Thomas Mann |
Encontro a frase num velho Thomas Mann, incrustado na estante entre A Morte em Veneza e Os Buddenbrook, levemente inclinado à esquerda, aguardando com a paciência dos livros o momento de ser lido. Na carta escrita em 15 de abril de 1932, Mann protesta a um editor contra a interpretação de obra politicamente engajada conferida à sua novela “Mario e o Mágico”.
Em discurso habilidoso, o escritor alemão separa, apesar das muitas semelhanças, os dois campos do saber (Ética e Política) em um golpe rápido no final do parágrafo. Aufklarüng legítimo. Anos depois ele admitiria que, sim, a obra era uma crítica ao fascismo italiano.
"Não me agrada ver esta história ser considerada uma sátira política. Dessa forma ela fica destinada a uma esfera que convém apenas a uma parte restrita de seu ser. Não negarei que pequenas fosforescências e alusões políticas atuais estejam inseridas nela, mas a política é uma vasta noção que, sem uma delimitação muito precisa, se confunde com o problema e o domínio da ética; e eu preferiria desvendar o sentido de minha pequena história – colocado à parte o plano artístico – muito mais no plano ético que no político." (TM)
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