Um homem de 60 anos sofre um acidente vascular cerebral e não lembra mais da mulher, filhos, netos, nem do próprio rosto. A Amnésia, porém, não atinge a parte racional do cérebro.
Livreiro e bibliófilo, Yambo lembra de citações e obras diversas, mas perde o arcabouço emocional que lhe fazia ser quem era. Por isso parte em busca de seu passado vasculhando a memória de amigos e parentes, velhas revistas, discos e livros. O passeio pelas letras é acompanhado por imagens. É um romance ilustrado, avisa a capa brasileira.
Nesta bela história de Umberto Eco, percebemos como a sociedade do século 20 foi ligeiramente homogênea em relação aos produtos culturais da época. Tanto a geração de Yambo (nascida nos anos 1930) quanto a minha, nascida nos anos 1970, tiveram a infância embebida em literatura, cinema e quadrinhos.
O defeito, como na maioria dos livros de Eco, são umas 100 páginas a mais do que a estória realmente necessita. Talvez UE seja um dos autores com maior número de catataus publicados per capita. Acabo de testar isso com os volumes de Baudolino, O Nome da Rosa, O Pêndulo de Foucault e A misteriosa chama da rainha Loana: todos ficam em pé, sem necessidade de apoio.
Se preciso pegar alguma coisa no alto da estante, basta empilhar quatro livros do Umberto Eco.
Livro: A misteriora chama da rainha Loana
Autor: Umberto Eco
Editora: Record
Páginas: 454
Preço: R$ 40,00
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2 comentários:
Estou lendo "A misteriosa chama da Rainha Loana" e gostando muito. É um livro - como todos do Eco - escrito em "várias camadas" que, por isso mesmo, permitem 'leituras várias'. Como médico (psiquiatra) o AVC é de interesse especial e os diálogos internos do protagonista têm sabor especial pra mim: quase uma auto-análise. As referências iconográficas que abundam entremeando o texto são deliciosas e algumas delas chegaram até minha época de criança.
Verdade, Cláudio. O livro é pura memorabilia.
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