsea Manning, a militar transsexual que divulgou 700 mil documentos secretos, presa desde 2013. Foi Manning que divulgou o vídeo do helicóptero a bombardear civis friamente no Iraque e atraiu a atenção internacional para os crimes de guerra norte-americanos. Na última entrevista como presidente, há alguns minutos, Obama defendeu o direito de expressão e a liberdade de imprensa, o que parece ser um segundo gesto em favor do acordo. Julian Assange está sitiado na embaixada do Equador em Londres desde junho de 2012. Uma pena injusta e já cumprida.
terça-feira, 10 de janeiro de 2017
sábado, 31 de dezembro de 2016
domingo, 18 de dezembro de 2016
domingo, 11 de dezembro de 2016
Liu
Estalajadeiros, deixeis leitos vagos ao longo da estrada, que vem lá meu filho. Ferreiro, forjai espada do melhor aço, que a empunhará meu filho. Menestrel, cantai sagas heroicas.
Despede-te, saudade mourisca. Este que chega é meu filho.
UPDATE: Liu conta que viu o rio Amstel da janela do avião anos antes
de andar à sua margem nos tempos de universidade.
Despede-te, saudade mourisca. Este que chega é meu filho.
UPDATE: Liu conta que viu o rio Amstel da janela do avião anos antes
de andar à sua margem nos tempos de universidade.
terça-feira, 6 de dezembro de 2016
Bancos determinaram que você vai arrastar a velha e enferrujada carcaça para o trabalho todos os dias até aposentar-se precariamente sem direito a remédios gratuitos ou aposentadoria integral, que são coisas de governos socialistas. Na solidão da poltrona bolorenta pousará os olhos sobre a parede suja onde está a reluzente medalha do MBL. Um fio de baba escorrer-lhe-á da boca que anda aberta mas nada fala desde o derrame cerebral. O brilho nos olhos indicará que nunca se sentiu tão certo
quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
terça-feira, 22 de novembro de 2016
domingo, 20 de novembro de 2016
Querido diário, hoje uma significativa parcela da população com muito ódio represado aprendeu a alegar censura para seus pontos de vista radicais e reclamam direito de expressão. Sem saber o que é direito ou o que é expressão. Que expressão é uma síntese e só se faz síntese após o pensamento. E que o pensamento não é instintivo, mas o final de um processo interno. A falta de abertura para o diálogo que caracteriza esse novo homos politicus é uma anomalia (ou ajuste) na matrix que destruiu o debate dos últimos 100 anos. E vejo pessoas nesta rede intimidados por amigos e parentes de discurso radical, numa tentativa de silenciar pelo grito que muitas vezes funciona. Estamos submetidos à autocensura para tentar costurar, remendar, recuperar vínculos que foram cortados por outras pessoas declaradamente contra os direitos humanos. Algo que encerra qualquer negociação. Mas tudo tem suas vantagens. Chegou o momento de reconhecer o que é recuperável e o que é irrecuperável nessa luta. Guardemos as energias para o que tem conserto.
quarta-feira, 16 de novembro de 2016
terça-feira, 15 de novembro de 2016
Pierre-Joseph Proudhon (1809 — 1865)
"Consultei os mestres da ciência, li centenas de volumes de filosofia, de direito, de economia política e de história: e queira Deus que eu tivesse vivido num século em que tanta leitura me fosse inútil! Fiz todos os esforços para obter informações exatas, comparando as doutrinas, opondo às objeções as respostas, fazendo sem cessar equações e reduções de argumentos, pesando os milhares de silogismos à luz da lógica mais escrupulosa. Neste penoso caminho, reuni vários fatos interessantes, de que darei conhecimento a meus amigos e ao público assim que tiver tempo. Mas, é preciso que eu o diga, primeiramente julguei reconhecer que nós jamais compreendemos o sentido destas palavras tão vulgares e tão sagradas: justiça, igualdade, liberdade; que sobre cada uma destas coisas nossas ideias eram profundamente obscuras; e que enfim esta ignorância era a única causa do pauperismo que nos devora e de todas as calamidades que afligiram a espécie humana." (Pierre-Joseph Proudhon escreveu isso há duzentos anos, talvez a imaginar que a mensagem fosse compreendida no futuro. O que não imaginava era a inutilidade da leitura no século 21. Perdeu, Proudhon. Perdeu.)
domingo, 13 de novembro de 2016
O cinema da minha infância ficava a três quadras de casa. Aos 9, 10 anos, já ia sozinho ver filmes dos Trapalhões. Ali descobri George Lucas e Steven Spielberg e mais tarde Stanley Kubrick. Tinha poltronas vermelhas e música de abertura antes de cada sessão. Um dia foi comprado pela IURD e transformado em templo para o culto a outras fantasias. A seita cristã fechou um número incalculável de cinemas e casas de espetáculo no Brasil e em outros países, inclusive o Marquee (Londres), onde tocaram Jimi Hendrix e Bob Dylan. Esta semana, um movimento contrário começou no Algarve, onde igrejas centenárias exibirão clássicos do cinema. O primeiro filme é Aurora, de Friederich Murnau, considerado a maior obra-prima do cinema por um certo François Truffaut.
sábado, 12 de novembro de 2016
O cinema da minha infância tinha poltronas vermelhas, música de abertura e ficava a três quadras de casa, para onde ia sozinho aos 9, 10 anos, ver filmes dos Trapalhões, George Lucas, Steven Spielberg e mais tarde Stanley Kubrick. Um dia foi comprado pela IURD e transformado em templo para culto de outras fantasias. A seita cristã fechou um número incalculável de cinemas e casas de espetáculo no Brasil e em outros países, inclusive o Marquee (Londres), onde tocaram Hendrix e Dylan. Esta semana, um movimento contrário e católico começou no Algarve, onde igrejas centenárias exibirão clássicos do cinema. O primeiro filme é Aurora, de F. W. Murnau, considerado obra-prima por um certo François Truffaut.
sexta-feira, 11 de novembro de 2016
quarta-feira, 9 de novembro de 2016
O time chama-se Canelas. Um nome pouco atraente para os adversários inscritos na série D do campeonato português. Nos últimos dias, 12 times da Associação de Futebol do Porto recusaram-se a enfrentar o Canelas. Vão arcar com derrota por não-comparecimento e multa de 750 euros por jogo. Motivo: o Canelas é bruto; seus jogadores e diretoria são violentos, aéticos e ameaçadores. Os times Oliveira do Douro e Varzim B só não anunciaram a decisão oficialmente porque a pena é cair de divisão. Ao saber do boicote, Bruno Canastro, o dirigente do Canelas, declarou estar "estupefacto" e com "um brutal sentimento de injustiça". Hoje, durante a madrugada, duas carrinhas (vans) do Pedrouços Atlético Club foram queimadas. Ninguém sabe, ninguém viu. O Canelas lidera o campeonato com seis vitórias e um empate.
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