quinta-feira, 28 de maio de 2009
O fim da Minguante
A revista ibero-americana de micronarrativas produziu quinze edições (porque existe um número zero) de irrepreensível qualidade técnica e literária.
Escritores de vários países ajudaram a desenvolver esse projeto coletivo de web art que agora fica eternizado na ciberesfera.
O último tema é, apropriadamente, O FIM. Abaixo, dois petiscos:
o fim
somos tão felizes juntos. recordo, como se fosse hoje, quando aqui chegaste
(o começo de o fim).
suicidaste-te, apenas, porque eu morri. és tão romântico, amor.
(Olinda de Freitas)
(João Pereira de Matos)
Leia (veja) o restante lá.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Leio A Carta Esférica, de Arturo Pérez-Reverte
Infelizmente, "A Carta Esférica" não atinge algumas expectativas. Os personagens são estereotipados e há longas descrições inúteis de portos, becos e bares das docas. No caso do protagonista, a representação é arquetípica: lembra um Jack Kerouac arrancado dos trilhos de trem e jogado no cais. A personalidade pitbull do marinheiro Coy contradiz terrivelmente seu gosto por bebop e cool jazz. Além disso, o cara lê apenas obras sobre o mar e navegação. Coisa que nem este blogueiro fã de Amyr Klink, Joseph Conrad e Herman Melville faria.
Título: A Carta Esférica
Autor: Arturo Pérez-Reverte
Editora: Cia. das Letras
Páginas: 529
Preço: R$ 49,50
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Leio A vida secreta dos grandes autores, de Robert Schnakenberg
Dos filhos ilegítimos de Shakespeare à concupiscência de Lord Byron; do glutão Balzac ao gótico Allan Poe; das excênctricas irmãs Brontë ao nacionalista Walt Whitman, tudo o que você não precisava saber sobre sexo, drogas e bons livros.
Título: A Vida Secreta dos Grandes Autores
Autor: Robert Schnakenberg
Editora: Ediouro
Páginas: 312
Preço: R$ 41,90
segunda-feira, 23 de março de 2009
Leio A cidade do sol, de Khaled Hosseini
Esta pungente história de duas mulheres que têm seus destinos cruzados num país em ebulição mostra que, apesar de exilado político nos Estados Unidos há muitos anos, Hosseini mantém a poética descritiva do oriente, com um texto lítrico, ainda que direto. Belo e triste livro.
Título: A cidade do sol
Autor: Khaled Hosseini
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 368
Preço: R$ 39,90
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Leio Marley e Eu, de John Grogan
Mas o modelo objetivista de escrita norte-americana chega a ser agressivamente funcionalista.
Título: Marley & Eu
Autor: John Grogan
Editora: Ediouro
Páginas: 272
Preço: R$ 26,91
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Minguante
ACERVO DE SOMBRAS
Meu marido ronca ao lado meu, levanto-me com os ossos do ofício, fico na solidão eletrônica apalpando webcam, repassando canais, desligada de modas que a tela esquecerá, nada de sonhos, isso não me cabe perfume, não me fala arrepios, minhas mãos já não pegam no falo-não-calo com aquela crença no mundo, meu marido ronca abraçado aos temperos dalgum sonho ou de outro pesadelo que não eu; detesto-o quando chega tarde, mais ainda quando nunca chega – mesmo tendo chegado com cinco palavras, miúdo como um gato molhado, isso é o que me lembra quando chega e fala uns mínimos contos diluídos nalgum sorriso que um dia me absorveu com framboesa, mas já não é tempo de framboesas, tempo é de alicate na alma, turquez na carne, alfinetes malditos, ainda vivo a esperança de matar algo em mim, para que, talvez, possa continuar deste lado da cama, do mundo, longe de ti, do meu marido já morto ao lado meu, arfando feito baleia arpoada, barco louco avariado. Creio em sombras, não em deus-pai, na assombração que é o Mundo, nada de réquiem. Sinto pelos bamboleios nas paredes da mente que o medo existe, e assombra a ação.
