segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Minguante

Boa Vista - Entre os textos do número 13 da Minguante há preciosidades como esta:


ACERVO DE SOMBRAS

Meu marido ronca ao lado meu, levanto-me com os ossos do ofício, fico na solidão eletrônica apalpando webcam, repassando canais, desligada de modas que a tela esquecerá, nada de sonhos, isso não me cabe perfume, não me fala arrepios, minhas mãos já não pegam no falo-não-calo com aquela crença no mundo, meu marido ronca abraçado aos temperos dalgum sonho ou de outro pesadelo que não eu; detesto-o quando chega tarde, mais ainda quando nunca chega – mesmo tendo chegado com cinco palavras, miúdo como um gato molhado, isso é o que me lembra quando chega e fala uns mínimos contos diluídos nalgum sorriso que um dia me absorveu com framboesa, mas já não é tempo de framboesas, tempo é de alicate na alma, turquez na carne, alfinetes malditos, ainda vivo a esperança de matar algo em mim, para que, talvez, possa continuar deste lado da cama, do mundo, longe de ti, do meu marido já morto ao lado meu, arfando feito baleia arpoada, barco louco avariado. Creio em sombras, não em deus-pai, na assombração que é o Mundo, nada de réquiem. Sinto pelos bamboleios nas paredes da mente que o medo existe, e assombra a ação.

(Darlan Cunha - Minguante)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Brevissima Enciclopaedia do Rock Roraima

Boa Vista -

Veludo Branco faz uma garagem entulhada de velhos amplificadores Marshall e garrafas vazias de Jak Daniel's um lugar mais aprazível.






Mr. Jungle faz hard rock como nos velhos tempos.



ALT-F4: Molecada cheia de punch. Eles querem ser Batman.



A longeva banda Garden faz rock n' roll sério e bem produzido e flerta, sem medo, com o temível regionalismo.


terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Publicado aqui

Boa Vista - O tempo voa. Publiquei aqui em novembro de 2004 um post sobre a eleição americana (for English readers):

Sad, sad day

That's it. Intollerance wins. Homophobia wins. Barbarians win. Fundamentalism wins. Rich people wins. Ignorant people, also. So, good-bye rock n' roll, hello Garth Brooks. Good-bye books, hi E! Entertainement Television. Good-bye yellow brick road, what's up, oil fields? We're living The Days of Our Lives and the president seems like an hibrid of Doctor Drake Ramoray (Friends) and Doctor Strangelove.

Sorry, dears readers, but unhappiness and rock n' roll are better told in english.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Assassinos

Boa Vista - Crianças palestinas continuam a ser mortas e mutiladas na Faixa de Gaza. Enquanto os israelenses usam métodos assassinos e anti-éticos, palestinos radicais provocam os malucos sem medir as conseqüências. Acreditar em mártires é uma das maiores tolices históricas. A propósito, boicote qualquer produto israelense.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Miudezas

Boa Vista - Jornalistas brasileiros e de outros países discutem em fóruns pela web as razões ou a ética jornalística da sapatada anti-Bush.

Os coleguinhas deviam se importar com a segurança de Muntadar al-Zaidi, isso sim. Com Bush não aconteceu nada, mas será que o jornalista ainda está vivo???

Na imagem ao lado, a brutalidade dos seguranças na entrevista coletiva.

Aqui, uma comunidade pró al-Zaidi, no Orkut.

Salvem al-Zaidi

Boa Vista -
O jornalista Muntadar al-Zaidi teve costelas e mão quebradas durante sessão de espancamento ao vivo e depois numa masmorra iraquiana, a mando do presidente dos Estados Unidos. A informação é de Dhirgham al-Zaidi, irmão do jornalista, que até esta manhã não havia conseguido a visita de nenhum advogado, apesar de muitas tentativas.

Entidades de direitos humanos e a imprensa européia tentam contato com o jornalista, mas ele está incomunicável. Será que vai sobreviver? A foto é da Associated Press.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Muntadar al-Zaidi para presidente!

Boa Vista - Muntadar al-Zaidi é um dos homens mais admirados do planeta. O jornalista que jogou um sapato em George W. Bush e ainda o chamou de cachorro fez a alegria de pelo menos um bilhão de pessoas mundo afora.

Desde o "incidente" em Bagdá, dezenas de games
e vídeos criativos (como esse, ao estilo Austin Powers) se espalharam pela internet.

Ao lado, as imagens originais do "atentado" ao homem mais detestado da era da informação.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Leio Crônicas: Volume 1, de Bob Dylan

Boa Vista - A história do bardo de Minnesota, contada por ele mesmo, sem preocupações cronológicas. Bob Zimmerman Dylan tem uma memória prodígio. Lembra de detalhes no interior de apartamentos que visitou no começo dos anos 60 e de diálogos com tipos estranhos nas imediações de New Orleans. Leu muita coisa: Tucídides, Byron, Kerouac e gosta de Woody Guthrie como a gente gosta dele. Depois de ler, saí e comprei o Highway 61 Revisited que só tinha em MP3. Viva Dylan. Viva, Dylan.


Título: Crônicas, Volume 1
Autor: Bob Dylan
Editora: Planeta
Páginas: 328
Preço: R$ 44,90

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Leio "Encontros com homens notáveis", de G. I. Gurdjieff

Boa Vista - História de um mestre multizen poliglota do Cáucaso e seus amigos malucos que atravessam o deserto de Góbi em pernas de pau e adivinham o nome das pessoas pelos tremores das mãos. Para quem leu Relatos de Belzebu a seu neto, O Livro dos Danados e Bestas, Homens e Deuses.

Encontros com Homens Notáveis
Editora Pensamento

R$ 28,48

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Educação em primeiro lugar

Boa Vista - Quem não conhece os bastidores das negociações na Câmara Federal pode até estranhar que os deputados federais tenham destinado R$ 50 milhões em emendas para a Universidade Federal de Roraima. Afinal, ensino superior rende pouco voto.

Na verdade, houve muita discussão sobre o destino das verbas. Parte do grupo queria mandar o dinheiro para o Governo do Estado, parte à Prefeitura de Boa Vista. Diante do impasse, resolveram enviar para a UFRR. Um deputado não conseguia disfarçar a irritação de não ter enviado dinheiro para seu nicho eleitoral. Azar o dele, sorte da educação.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Barack Obama

Boa Vista - Apóio, mas com reservas, Barack Obama, cidadão que quase nos faz desejar que o império dure mais tempo.

O discurso moderado e sem revanchismos do senador foi compreendido no resto do mundo antes de ser entendido na America.

O que, de certa forma, não supreende. O povo mais ignorante do mundo nunca ouviu, até agora, o resto do mundo. Nós, o resto do mundo, já considerávamos Bush Jr. o presidente mais impopular por suas ações unilaterais e waspismo exacerbado, sem falar das dificuldades cognitivas.

Obama pode não ser a salvação do "mundo livre" (esse é o Bush), mas cria indícios de multilateralismo, apoio a causas sociais e o fim de algumas guerras. Estamos na torcida.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Leio "O Mago", de Fernando Morais

Boa Vista - História do maior escritor da atualidade, o carioca Paulo Coelho, com suas diabruras de infância, maluquices da juventude e manias da vida adulta. Ou seja, um sujeito que sempre deu trabalho, inclusive para a crítica literária brasileira, que começa a reconhecer os méritos de quem não escreve como Proust, mas comunica com eficiciência mensagens universais de transformação e perseverança.

O autor Fernando Morais atuou com rigor jornalístico e conseguiu revelações pessoais raras numa biografia autorizada. E ainda nclui informações adicionais em diversas ocasiões do livro, como links que acrescentam dados à leitura. Paulo Coelho rules, queiram ou não. Um grande persoagem num grande livro.

Livro: O Mago
Autor: Fernando Morais

Editora: Planeta
Páginas: 650
Valor: R$ 49,00

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Os selvagens

Boa Vista -
Manifestantes de uma ONG que protege os animais protestam, na Bélgica, contra o terrível, macabro, desumano, abjeto, aético, amoral, infeliz "esporte" conhecido por tourada, uma doença espanhola encontrada em países sulamericanos.

Este absurdo medieval continua a acontecer em diversos países mundo afora, inclusive com financiamento público. Torturar e matar touros com trejeitos afetadíssimos faz do toureiro a mais perigosa das drag queens.

O rodeio e a vaquejada, tão comuns no Brasil, não são "esportes" menos cruéis.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Leio Observatórios de Mídia, de vários autores

Boa Vista - Contém textos de Alberto Dines, Danilo Rothberg, Luiz Gonzaga Motta, Ângela Loures, Rogério Christofoletti, Ana Prado, Luiz Egypto e Avery Veríssimo, entre outros. Ideal para o cidadão consciente. Fundamental para estudantes de Comunicação Social.

Editora: Paulus
Preço: R$ 33,00

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Leio "Perfeição", de Vladimir Nabokov

Boa Vista - Os contos de "Perfeição" foram escritos nos primeiros anos de exílio de Vladimir Nabokov. Depois da traumática saída da Rússsia pós-1917, ele morou na França e Alemanha antes de se mudar para os Estados Unidos e tornar-se um dos maiores artífices-estilistas da língua inglesa.

