O ministro do Trabalho era funcionário fantasma. Só no Brasil.
sábado, 3 de dezembro de 2011
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Li No Direction Home, de Robert Shelton
A edição brasileira está cheia de erros, mas vale o investimento. |
No Direction Home é uma mistura equilibrada de jornalismo,
pesquisa bibliográfica e brilhantes interpretações histórico-filosóficas sobre
movimentos de direitos civis, música folk e contracultura nos anos 1960s. As
frases de Dylan estão lá. Sua polifonia está lá. Suas aparentes contradições,
na verdade quebra-cabeças oferecidos aos interlocutores, algumas só
compreendidas pelos amigos mais próximos, estão lá. Mas ele não está lá – piadinha
com o filme do Michael Winterbottom. Dylanistas entenderão.
“Tenho relações com as pessoas. Pessoas como eu, que também
são desligadas (...) Não acho que exista algum tipo de organização de pessoas
desligadas.”, afirma Dylan durante um voo na página 281.
A pesquisa e o compromisso de Shelton, jornalista do New
York Times e agitador cultural da Nova Iorque pré-Aids, Pré-World Trade Center e
pré-Occupy Wall Street é uma lição de dedicação para qualquer jornalista-escritor-biógrafo.
Por isso considero abuso a presença na capa dos nomes da dupla que atualizou
alguns dados e notas.
A primeira edição brasileira, que foi vendida com uma
camiseta de brinde, infelizmente é repleta de erros. Encontrei alguns nas
páginas 122, 355, 384, 437, 447, 448, 482, 552, 566, 578, 591, 592, 596, 600,
620, 641 e 644. Nada que comprometa Robert Shelton e este livro-reportagem de altíssima
qualidade. Mas a revisão da Larousse precisa se esforçar mais.
Livro: No
Direction Home
Autor: Robert
Shelton
Editora:
Larousse
Ano: 2011
Páginas: 784
Preço: R$ 99,00
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Saddam Hussein morreu.
Osama Bin Laden morreu.
Muamar Kadafi morreu.
Hosni Mubarak caiu.
Ali Abdullah Saleh caiu.
Bashar Al Assad vai cair.
A primavera árabe pode ser interpretada como mera alternância de poder em regiões onde o tempo de gestão é mais flexível. Mas é apenas parte de eventos maiores, onde culturas milenares vivem um mesmo refluxo social. Enquanto no Ocidente acentua-se o fundamentalismo religioso, o Oriente Médio usa tecnologias de comunicação para (re)viver a diversidade. Não falta muito para que o pentecostal Brasil comece a falar sobre a decadência do oriente e considere a teocracia uma opção.
Osama Bin Laden morreu.
Muamar Kadafi morreu.
Hosni Mubarak caiu.
Ali Abdullah Saleh caiu.
Bashar Al Assad vai cair.
A primavera árabe pode ser interpretada como mera alternância de poder em regiões onde o tempo de gestão é mais flexível. Mas é apenas parte de eventos maiores, onde culturas milenares vivem um mesmo refluxo social. Enquanto no Ocidente acentua-se o fundamentalismo religioso, o Oriente Médio usa tecnologias de comunicação para (re)viver a diversidade. Não falta muito para que o pentecostal Brasil comece a falar sobre a decadência do oriente e considere a teocracia uma opção.
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Uma canção
Os Tempos Estão Mudando (Bob Dylan)
Venha pessoal
Por onde quer que andem
E admitam que as águas
Á sua volta aumentaram (cresceram)
E aceitem que logo
Estarão cobertos até os ossos
Se seu tempo para você
Vale a pena ser poupado
Então é melhor começar a nadar
Ou irá se afundar como uma pedra
Pois os tempos estão mudando
Venham escritores e críticos
Aqueles que profetizam com sua caneta
E mantenham seus olhos abertos
A chance não virá novamente
E não falem tão cedo
Pois a roda ainda está girando
E não há como dizer
Quem será nomeado
Pois o perdedor de agora
Mais tarde vencerá
Pois os tempos estão mudando
Venham senadores, congressistas
Por favor escutem o chamado
Não fiquem parados no vão da porta
Não congestionem o corredor
Pois aquele que se machuca
Será aquele que nos impediu
Há uma batalha lá fora
E está rugindo
E logo irá balançar suas janelas
E fazer ruir suas paredes
Pois os tempos estão mudando
Venham mães e pais
De toda a terra
E não critiquem
O que não podem entender
Seus filhos e filhas
Estão além de seu comando
Sua velha estrada
Está rapidamente envelhecendo
Por favor saiam da nova
Se não puderem dar uma mãozinha
Pois os tempos estão mudando
A linha foi traçada
A maldição foi lançada
E lento agora
Será o rápido mais tarde
Assim como o presente agora
Será mais tarde o passado
A ordem está
Rapidamente se esvaindo
E o primeiro agora
Será o último depois
Pois os tempos estão mudando
Todo meu apoio aos estudantes da USP
Não, senhores. Os estudantes não deixaram de ser a vanguarda do pensamento, da liberdade e das artes para defender futilidades. Quem se perdeu foi a sociedade, que já não possui capacidade cognitiva para discernir temas como educação, política, liberdades individuais, moda, economia, música e cozinha sem a orientação da mídia.
