segunda-feira, 4 de julho de 2016

Sei bem o que é o desencanto por assistir um projeto de nação ir por água abaixo. Desencanto que não começou agora. O que vemos agora é o rescaldo, a ressaca, a maré baixa, as consequências de um conjunto de erros e conjunturas (que vão da concentração midiática ao aparelhamento de grupos religiosos) às nossas divisões internas que sempre nos afetaram mais que os ataques da direita.

Claro, a dialética é da nossa natureza e assim seguiremos. Mas em algum momento é preciso unir as diferentes esquerdas em torno de um bloco coeso. Não se trata da negociação com o centro - tem coisa pior que o centro? -  que gora governos desde sempre. Mas da superação de microfilosofias, orgulhos desnecessários.

A guinada à direita é mundial, e quer queiramos ou não, o Brasil protagonizou um dos maiores episódios de ascensão internacionalista da direita. Irradiador. Contribui para a instabilidade de uma série de lugares, da Argentina à Polônia. O que vemos na Áustria agora é GOLPE com todas as letras. A França caminha perigosamente para um governo de intolerância. É questão de tempo. E Donald Trump não é piada.

Enfim, não sou filiado a nenhum partido e não voto há quatro eleições porque além do desastroso segundo governo de Lula, não houve reforma no sistema político e o poder deve continuar concentrado e dependente do financiamento de corporações. Penso humildemente que um "Fora, Temer" está imbricado diretamente a um "Volta, Dilma". Não que devamos adotar esses slogan, longe disso. Mas reconhecer que o estado de direito foi interrompido e que uma pessoa pública contra quem lutei em duas greves e não recebeu nossa comissão, precisa voltar ao cargo para o qual foi eleita, com dinheiro da Odebrecht ou não (quem não?), para que voltemos a lutar com ela. Porque o golpista Temer não nos merece enquanto adversários. Tem que sair e rápido. #ForaTemer

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Guerra fria