A maioria foi produzida na década de 20. É provável que Nabokov tenha inspirado de alguma forma gente como Jean-Paul Sartre e Hermann Hesse. Há contos sobre professores pobres e nerds com medo do mar, garçons cocainômanos e ideólogos vingativos.

Nabokov é prosa de luxo, linguagem clássica que contrasta com a atual intelligentsia literária brasileira, permanentemente calcada no modernismo de 1922 que ainda impregna boa parte de nossos autores contemporâneos e aproxima perigosamente a palavra escrita do coloquialismo. Que haja mais Nabokov na cesta básica dos cursos de Comunicação e Letras.

Livro: Perfeição
Autor: Vladimir Nabokov
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 208
Preço: R$ 45,00

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Anacrônicos

Boa Vista - Para Evo Morales no se acabó la campaña electoral, como tampoco se le terminó a Castro ni a Chávez.

En el más típico estilo totalitarista bananero, los tres mandatarios no modifican el discurso por más que hayan pasado más de 100 años desde que los comunistas empezaron a pregonar su torcido, irreal, criminal y fracasado sistema.

No importa cual es la pregunta que se les haga, se salen por las ramas contestando con eslóganes que no tienen conexión con la cuestión en sí. Lo patético es que lo hacen frente a millones de televidentes y no faltan los que los aplauden.

Mais aqui.

(José Brechner, ex-deputado boliviano, é analista político e defensor da propriedade privada, da economia de mercado e das liberdades e direitos individuais)

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Amigos

Boa Vista -
1 - Carlos Saraiva (São Paulo) engendra um terceiro blog. Depois do extinto Um dia Gnóstico e da parada estratégica de Omito, Lógico, agora imagens e texto se (con)fundem em Acheiacaixavazia.

2 - Edgar Borges (Boa Vista) agora tem livro publicado na Internet. O e-book Roraima Blues foi produzido pela Minguante, com excelente programação visual e bons textos que misturam posts e micronarrativas.

3 - Israel Barros (Marseille) e Paulo Ratdke (Berlin) dão uma pausa em seu Cabuloso Destino para voltar em algumas semanas, com o site completamente reformulado.

4 - Antonio Marcos Pereira (Salvador), que vi pela última vez em Berlin (bar de Belo Horizonte), agora publica o Ozu da Bahia.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Richard Wright

Morreu ontem um dos maiores tecladistas do Rock. Richard Wright nasceu em 28 de Julho de 1943. Integrou o Pink Floyd em todas as suas fases e compôs músicas como Summer  '68 e Remember a day. Climas únicos, que nunca mais serão reproduzidos da mesma forma.

sábado, 13 de setembro de 2008

Bomba!!

Boa Vista -
Boa Vista - Tem gente brincando com a paz na América Latina. Enquanto a Bolívia ferve em crise política, o presidente Hugo Chávez continua a fazer compras bélicas e permite exercícios militares da Rússia no Caribe venezuelano

O velho supermercado russo de armas está em promoção para clientes estacionados na Guerra Fria. Os novos aviões supersônicos recém-adquiridos pela Venezuela podem carregar ogivas nucleares e são usados em propaganda anti-americana ao norte de Pacaraima.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Criacionistas à beira de um ataque de nervos

Boa Vista - Spore é um game que roda em PC, MAC, Nintendo e iPhone e foi desenvolvido pelo nerd Will Wright, que criou SimCity e The Sims, entre outros baratos eletrônicos. Com Spore, a diversão alcança patamares... divinos. É que já não criamos apenas humanos à nossa imagem e semelhança, como em The Sims. Podemos elaborar nosso próprio universo pessoal, a partir de ferramentas de criação razoavelmente simples.

É possível desenvolver criaturas desde o nível celular até organismos complexos, cidades e até planetas. A ousadia não passou incólume diante do cristianismo. A corrente criacionista - gente que não acredita em Carl Sagan - já se manifestou contra o jogo, porque este está mais próximo da ciência que dos mitos.

A propósito, Darwin Pond é um game freeware muito mais herege que o Spore.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Isto é Roraima

Pacaraima - Como você classificaria um político que teve seus bens bloqueados por desvio de verbas? E se esse mesmo político causar um crime ambiental de graves proporções? E se ele bloquear estradas, queimar pontes e construir bombas para atacar índios - que ele declarou não existirem? E se ele for preso duas vezes, acusado de tentativa de homicídio, terrorismo e formação de quadrilha, o que você faria? Bom, se for eleitor ou dono de veículo de comunicação em Roraima, há grandes chances de, entre um habeas corpus e outro, chamá-lo de herói e patriota.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Raposa Serra do Sol, o trhiller

Boa Vista - Na quarta-feira (27) pela manhã, povos indígenas de todo o país acompanhavam a sessão do STF que decidiria sobre a manutenção da terra indígena Raposa Serra do Sol ou seu retalhamento em ilhas quando um pedido de vistas manteve o suspense em torno da questão.

Suspender a sessão logo após o voto do ministro Carlos Ayres Britto – que se declarou favorável ao decreto de homologação – foi motivo de comemoração para a bancada ruralista que acompanhava o julgamento no STF. Para julgar uma questão que quase sempre foi pautada pela violência, o STF mobilizou um esquema de segurança inédito.

O responsável pelo pedido de vistas chama-se Carlos Alberto Menezes Direito, ministro que ingressou no STF através do Quinto Constitucional, em vaga destinada a advogados do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (pela porta dos fundos, como se diz no jargão jurídico). Direito é paraense de nascimento e costuma adiar decisões em temas polêmicos. Em março deste ano, pediu vistas no processo que pretende legalizar o uso de células-tronco pela medicina no Brasil.


Direito disse que não havia examinado a questão Raposa Serra do Sol com profundidade e que precisaria de mais tempo para tomar uma decisão. Legalmente, ele tem 10 dias, com possibilidade de renovar o prazo duas vezes. Mas se os 30 dias forem insuficientes para examinar o processo, Direito terá o tempo que achar necessário.



segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Leia Observatórios de mídia: olhares da cidadania

Boa Vista - Tem livro novo de Comunicação Social na praça. O prefácio é de Alberto Dines, a organização é de Rogério Christofoletti e Luiz Gonzaga Motta e há textos de Luiz Egypto, Ângela Loures, Victor Gentille e deste blogueiro, entre outros.

O
livro chama-se "Observatórios de Mídia: Olhares da cidadania", saiu pela Editora Paulus, tem 230 páginas e é uma reunião de textos de 17 pesquisadores brasileiros que compõem a Rede Nacional de Observatórios de Imprensa (Renoi). Será lançado em Natal-RN, durante o Intercom nacional, na primeira semana de setembro.

Sumário

Parte 1 – Por que observar?

Observatórios: da resistência ao desenvolvimento humano- Luiz Gonzaga Motta

A mídia e a construção do cotidiano: uma epistemologia do social-midiático - Wellington Pereira

Monitoramento de mídia e estratégias de cooperação com as personagens da notícia - Guilherme Canela


Parte 2 – Como observar?

Ver, olhar. Observar - Rogério Christofoletti

Monitorando telejornais: desafios e perspectivas - Fernando Arteche Hamilton

Por que os observatórios não observam "boas práticas"? - Luiz Martins da Silva e Fernando Oliveira Paulino

Crianças e adolescentes em pauta: observando a mídia na Amazônia - Ana Prado, Danila Cal e Vânia Torres


Parte 3 - Passado, presente e futuro

Pequena história da crítica de mídia no Brasil - Angela Loures

Um observatório, mais observatórios - Luiz Egypto e Mauro Malin

O futuro do jornalismo: democracia, conhecimento e esclarecimento - Victor Gentilli

Media Literacy na Inglaterra e no Brasil - Danilo Rothberg e Alexandra Bujokas

Notas da vigilância - Avery Veríssimo

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Leio Jazz - Das Raízes ao pós-bop, de Augusto Pellegrini

Boa Vista - Não, não foi a banda Calypso que revolucionou o cenário artístico mundial. Foi o jazz. Neste passeio pelas origens da nobre arte, Augusto Pellegrini volta ao início do século XX e conta as origens, a evolução e as transformações da música que reúne virtuose e improviso, cidade e campo, guerra e paz. O autor é, há mais de 20 anos, produtor e apresentador de programas de jazz em emissoras de rádio de São Luís do Maranhão.

Se você não conhece Charlie Parker, Dizzy Gillespie, Miles Davis, Louis Armstrong, Duke Ellington, Benny Goodman, Dave Brubeck e Chet Baker, entre outros, faça um esforço e compre o livro, que é quase didático. Depois agradeça aos deuses do Jazz e comece a ouvir música de verdade ao invés de Jota Quest, CPM22, NX Zero, Rabo de Vaca e outras coisas de nomes inspirados em placa de carro, animais peçonhentos e mulheres mal-batizadas.

Livro: Jazz - Das Raízes ao pós-bop
Autor:
Augusto Pellegrini
Editora: Record
Páginas: 400
Valor: R$ 49,00

sábado, 12 de julho de 2008

Leio O general em seu labirinto, de Gabriel García-Márquez

Boa Vista -
Um general velho e decrépito, aos 47 anos, cruza o que foi um país continental agora reduzido a escombro pós-colonial, repleto de ranços étnicos e fisiologismo político. Da série "como ainda não havia lido esse livro?", o relato romanceado da última viagem de Simón Bolívar do norte da Colômbia ao litoral venezuelano.

