Tempo de violência
1 - Tiros em Columbine é um trabalho de ativista. Por mais que o método de Michael Moore seja criticado, o documentário atinge seu propósito, que é discutir a violência latente no povo norte-americano. Querem que os documentários limitem-se a planos fixos, sem música e sem cortes. Se a intenção é criar um movimento de volta às raízes, fique à vontade, mas deixe Moore tocar seu rock n' roll. Não vejo mal nenhum em provocar o artrítico Charlton Heston, defensor da luta armada. Se não quer aparecer como velho, não envelheça. Aliás, era isso que Peter Pan Heston pretendia ao conceder entrevista diante do cartaz de Ben-Hur.
2 - Carandiru é o típico Babenco, e isso é muito bom, porque no embate entre oprimidos e opressores, há sempre uma busca por redenção. Meio clichê, mas é assim mesmo. Carandiru é Hip Hop em celulose. É longo, mas passa rápido, porque não relaxa. Retrata com fidelidade o clima na grande cadeia. As cenas do sangue lavado nas escadas e a conversão de Peixeira estão entre as minhas preferidas, mas todo o filme é ritmo e poema. Quem esteve entre aqueles muros sabe do que estou falando. Eu estive lá. Leia aqui.
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