Divinópolis - ... se quiser. Ninguém é obrigado a votar em candidatos inúteis, corruptos ou fracos só porque estes se candidataram. O voto nulo protesta contra a falta de opção. Se o número de votos nulos for superior ao de votos válidos, podem ser convocadas novas eleições e candidatos novos podem surgir.
Políticos de baixa qualidade estão no poder, entre outras razões, pela (des)orientação comandada por imprensa e Judiciário, que só concebem o ato de votar em candidatos. Desconsideram o voto que não lhes favorece. O voto útil é disseminado, por ignorância ou por má-fé, como equivalente ao voto em branco. Votar em branco é apoiar o candidato com maior número de votos. É aceitar. É como deixar de votar.
Há 90 municípios no Brasil com candidato único a prefeito. Vi no Jornal Nacional que na última eleição um município votou assim: 45 por cento de votos para o candidato único, 53 por cento de votos em branco e 2 por cento de votos nulos. O TSE decidiu que o candidato único deveria ser eleito porque a maioria de votos em branco só podia significar uma coisa: que o povo queria o candidato único. Um absurdo, considerando que o desejo da população era outro.
Que as urnas eletrônicas sejam dotadas de tecla para anular o voto. Votar nulo é um recado: mostra que a sociedade está descontente com o quadro atual. Que quer novas opções. Vote para prefeito e vereador, se quiser. Mas se seus candidatos não servem, clique num número inexistente e anule seu voto. Votar nulo é um exercício de cidadania. Em branco, de obediência.
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