A exaustiva pesquisa feita por García-Márquez lembra que o cara é excelente jornalista e pesquisador. Usou dezenas de livros e fez várias entrevistas com biógrafos e parentes do libertador para realizar um de seus livros mais difíceis de ser produzido. O resultado é um livro excepcional, visceral, fundamental.


Livro: O general em seu labirinto
Autor: Gabriel García-Márquez
Editora: Record
Páginas: 281
Valor: R$ 35,00

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Intercom Roraima

Boa Vista -
Roraima já teve seu Intercom, realizado no fim da semana passada aqui em Boa Vista, ultimamente conhecida como capital nacional da pedofilia. Esse tema e a organização do evento me desplugaram por um tempo daqui, mas agora volto à carga.

Por aqui coordenei a Exposição de Projetos Experimentais em Comunicação (Expocom), que revelou talentos estudantis de todos os estados amazônicos. Há gente muito boa em Roraima, Amazonas e no Pará produzindo curtas-metragens, jornais e revistas de alta qualidade, ainda na graduação.

Como a vida segue e um dia já estivemos do lado de lá, espera-se que um dia essa juventude passe comandar os futuros intercoms. E que o mercado enxergue a qualidade de quem queima as pestanas estudando...

Além disso, temos a oportunidade de rever amigos de outras plagas: Paulo César Ribas veio de Belo Horizonte; Maurício Bittencourt, de Rio Branco e Adolpho Queiroz de São Paulo.

domingo, 15 de junho de 2008

Pedofilia

Boa Vista - A prisão da quadrilha de desajustados que incluía autoridades do governo, empresários e servidores públicos na semana passada ainda não é o suficiente para atenuar o sentimento de impunidade e ineficiência que todos os brasileiros, e em especial os roraimenses, sentem em relação à Justiça.

No país dos habeas corpus e do direito de resposta em liberdade, a prisão dos pedófilos é um rápido alento, logo confrontado com a corrupção generalizada e com a impunidade dos que desviam dinheiro público e vivem às custas da falta de serviços essenciais à população.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Colarinhos brancos

Boa Vista - O Brasil é um país de leis tão "maleáveis" que os ricos quase nunca são responsabilizados por seus crimes e os pobres padecem além do tempo necessário no sistema prisional. Por aqui, o juiz que desviou centenas de milhões de reais em recursos públicos é premiado com assistência médica gratuita em prisão domiciliar, enquanto a empregada doméstica que roubou margarina é imediatamente encarcerada em lição exemplar.

A prisão da quadrilha de desajustados que incluía autoridades do governo, empresários e servidores públicos na semana passada ainda não é o suficiente para atenuar o sentimento de impunidade e ineficiência que todos os brasileiros, e em especial os roraimenses, sentem em relação à Justiça.

No país dos habeas corpus e do direito de resposta em liberdade, a prisão dos pedófilos é um rápido alento, logo confrontado com a corrupção generalizada e com a impunidade dos que desviam dinheiro público e vivem às custas da falta de serviços essenciais à população.

Nos últimos cinco anos a Polícia Federal prendeu mais de 100 políticos em todo o Brasil, envolvidos em crimes diversos. Entre as diversas operações destacam-se a Praga do Egito, que em novembro de 2003 botou na cadeia um ex-governador e oito ex-deputados estaduais de Roraima.

domingo, 8 de junho de 2008

Fest Rock

Boa Vista - O IV Roraima Sesc Fest Rock abriu inscrições para as bandas interessadas. O Festival acontece nos dias 11, 12 e 13 de julho e o regulamento está disponível no Núcleo de Cultura do Sesc Centro. Este ano, o Festival acontece no Ginásio Poliesportivo do Mecejana. São 15 bandas de Boa Vista, três de estados da Região Norte e mais três atrações nacionais já confirmadas. informações no Núcleo de Cultura do Sesc pelo telefone 3621-3947 ou com César Almeida, pelo telefone 8116-1187.

sábado, 7 de junho de 2008

Arraial

Boa Vista - Depois de passar por um escândalo sexual envolvendo o primeiro escalão, o Governo de Roraima ainda contrata a concupiscente banda Forró Sacode para animar o Arraial do Anauá, um evento "da família". Com músicas de temática etílico-sexual os autores de "Lapada na rachada", "Aí dentro", "Mexe o bumbum", "Adultério" e "Rebola e não dá bola" produzem letras como essas: "Só chego em casa todo dia embriagado / A mulher me esculhambando / Me chamando de safado" (Biriteiro); "Eles dançavam e faziam a sacanagem / Mas é fazendo sacanagem" (Sacanagem).

domingo, 11 de maio de 2008

Leio Jimi Hendrix, de Sharon Lawrence

Boa Vista - A jornalista Sharon Lawrence foi amiga de Jimi Hendrix e só finalizou este livro há pouco mais de dois anos.

Foi acusada de "puxar o saco" do músico por causa de sua ligação afetiva com ele, mas isso é coisa de crítico invejoso.

Lawrence consegue reconstituir a história do maior dos guitarristas desde a infância conturbada, a vida no exército e os primeiros trabalhos como músico profissional.

"Lenda" é o termo mais adequado para definir James Marshall Hendrix, o guitarrista mestiço de negros e índios nascido em Seattle que alterou para sempre o jeito de tocar (e ouvir) guitarra elétrica.

Dono de uma técnica muito pessoal, o mestre era amante de BBB: Bob Dylan, Beatles e Blues (pensou ontra coisa?).

Se estivesse vivo, muita gente penduraria a guitarra e talvez não fôssemos obrigados a ouvir Yngwie Malmsteen e outros chatos que confundem velocidade com criatividade.

Livro: Jimi Hendrix - A dramática história de uma lenda do rock
Autor: Sharon Lawrence
Editora: Jorge Zahar
Páginas: 356
Valor: R$ 29,90

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Leio Os filmes de minha vida, de Alberto Fuguet

Boa Vista -
Alberto Fuguet é um escritor chileno dedicado a criar um novo movimento nas letras latino-americanas disposto a se contrapor ao realismo fantástico de Gabriel García-Márquez e que se chama... McCondo (!)

Fuguet é autor de "Os filmes da minha vida", que não causa surpresas estilísticas nem consegue inaugurar nada de novo, mas tem a capacidade de gerar lembranças em gente que viveu algo parecido. Eu, por exemplo, e minha infância na Venezuela. O fato de ter vivido noutro país, de conviver com duas línguas e se sentir estrangeiro onde quer que esteja é uma sensação que conheço bem, mas acaba aí. Os filmes que assistiu,  inclusive coisas obscuras interessantes, que pouca gente lembra, mal recebem uma análise superficial.

O escritor parece tão disposto a comer um Big McCondo que esquece as tortillas, ignora vulcões e povos indígenas. A prosa é norte-americana e compreende-se porquê.

Livro: Os filmes da minha vida
Autor: Alberto Fuguet
Editora: Agir
Páginas
: 296
Valor: R$ 40,41

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Notícias da semana

Boa Vista - Em janeiro de 2003, o índio Aldo da Silva Mota estava ajoelhado e com os braços levantados quando levou um tiro que lhe atravessou o tórax. Foi enterrado numa cova rasa na Fazenda Retiro. A conclusão dos legistas é de que ele estava no chão, de joelhos, com os braços levantados, dominado e indefeso.

Em Roraima, ações terroristas em terras indígenas acontecem há muito tempo, mas uma eficiente soma de omissão política e propaganda racista nos meios de comunicação permitiu que esses grupos permanecessem atuando ao longo dos últimos 30 anos sem punição.

Desde 1981, houve 21 homicídios; 21 tentativas de homicídio; 54 ameaças de Morte; 51 agressões físicas; 80 casas destruídas; 71 prisões ilegais; cinco roças destruídas e cinco pessoas mantidas em cárcere privado - dados de 2003. já desatualizados.

A milícia travestida de agronegócio já espancou e matou índios e missionários. Suas ações já renderam a morte por tiros do índio Paulo José de Souza, em Uiramutã, em fevereiro de 1999. No mesmo mês, foram assassinados os índios Regelino Nascimento Souza (estrangulado) e o adolescente Renan Almeida André, de apenas 14 anos. No mesmo mês, o padre Egon Heck foi esfaqueado e um grupo de índios espancado.

Em janeiro de 2004, um grupo invadiu a Missão Surumu e seqüestrou os padres Ronildo França e Cezar Avallaneda e o diácono João Carlos Matinez, mantendo-os reféns por três dias. Em 2005, um grupo de 150 homens incendiou a missão do Surumu, destruindo uma escola, um hospital e uma igreja. Um professor foi espancado e um homem ficou queimado. O mesmo grupo provocou três incêndios e alguns espancamentos em 2004.

