Divinópolis - A imprensa brasileira está numa luta inglória para provar duas coisas: que a corrupção nas estatais é um fenônomemo recente, uma criação do Partido dos Trabalhadores e que o mensalão, a mais antiga forma de previdência privada de parlamentares desde o Brasil-Colônia é invenção da tesouraria do PT e de um lobista. Não basta ser sibilino como revista semanal ou corrupto assumido como o deputado Roberto Jefferson para perceber a carga de maniqueismo com que o tema é tratado.
A verdade é que todos sabiam - dos adversarios do PT ao militante mais fiel - que abrir o partido a certas figuras acabaria com a aura de seriedade, de postura ética irrepreensível que o PT costumava ostentar. Para garantir a vitória de Lula, o PT abrigou em suas hostes gente de passado comprometido por todas as regiões do Brasil. Mudando o paradigma, o petismo passou a ser isso: um movimento à esquerda de quem sempre foi autoritário ou corrupto e um movimento à direita do partido que representava os ideais socialistas do Século 20. Como resultado, a explosão de denúncias em que existem mais culpados que inocentes. De réus confessos a acusados indignados, a impressão é de que o PT mergulhou em águas turvas - como já fazia boa parte da política brasileira - e a lama do fundo é movediça.
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