A pentecostal sociedade brasileira, que ama carnaval, churros e não perde a novela porque depois tem futebol, desconhece a primavera democrática que ocorre no mundo todo. Uma sociedade que contamina deliberadamente crianças, jovens, comércio e meios de comunicação com uma ética bíblico-capitalista de vulto eminentemente repressor. Uma sociedade que tem Paulo Maluf e apresentadores de programas policialescos como heróis populares; que se corrompe em todos os níveis e é guiada por José Nêumane Pinto e Victor Civita pouco merece a consideração que os estudantes da USP lhes dedica
A pentecostal sociedade brasileira, que ama carnaval, churros e não perde a novela porque depois tem futebol, desconhece a primavera democrática que ocorre no mundo todo. Uma sociedade que contamina deliberadamente crianças, jovens, comércio e meios de comunicação com uma ética bíblico-capitalista de vulto eminentemente repressor. Uma sociedade que tem Paulo Maluf e apresentadores de programas policialescos como heróis populares; que se corrompe em todos os níveis e é guiada por José Nêumane Pinto e Victor Civita pouco merece a consideração que os estudantes da USP lhes dedica
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Feedback post for two died friends
Murilo Souza comandou o Rock do Finado por duas edições na Pizzaria Ícaro's, que fundou depois que saímos do Jornal Última Hora, onde trabalhamos com Sylvio de Carvalho, Zuleida Viana, Flávio Rabello, Marcelo Bussachi, Alfredo Maia e escrevíamos ouvindo rock em nossos gravadores cassete sincronizados. Tocaram por ali Odely Sampaio, Mário Wander, Elton Russo e outros caras importantes para a cena rock local. Mário morreu. Sylvio também. Há uma semana, Murilo deixou de ouvir hard rock, ele que há mil anos me apresentou Deep Purple e aquele disco do Jon Lord com um elefante de tromba amarrada que ele quis me dar mas, não sei porque, recusei. Recentemente baixei o disco (Before I forget) e voltei a ouvir por vezes seguidas a interpretação de Elmer Gantry de Where are you. Ia dar uma cópia para o Murilo, mas não houve tempo.
Zequinha Neto 1960-2011 |
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
To share, with love
Boa Vista - Isto não é pieguice. Educar é plantar uma semente que nalgumas vezes apresenta resultados imediatos e noutras só frutifica anos mais tarde. A missão de educador não é simples. Precisamos nos preparar diariamente dedicando tempo aos estudos e dinheiro à aquisição de livros e outras formas de conhecimento que muitas vezes sacrificam a nós e nossas famílias. Educar é amar e muitas vezes não ser amado. Professores são figuras vulneráveis, sozinhos diante de uma sala numerosa, sujeito a avaliações precipitadas, observações jocosas e a julgamentos por sua posição política, opção sexual, gênero, pelas roupas que veste. Professores são frágeis. Perdem horas de sono procurando fazer o melhor. Preocupam-se com aquele aluno que não conseguiu obter nivelamento com os demais. Preocupa-se com os investimentos na educação pública, com a crise mundial que bate à sua porta. Professores são seres humanos comuns, mas com uma missão especial. Aquela que lhe permite ler estas linhas. A que garante sua visão e sua condição de indivíduo no mundo. Por isso agradeço com emoção as felicitações pelo Dia do Professor que recebo de alunos e ex-alunos em diversas partes do Brasil e do mundo. De Osasco a Belo Horizonte; de Divinópolis a Dublin; de São Paulo a Boa Vista, obrigado.
domingo, 16 de outubro de 2011
sábado, 15 de outubro de 2011
Professor tem valor
Brasília - A gente podia tá matando, a gente podia tá roubando, mas a gente prefere tá educando. Por isso estamos aqui, reunidos no Sindicato Nacional, em pleno sábado, Dia do Professor, propondo educação de qualidade a um governo truculento e insensível que trata uma questão de estratégica e diretamente ligada à democracia como mero item orçamentário. Povo que não valoriza o professor é povo sofredor. Governo que desvaloriza o professor é governo opressor.