Atualmente, a Vila Surumu está isolada. Pontes foram destruídas e uma bomba caseira fabricada para novas ações terroristas explodiu nas mãos de Renato Quartieiro, filho do líder da resistência do agrobussiness em Raposa Serra do Sol, Paulo César Quartieiro. Centenas de policiais federais já chegaram e novos grupos continuam a chegar em Roraima para tentar a desapropriação exigida pela lei.

terça-feira, 4 de março de 2008

Memórias de um dinossauro

Nei Costa lembra de quando tinha apenas quarenta e poucos anos:


O ano de 1968 foi de perdas e conquistas. Foi um tempo de vitórias importantes no campo social, com conquistas como a igualdade de direitos civis, a liberação sexual, o reconhecimento das lutas dos estudantes e da diversidade cultural.
O clima tenso tomou conta daquele ano. Maio pode ser considerado o estopim. Naquele mês as revoltas foram sentidas com mais força e transmitidas de um país a outro pelos meios de comunicação de massa, principalmente a televisão.


Vá lá e leia.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Leio Viagens no Scriptorium , de Paul Auster

Boa Vista - Um velho sem memória. Uma mulher que sofreu por sua causa, mas ainda assim lhe faz a higiene pessoal. Um ex-policial que o convida para ir ao parque. Uma parede com uma etiqueta escrito parede. Um quarto estranho, com uma cadeira confortável, mas que se assemelha a uma prisão. Um manuscrito inacabado sobre a mesa. O resto cabe ao fã de Paul Auster descobrir, já que, ao contrário de outros leitores, não sofre com finais enigmáticos.

Livro: Viagens no Scriptorium

Autor: Paul Auster

Editora: Companhia das Letras

Número de Paginas : 128

Preço: R$ 33,00






quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Leio Deus, um delírio, de Richard Dawkins

Boa Vista -

O que inquieta Richard Darkins: o fanatismo religioso é um grande impeditivo do desenvolvimento humano, ao lado da corrupção, das guerras e do tráfico humano, de armas e de drogas. Nada mais contrário às verdades científicas e grandes descobertas humanas que os velhos livros sagrados de sempre, com suas fábulas alucinantes sobre homens feitos de barro, virgens grávidas ou seis dúzias delas destinadas a presentear homens-bomba, entre outros desvarios míticos. Religiões são a anti-ciência. E é da natureza das religiões negar direitos fundamentais do ser humano.

Todos os cultos – principalmente os monoteístas – baseiam-se no mistério. Não podemos saber mais do que está escrito ou interpretado. Por isso você, ateu, dificilmente conseguirá conversar sobre este assunto com algum crente. Será considerado “impuro”, autor de bestial ignomínia. Não podemos exigir mais informação, mas respeitar as lacunas (desculpem, mistérios) e resignar-se a dados sem nenhuma comprovação.

Por isso suportemos a negação da existência dos dinossauros e o mito de que todos somos descendentes de um homem que foi parido por outro homem, sendo este criador de tudo o que existe, conhecedor de todos os acontecimentos passados, presentes e futuros, organizador do caos cósmico e da direção dos cometas, da freqüência dos pulsares e da vazão das marés. Responsável por castigos terríveis numa certa vida post-morten, exige obediência, servidão, orações diárias.

A mulher, nos cultos monoteístas, é tratada como cidadão de segunda categoria porque assim ensinam os livros sagrados. Dependendo da interpretação que os homens fazem de tão antiga e defasada bibliografia, são obrigadas a jamais cortar o cabelo ou usar vestimenta negra que lhe cobre dos pés à cabeça. Não podem celebrar missas nem têm direito ao aborto, podendo por isso ser censuradas e, em alguns casos, condenadas.

Estes mesmos censores são capazes de enviar jovens para a morte ou mutilação numa guerra pelo petróleo, mas são contrários ao aborto e à eutanásia. Em pleno século 21 é inaceitável o domínio político e social por grupos religiosos anacrônicos que condenam cientistas, ateus, homossexuais, mulheres e crentes noutras religiões a um inferno cotidiano que pode ser prolongado num lugar cheio de fogo e torturas comandadas por um ex-funcionário do paraíso. Se Deus é um delírio, que dizer do Diabo...

Alguns trechos interessantes:

“Não dá para se safar dizendo ‘se você tentar me impedir de insultar homossexuais, estará violando minha liberdade de preconceito’, mas dá pra se safar dizendo: ‘isso viola minha liberdade de religião’. Qual é a diferença, pensando bem?” (p. 49)

“O Fórum da Comunidade Católica nos dá uma mão e lista 5.120 santos, junto com suas áreas de especialidade, que incluem dores abdominais, vítimas de abuso, anorexia, vendedores de armas, ferreiros, fraturas de ossos, técnicos de explosivos e problemas intestinais, para ficar só no comecinho da lista.” (p. 60)

“Lembre-se da definição perspicaz de Ambrose Bierce para o verbo ‘rezar’: ‘pedir que as leis do universo sejam anuladas em nome de um único requisitante, confessadamente desmerecedor’.” (p. 92)

“Quando um livro de ciência está errado, alguém acaba descobrindo o erro e ele é corrigido nos livros subseqüentes. Isso evidentemente não acontece com os livros sagrados.” (p. 362)

Livro: Deus, um delírio
Autor: Richard Dawkins
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 520
Preço:
R$ 36

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Político tem bens bloqueados

Boa Vista - Boa Vista - Pacaraima é uma cidade na fronteira com a Venezuela famosa pelo carnaval fora de época, temperaturas amenas (médias de 15 a 30 graus) e pela péssima infraestrutura urbana, resultado de políticas públicas equivocadas, conduzidas por políticos do naipe do ex-prefeito Paulo César Quartiero, que teve seus bens bloqueados pelo juiz Délcio Dias Feu, em decisão publicada no Diário Oficial do dia 5 de Janeiro.

O ex-prefeito defende monoculturas poluentes e contesta os direitos indígenas. É da turma dos que justificam crimes de corrupção e ameaças a populações autóctones como "efeito colateral" de uma nada provável luta-contra-imperialistas-que-querem-dominar-a-Amazônia.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

O(s) Idiota(s)

Pacaraima - Um deputado estadual aqui de Roraima quebrou o decoro parlamentar ao comparecer a uma luta de vale-tudo e subir no ringue de cueca, provocando um desafeto. O deputado batia no peito e no rosto, com olhar tresloucado. O público, estupefato, exigia luta de verdade ou seu dinheiro de volta.

Agora a Assembléia Legislativa age em nome dos bons costumes, embora não tenha tomado qualquer atitude quando o "lutador" confirmava compra de votos para a eleição da diretoria da Câmara de Boa Vista em telefonemas interceptados. Corrupção pode. Mostrar a cueca, não.

PS: Há menos Dostoiévski que Lars Von Trier no título deste post, (e)leitor.Roraima existe?

O mundo perdido

Lethem - Enquanto o Brasil conclui a ponte sobre rio Tacutu, o pequeno comércio é vasculhado por turistas brasileiros enlouquecidos por tênis Nike, bicicletas, telefones celulares e outras quinquilharias. Há um notável crescimento da infraestrutura urbana desse pequeno povoado no sul da Guiana: linhas regulares de ônibus para a capital Georgetown (bela cidade, diga-se), aeroporto, táxis (carros brasileiros, legalizados) e, last but not least, um cybercafe.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Leio Como vivem os mortos, de Will Self

Boa Vista - Estória de uma sexagenária desbocada morta pelo cigarro, vagando por Londres, acompanhada de um litopédio, um aborígene excêntrico e ectoplasmas de gordura de pouca capacidade cognitiva. Lilly Bloom não é exatamente uma vovozinha querida. A lascívia e a acidez crítica tornam-lhe adorável anti-heroína pela qual torcemos neste e no outro mundo.


No caos post morten criado pelo britânico em seu quarto romance, a tabagista Bloom desobedece às regras do limbo onde vive (hahaha) para atuar com voyeur na vida das próprias filhas, uma drogada perdida e uma capitalista

O livro é um espetacular desfile de reflexões acerca da política mundial, drogas, taxistas cipriotas de costas peludas, terrorismo, judeus, moda, negros, britânicos empedernidos e norte-americanos consumistas. Às vezes fica difícil acreditar que é Lilly Bloom e não o próprio autor quem narra tantas digressões a respeito da sociedade inglesa contemporânea.

Vale a pena ler, mesmo que seus conhecimentos gerais não sejam suficientes. Will Self não está nem um pouco preocupado em que não lhe compreeendam a prosa. Escreve da forma que acha melhor, sem facilidades ou coloquialismos, com vasta erudição e verve crítica. Observar as coisas de forma tão venenosa é de causar inveja.

Pop will eat Will Self? Veremos.

Livro: Como Vivem os Mortos
Autor: Will Self
Número de páginas: 368
Editora: Objetiva
Preço: R$ 47,90

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Decálogo do bom pesquisador (aos alunos de Metodologia)

1 - O prazo é meu inimigo mortal. Não devo me aproximar dele;
2 - Meu trabalho é, de todos, o mais importante;
3 - Jamais irei à pesquisa de campo sem ulterior pesquisa bibliográfica;
4 - Tempestades, terremotos e inundações não interromperão meus trabalhos;
5 - Acidentes, incidentes, doenças e golpes de estado, tampouco;
6 - Cataclismas de qualquer ordem e outros incidentes não interferirão no meu cronograma;
7 - Meu orientador é meu pastor e nada me faltará;
8 - Ele me guia por bibliografias complexas e apascenta meu problema metodológico;
9 - Jamais dispensarei orientação, pois sou jovem pesquisador honesto e determinado;
10 - Meu objetivo é produzir um projeto de pesquisa. Agora ou no ano que vem, Amém.



