A edição brasileira está cheia de erros, mas vale o investimento. |
No Direction Home é uma mistura equilibrada de jornalismo,
pesquisa bibliográfica e brilhantes interpretações histórico-filosóficas sobre
movimentos de direitos civis, música folk e contracultura nos anos 1960s. As
frases de Dylan estão lá. Sua polifonia está lá. Suas aparentes contradições,
na verdade quebra-cabeças oferecidos aos interlocutores, algumas só
compreendidas pelos amigos mais próximos, estão lá. Mas ele não está lá – piadinha
com o filme do Michael Winterbottom. Dylanistas entenderão.
“Tenho relações com as pessoas. Pessoas como eu, que também
são desligadas (...) Não acho que exista algum tipo de organização de pessoas
desligadas.”, afirma Dylan durante um voo na página 281.
A pesquisa e o compromisso de Shelton, jornalista do New
York Times e agitador cultural da Nova Iorque pré-Aids, Pré-World Trade Center e
pré-Occupy Wall Street é uma lição de dedicação para qualquer jornalista-escritor-biógrafo.
Por isso considero abuso a presença na capa dos nomes da dupla que atualizou
alguns dados e notas.
A primeira edição brasileira, que foi vendida com uma
camiseta de brinde, infelizmente é repleta de erros. Encontrei alguns nas
páginas 122, 355, 384, 437, 447, 448, 482, 552, 566, 578, 591, 592, 596, 600,
620, 641 e 644. Nada que comprometa Robert Shelton e este livro-reportagem de altíssima
qualidade. Mas a revisão da Larousse precisa se esforçar mais.
Livro: No
Direction Home
Autor: Robert
Shelton
Editora:
Larousse
Ano: 2011
Páginas: 784
Preço: R$ 99,00