(Darlan Cunha - Minguante)
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Leio Crônicas: Volume 1, de Bob Dylan
Título: Crônicas, Volume 1
Autor: Bob Dylan
Editora: Planeta
Páginas: 328
Preço: R$ 44,90
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Leio "Encontros com homens notáveis", de G. I. Gurdjieff
Encontros com Homens Notáveis
Editora Pensamento
R$ 28,48
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Leio "O Mago", de Fernando Morais
O autor Fernando Morais atuou com rigor jornalístico e conseguiu revelações pessoais raras numa biografia autorizada. E ainda nclui informações adicionais em diversas ocasiões do livro, como links que acrescentam dados à leitura. Paulo Coelho rules, queiram ou não. Um grande persoagem num grande livro.
Livro: O Mago
Autor: Fernando Morais
Editora: Planeta
Páginas: 650
Valor: R$ 49,00
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Leio Observatórios de Mídia, de vários autores
Editora: Paulus
Preço: R$ 33,00
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Leio "Perfeição", de Vladimir Nabokov
A maioria foi produzida na década de 20. É provável que Nabokov tenha inspirado de alguma forma gente como Jean-Paul Sartre e Hermann Hesse. Há contos sobre professores pobres e nerds com medo do mar, garçons cocainômanos e ideólogos vingativos.
Nabokov é prosa de luxo, linguagem clássica que contrasta com a atual intelligentsia literária brasileira, permanentemente calcada no modernismo de 1922 que ainda impregna boa parte de nossos autores contemporâneos e aproxima perigosamente a palavra escrita do coloquialismo. Que haja mais Nabokov na cesta básica dos cursos de Comunicação e Letras.
Livro: Perfeição
Autor: Vladimir Nabokov
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 208
Preço: R$ 45,00
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Leia Observatórios de mídia: olhares da cidadania
O livro chama-se "Observatórios de Mídia: Olhares da cidadania", saiu pela Editora Paulus, tem 230 páginas e é uma reunião de textos de 17 pesquisadores brasileiros que compõem a Rede Nacional de Observatórios de Imprensa (Renoi). Será lançado em Natal-RN, durante o Intercom nacional, na primeira semana de setembro.
Sumário
Parte 1 – Por que observar?
Observatórios: da resistência ao desenvolvimento humano- Luiz Gonzaga Motta
A mídia e a construção do cotidiano: uma epistemologia do social-midiático - Wellington Pereira
Monitoramento de mídia e estratégias de cooperação com as personagens da notícia - Guilherme Canela
Parte 2 – Como observar?
Ver, olhar. Observar - Rogério Christofoletti
Monitorando telejornais: desafios e perspectivas - Fernando Arteche Hamilton
Por que os observatórios não observam "boas práticas"? - Luiz Martins da Silva e Fernando Oliveira Paulino
Crianças e adolescentes em pauta: observando a mídia na Amazônia - Ana Prado, Danila Cal e Vânia Torres
Parte 3 - Passado, presente e futuro
Pequena história da crítica de mídia no Brasil - Angela Loures
Um observatório, mais observatórios - Luiz Egypto e Mauro Malin
O futuro do jornalismo: democracia, conhecimento e esclarecimento - Victor Gentilli
Media Literacy na Inglaterra e no Brasil - Danilo Rothberg e Alexandra Bujokas
Notas da vigilância - Avery Veríssimo
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Leio Jazz - Das Raízes ao pós-bop, de Augusto Pellegrini
Se você não conhece Charlie Parker, Dizzy Gillespie, Miles Davis, Louis Armstrong, Duke Ellington, Benny Goodman, Dave Brubeck e Chet Baker, entre outros, faça um esforço e compre o livro, que é quase didático. Depois agradeça aos deuses do Jazz e comece a ouvir música de verdade ao invés de Jota Quest, CPM22, NX Zero, Rabo de Vaca e outras coisas de nomes inspirados em placa de carro, animais peçonhentos e mulheres mal-batizadas.
Livro: Jazz - Das Raízes ao pós-bop
Autor: Augusto Pellegrini
Editora: Record
Páginas: 400
Valor: R$ 49,00
sábado, 12 de julho de 2008
Leio O general em seu labirinto, de Gabriel García-Márquez
A exaustiva pesquisa feita por García-Márquez lembra que o cara é excelente jornalista e pesquisador. Usou dezenas de livros e fez várias entrevistas com biógrafos e parentes do libertador para realizar um de seus livros mais difíceis de ser produzido. O resultado é um livro excepcional, visceral, fundamental.