Boa Vista, Outubro de 2007

sábado, 27 de outubro de 2007

Leio Baudolino, de Umberto Eco

Boa Vista - O às-vezes-engraçado-porém-chatíssimo Baudolino foi cometido pelo mesmo autor de O nome da Rosa e O Pêndulo de Foucault, o semiótico Umberto Eco. Por sugestão de Vandré Fonseca, passei os últimos onze meses devorando o calhamaço, enquanto acrescentava leituras contrastantes para sobreviver ao caos de mentiras, sopapos, piadas étnicas e escatologias que Baudolino, o maior mentiroso do mundo, e seu grupo excêntrico vivem na Europa dos séculos XI e XII. Baudolino acabou, mas ainda leio a Eneida (Vergílio) e caminho À sombra das raparigas em flor (Marcel Proust), enquanto finalizo Como vivem os mortos (Will Self), que deve ser a próxima mini-resenha deste blog bissexto. Vandré, valeu, viu?

Livro: Baudolino
Autor: Umberto Eco
Editora: Record
Páginas : 459
Preço: R$ 43,00


quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Um conto

O espéculo

Em certo país e cidade, há uma espécie de café e nele uma mesa em particular. A ela se sentam e a ela regressam aqueles clientes que notaram um dia o espelho defronte. Através do vidro velho, irregular e manchado, cada desses clientes tem a impressão de contemplar no lugar de si um outro, estranhamente próximo de qualquer coisa que desejaria em segredo ser: O velho eleva a chávena aos lábios dum eu antigo, de costas mais direitas; O pobre acende um cigarro amarfanhado mas saboreia a cigarrilha fina do vulto bem vestido que lhe segue os gestos; A jovem perplexa observa-se e detecta algo de claramente masculino no gesto simples de endireitar os óculos. Conheço bem aquela mesa. E esses vultos distorcidos, feitos da essência do desejo – dizer que os conheço bem seria bem pouco. Faço o que posso e me compete. Mas quando lá ao fundo a mesa está vaga e há que matar o tempo, sirvo-me deste caderninho que alguém nela deixou em desalento e vou alinhando palavras sobre as linhas azuis. Assim, devagar. Da direita para a esquerda.


(Carlos Tijolo, na Minguante)

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Duas canções

O Vento

(Rodrigo Amarante)

Posso ouvir o vento passar, assistir à onda bater
mas o estrago que faz a vida é curta pra ver
Eu pensei que quando morrer
vou acordar para o tempo e para o tempo parar
um século, um mês, três vidas e mais um passo pra trás
Por que será? Vou pensar
Como pode alguém sonhar o que é impossível saber
Não te dizer o que eu penso já é pensar em dizer
e isso, eu vi, o vento leva
Não sei mais, sinto que é como sonhar
e o esforço pra lembrar é a vontade de esquecer
E isso porque diz mais!
Uh... Se a gente já não sabe mais
rir um do outro meu bem, então o que resta é chorar
e talvez, se tem que durar, vem renascido o amor bento de lágrimas
um século, três, se as vidas atrás são parte de nós
E como será?
O vento vai dizer, lento, o que virá
e se chover demais, a gente vai saber, claro que um trovão
se alguém depois sorrir em paz
só de encontrar


Slideshow
(Rufus Wainwright)

Do I love you because you treat me so indifferently?
Or is it the medication? Or is it me?
Do I love you because you don't want me to rub your back?
Or is it the medication? Or is it you? Or is it true?
And I better be prominently featured in your next slideshow
Because I paid a lot of money to get you over here, you know?
And if I am not prominently featured in your next slideshow
I don't know what I'm gonna do
Do I love you, or is this feeling just a little pain?
A treasure chest is broken easily open
And usually I am such a happy prince
Behind the iron curtain, the city walls a solid prison
And I better be prominently featured in your next slideshow
'Cause I paid a lot of money to get you over here, you know?
And if I am not prominently featured in your next slideshow
I don't know what I'm gonna do!Do I love you?Do I love you?Yes I do
Do I love you?
Yes I do


quarta-feira, 8 de agosto de 2007

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

sexta-feira, 20 de julho de 2007

A morte de Antônio Carlos Magalhães

Santa Elena de Uairén - Está morto o velho coronel baiano, áulico de Maquiavel, defensor da ditadura, violador das votações do congresso, espião de adversários políticos e araponga assumido, símbolo-maior da falta de ética na política brasileira. ACM morre, mas deixa contemporâneos (e aprendizes) do mesmo naipe. E você ainda acredita em justiça divina...

5 comentaram

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Leio O trovador solitário, de Arthur Dapieve

Boa Vista - A biografia de Renato Russo por quem viu quase tudo acontecer. E o que não viu, procurou saber com quem estava lá. O livro do jornalista Arthur Dapieve é respeitoso, mas não hipócrita. Narra a formação de uma das personalidades mais importantes da cultura e política brasileira das últimas décadas. Russo era fã de Rousseau, Godard e Focus. Gostava de Sex Pistols, Thomas Mann e música punk. Deixou um legado de liberdade, amor e amizade. Influenciou e influencia gerações mais de uma década depois de sua morte.

Marcadores: Arthur Dapieve, Legião Urbana, Renato Russo

Avery Veríssimo, Quinta-feira, 12 de Julho de 2007 às 15:01 | alguém comentou

Cruviana

Boa Vista - Tem feito frio por aqui, à noite. Rebarba das massas polares que sobem o continente?

sábado, 23 de junho de 2007

Epílogo


Belém -
A Amazônia tem a pior distribuição de renda, os piores índices de educação e algumas das piores condições de vida do Brasil. Por aqui temos uma imensa riqueza concentrada nas mãos dos coronéis políticos, das grandes mineradoras e do agronegócio. Nossas populações carecem de saúde, educação e moradia.

A Amazônia Legal ocupa 2/3 do Brasil. Vinte milhões de pessoas vivem aqui, pressionados por grupos que algumas vezes se igualam em radicalismo. Entre as necessidades ambientais mais urgentes está a necessidade de conservação da floresta e a produção sustentada. Mas exigir ações ecologicamente corretas de quem vive em condições sub-humanas não gera o mesmo apelo que a distribuição de moto-serras, camisetas, bonés, cestas básicas e outras moedas eleitorais. É que às vezes a ciência não cobra políticas públicas adequadas com medo de perder as poucas verbas disponíveis nos orçamentos. Mas de pouco adianta um vistoso campus em meio à cidade partida.

A pesquisa científica na região tem sido tão direcionada pelas grandes indústrias que pouco se produz sobre as populações que habitam este imenso lugar. Índios, profissionais liberais, ribeirinhos, funcionários públicos e latifundiários convivem forçosamente com todo tipo de intempérie. As principais são os políticos locais, tão ricos e tão cegos para os problemas sociais, como os do bairro Guamá, um dos mais pobres da capital paraense, a maior metrópole da Amazônia, com 1,5 milhão de habitantes. A UFPA fica no Guamá. Basta sair dos limites da cidade universitária para mergulhar num mundo insalubre e medieval, com as pessoas vivendo sobre os próprios dejetos.

Minha profissão já me levou a bairros pobres em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Juiz de Fora, Manaus. Já estive em favelas na Venezuela, em bairros sem nenhuma infraestrutura em Georgetown e vi a pobreza extrema nos redutos orientais de Paramaribo. Masos extensos canais de podridão que substitutem as calçadas dos moradores da periferia de Belém são imbatíveis. Por ali, crianças brincam entre urubus. Açougues, oficinas, escolas, lanchonetes, toda a organização urbana suspensa sobre um grosso caldo formado por esgotos, restos de animais, garrafas plásticas e todo tipo de lixo doméstico.

Enquanto na periferia o saneamento é zero, o centro de Belém viceja com praças bem cuidadas e vigiadas contra vagabundos. O centro-histórico de quase 400 anos é um dos mais bem-conservados do Brasil. Na margem da baía, a Estação das Docas (projeto de 20 milhões de reais) se destaca como área de lazer e movimentação cultural e turística. Tem 11 bares e restaurantes e músicos suspensos sobre a platéia.

A cidade conta ainda com um grande complexo para eventos, feiras, congressos e convenções, o Hangar (98 milhões de reais), engrossa o rol de grandes obras junto com o parque ecológico Mangal das Garças, que custou 15 milhões de reais. Mas a grande expectativa por aqui chama-se Portal da Amazônia, uma via de seis quilômetros na orla da cidade que concentrará centros comerciais diversos, pretende melhorar o trânsito e vai custar mais de 100 milhões de reais.

Pergunta: quanto custaria sanear o Guamá, pelo menos no entorno da universidade, para justificar a sua existência ali? A Belém dos turistas luta contra a Belém real, mas o combate é injusto.

Acabou


Belém - O Intercom Norte encerrou ontem com palestra de Gabriel Priolli sobre TV digital e TV pública. No final da noite, foram anunciados os trabalhos que concorrerão ao prêmio Expocom nacional, em Santos (SP), em agosto. Pará e Amazonas vão, em peso.