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Não verás país nenhum
Brasília - Na reunião do setor das IFES, tentativa de evoluir da perplexidade à ação contra o Projeto de Lei 1992, que acaba com a aposentadoria integral e cria um modelo de previdência privada para o servidor público, baseado no sistema de bolsas de valores.
Com o PL, o valor da aposentadoria flutuará de acordo com a volubilidade do mercado financeiro. O momento não é mais de esclarecimento, mas de mobilização. Coisa que a sociedade brasileira sabe fazer, pelo menos de vez em quando. A insurreição no Chile e em Wall Street nos inspirará?
Os chatos
Brasília - O governo conseguiu fazer com que 100 professsores, vindos de todo o Brasil, perdessem seu tempo em Brasília por conta de rusgas com o Sinasefe, o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica. A oficina não ocorreu e o grupo ficou trancado num auditório cercado de manifestantes cobertos de razão. Antes isso se chamaria censura. E hoje?
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Para amar o Grande Irmão
Brasília - Manifestantes do Sinasefe na entrada da Enap e representantes do governo inesperadamente concordam em atrasar a oficina. Os representantes do Ministério do Planejamento se recusam a começar a oficina por conta dos manifestantes, que estão na entrada do auditório em perfeita ordem, todos com nariz de palhaço. Enquanto isso, os professores esperam bovinamente que o MPOG considere o encontro inviável.
Como amar ao Grande Irmão
Brasília - Estou na Escola Nacional de Administração Pública numa oficina oferecida pelo Ministério do Planejamento aos professores das IFES para aprender a negociar com o governo. Sim, é irônico.
terça-feira, 4 de outubro de 2011
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Há cinco anos, noutro blog
O texto abaixo foi publicado originalmente aqui.
Se você não lê livros
Se você adora novelas
Se você assiste o Faustão.
Se você compra abadá de carnaval pagando em 12 vezes
Se você não perde uma micareta
Se você gostou de "Dois filhos de Francisco"
Se você admira o Galvão Bueno
Se você tem adesivos no carro do tipo "Rastreado por mulheres"
Se você é fanático por qualquer coisa
Se você acha que Tati Quebra Barraco lidera o novo feminismo
Se você curte rodeios
Se você usa shorts curtos com salto alto
Se você acha que Internet só serve pra copiar trabalhos escolares
Se você acha que e-mail só serve para enviar piadas e correntes
Se você usa camisa aberta e tem cordões pendurados no pescoço
Se você curte hip-hop-gangsta-imbecil-de-carrões-e-mulheres-fáceis
Se você frequenta a blogosfera apenas para fazer propaganda do seu blog
Se você tem anões de jardim
Se você se inscreve no Big Brother Brasil
Se você acha o resultado mais importante que jogar bonito
Se você acha que o Astronauta Brasileiro é um herói
Se você acha que o mensalão não existiu e é tudo invenção da mídia
Se você acha que nesse negócio de política tem que meter a mão na merda
Por favor, não leia este blog.
Se...
Hoje não estou a fim de escrever nada. O frio convida ao tédio e bate uma certa preguiça mental. Todos os meus leitores sabem que eu não costumo copiar nada de ninguém. Em quase um ano de blog e quase trezentas postagens, essa é a segunda vez. Mas hoje “pego emprestado” uma beleza de texto no qual fiz algumas pequenas modificações a fim de adaptá-lo ao meu gosto e finalidade deste blog. Quem quiser conhecer o original é só visitar o E-pístolas do mineiro Avery Veríssimo a quem agradeço e parabenizo.
Se você não lê livros
Se você adora novelas
Se você assiste o Faustão.
Se você compra abadá de carnaval pagando em 12 vezes
Se você não perde uma micareta
Se você gostou de "Dois filhos de Francisco"
Se você admira o Galvão Bueno
Se você tem adesivos no carro do tipo "Rastreado por mulheres"
Se você é fanático por qualquer coisa
Se você acha que Tati Quebra Barraco lidera o novo feminismo
Se você curte rodeios
Se você usa shorts curtos com salto alto
Se você acha que Internet só serve pra copiar trabalhos escolares
Se você acha que e-mail só serve para enviar piadas e correntes
Se você usa camisa aberta e tem cordões pendurados no pescoço
Se você curte hip-hop-gangsta-imbecil-de-carrões-e-mulheres-fáceis
Se você frequenta a blogosfera apenas para fazer propaganda do seu blog
Se você tem anões de jardim
Se você se inscreve no Big Brother Brasil
Se você acha o resultado mais importante que jogar bonito
Se você acha que o Astronauta Brasileiro é um herói
Se você acha que o mensalão não existiu e é tudo invenção da mídia
Se você acha que nesse negócio de política tem que meter a mão na merda
Por favor, não leia este blog.