Livro: O general em seu labirinto
Autor: Gabriel García-Márquez
Editora: Record
Páginas: 281
Valor: R$ 35,00
sexta-feira, 25 de abril de 2008
Leio Os filmes de minha vida, de Alberto Fuguet
Alberto Fuguet é um escritor chileno dedicado a criar um novo movimento nas letras latino-americanas disposto a se contrapor ao realismo fantástico de Gabriel García-Márquez e que se chama... McCondo (!)
Fuguet é autor de "Os filmes da minha vida", que não causa surpresas estilísticas nem consegue inaugurar nada de novo, mas tem a capacidade de gerar lembranças em gente que viveu algo parecido. Eu, por exemplo, e minha infância na Venezuela. O fato de ter vivido noutro país, de conviver com duas línguas e se sentir estrangeiro onde quer que esteja é uma sensação que conheço bem, mas acaba aí. Os filmes que assistiu, inclusive coisas obscuras interessantes, que pouca gente lembra, mal recebem uma análise superficial.
O escritor parece tão disposto a comer um Big McCondo que esquece as tortillas, ignora vulcões e povos indígenas. A prosa é norte-americana e compreende-se porquê.
Livro: Os filmes da minha vida
Autor: Alberto Fuguet
Editora: Agir
Páginas: 296
Valor: R$ 40,41
terça-feira, 4 de março de 2008
Memórias de um dinossauro
O ano de 1968 foi de perdas e conquistas. Foi um tempo de vitórias importantes no campo social, com conquistas como a igualdade de direitos civis, a liberação sexual, o reconhecimento das lutas dos estudantes e da diversidade cultural.
O clima tenso tomou conta daquele ano. Maio pode ser considerado o estopim. Naquele mês as revoltas foram sentidas com mais força e transmitidas de um país a outro pelos meios de comunicação de massa, principalmente a televisão.
Vá lá e leia.
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Leio Viagens no Scriptorium , de Paul Auster
Autor: Paul Auster
Editora: Companhia das Letras
Número de Paginas : 128
Preço: R$ 33,00
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
Leio Deus, um delírio, de Richard Dawkins
O que inquieta Richard Darkins: o fanatismo religioso é um grande impeditivo do desenvolvimento humano, ao lado da corrupção, das guerras e do tráfico humano, de armas e de drogas. Nada mais contrário às verdades científicas e grandes descobertas humanas que os velhos livros sagrados de sempre, com suas fábulas alucinantes sobre homens feitos de barro, virgens grávidas ou seis dúzias delas destinadas a presentear homens-bomba, entre outros desvarios míticos. Religiões são a anti-ciência. E é da natureza das religiões negar direitos fundamentais do ser humano.
Todos os cultos – principalmente os monoteístas – baseiam-se no mistério. Não podemos saber mais do que está escrito ou interpretado. Por isso você, ateu, dificilmente conseguirá conversar sobre este assunto com algum crente. Será considerado “impuro”, autor de bestial ignomínia. Não podemos exigir mais informação, mas respeitar as lacunas (desculpem, mistérios) e resignar-se a dados sem nenhuma comprovação.
Por isso suportemos a negação da existência dos dinossauros e o mito de que todos somos descendentes de um homem que foi parido por outro homem, sendo este criador de tudo o que existe, conhecedor de todos os acontecimentos passados, presentes e futuros, organizador do caos cósmico e da direção dos cometas, da freqüência dos pulsares e da vazão das marés. Responsável por castigos terríveis numa certa vida post-morten, exige obediência, servidão, orações diárias.
A mulher, nos cultos monoteístas, é tratada como cidadão de segunda categoria porque assim ensinam os livros sagrados. Dependendo da interpretação que os homens fazem de tão antiga e defasada bibliografia, são obrigadas a jamais cortar o cabelo ou usar vestimenta negra que lhe cobre dos pés à cabeça. Não podem celebrar missas nem têm direito ao aborto, podendo por isso ser censuradas e, em alguns casos, condenadas.