A incansável Maria Ataíde Malcher, coordenadora do congresso, declarou sob emoção que os trabalhos estavam encerrados. Meses de preparação e semanas de trabalho ininterrupto renderam um evento bem-feito, com pouquíssimas falhas e muita dedicação da equipe de 40 estudantes voluntários. Gente que, no futuro, estará cuidando das universidades porque já foram contaminados pelo vírus da pesquisa em comunicação.

José Marques de Melo, decano dos contaminados, elogiou o evento e anunciou a próxima sede do Intercom Regional: Boa Vista, Roraima. Chegou a hora do Hemisfério Norte mostrar seu valor.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Mídia e Amazônia

Belém - O Pará tem um jornal impresso "de primeiro mundo" - as aspas não estão aí para negar a assertiva, mas para reforçar o lugar-comum. Com 61 anos, O Liberal segue a tendência ideológica que o nome não deixa negar. Com uma impressão sem defeitos (e edições que não mancham os dedos), O Liberal se dá ao luxo de publicar todas as suas páginas em cores, todos os dias. Coisa que nem os maiores jornais brasileiros fazem. O jornalpertence ao grupo Rômulo Mayorana - com emissoras de rádio, TV por assinatura e outros produtos de comunicação -, conhecido pela intolerância com o ativista Lúcio Flávio Pinto, que é um dos jornalistas mais processados do mundo. Pinto, por sua vez, publica o Jornal Pessoal, totalmende dedicado a denunciar os poderosos da região. É claro que o Jornal Pessoal não tem como encarar a concorrência.


Chico, Orwell, Second Life e Roraima

Belém - Muitos trabalhos interessantes nos GTs de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Cinema e Vídeo e Comunicação Aplicada, no último dia de congresso. Havia trabalhos sobre cirança e mídia, Second Life, Orkut, turismo GLS e ambiente.

Merecem destaque "Cálice: A música de Chico Buarque e as relações de poder" (Annete Marhy e Jaqueline Ferreira - UFPA); "Esfera Pública e os media" (Milena Albuquerque - IESAM); "Transtornos da mente em rede: comunidades virtuais sobre conflitos subjetivos (Ruan Sasaki Brito -UFPA); "1984: arquétipos e exercício de poder" (Allan Maués - UFPA); "Second LIfe: entretenimento, informação e negócios no universo virtual do jogo eletrônico" (Timóteo Lopes - UFPA) e "Divulgação de pesquisa científica na internet: um estudo exploratório nos sítios da Embrapa e da UFRR" (Aliny Melo - UFRR).

Chico, Orwell, Second Life e Roraima

Belém - Muitos trabalhos interessantes nos GTs de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Cinema e Vídeo e Comunicação Aplicada, no último dia de congresso. Havia trabalhos sobre cirança e mídia, Second Life, Orkut, turismo GLS e ambiente.

Merecem destaque "Cálice: A música de Chico Buarque e as relações de poder" (Annete Marhy e Jaqueline Ferreira - UFPA); "Esfera Pública e os media" (Milena Albuquerque - IESAM); "Transtornos da mente em rede: comunidades virtuais sobre conflitos subjetivos (Ruan Sasaki Brito -UFPA); "1984: arquétipos e exercício de poder" (Allan Maués - UFPA); "Second LIfe: entretenimento, informação e negócios no universo virtual do jogo eletrônico" (Timóteo Lopes - UFPA) e "Divulgação de pesquisa científica na internet: um estudo exploratório nos sítios da Embrapa e da UFRR" (Aliny Melo - UFRR).

Agora, depois

Belém - E. Almeida apresentou, em fast forward, o GT "Comunicação e pesquisa na sociedade digital: a produção científica em jornalismo na UFRR". A pesquisa revela, apesar de honrosas exceções, que há muito a ser melhorado nos trabalhos de conclusão de curso de jornalismo da UFRR. Há monografias inadequadas, video-reportagens irrelevantes, house-organs mal-feitos e um inexplicável excesso de trabalhos sobre jornalismo impresso com uma única fonte.

A titulação do corpo docente explica parte do problema, mas não é só isso: falta ousadia ao estudante roraimense de jornalismo. Há muito mais a se descobrir, pesquisar e publicar do que a série de lugares-comuns encontrados entre os mais de 190 TCCs de Jornalismo. Ao invés de fazer o bom e velho estudo de caso sobre os assuntos A ou B nas páginas do jornal X, precisamos de documentários sólidos, programas de rádio alternativos, publicações independentes, blogs coletivos e, urgentemente, crítica de mídia. É preciso emergir do lago de mesmices. Ou isso, ou não veremos tão cedo trabalhos de Roraima na Expocom nacional.

Acabou

Belém - O Intercom Norte encerrou ontem com palestra de Gabriel Priolli sobre TV digital e TV pública. No final da noite, foram anunciados os trabalhos que concorrerão ao prêmio Expocom nacional, em Santos (SP), em agosto. Pará e Amazonas vão, em peso.

A incansável Maria Ataíde Malcher, coordenadora do congresso, declarou sob emoção que os trabalhos estavam encerrados. Meses de preparação e semanas de trabalho ininterrupto renderam um evento bem-feito, com pouquíssimas falhas e muita dedicação da equipe de 40 estudantes voluntários. Gente que, no futuro, estará cuidando das universidades porque já foram contaminados pelo vírus da pesquisa em comunicação.

José Marques de Melo, decano dos contaminados, elogiou o evento e anunciou a próxima sede do Intercom Regional: Boa Vista, Roraima. Chegou a hora do Hemisfério Norte mostrar seu valor.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Mídia e poder

Belém - Na mesa sobre Comunicação e práticas sociais não-hegemônicas, o radialista Antônio Carlos, da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias, alerta para o lobo em pele de cordeiro que são as "rádios proprietárias", embustes políticos outorgados pela União que nada têm de popular a não ser a busca pelo voto. Ainda bem que no resto da Amazônia não é assim...

Importantíssimo o trabalho desenvolvido pela Cepepo, ONG coordenada pela jornalista Ilma Bittencourt, que leva oficinas audiovisuais a adolescentes em situação de risco na periferia de Belém. A sede da Cepepo fica no Guamá, bairro paupérrimo que concentra altos índices de criminalidade. Hoje há sete jovens cursando jornalismo graças ao empenho da ONG. Dez estudam no nível médio e querem seguir carreira na produção audiovisual. Dois preferem engenharia. Cinco ainda estão em situação de risco. Quer ajudar? Clique aqui.

É no Guamá, a propósito, que está localizado o principal campus da Universidade Federal do Pará. Infelizmente, numa inexplicável contramão-histórica, a região do entorno da universidade não experimenta crescimento em índices básicos de saneamento, educação e infraestrutura. Como explicar isso? O ensino superior precisa contaminar com conhecimento e cidadania tudo o que está ao seu redor. Ou isso ou não há razão de ser.

Busca vida

Belém - Café da manhã às margens do rio Guamá. Gaivotas passam, perdidas no estuário. Barcos vêm e vão. Nilson Chaves canta no sistema de som do hotel.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Oralidade e virtualidade

Belém - Os primeiros painéis do dia são conduzidos pela professora doutora Maria Ataíde Malcher, que recebeu o jornalista e combatente Lúcio Flávio Pinto, o reitor Alex Fiúza de Mello (UFPA), Luiza Azevedo (UFAM) e o decano da Intercom José Marques de Melo, retido em algum aeroporto nestes dias de operação padrão dos controladores de vôo.

Dos convidados, Lúcio Flávio é reverenciado pela estudantada. Sociólogo de formação e professor de jornalismo na UFPA por sete anos, Lúcio Flávio conseguiu arrebanhar uma legião de inconformados com o coronelismo político e midiático, mas até hoje continua editando o único jornal independente destas plagas.

Já Alex Fiúza, em que pese as boas assertivas sobre Manuel Castells e as analogias entre as estradas amazônicas e as supervias de dados, não conseguiu a empatia dos estudantes. A reitoria foi ocupada recentemente por, entre outras reivindicações, direito a fazer bailes de forró na cidade universitária. Como diz Gaudêncio Torquato, essa onda de protestos nas universidades está entrando no perigoso terreno da galhofa. O président Sarcozy não hesitaria em considerar a turma como típica racaille. Que saudade da turma da AAARG no Fórum Social Mundial...

Desciclopédia

Belém - Se já não é possível confiar plenamente nem na Wikipédia, que dizer de sítios como esse?

No final do século 19 Belém experimenta um enriquecimento meteórico com o Ciclo da Borracha. (...) . Produções teatrais e cinematográficas européias, como Emmanuelle e Sylvia Saint, aportavam primeiro em Belém, onde eram encenadas/exibidas no Theatro da Paz ou no Cinema Olympia (o mais velho do Brasil ainda em atividade), para só depois seguirem para o Sul. Por aqui também o renomado DJ Carlos Gomes viveu seus últimos anos.

Tá aqui.