E quem quiser que acrescente mais.
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Exxon Valdez Feelings
Boa Vista - Decretar que combustíveis fósseis são a solução número 8.412 para a economia de RR e citar intelectuais de direita (uma espécie extinta no Brasil, com exceção de Delfim Netto) é expor a ignorância sobre as consequências ambientais da exploração de petróleo e travestir de gracejo o autoritarismo dos que se opõem ao diálogo. Discutir ambiente para quê, se o que bate mais forte é a saudade dos anos de chumbo?
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Contra o acordo e pela greve docente nas universidades federais
Boa Vista - A sensação de desamparo causada aos professores federais por suas entidades representativas, Andes e Proifes, é quase resignadora. Quase. Porque a indignação, este combustível das democracias, e a coragem, gene contido no DNA de qualquer educador, são mais fortes que a resignação.
Antes não aceitávamos o tratamento desrespeitoso por parte do Governo Federal, incapaz de apresentar uma proposta para repor as perdas históricas da categoria. Agora, assistimos perplexos, à assinatura de um acordo realizado sem aprovação das bases. Um acordo que pouco muda a vida do educador e em nada melhora a qualidade da educação.
Nossos representantes nacionais não têm o direito de assinar acordos sem a anuência das bases. Já agüentamos esse desrespeito de nossos legisladores, que rechaçam a Lei de Ficha Limpa e do STF, que tornou obsoletos os cursos de Jornalismo numa canetada. Isso significa que nossos representantes não cumprem seu papel e devem ser destituídos.
domingo, 28 de agosto de 2011
Em chamas
Queimada, registrada por Wank Carmo. Veja a matéria completa em http://www.photomagazine.com.
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Proposta ladina, resposta aquilina
Boa Vista - Professores da Universidade Federal de Roraima acabam de rejeitar a proposta do governo de reajuste na ordem de fabulosos 4 por cento. Amanhã ocorre a última negociação com o MPOG antes do fechamento do orçamento para 2012. A assembléia geral que discutirá indicativo de greve foi marcada para o dia 1 de setembro. Sim, o velho clichê “A luta continua” é apropriado para o momento.
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Heartbreak Hotel
Bucaramanga - Terra que já pertenceu a Guanes, Yariguíes e Chitareros, Bucaramanga hoje produz moda e calçados. Estupefato com o helicóptero que sobrevoa a cidade, centenas de metros abaixo do enlouquecido táxi amarelo que peguei na fria Pamplona para descer a falda da cordilheira oriental .
Devidamente instalado num hotel barato no centro de Bucaramanga, depois da farra com German, Sito e Alberto no Barrocko em Cúcuta. Calle 5, entre Avenidas 2 e 3. E teve aquele karaokê de Led Zeppelin. Saludos, amigos.
Devidamente instalado num hotel barato no centro de Bucaramanga, depois da farra com German, Sito e Alberto no Barrocko em Cúcuta. Calle 5, entre Avenidas 2 e 3. E teve aquele karaokê de Led Zeppelin. Saludos, amigos.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
sábado, 16 de julho de 2011
sábado, 2 de julho de 2011
RIP Itamar Franco
Boa Vista - O ano é 2006, a cidade, Belo Horizonte. Très chic, entro no salão recepcionado pelos Dragões da Inconfidência. Itamar Franco estava lá. Como jornalistas, às vezes nos deparamos com personagens da História. Nós, os que lhes garantimos lugar nela.
terça-feira, 21 de junho de 2011
Lula e eu
No último dia 4 estava em Caracas e Lula estava lá. Semana passada, estava em Brasília e Lula, lá. Cheguei ontem em Boa Vista e quem vejo no aeroporto? Isso mesmo. Lula. Conclusão: o Lula tá me seguindo. Weird things happen all the time.
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Brasília - A Universidade Pública está em sério perigo. Nos últimos anos abriu-se muitas vagas, mas não se ampliou o número de professores. Os que estavam no quadro tiveram seus salários achatados e os igressantes já chegaram com uma remuneração pífia e com um plano de carreira menos que razoável. OU melhor, sem um plano de carreira.
