Porto Velho - “A formação específica em cursos de jornalismo não é meio idôneo para evitar eventuais riscos à coletividade ou danos a terceiros.” (Gilmar Mendes)
A estapafúrdia frase do presidente do do STF ignora que a formação em Direito causa mais danos à coletividade que o jornalismo. Quem nunca teve problemas com um advogado que atire a primeira impressora.
A decisão de tornar o jornalismo atividade qualquer é inaceitável.
Como o brasileiro é assaz manso, é provável que não mova palha para exigir uma imprensa de qualidade, calcada em princípios éticos, morais, científicos e intelectuais. Princípios que ministros revanchistas e ignorantes (tá, eles podem entender de leis e bravatas, mas o que sabem de Teorias da Comunicação?)desconhecem.
Salta aos olhos a monocórdica voz de Gilmar Mendes, aquele da farra das passagens e cuja esposa Guiomar é secretária do TSE - nepotismo, portanto - afirmando balelas sobre a liberdade de expressão, quando na verdade acaba com ela.
7 comentários:
Olá, Avery. Meu nome é Sara, sou formada em Jornalismo pela Federal de Roraima e assiti a uma mesa redonda sua no Intercom realizado no ano passado. Fico feliz em ver em você uma opinião tão forte a respeito do tema. Digo isso porque muitos jornalistas, na minha opinião, ficaram passivos diante do assunto. Só passei pra agradecer, porque com seus comentários vi que não estou sozinha. Meu dia ontem foi péssimo. Trabalhei o dia todo de mau humor (isso nunca tinha acontecido, rs). O fato é que me senti extremamente desvalorizada com a decisão do STF. Temo pelo futuro, mas acredito em um Deus que, ao contrário dos "nossos" ministros, é justo. Abraços.
A decisão do STF abre caminho para que o ensino de jornalismo melhore e seus profissionais passem a constituir uma categoria _o que jamais existiu, com ou sem obrigatoriedade de canudo.
Para ser jornalista, será preciso se preparar de verdade. Quem fazia faculdade apenas pelo papel terá mesmo que abandona-la, mas quem buscava conhecimento, vai permanecer pois não encontrará isso em nenhum outro lugar.
A formação e especialização serão a moeda corrente, pois as empresas seguirão dando preferência a quem entende do assunto. O que acabou foi a obrigatoriedade do diploma e não o jornalismo. O verdadeiro jornalista continua com orgulho de sua profissão e de sua formação.
Oi Avery,
Pois é, a vida continua. Uns alunos me procuraram pra fazermos alguma manifestação, qualquer coisa. Foi sugerida uma exposição no hall do bloco I, com depoimentos de profissionais que passaram pela UFRR falando da importância da formação superior. Os próprios alunos listaram alguns nomes. Levei para o departamento, mas apenas o Zequinha manifestou apoio. Teve professor que chamou a idéia de ridícula.
Vamos levantar essa bola? Os alunos estão muito desanimados.
E eu, hein!
Desculpa, Avery amigo... mas eu acho que a obrigatoriedade do diploma vai impactar positivamente nos cursos de comunicação. Se antes a faculdade de comunicação era o antro das pessoas que não tinham a mínima idéia do que iriam fazer agora neguinho pensa duas vezes. Vai separar o joio do trigo. O que mais se tem no jornalismo é burocratismo e uma "procura de verdades" que vêm exatamente dos alunos que estudam para tirar nota. Estou terminando minha graduação agora como um aluno regular. Mas os produtos que fiz na faculdade realmente me satisfizeram porque foram os (poucos) momentos que me deram para eu me desafiar. A maioria não é assim. A maioria - como a maioria de tudo nessa vida - simplesmente não presta...
Mas de fato... a argumentação do Gilmar Mendes foi estúpida. Botou no mesmo samba do criolo-doido liberdade de expressão, liberdade de imprensa, opinião e conteúdo jornalístico. Questão de primeira prova do semestre na "Introdução ao jornalismo" da faculdade de comunicação mais vagabunda das milhares espalhadas por aí...
Sara, como diz o Marcus mais adiante, existem pontos positivos e devemos fazer dos limões uma limonada.
Cyneida, concordo com você. O que irrita é a falta de critério.
Cristina, topo debates e painéis. Devemos preparar uma agenda positiva.
Marcus, também acho que quem quer qualidade vai contratar os melhores e que a escolha do curso será feita por alunos com mais vocação. Mas não se pode deixar a coisa solta, sem nível superior. Pelo menos isso.
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