A tocha

Belém - A cidade está em festa com várias convenções acontecendo, hotéis lotados e a passagem da tocha que simboliza os jogos panamericanos. Caminhões-link de todas as emissoras preparam-se para transmitir o evento. A Praça da República fervilha de curiosos, camelôs e vendedores de tacacá e maniçoba. Enquanto isso, do outro lado da praça, no interior do quase centenário Cinema Olympia, alunos e professores da Universidade Federal do Pará organizam o Intercom regional, que começa com mostras documentais. Hoje à tarde começa a Expocom no Teatro Maria Silvia Nunes, na Estação das Docas.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Grão-Pará

Manaus - Nos próximo dias este blog será atualizado de Belém, capital do estado do Pará, onde integro a comissão avaliadora da Expocom, concurso que revela projetos experimentais (jornal impresso, programa de rádio, video-documentário, blog, etc) em Comunicação Social de toda a Amazônia Legal (Roraima, Acre, Rondônia, Amazonas, Amapá, Pará, Tocantins e Maranhão), maior região do País em área, mas a pior em índices de educação. Por aqui o profissionalismo ainda engatinha, tentando vencer obstáculos como as concessões políticas de emissoras de rádio e de TV e a pouca valorização dos profissionais com nível superior.

Ser jornalista, publicitário ou relações públicas aqui no norte não é fácil. Além de lutar contra a falta de oportunidades de ensino, depois de formados os comunicólogos precisam disputar o mercado com gente inabilitada, mas apadrinhada por quem não tem interesse no seu aprimoramento profissional. A maioria do mercado ainda é composta por gente sem formação específica. A publicidade é tosca, os RPs desprezados e o jornalismo, coitado, é assassinado diariamente por pessoas sem conhecimentos básicos da língua que julgam dominar.

Nesse cenário, é importantíssimo que eventos como a Expocom - realizada pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação - subsistam. Trata-se de uma forma de mostrar que os estudantes da área não apenas dominam a produção formal da comunicação, como podem oferecer produtos diferenciados - coisa que os rábulas julgam fazer.

A Expocom serve para aumentar o conhecido fosso que separa qualidade de mimetismo e educar os proprietários de meios de comunicação. Afinal, investir em qualidade e em gente habilitada pela universidade sempre vale a pena. Pergunte à Irlanda, à Índia, à Coréia...

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Spurs campeão

Boa Vista - Lutar contra Duncan, Parker, Horry, Ginobilli e Bowen? Só na próxima temporada. Tony Parker, pra variar, fazia cestas em pleno desequilíbrio gravitacional e mereceu o título de melhor das finais. Lebron James vacilou muito, mas ainda é grande e jovem. Robert Horry agora é heptacampeão da NBA. Só gente do Boston Celtics havia chegado a esse número. Pena que a série durou só quatro jogos.

Spurs campeão

Boa Vista - Lutar contra Duncan, Parker, Horry, Ginobilli e Bowen? Só na próxima temporada. Tony Parker, pra variar, fazia cestas em pleno desequilíbrio gravitacional e mereceu o título de melhor das finais. Lebron James vacilou muito, mas ainda é grande e jovem. Robert Horry agora é heptacampeão da NBA. Só gente do Boston Celtics havia chegado a esse número. Pena que a série durou só quatro jogos.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Ludopédio

Caroebe - Francisco espera o momento de se reunir com o Caroebe Futebol Clube, time da cidade que vem treinando nos últimos meses. O encontro é marcado na praça central, perto dos mini-ônibus que chegam e saem em direção a São João da Baliza, Boa Vista e estradas vicinais do interior do município. Francisco chega duas horas adiantado, divide um banco com dois amigos e conversa sobre amenidades.

Desde que começou a treinar o clube, a maioria dos resultados têm sido positivos. As últimas vitórias sobre os times de Entre Rios e das vicinais têm gerado confiança na equipe, que agora se prepara para o Campeonato Intermunicipal. O objetivo, claro, é a vitória. O técnico diz que estão treinando com regularidade e têm confiança no esquema tático.

Francisco Farias tem 50 anos, nasceu no Maranhão e vive na região sul de Roraima há 30 anos, desde antes da criação dos municípios de São Luiz do Anauá e São João da Baliza. Antes caçava onça, vendia o couro, mas logo parou por causa das leis ambientais. É atravessador de profissão, mas ultimamente tem se dedicado ao futebol mais que a qualquer outra atividade.

“Esporte é uma coisa que eu amo. Estou tentando fazer o esporte aqui em Caroebe ser uma coisa mais valorizada”, diz o técnico, de olho no campeonato de 2007, que começou na segunda semana de abril e vai até julho. Tem 12 equipes inscritas, das quais cinco são da cidade. Os demais vêm de Entre Rios (duas equipes) e das vicinais 10, 07, 04 e 34.

A produção de bananas, principal fonte de renda de Francisco, está em baixa. Os produtores reduziram a área plantada artificialmente, para forçar a alta do produto no mercado amazonense. Enquanto isso, Francisco aproveita para manter o time – formado por agricultores, atravessadores, comerciários e estudantes – treinando e em forma. Os jogadores têm entre 20 e 25 anos, exceto Baião, o “Romário” do time, que já passou dos 30.

O técnico quer repetir o resultado do Campeonato Municipal do ano passado, quando o Caroebe F. C. foi campeão. Os atacantes Fredsson e Aliabo, o lateral-esquerdo Baião e o meia-direita Chulipa foram as sensações do último campeonato. “Estamos nos preparando para ingressar na Federação, formar um time organizado, completo. Já temos CNPJ. Ainda vamos mostrar nosso talento em todo o Estado”.

Ludopédio

Caroebe - Francisco espera o momento de se reunir com o Caroebe Futebol Clube, time da cidade que vem treinando nos últimos meses. O encontro é marcado na praça central, perto dos mini-ônibus que chegam e saem em direção a São João da Baliza, Boa Vista e estradas vicinais do interior do município. Francisco chega duas horas adiantado, divide um banco com dois amigos e conversa sobre amenidades.

Desde que começou a treinar o clube, a maioria dos resultados têm sido positivos. As últimas vitórias sobre os times de Entre Rios e das vicinais têm gerado confiança na equipe, que agora se prepara para o Campeonato Intermunicipal. O objetivo, claro, é a vitória. O técnico diz que estão treinando com regularidade e têm confiança no esquema tático.

Francisco Farias tem 50 anos, nasceu no Maranhão e vive na região sul de Roraima há 30 anos, desde antes da criação dos municípios de São Luiz do Anauá e São João da Baliza. Antes caçava onça, vendia o couro, mas logo parou por causa das leis ambientais. É atravessador de profissão, mas ultimamente tem se dedicado ao futebol mais que a qualquer outra atividade.

“Esporte é uma coisa que eu amo. Estou tentando fazer o esporte aqui em Caroebe ser uma coisa mais valorizada”, diz o técnico, de olho no campeonato de 2007, que começou na segunda semana de abril e vai até julho. Tem 12 equipes inscritas, das quais cinco são da cidade. Os demais vêm de Entre Rios (duas equipes) e das vicinais 10, 07, 04 e 34.

A produção de bananas, principal fonte de renda de Francisco, está em baixa. Os produtores reduziram a área plantada artificialmente, para forçar a alta do produto no mercado amazonense. Enquanto isso, Francisco aproveita para manter o time – formado por agricultores, atravessadores, comerciários e estudantes – treinando e em forma. Os jogadores têm entre 20 e 25 anos, exceto Baião, o “Romário” do time, que já passou dos 30.

O técnico quer repetir o resultado do Campeonato Municipal do ano passado, quando o Caroebe F. C. foi campeão. Os atacantes Fredsson e Aliabo, o lateral-esquerdo Baião e o meia-direita Chulipa foram as sensações do último campeonato. “Estamos nos preparando para ingressar na Federação, formar um time organizado, completo. Já temos CNPJ. Ainda vamos mostrar nosso talento em todo o Estado”.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Bola ao cesto

Boa Vista - Alguém aí viu os 48 pontos de Lebron James no penúltimo jogo com o Detroit? É. Nem eu. Com essa estória de rodízio de conferências, a ESPN transmitiu apenas os playoffs do Oeste (Spurs x Suns) na temporada 2006/2007. E nada vimos da série Cavs x Pistons, que teve momentos incríveis como no já citado penúltimo jogo, quando Lebron fez os últimos 25 pontos do Cleveland Cavaliers, incluindo duas prorrogações. Que esteja assim nas finais que começam na quinta-feira. O San Antonio é um time de campeões e é favorito por causa do prognóstico. Mas vai dar Lebron e Varejão, podes crer.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Chávez

Boa Vista - Chávez erra ao fechar a RCTV e ameaçar a Globovisión. Não à toa a direita do continente considera o presidente da Venezuela insuportável. Acham-no defeito da democracia, etcetera. Como George Bush, que foi eleito no tapetão.

Esses "defeitos" da democracia, entretanto, têm currículos diferentes. Chávez melhorou a saúde e reduziu o preço da cesta básica à custa da estatização e do totalitarismo midiático, medidas reversíveis. Bush nos legou guerra, terrorismo, democracia de falácia, crimes contra a humanidade e caos ambiental. Todos dificilmente recuperáveis.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

RCTV se fué


Boa Vista - É brega. Parece que a vida é em Technicolor. Maquilagem pesada, iluminação impecável.

Nada mais cafona que seus jingles, mas tinha seu valor emocional quando todos se sentavam em casa nas noites de Natal, ouvindo com canções alegres e comendo hallacas, assistindo a beloas imagens de picos nevados, praias e llanos, a biodiversidade do país.