Minha dúvida é: aonde o governo quer chegar monetarizando a questão, deixando tudo a cargo do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão?
Nós, professores das universidades federais, devemos alertar a sociedade sobre o sucateamento das IFES, as condições de trabalho cada vez mais precárias e o ensino médio espúrio que nos remete alunos cada vez menos preparados. A Educação precisa se tornar uma questão de Estado.
Nos últimos anos perdemos a capacidade de defender a saúde pública e a educação pública de qualidade. Associações de Docentes (claro, há exceções) passaram a ser pouco mais que administradoras de planos de saúde e clubes recreativos.
Somente juntos, técnicos e professores das IFES, podem construir uma possibilidade de enfrentamento (greve) ao que os governos FHC, Lula e Dilma, inesperadamente concordam: de que gastar com educação é prejuízo.
Pela destinação de 10 por cento do PIB à educação JÁ!
Minha dúvida é: aonde o governo quer chegar monetarizando a questão, deixando tudo a cargo do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão?
Nós, professores das universidades federais, devemos alertar a sociedade sobre o sucateamento das IFES, as condições de trabalho cada vez mais precárias e o ensino médio espúrio que nos remete alunos cada vez menos preparados. A Educação precisa se tornar uma questão de Estado.
Nos últimos anos perdemos a capacidade de defender a saúde pública e a educação pública de qualidade. Associações de Docentes (claro, há exceções) passaram a ser pouco mais que administradoras de planos de saúde e clubes recreativos.
Somente juntos, técnicos e professores das IFES, podem construir uma possibilidade de enfrentamento (greve) ao que os governos FHC, Lula e Dilma, inesperadamente concordam: de que gastar com educação é prejuízo.
Pela destinação de 10 por cento do PIB à educação JÁ!
quinta-feira, 16 de junho de 2011
terça-feira, 14 de junho de 2011
terça-feira, 7 de junho de 2011
Vinotinto
Mérida - A chuva afugentou o povo reunido na frente da Catedral de Mérida para ver a selecao venezuelana de futebol jogar com a campea Espanha. O venezuelano típico nao é lá um grande fa de futebol. O esporte nacional é o baseball, seguido do basquete. Mas aqui na regiao andina, talvez por influencia da Colombia, o povo curte futebol. E o fato de ser brasileiro é motivo para um excelente tratamento por parte de garcons, taxistas e barmen.
domingo, 5 de junho de 2011
Em Cúcuta
Cúcuta - Cercada por montanhas e quente. Inacreditaveis carros de Cúcuta. Bela e limpa, destruída por um terremoto, muito tempo atrás. A Catedral em ruínas é atração turística. Ando por ruas antigas, tomo café. Um prato típico na periferia, onde crianças jogam futebol, cães perambulam indômitos e bêbados meditam tempos idos.
sábado, 4 de junho de 2011
O Homem Bicentenário
Caracas - A cidade prepara-se para comemorar o bicentenário da independencia, no dia 5 de julho. Em julho de 1811 El libertador tornou a Venezuela independente da Gran Colombia. Atitude bolivariana, por supuesto.
O ex-presidente Lula está na cidade, mas nem me ligou. Bolivarianos de ocidente a oriente chegam para os eventos. Filmes institucionais sao rodados próximo da praca Simón Bolívar, diante de prédios históricos e velhas igrejas de sinos gigantescos pintados por quilos de fezes de muitas geracoes de pombos. Rodo a esmo pelo centro enquanto aguardo a hora do embarque para os Andes venezuelanos.
Já nao se ve tantos cartazes de Hugo Chávez Frías. Sinal de que nao havera nova reeleicao do caudilho? A ver.
O ex-presidente Lula está na cidade, mas nem me ligou. Bolivarianos de ocidente a oriente chegam para os eventos. Filmes institucionais sao rodados próximo da praca Simón Bolívar, diante de prédios históricos e velhas igrejas de sinos gigantescos pintados por quilos de fezes de muitas geracoes de pombos. Rodo a esmo pelo centro enquanto aguardo a hora do embarque para os Andes venezuelanos.
Já nao se ve tantos cartazes de Hugo Chávez Frías. Sinal de que nao havera nova reeleicao do caudilho? A ver.
domingo, 22 de maio de 2011
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Uma moto e a estrada
Boa Vista - Vejo comovente road movie canadense sobre homem que, ao descobrir-se com câncer em estágio avançado, decide cruzar o país sobre uma velha motocicleta.
Nada de especial na premissa, explorada muitas vezes em interpretações de medíocres a excepcionais, com atores de gêneros e estirpe variados, de Laura Linney a Jack Nicholson; de Morgan Freeman a Dermot Mulroney.