Estes mesmos censores são capazes de enviar jovens para a morte ou mutilação numa guerra pelo petróleo, mas são contrários ao aborto e à eutanásia. Em pleno século 21 é inaceitável o domínio político e social por grupos religiosos anacrônicos que condenam cientistas, ateus, homossexuais, mulheres e crentes noutras religiões a um inferno cotidiano que pode ser prolongado num lugar cheio de fogo e torturas comandadas por um ex-funcionário do paraíso. Se Deus é um delírio, que dizer do Diabo...
Alguns trechos interessantes:
“Não dá para se safar dizendo ‘se você tentar me impedir de insultar homossexuais, estará violando minha liberdade de preconceito’, mas dá pra se safar dizendo: ‘isso viola minha liberdade de religião’. Qual é a diferença, pensando bem?” (p. 49)
“O Fórum da Comunidade Católica nos dá uma mão e lista 5.120 santos, junto com suas áreas de especialidade, que incluem dores abdominais, vítimas de abuso, anorexia, vendedores de armas, ferreiros, fraturas de ossos, técnicos de explosivos e problemas intestinais, para ficar só no comecinho da lista.” (p. 60)
“Lembre-se da definição perspicaz de Ambrose Bierce para o verbo ‘rezar’: ‘pedir que as leis do universo sejam anuladas em nome de um único requisitante, confessadamente desmerecedor’.” (p. 92)
“Quando um livro de ciência está errado, alguém acaba descobrindo o erro e ele é corrigido nos livros subseqüentes. Isso evidentemente não acontece com os livros sagrados.” (p. 362)
Livro: Deus, um delírio
Autor: Richard Dawkins
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 520
Preço: R$ 36
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Leio Como vivem os mortos, de Will Self
No caos post morten criado pelo britânico em seu quarto romance, a tabagista Bloom desobedece às regras do limbo onde vive (hahaha) para atuar com voyeur na vida das próprias filhas, uma drogada perdida e uma capitalista
O livro é um espetacular desfile de reflexões acerca da política mundial, drogas, taxistas cipriotas de costas peludas, terrorismo, judeus, moda, negros, britânicos empedernidos e norte-americanos consumistas. Às vezes fica difícil acreditar que é Lilly Bloom e não o próprio autor quem narra tantas digressões a respeito da sociedade inglesa contemporânea.
Vale a pena ler, mesmo que seus conhecimentos gerais não sejam suficientes. Will Self não está nem um pouco preocupado em que não lhe compreeendam a prosa. Escreve da forma que acha melhor, sem facilidades ou coloquialismos, com vasta erudição e verve crítica. Observar as coisas de forma tão venenosa é de causar inveja.
Pop will eat Will Self? Veremos.
Livro: Como Vivem os Mortos
Autor: Will Self
Número de páginas: 368
Editora: Objetiva
Preço: R$ 47,90
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Decálogo do bom pesquisador (aos alunos de Metodologia)
1 - O prazo é meu inimigo mortal. Não devo me aproximar dele;
2 - Meu trabalho é, de todos, o mais importante;
3 - Jamais irei à pesquisa de campo sem ulterior pesquisa bibliográfica;
4 - Tempestades, terremotos e inundações não interromperão meus trabalhos;
5 - Acidentes, incidentes, doenças e golpes de estado, tampouco;
6 - Cataclismas de qualquer ordem e outros incidentes não interferirão no meu cronograma;
7 - Meu orientador é meu pastor e nada me faltará;
8 - Ele me guia por bibliografias complexas e apascenta meu problema metodológico;
9 - Jamais dispensarei orientação, pois sou jovem pesquisador honesto e determinado;
10 - Meu objetivo é produzir um projeto de pesquisa. Agora ou no ano que vem, Amém.
Boa Vista, Outubro de 2007
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Porto Velho - “A formação específica em cursos de jornalismo não é meio idôneo para evitar eventuais riscos à coletividade ou danos a terce...
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Belo Horizonte - A PARTIR DE AMANHÃ MESMO começo a escrever sobre 50 CDs desaparecidos em 2001.
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O secretário de Estado adjunto para os Recursos Energéticos, Geoffrey Pyatt, afirmou que os Estados Unidos pretendem acabar com o projeto de...