Ao cancelar a concessão da RCTV, o governo Hugo Chávez torna visível sua trilha rumo ao totalitarismo. Aprender com as críticas sempre foi sinal de sabedoria.

O fim da RCTV


É brega. Parece que tudo é em Technicolor. Maquiagem carregada, luz impecável. Seus jingles, idem, mas ela fazia todos se sentirem em casa nas noites de Natal, com canções alegres, allacas, picos nevados, praias e llanos, mostrando a diversidade do país. Ao cancelar a concessão da RCTV, o governo Hugo Chávez torna visível sua trilha rumo ao totalitarismo. Aprender com as críticas sempre foi sinal de sabedoria.

sábado, 19 de maio de 2007

Bola ao cesto

Boa Vista -
O ataque mais fulminante da liga está fora.

Com a eliminação do Phoenix Suns, ficam menos belos os playoffs da NBA.

O San Antonio mereceu, graças ao nervosismo dos caras do Arizona. Leandrinho e Steve Nash jogaram muito pouco.

Graaaande Stoudemire, você é 10, man.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Leio The Dark side of the Moon, de John Harris



Boa Vista - Não há grandes novidades além de algumas fotos inéditas neste trabalho do jornalista inglês John Harris. O que pretendia ser um livro sobre a gravação de um dos mais incríveis discos da história da música termina como um registro superficial das atividades da banda, desde o começo dos anos 60 em Cambridge até a histórica apresentação no Live Aid de 2005. Nada que a imprensa musical e outros livros já não tenham publicado, como Saucerful of secrets: The Pink Floyd Odissey, de Nicholas Schaffner (2003) ou Inside Out, do baterista Nick Mason (2004).

Mas há espaço para descobertas interessantes sobre o processo de gravação e comentários sobre a estranha sincronicidade entre o The Dark side of the moon e O Mágico de Oz. Infelizmente, Harris deixa claro sua antipatia por Roger Waters e usa algumas das entrevistas para isso, como a concedida por Peter Jenner, que foi empresário da banda nos primórdios.

“O pior eram as calças vermelhas com penduricalhos dourados que ele colocava ao lado do traseiro – o tipo de coisa que se coloca em cortinas. E ainda punha o isqueiro numa espécie de coldre, pendurado no cinto. Era terrivelmente brega. Mas se achava maravilhoso”, diz Jenner.



Bom, o autor é jornalista e inglês, né?

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Leio “Bestas, homens e deuses”, de Ferdinand Ossendowski

Boa Vista - A louca história do polonês que, perseguido pelos bolcheviques através da Sibéria, termina participando de guerras na Mongólia e no Tibete, em uma longa jornada de volta a Europa. No caminho, depara-se com garimpeiros assassinos, militares cruéis, monges guerreiros e com o enigma do Rei do Mundo. Morador de um reino subterrâneo vastíssimo, a Agartha, o Rei do Mundo é um ser atemporal cuja fala pode parar o vento, calar os animais e paralisar o crescimento das plantas. Sinistro.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

O papa

Boa Vista - O papa Bento XVI contribui com a ignorância mundial via publicação onde espinafra a ciência, como se esta precisasse de mais inimigos do que já tem. Depois de Galilei, a Igreja ataca Charles Darwin, um dos mais importantes homens da História, que ajudou na compreensão da vida e de como os organismos se adaptam ao ambiente. Idéias fundamentais para compreender hoje o que ocorre com o clima do planeta e prever a vida de nossos descendentes no futuro calcinante que o efeito estufa nos reserva.

Ratzinger diz que a Teoria da Evolução não pode ser comprovada cientificamente, método utilizado, como se sabe, para comprovar a existência de Deus.

Como Descartes, o papa tenta usar a ciência para justificar o divino e desqualificar o homo sapiens. Nada mais apropriado em tempos de humanismo em baixa.

domingo, 8 de abril de 2007

A ausência

Boa Vista - O número 5 de Minguante traz textos inspirados de autores de Portugal, Brasil, Espanha, México e Chile. O tema da ausência permitiu enredos competentes. Carlos Seabra vem de humor negro, Luís Ene envereda pela videoarte, Alberto Monteiro desafia a temática e Maria Pragana prega sustos.

Três amigos comparecem neste número. O já citado Luís Ene, o ausente homenageado aqui e o talentoso Ricardo Divino, meu prezado das Geraes.

Impressiona a quantidade de textos sem título, nesta edição. Ou não?

quarta-feira, 14 de março de 2007

Jornalista: profissão ameaçada

Boa Vista -

A lei que regulamenta a profissão dos jornalistas no Brasil é constitucional e é esse o posicionamento que a FENAJ espera do Supremo Tribunal Federal (STF), que ainda vai decidir sobre a validade da exigência do diploma de curso superior para o exercício do Jornalismo. A FENAJ e os Sindicatos de Jornalistas de todo o país estão confiantes de que a regulamentação da profissão será reconhecida pelos ministros do STF no julgamento do mérito da questão.

No dia 6 de março, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) baixou a Portaria 22/2007, restabelecendo os registros de precários. Tal medida já era prevista e esperada, em função da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em novembro do ano passado, que acatou uma medida cautelar proposta pela Procuradoria Geral da República.

No julgamento de questões de mérito, a única decisão desfavorável aos jornslistas profissionais foi a proferida pela juíza Karla Rister, em 2001. E tal decisão deverá ser reformada no julgamento do recurso extraordinário que se encontra no STF, como o foi na decisão unânime da 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em 2005.

Os ataques sistemáticos contra a regulamentação da profissão, a formação específica em Jornalismo e o diploma só interessam àqueles que querem arrochar a categoria, pouco se importando com a qualidade da informação. O argumento de que a exigência da formação superior para o exercício profissional do Jornalismo cerceia a liberdade de expressão e o direito da sociedade à informação é frágil, inconsistente. É uma muleta para aqueles que querem, deliberadamente, distorcer a realidade.

Consistente, sim, foi a conclusão do TRF da 3a Região: “a exigência de formação em curso superior confere maior controle de qualidade na divulgação das notícias e das opiniões públicas não ferindo direito de liberdade de expressão e de profissão”.

É com o objetivo de vê-la reafirmada que, na semana passada, a coordenação do movimento em defesa do diploma lançou seu calendário de lutas para o próximo período. Os mais de 60 mil jornalistas brasileiros não podem ficar apenas aguardando uma manifestação definitiva da Justiça. A FENAJ e os 31 Sindicatos de Jornalistas conclamam a categoria a ampliar o vigor desta luta e denunciar à sociedade os interesses escusos dos grandes grupos de comunicação, principais interessados na desregulamentação da profissão e no fim do requisito do diploma para o exercício do Jornalismo.

Publicado no sítio da Fenaj


segunda-feira, 5 de março de 2007

Banda estreita

Boa Vista -
Se tivesse nascido 700 anos depois, Dante Alighieri teria criado na sua Divina Comédia um décimo círculo para o Inferno: o da conexão discada.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Casa nova

Boa Vista - Mais de mil posts depois, deixamos este endereço para inaugurar domínio próprio. Para acessar e-pístolas 2.0, clique aqui.

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Busca Vida

Boa Vista - Quem chega do sul do Brasil pode se surpreender com este lugar. A cidade é plana, de ruas largas e limpas. De dia é bonita, verde e quente. À noite, a iluminação reproduz o dia. Tem praças e áreas verdes exageradamente. O trânsito ainda não causa problemas e as ruas são bem sinalizadas. Se um pedestre pisa a faixa, os carros param e esperam que ele atravesse.

As escolas preferidas ainda são as públicas, construídas com arquitetura que favorece a iluminação e a circulação dos ventos alíseos, que arrefecem o calor. A cidade tem universidade indígena e culinária idem. Tem franquias de fast food, mas continua com o mesmo único cinema.

Boa Vista é um balneário permanente, com a vantagem de não precisar de chuveiro para tirar o sal. Muitas praias. Boa Vista (250 mil habitantes) tem casas com quintais e pode-se cruzar a cidade em 15 minutos ou sair do país de carro e voltar no mesmo dia.

PS: A internet, claro, é discada.

Busca Vida

Boa Vista - Quem chega do Sudeste do Brasil pode se surpreender com este lugar. A cidade é plana, de ruas largas e limpas. De dia é bonita, verde e quente. À noite, a iluminação reproduz o dia. Tem praças e áreas verdes exageradamente. O trânsito é mínimo, as ruas bem sinalizadas. Se um pedestre pisa a faixa, todos os carros param e esperam que ele alcance a calçada. A cidade tem universidade indígena e culinária idem. Tem franquias de fast food, mas continua com o mesmo único cinema. Boa Vista é um balneário permanente, com rios limpos e muitas praias. Em seis anos este blog foi atualizado de diversas cidades pelo Brasil. Cada uma ensinou um tanto sobre a humanidade e sobre a urbe. Ao escolher Boa Vista (250 mil habitantes) para viver, optamos por qualidade de vida, churrascos e filmes. PS: A internet, claro, é discada

PS: A internet, claro, é discada

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

In the jungle


Manaus - Vivo um
inesperado caso
de amor com
esta cidade, como se
a antipatia do passado
fosse lavada com
a chuva fina.
Estamos ficando.

Guerra fria