One Week me conquista não por tratar da brevidade da vida, mas pela organização de subjetividades, num inteligente ajuntamento de ações e atitudes diárias - aparentemente sem importância - que afetam todo o universo. E já não somos livres o suficiente para ignorar porque nos cassaram, dolorosamente, o direito a qualquer forma de egoísmo.
Nada de especial na premissa, explorada muitas vezes em interpretações de medíocres a excepcionais, com atores de gêneros e estirpe variados, de Laura Linney a Jack Nicholson; de Morgan Freeman a Dermot Mulroney.
One Week me conquista não por tratar da brevidade da vida, mas pela organização de subjetividades, num inteligente ajuntamento de ações e atitudes diárias - aparentemente sem importância - que afetam todo o universo. E já não somos livres o suficiente para ignorar porque nos cassaram, dolorosamente, o direito a qualquer forma de egoísmo.
sexta-feira, 6 de maio de 2011
De terra e tributos
Boa Vista - A Prefeitura de Boa Vista foi "enganada" na época do loteamento do Parque Caçari. A imobiliária vendeu cada metro quadrado e não restou espaço para áreas institucionais. Ainda há muita área verde para se fazer as praças, quadras de esporte e outros benefícios que vários bairros têm, inclusive condomínios como o Monte Roraima.
A sugestão de pauta é para a imprensa. A sugestão de agir com zelo pela coisa pública, é para a prefeitura.
A sugestão de pauta é para a imprensa. A sugestão de agir com zelo pela coisa pública, é para a prefeitura.
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Diário
Dia 416: É meio-dia e os últimos tuiteiros vivos anunciam que vão almoçar. Alguns mencionam o cardápio. Droga, logo não restará ninguém.
Dia 508: Há duas semanas ninguém publica nenhum tweet. A epidemia parece estar fora de controle. Mortos vivos nas ruas.
Dia 582: Depois de vasculhar a rede por dias, descubro uma sobrevivente. Disse que está viva por que nem mesmo zumbis acessam o Flogão.
Dia 508: Há duas semanas ninguém publica nenhum tweet. A epidemia parece estar fora de controle. Mortos vivos nas ruas.
Dia 582: Depois de vasculhar a rede por dias, descubro uma sobrevivente. Disse que está viva por que nem mesmo zumbis acessam o Flogão.
domingo, 1 de maio de 2011
Faroeste caboclo
Las Claritas - O reggaeton toca a altos decibeis na rua mais movimentada do lugarejo. Catadores deixam pilhas de latas de cerveja no asfalto para que os carros amassem. Se é preguica ou esperteza, nao sei, mas o espetaculo é deprimente.
Zed is dead, baby
Las Claritas - Anteontem mataram um homem em Las Claritas. Meu primo chegava pela mañha à loja do meu irmao quando notou o corpo estirado na rua. As pessoas passavam, olhavam e seguiam adiante. Tipo assim, nao há nada de errado com ele, exceto pelo fato de nao estar vivo.
Nao ha franquias em Las Claritas, mas em pelo menos uma coisa, o lugarejo se assemelha a Sao Paulo.
Os assassinatos, assaltos e latrocínios sao tao comuns por aqui que a populacao ja criou seu proprio toque de recolher. Quase ninguem sai as ruas depois das 22h. É o preco que se paga pelos diamantes e pelo ouro que se extrai da terra.
Nao ha franquias em Las Claritas, mas em pelo menos uma coisa, o lugarejo se assemelha a Sao Paulo.
Os assassinatos, assaltos e latrocínios sao tao comuns por aqui que a populacao ja criou seu proprio toque de recolher. Quase ninguem sai as ruas depois das 22h. É o preco que se paga pelos diamantes e pelo ouro que se extrai da terra.
sábado, 30 de abril de 2011
Bolivarianas
Las Claritas - Estou em um cybercafe - se assim podemos chamar o cubículo de 10 metros quadrados com 16 computadores e uma cabine telefónica - instalado ao lado de uma das trës farmácias de Las Claritas, um lugarejo perdido no meio do mundo, nos limites da Gran Sabana a 800 metros de altitude e 6° de latitude norte.
Falta luz e faz muito calor. Um pequeno gerador de energia mantém as máquinas funcionando. O teclado está configurado para escrever em espanhol e náo é possível enxergar as teclas.
Las Claritas é o retrato da República Bolivariana de Venezuela, um país outrora atraente para o turismo, mas que agora afugenta os visitantes devido aos constrangimentos ilegais pelos quais passam os viajantes de carro, parados por militares do exército e da guarda nacional dispostos a cobrar propina e destratar turistas em troca de uns mìseros trocados ou mesmo chocolate.
Morei na Venezuela quando criança e ainda tenho pai, primos e irmaos vivendo aqui. Todos chavistas, embora o caudilho presidente tenha perdido a simpatia do lado brasileiro da familia. Gostei - muita gente gostou dos primeiros anos de Hugo Chávez Frias à frente do país (ver arquivos do e-pístolas), mas agora a corrupçao, o desvio dos petrodolares e a formaçao de uma elite stalinista tornam desagradavel este país lindo, que se compara à Nova Zelandia em matéria de diversidade de natureza e paisagens que vao de praias caribenhas, a imensos deltas, savanas e selva amazonica, pantanais e picos nevados.
A sujeira toma conta do lugarejo, cuja economia está sustentada na atividade garimpeira. Uma miriade de homens e mulheres de diversas nacionalidades - colombianos, brasileiros, dominicanos e tambem venezuelanos - escavam a terra em busca de ouro e diamantes. A mineraçao por aqui é legalizada, mas nao significa que e ambientalmente correta. Ha uso de mercurio para minerar o ouro, que termina caindo nos mananciais.
Dias atrás estive em El Paují, uma comunidade meio hippie e meio indigena que começa a ser invadida pelos garimpos. Dizem que um irmao de Hugo Chavez tem mina por lá.
Que pasa, Venezuela??
Falta luz e faz muito calor. Um pequeno gerador de energia mantém as máquinas funcionando. O teclado está configurado para escrever em espanhol e náo é possível enxergar as teclas.
Las Claritas é o retrato da República Bolivariana de Venezuela, um país outrora atraente para o turismo, mas que agora afugenta os visitantes devido aos constrangimentos ilegais pelos quais passam os viajantes de carro, parados por militares do exército e da guarda nacional dispostos a cobrar propina e destratar turistas em troca de uns mìseros trocados ou mesmo chocolate.
Morei na Venezuela quando criança e ainda tenho pai, primos e irmaos vivendo aqui. Todos chavistas, embora o caudilho presidente tenha perdido a simpatia do lado brasileiro da familia. Gostei - muita gente gostou dos primeiros anos de Hugo Chávez Frias à frente do país (ver arquivos do e-pístolas), mas agora a corrupçao, o desvio dos petrodolares e a formaçao de uma elite stalinista tornam desagradavel este país lindo, que se compara à Nova Zelandia em matéria de diversidade de natureza e paisagens que vao de praias caribenhas, a imensos deltas, savanas e selva amazonica, pantanais e picos nevados.
A sujeira toma conta do lugarejo, cuja economia está sustentada na atividade garimpeira. Uma miriade de homens e mulheres de diversas nacionalidades - colombianos, brasileiros, dominicanos e tambem venezuelanos - escavam a terra em busca de ouro e diamantes. A mineraçao por aqui é legalizada, mas nao significa que e ambientalmente correta. Ha uso de mercurio para minerar o ouro, que termina caindo nos mananciais.
Dias atrás estive em El Paují, uma comunidade meio hippie e meio indigena que começa a ser invadida pelos garimpos. Dizem que um irmao de Hugo Chavez tem mina por lá.
Que pasa, Venezuela??
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Paris, Hilton
Boa Vista - Adrian Grenier explica a Paris Hilton o Mito de Narciso. Depois de ouvir a estória de um jovem muito bonito que se afoga ao admirar o próprio reflexo na água, Paris pergunta: "Isso é real?".
Vejo a cena em Teenage Papparazzo, documentário dirigido por Grenier sobre o garoto Austin, que de paparazzo-mirim, é tornado celebridade por conta do documentário dirigido por celebridade sobre papparazzo-mirim.
Vejo a cena em Teenage Papparazzo, documentário dirigido por Grenier sobre o garoto Austin, que de paparazzo-mirim, é tornado celebridade por conta do documentário dirigido por celebridade sobre papparazzo-mirim.
terça-feira, 19 de abril de 2011
Li A Vida dos Animais, de J. M. Coetzee
Boa Vista - Gosto de gente como Coetzee, porque que não dá a mínima para o leitor médio. Idem. Nesta novela da vida real - ou da vida dos animais, estes "outros" - pouco importa se o que lemos é metaficção ou metarealidade. Já não o sabemos e isso não importa mais.
Consideremos este um romance acadêmico, a propósito de imprimir um rótulo fácil e digerível. Entretanto, é acima de tudo um idílio com a imaginação e direitos que só consideramos humanos e que, definitivamente, não comoverá a maioria.
Livro: A vida dos animais
Autor: J. M. Coetzee
Editora: Companhia das Letras
Preço: R$ 27,90
Consideremos este um romance acadêmico, a propósito de imprimir um rótulo fácil e digerível. Entretanto, é acima de tudo um idílio com a imaginação e direitos que só consideramos humanos e que, definitivamente, não comoverá a maioria.
Livro: A vida dos animais
Autor: J. M. Coetzee
Editora: Companhia das Letras
Preço: R$ 27,90
sábado, 16 de abril de 2011
Há 10 anos
São Paulo - Cegos, caminhamos pelos jardins da universidade, guiados por alguém de confiança. Sons. Formas. Adaptação. Medo. Ser cego é estar mutilado, deprimido e estranhamente tranqüilo. Eu e Damião Marques cegos num velho exercício de teatro. Wide eyes shut. Reféns da confiança. Verdadeiro acinte à vida urbana. Verdadeiro banho de imersão na complexidade dos quatro sentidos restantes.
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Da série “comerciais de cosméticos com voz sussurrada e aveludada no final”, Gisele Bündchen lânguida em cetim, brinca com um gato no sofá. Ao final, a voz diz: “vi vara”.
The George Constanza Show
George "T-Boooooone" Constanza |
Master of the house
doling out the charm
ready with a handshake
and an open palm
(Trecho do musical Les Miserables, que George não consegue parar de cantar no episódio The Jacket)
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Thomas Mann |
Encontro a frase num velho Thomas Mann, incrustado na estante entre A Morte em Veneza e Os Buddenbrook, levemente inclinado à esquerda, aguardando com a paciência dos livros o momento de ser lido. Na carta escrita em 15 de abril de 1932, Mann protesta a um editor contra a interpretação de obra politicamente engajada conferida à sua novela “Mario e o Mágico”.
Em discurso habilidoso, o escritor alemão separa, apesar das muitas semelhanças, os dois campos do saber (Ética e Política) em um golpe rápido no final do parágrafo. Aufklarüng legítimo. Anos depois ele admitiria que, sim, a obra era uma crítica ao fascismo italiano.
"Não me agrada ver esta história ser considerada uma sátira política. Dessa forma ela fica destinada a uma esfera que convém apenas a uma parte restrita de seu ser. Não negarei que pequenas fosforescências e alusões políticas atuais estejam inseridas nela, mas a política é uma vasta noção que, sem uma delimitação muito precisa, se confunde com o problema e o domínio da ética; e eu preferiria desvendar o sentido de minha pequena história – colocado à parte o plano artístico – muito mais no plano ético que no político." (TM)
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Li Vida, de Keith Richards
Boa Vista - Na melhor biografia de rockstar dos últimos tempos, Keith Richards devassa o processo criativo com a afinação aberta em guitarras de cinco cordas, fala sobre troca de sangue, cheirar as cinzas do pai e outros mitos, além do papel dos estupefacientes na criação artística, acidentes domésticos e infernos particulares.
A conturbada relação dos glimmer twins é revista, de forma seca a implacável, como a introdução de Rocks off. Mas nada das farpas típicas trocadas pela dupla mais jurássica do rock nos anos 90. Keith Richards e sua saúde de ferro ensinam a roqueiros de boutique que todo buraco é mais embaixo. Que música é sacerdócio.
Com 50 anos de carreira (artística, a outra ele deixou há alguns anos), o velho roqueiro continua a ser um heróico anti-herói.
Livro: Vida
Autor: Keith Richards
Editora: Globo
Preço: R$ 52,00
A conturbada relação dos glimmer twins é revista, de forma seca a implacável, como a introdução de Rocks off. Mas nada das farpas típicas trocadas pela dupla mais jurássica do rock nos anos 90. Keith Richards e sua saúde de ferro ensinam a roqueiros de boutique que todo buraco é mais embaixo. Que música é sacerdócio.
Com 50 anos de carreira (artística, a outra ele deixou há alguns anos), o velho roqueiro continua a ser um heróico anti-herói.
Livro: Vida
Autor: Keith Richards
Editora: Globo
Preço: R$ 52,00
terça-feira, 22 de março de 2011
sábado, 5 de março de 2011
Dong-oh Jo, Dong-oh Cho, Jun-ho Heo e Tae-Hee Kim.
Vai passar na TV um filme dirigido por Dong-oh Jo e Dong-oh Cho, com Jun-ho Heo e Tae-Hee Kim.
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